O MEU TREINADOR de Joana Bértholo.
«Nunca encontrei para a escrita nada parecido a um treinador», revela Joana Bértholo, para concluir o seu ensaio: «no fundo, a devoção desportiva continua a ser a minha forma de fé, uma espécie de religião, da qual apenas deixei de ser praticante.»
O desporto merece (boa) literatura. O desporto merece os escritos de Foster Wallace, Leanne Shapton, Murakami. O desporto português merece o livro O Meu Treinador de Joana Bértholo
LER MAIS: https://endurance1963.weebly.com/cultura.html
Um atleta de alta competição chega a treinar 40 horas semanais e tem de ter acompanhamento psicológico e nutricional, fazer fisoterapia, massagens e reunir com patrocinadores e clubes. Qual o peso do treinador nesta luta diária contra os limites físicos pela eventual conquista de medalhas? Para conhecermos melhor o dia-a-dia dos atletas de alto rendimento desportivo em Portugal, chamamos à conversa a ex-atleta de natação e triatlo e escritora Joana Bértholo, e Cipriano Lucas, da Federação Portuguesa de Natação. Uma conversa da Praça da Fundação, moderada por Filipa Melo.
O desporto merece (boa) literatura. O desporto merece os escritos de Foster Wallace, Leanne Shapton, Murakami. O desporto português merece o livro O Meu Treinador de Joana Bértholo
LER MAIS: https://endurance1963.weebly.com/cultura.html
Um atleta de alta competição chega a treinar 40 horas semanais e tem de ter acompanhamento psicológico e nutricional, fazer fisoterapia, massagens e reunir com patrocinadores e clubes. Qual o peso do treinador nesta luta diária contra os limites físicos pela eventual conquista de medalhas? Para conhecermos melhor o dia-a-dia dos atletas de alto rendimento desportivo em Portugal, chamamos à conversa a ex-atleta de natação e triatlo e escritora Joana Bértholo, e Cipriano Lucas, da Federação Portuguesa de Natação. Uma conversa da Praça da Fundação, moderada por Filipa Melo.
A distância entre a teoria e a realidade
A escassa publicação de obras sobre o alto rendimento no desporto em Portugal* leva-nos sempre a receber com interesse a produção e reflexão de temáticas relacionadas com a excelência no desporto no nosso país.
Por isso também, é de louvar a publicação de Aldo Costa - NÃO EXISTEM TALENTOS NO VÁCUO – Perspectivas Científicas sobre a Desenvolvimento da Excelência no Desporto, com a chancela da SPORTBOOK, um dos temas mais complexos e problemáticos que o desporto de alta competição vive atualmente.
Assente sobre uma vasta base de referências bibliográficas, o professor universitário defende, na introdução à sua obra, a urgência da ciência como «um pressuposto para a objetividade da preparação desportiva a longo prazo e, ao mesmo tempo, uma base para reflexão continuada de todo que impactam nesse processo».
Todavia, Aldo Costa considera que é tal «a complexidade desse desafio, que rapidamente encontramos limites para o que a ciência nos oferece; aí confiemos na sabedoria de quem reflete (com sustentação) na experiência acumulada».
O atual presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação reflete ao longo da sua obra, sem ceder na complexidade dos temas, mas com preocupações de chegar a um vasto grupo de leitores.
Destacamos algumas reflexões que vão desde a dicotomia Nurture vs. Nature, a importância do contexto de desenvolvimento e o perfil genético; a sorte como parceiro silencioso do sucesso no desporto; a detecção, identificação seleção, promoção e orientação de talentos; o treinador eficaz e a sua relação com o atleta; os modelos de desenvolvimento, início da prática, idade de obtenção das melhores marcas e respetiva progressão; desigualdades económicas – ainda um inibidor da prática desportiva; Política desportiva – Portugal pode ser maior que a soma das partes.
Antigo nadador, treinador, Aldo Costa, consciente da distância entre a teoria e a prática no desporto de alto rendimento e os constrangimentos que isso inibe, termina, concluindo: «Na sequência do que abordamos no capítulo 2 – Pressupostos teóricos e conceptuais sobre identificação e desenvolvimento da excelência no desporto - deixamos a nossa séria preocupação sobre a distância entre a teoria e a realidade. Num estudo recente nosso procuramos analisar a associação entre a experiência dos treinadores e as suas precessões na implementação e um modelo de desenvolvimento atlético a longo prazo criado pela FPN em 2016. (…) A maioria dos treinadores mostra-se preocupado com o desrespeito das premissas técnicas propostas pelo modelo por parte dos seus pares, procurando o sucesso desportivo a curto prazo. Mitigar esta cultura pelo rendimento desportivo prematuro é um dos principais desafios da política desportiva atual para o alto-rendimento.»
* Não entendemos essa fraca publicação em Portugal. Desinteresse das instituições, dos protagonistas, dos leitores?
A verdade é que revela o desfasamento entre a produção cientifica e a performance desportiva, a universidade e as federações os clubes o terreno (a pista, a piscina, o pavilhão, o ginásio, o campo).
Mesmo para casos excecionais que merecem plenamente o seu estudo como são os nosso medalhados olímpicos e o trabalho dos seus treinadores.
Contam-se pelos dedos de uma mão os livros sobre essas carreiras desportivas (treino, competição), não existindo nos últimos 20 anos nenhum trabalho publicado dos treinadores sobre nenhum dos nossos cinco campeões olímpicos – Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nelson Évora e Pablo Pichardo.
04/10/2023
Por isso também, é de louvar a publicação de Aldo Costa - NÃO EXISTEM TALENTOS NO VÁCUO – Perspectivas Científicas sobre a Desenvolvimento da Excelência no Desporto, com a chancela da SPORTBOOK, um dos temas mais complexos e problemáticos que o desporto de alta competição vive atualmente.
Assente sobre uma vasta base de referências bibliográficas, o professor universitário defende, na introdução à sua obra, a urgência da ciência como «um pressuposto para a objetividade da preparação desportiva a longo prazo e, ao mesmo tempo, uma base para reflexão continuada de todo que impactam nesse processo».
Todavia, Aldo Costa considera que é tal «a complexidade desse desafio, que rapidamente encontramos limites para o que a ciência nos oferece; aí confiemos na sabedoria de quem reflete (com sustentação) na experiência acumulada».
O atual presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação reflete ao longo da sua obra, sem ceder na complexidade dos temas, mas com preocupações de chegar a um vasto grupo de leitores.
Destacamos algumas reflexões que vão desde a dicotomia Nurture vs. Nature, a importância do contexto de desenvolvimento e o perfil genético; a sorte como parceiro silencioso do sucesso no desporto; a detecção, identificação seleção, promoção e orientação de talentos; o treinador eficaz e a sua relação com o atleta; os modelos de desenvolvimento, início da prática, idade de obtenção das melhores marcas e respetiva progressão; desigualdades económicas – ainda um inibidor da prática desportiva; Política desportiva – Portugal pode ser maior que a soma das partes.
Antigo nadador, treinador, Aldo Costa, consciente da distância entre a teoria e a prática no desporto de alto rendimento e os constrangimentos que isso inibe, termina, concluindo: «Na sequência do que abordamos no capítulo 2 – Pressupostos teóricos e conceptuais sobre identificação e desenvolvimento da excelência no desporto - deixamos a nossa séria preocupação sobre a distância entre a teoria e a realidade. Num estudo recente nosso procuramos analisar a associação entre a experiência dos treinadores e as suas precessões na implementação e um modelo de desenvolvimento atlético a longo prazo criado pela FPN em 2016. (…) A maioria dos treinadores mostra-se preocupado com o desrespeito das premissas técnicas propostas pelo modelo por parte dos seus pares, procurando o sucesso desportivo a curto prazo. Mitigar esta cultura pelo rendimento desportivo prematuro é um dos principais desafios da política desportiva atual para o alto-rendimento.»
* Não entendemos essa fraca publicação em Portugal. Desinteresse das instituições, dos protagonistas, dos leitores?
A verdade é que revela o desfasamento entre a produção cientifica e a performance desportiva, a universidade e as federações os clubes o terreno (a pista, a piscina, o pavilhão, o ginásio, o campo).
Mesmo para casos excecionais que merecem plenamente o seu estudo como são os nosso medalhados olímpicos e o trabalho dos seus treinadores.
Contam-se pelos dedos de uma mão os livros sobre essas carreiras desportivas (treino, competição), não existindo nos últimos 20 anos nenhum trabalho publicado dos treinadores sobre nenhum dos nossos cinco campeões olímpicos – Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nelson Évora e Pablo Pichardo.
04/10/2023
Financiamento do Estado às organização desportivas
O Governo de Portugal publicou a 30 de janeiro um documento onde divulga as verbas atribuídas ao Desporto em Portugal nos últimos quatro anos. Um documento importante que, de forma sintética, nos permite perceber o atual estado do Desporto em Portugal e o seu financiamento: as verbas das apostas online, o Desporto Federado, o Desporto Escolar e o programa UAARE, Autoridade Antidopagem, a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto e a Fundação do Desporto.
Da análise destes quatro anos, fica desde logo muito claro três pontos:
1 – O financiamento direto do Estado Português ao Desporto totalizou 162.618 milhões de euros no ano de 2022. Montante que é atribuído pela via de contrato com as Organizações Desportivas, Desporto Escolar, UAARE, ADOP, APCVD, Fundação do Desporto e Apostas Desportivas.
2 - O Estado Português equipara, no plano do financiamento, o apoio às Organizações Desportivas, (entidades que promovam, pratiquem ou contribuam para o desenvolvimento do Desporto - dois comités; três confederações, 65 Federações desportivas com UPD e três fundações), ao Desporto Escolar (“um conjunto de práticas lúdico-desportivas e de formação na Escola com objeto desportivo, desenvolvidas como complemento curricular - às aulas de Educação Física - e ocupação dos tempos livres”).
No ano de 2022, Estado investiu no Desporto Escolar 47.459 milhões de euros, que o aproxima do valor investido nas Organizações Desportivas (49.710 milhões) onde se inclui atividades regulares, deslocações, desporto para todos, eventos internacionais, formação, missão olímpica, programa de preparação olímpica, reabilitação de instalações desportivas. Em 2019, antes da pandemia era de 49.221 milhões de euros para as federações e 48.576 para o Desporto Escolar.
3 - Os valores das apostas desportivas (online e placard), reguladas pelo decreto-lei n.67/2015, superam em muito o financiamento do Estado ao Desporto Federado só que estas verbas são entregues na sua quase totalidade a quatro federações: Futebol, Ténis, Basquetebol e Desportos de Inverno. Destes 61.677 milhões de euros das apostas desportivas, 76,6% (47 milhões) vão para o futebol (FPF – 34 milhões e Liga – 12 milhões). O Ténis recebe das apostas 7 milhões (mais 855.200 mil euros do Estado), o Basquetebol, 4.900 milhões (mais 2.412 milhões do Estado) e os Desportos de Inverno 1.243 milhões (mais 72.880 mil euros do Estado). Portanto, estas federações não terão problemas de financiamento. Já as outras, face ao decreto lei em vigor, não estão contempladas ou recebem verbas irrisórias. Ex: Atletismo (31 euros), Ciclismo (438 euros).
Recordamos que este documento surge em resposta a um conjunto de questões colocadas por 14 Deputados dirigidas à Senhora Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que tutela a pasta do Desporto. O gabinete da Ministra respondeu a 30 de janeiro de 2023 às seguintes questões:
- Qual a evolução do financiamento às organizações desportivas?
- Qual a evolução das verbas das apostas e do turismo atribuídas às organizações desportivas?
- Qual a evolução do financiamento do Desporto escolar e do programa da UAARE?
- Qual a evolução da execução orçamental da despesa do IPDJ, Autoridade Antidopagem, Autoridade para a prevenção e combate à violência no Desporto e Fundação do desporto?
Das respostas a estas importantes questões importa destacar:
- O Instituto do Desporto de Portugal (IPDJ) financiou as organizações desportivas em 2022 num total de contratos-programa de 49.710.042 milhões de euros.
- Do financiamento atribuído às federações desportivas, cujos critérios (histórico, número de filiados, atividade, quadro competitivo, resultados internacionais) são difíceis de avaliar, destacamos:
Futebol – 3.366.713.,84 milhões; Andebol – 2.949.957,71; Atletismo – 3.261.760,00; Basquetebol – 2.412.000,83; Canoagem – 698.00,00; Ciclismo – 1.346.000,00; Ginástica – 1.469.990,00; Judo – 1.500.240,00; Natação – 2.620.800,00; Patinagem – 1.337.093,40; Rugby – 1.136.400,00; Vela – 1.013.840,00; Voleibol – 2.133.083,56.
Quanto às verbas das apostas da Santa Casa e do Turismo (apostas online) distribuídas às organizações desportivas em 2022 (reguladas pelo decreto-lei n.67/2015) esses valores superam anualmente em quase 12 milhões de euros o financiamento do IPDJ às federações.
Do total de 61.677.784 milhões de euros 34.631.486 foram para a FP Futebol; A Liga de Futebol recebe 12.616.175 milhões; o Ténis recebe 7.252.256 milhões; Basquetebol 4.903.309 milhões; Desportos de Inverno 1.243.838 milhões.
O financiamento ao Desporto Escolar ascende a 47 milhões de euros anuais. Essa verba serve para pagar os salários aos professores envolvidos nessas atividades, financiamento e organização de atividades (transporte, alimentação, centro de formação, matérias, etc.). No comparativo com o financiamento do Estado às 59 federações desportivas (contrato programa – 49.710 milhões) há aqui por parte do Estado uma clara intenção de equiparar estas duas áreas. O que não deixa de ser revelador quanto ao papel do Desporto Escolar e do Desporto Federado em todo o sistema desportivo nacional.
No que diz respeito às UAARE´s (Unidade de Apoio ao Alto Rendimento nas Escolas) o Estado investiu 786.032 mil euros em 2022 para um universo de 964 jovens estudantes/atletas de 45 modalidades, alocando 30 professores acompanhantes em 23 escolas. Portanto, ficamos a saber que em Portugal existem quase mil alunos nas escolas que estão identificados como atletas de alto rendimento.
Uma referência à Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto: Orçamento de atividade/funcionamento (904.026 mil euros); despesas com pessoal (762.584 mil euros).
De referir que o Estado Português investiu em 2022 no combate ao doping 1.351 milhões de euros com a Autoridade Antidopagem de Portugal. No mesmo ano a Fundação do Desporto recebeu do Estado 604.614 mil euros.
PS 1: Portugal - Desporto e Atividade Física 2022. Segundos os dados publicados no recente quinto relatório dedicado ao tema, 73% dos portugueses dizem nunca se exercitar ou praticar desporto, com mais 5% a fazê-lo apenas "raramente", mais do que os que o fazem "regularmente", 4%. "Com alguma regularidade" é a resposta de 18% dos portugueses inquiridos. Os dados são particularmente graves no país, que tem a mais alta taxa dos países europeus abrangidos pelo estudo, seguido pela Grécia (68%) e pela Polónia (65%).
PS 2: Dos dados disponíveis em agosto de 2021, o Ministério revelou que «em média, nos últimos anos letivos, estiveram inscritos no Desporto Escolar cerca de 175 mil praticantes, ou seja 20% do total de alunos matriculados nos estabelecimentos de ensino público e privado de Portugal continental.»
PS 3: «O desporto português tem recuperado timidamente a nível de praticantes federados, dois anos após uma queda drástica gerada pela pandemia de Covid-19, segundo dados das federações nacionais consultados pela agência Lusa.
No final de 2020, ano em que Portugal enfrentou o primeiro confinamento geral e uma paragem quase completa do setor de março a maio, o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) contava 587.812 atletas, com 423.737 homens e 164.075 mulheres.»
MAIS INFORMAÇÃO:
documento financiamento ao desporto
https://ipdj.gov.pt/apoio-e-financiamento-ao-desporto
www.pordata.pt/portugal/comparticipacao+financeira+total+e+a+algumas+federacoes+desportivas-2233
Do futebol ao judo. Que federação recebeu mais dinheiro do Governo em 2022? (dn.pt)
07/02/2023
FOTO: Cross Matos Velhos - 1982
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Da análise destes quatro anos, fica desde logo muito claro três pontos:
1 – O financiamento direto do Estado Português ao Desporto totalizou 162.618 milhões de euros no ano de 2022. Montante que é atribuído pela via de contrato com as Organizações Desportivas, Desporto Escolar, UAARE, ADOP, APCVD, Fundação do Desporto e Apostas Desportivas.
2 - O Estado Português equipara, no plano do financiamento, o apoio às Organizações Desportivas, (entidades que promovam, pratiquem ou contribuam para o desenvolvimento do Desporto - dois comités; três confederações, 65 Federações desportivas com UPD e três fundações), ao Desporto Escolar (“um conjunto de práticas lúdico-desportivas e de formação na Escola com objeto desportivo, desenvolvidas como complemento curricular - às aulas de Educação Física - e ocupação dos tempos livres”).
No ano de 2022, Estado investiu no Desporto Escolar 47.459 milhões de euros, que o aproxima do valor investido nas Organizações Desportivas (49.710 milhões) onde se inclui atividades regulares, deslocações, desporto para todos, eventos internacionais, formação, missão olímpica, programa de preparação olímpica, reabilitação de instalações desportivas. Em 2019, antes da pandemia era de 49.221 milhões de euros para as federações e 48.576 para o Desporto Escolar.
3 - Os valores das apostas desportivas (online e placard), reguladas pelo decreto-lei n.67/2015, superam em muito o financiamento do Estado ao Desporto Federado só que estas verbas são entregues na sua quase totalidade a quatro federações: Futebol, Ténis, Basquetebol e Desportos de Inverno. Destes 61.677 milhões de euros das apostas desportivas, 76,6% (47 milhões) vão para o futebol (FPF – 34 milhões e Liga – 12 milhões). O Ténis recebe das apostas 7 milhões (mais 855.200 mil euros do Estado), o Basquetebol, 4.900 milhões (mais 2.412 milhões do Estado) e os Desportos de Inverno 1.243 milhões (mais 72.880 mil euros do Estado). Portanto, estas federações não terão problemas de financiamento. Já as outras, face ao decreto lei em vigor, não estão contempladas ou recebem verbas irrisórias. Ex: Atletismo (31 euros), Ciclismo (438 euros).
Recordamos que este documento surge em resposta a um conjunto de questões colocadas por 14 Deputados dirigidas à Senhora Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que tutela a pasta do Desporto. O gabinete da Ministra respondeu a 30 de janeiro de 2023 às seguintes questões:
- Qual a evolução do financiamento às organizações desportivas?
- Qual a evolução das verbas das apostas e do turismo atribuídas às organizações desportivas?
- Qual a evolução do financiamento do Desporto escolar e do programa da UAARE?
- Qual a evolução da execução orçamental da despesa do IPDJ, Autoridade Antidopagem, Autoridade para a prevenção e combate à violência no Desporto e Fundação do desporto?
Das respostas a estas importantes questões importa destacar:
- O Instituto do Desporto de Portugal (IPDJ) financiou as organizações desportivas em 2022 num total de contratos-programa de 49.710.042 milhões de euros.
- Do financiamento atribuído às federações desportivas, cujos critérios (histórico, número de filiados, atividade, quadro competitivo, resultados internacionais) são difíceis de avaliar, destacamos:
Futebol – 3.366.713.,84 milhões; Andebol – 2.949.957,71; Atletismo – 3.261.760,00; Basquetebol – 2.412.000,83; Canoagem – 698.00,00; Ciclismo – 1.346.000,00; Ginástica – 1.469.990,00; Judo – 1.500.240,00; Natação – 2.620.800,00; Patinagem – 1.337.093,40; Rugby – 1.136.400,00; Vela – 1.013.840,00; Voleibol – 2.133.083,56.
Quanto às verbas das apostas da Santa Casa e do Turismo (apostas online) distribuídas às organizações desportivas em 2022 (reguladas pelo decreto-lei n.67/2015) esses valores superam anualmente em quase 12 milhões de euros o financiamento do IPDJ às federações.
Do total de 61.677.784 milhões de euros 34.631.486 foram para a FP Futebol; A Liga de Futebol recebe 12.616.175 milhões; o Ténis recebe 7.252.256 milhões; Basquetebol 4.903.309 milhões; Desportos de Inverno 1.243.838 milhões.
O financiamento ao Desporto Escolar ascende a 47 milhões de euros anuais. Essa verba serve para pagar os salários aos professores envolvidos nessas atividades, financiamento e organização de atividades (transporte, alimentação, centro de formação, matérias, etc.). No comparativo com o financiamento do Estado às 59 federações desportivas (contrato programa – 49.710 milhões) há aqui por parte do Estado uma clara intenção de equiparar estas duas áreas. O que não deixa de ser revelador quanto ao papel do Desporto Escolar e do Desporto Federado em todo o sistema desportivo nacional.
No que diz respeito às UAARE´s (Unidade de Apoio ao Alto Rendimento nas Escolas) o Estado investiu 786.032 mil euros em 2022 para um universo de 964 jovens estudantes/atletas de 45 modalidades, alocando 30 professores acompanhantes em 23 escolas. Portanto, ficamos a saber que em Portugal existem quase mil alunos nas escolas que estão identificados como atletas de alto rendimento.
Uma referência à Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto: Orçamento de atividade/funcionamento (904.026 mil euros); despesas com pessoal (762.584 mil euros).
De referir que o Estado Português investiu em 2022 no combate ao doping 1.351 milhões de euros com a Autoridade Antidopagem de Portugal. No mesmo ano a Fundação do Desporto recebeu do Estado 604.614 mil euros.
PS 1: Portugal - Desporto e Atividade Física 2022. Segundos os dados publicados no recente quinto relatório dedicado ao tema, 73% dos portugueses dizem nunca se exercitar ou praticar desporto, com mais 5% a fazê-lo apenas "raramente", mais do que os que o fazem "regularmente", 4%. "Com alguma regularidade" é a resposta de 18% dos portugueses inquiridos. Os dados são particularmente graves no país, que tem a mais alta taxa dos países europeus abrangidos pelo estudo, seguido pela Grécia (68%) e pela Polónia (65%).
PS 2: Dos dados disponíveis em agosto de 2021, o Ministério revelou que «em média, nos últimos anos letivos, estiveram inscritos no Desporto Escolar cerca de 175 mil praticantes, ou seja 20% do total de alunos matriculados nos estabelecimentos de ensino público e privado de Portugal continental.»
PS 3: «O desporto português tem recuperado timidamente a nível de praticantes federados, dois anos após uma queda drástica gerada pela pandemia de Covid-19, segundo dados das federações nacionais consultados pela agência Lusa.
No final de 2020, ano em que Portugal enfrentou o primeiro confinamento geral e uma paragem quase completa do setor de março a maio, o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) contava 587.812 atletas, com 423.737 homens e 164.075 mulheres.»
MAIS INFORMAÇÃO:
documento financiamento ao desporto
https://ipdj.gov.pt/apoio-e-financiamento-ao-desporto
www.pordata.pt/portugal/comparticipacao+financeira+total+e+a+algumas+federacoes+desportivas-2233
Do futebol ao judo. Que federação recebeu mais dinheiro do Governo em 2022? (dn.pt)
07/02/2023
FOTO: Cross Matos Velhos - 1982
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DESPORTO - Portugal na Europa
Novo Eurobarómetro sobre desporto e atividade física mostra que 49% dos europeus fazem exercício. Quanto ao nosso país, 73% dos portugueses não praticam qualquer atividade física ou desporto.
45% dos entrevistados relatam que nunca se exercitam ou praticam desporto. Por outro lado, 38% o fazem pelo menos uma vez por semana e 6% cinco vezes por semana ou mais. A parcela de respostas aumentou +6% desde 2009, de 39% para 45%. Os entrevistados na Finlândia (71%), Luxemburgo (63%), Holanda (60%) e Dinamarca e Suécia (59% em ambos os países) são os mais propensos a se exercitar ou praticar desporto, pelo menos uma vez por semana. Por outro lado, mais de metade dos inquiridos em oito países afirma nunca praticar exercício ou praticar desporto, com os níveis mais elevados em Portugal (73%), Grécia (68%) e Polónia (65%). MAIS INFORMAÇÃO: https://ec.europa.eu/commission/presscorner/detail/en/ip_22_5573?fbclid=IwAR3r__hPzYn6kNLNXWhKjshSBrMS4aRQsxCKbQhXIV--JfO7Fk15DJ63tDkhttps://europa.eu/eurobarometer/surveys/detail/2668
FOTO: Prix Lemonnier, 21-01-1912, équipa da Association Sportive Française, vencedora do Versailles-Croix Catelan.
20/09/2022
45% dos entrevistados relatam que nunca se exercitam ou praticam desporto. Por outro lado, 38% o fazem pelo menos uma vez por semana e 6% cinco vezes por semana ou mais. A parcela de respostas aumentou +6% desde 2009, de 39% para 45%. Os entrevistados na Finlândia (71%), Luxemburgo (63%), Holanda (60%) e Dinamarca e Suécia (59% em ambos os países) são os mais propensos a se exercitar ou praticar desporto, pelo menos uma vez por semana. Por outro lado, mais de metade dos inquiridos em oito países afirma nunca praticar exercício ou praticar desporto, com os níveis mais elevados em Portugal (73%), Grécia (68%) e Polónia (65%). MAIS INFORMAÇÃO: https://ec.europa.eu/commission/presscorner/detail/en/ip_22_5573?fbclid=IwAR3r__hPzYn6kNLNXWhKjshSBrMS4aRQsxCKbQhXIV--JfO7Fk15DJ63tDkhttps://europa.eu/eurobarometer/surveys/detail/2668
FOTO: Prix Lemonnier, 21-01-1912, équipa da Association Sportive Française, vencedora do Versailles-Croix Catelan.
20/09/2022
O Desporto em tempo de eleições
Fomos consultar os programas que os partidos políticos apresentam para as eleições legislativas de 2022, que se realizam a 30 de janeiro, e tentar perceber que orientações desenvolvem no que diz respeito ao desporto, educação e atividade física em particular. Partilho aqui o que cada um dos programas defende para estas áreas. Terão oportunidade de fazerem a vossa própria leitura das ideias e das propostas, o que não será difícil pela escassa presença desses temas. Poderão entender a diferença entre "o dizer e o fazer" e encontrar aqui algumas respostas, nomeadamente as razões porque continuamos na cauda da Europa na prática de atividade física e desporto e porque 48 anos após o 25 de Abril nos mantemos longe dos resultados de outros países europeus, com idêntica dimensão geográfica populacional, em grandes competições internacionais.
Em síntese,o PS apresenta dois grandes objetivos: “afirmar Portugal no contexto desportivo internacional e colocar o país no lote das quinze nações europeias com cidadãos fisicamente mais ativos, na próxima década.” Para alcançar estes dois grandes objetivos, um governo PS pretende: Elevar os níveis de atividade física e desportiva da população, promovendo o desporto escolar e os índices de bem-estar e saúde de todos os estratos etários; Continuar a promover a excelência da prática desportiva, melhorando os Programas de Preparação Olímpica e Paralímpica, com base na sua avaliação; Impulsionar programas de seleção desportiva que identifiquem e garantam a retenção de talentos, desde a fase de deteção até à fase de consagração desportiva internacional.”
O PSD defende “a necessidade de elaborar um Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Desporto Português, que reúna os contributos de todos os parceiros sociais diretamente associados ao fenómeno desportivo, bem como o compromisso de todas as forças políticas. Pano que articule os contributos da Educação Física, do Desporto Escolar e do Desporto Federado visando a universalização da prática desportiva nas escolas portuguesas. Envolver as autarquias locais na conceção e concretização desse plano, especialmente na adequada gestão das infraestruturas e no apoio às iniciativas envolvendo escolas e associações desportivas.”
O PCP considera ser “urgente concretizar um processo de autêntica democratização da Cultura Física que assegure à generalidade da população condições de acesso em igualdade à prática desportiva regular”. Destaca “o papel insubstituível dos clubes desportivos e de todo o movimento associativo na promoção e desenvolvimento da prática desportiva federada, assegurando o apoio do Estado em meios materiais, humanos e financeiros; revogação do regime jurídico das federações para restabelecer a sua autonomia; o reconhecimento do valor social e cultural da prática desportiva de alto rendimento.”
O BE recorda que “em Portugal, o investimento público em desporto ronda os 52 euros por habitante, muito abaixo da média da europeia, que se situa nos 108 euros por habitante”. Para o BE “esse baixo investimento crónico deve ser contrabalançado na resposta à crise. O Bloco no seu programa propõem “a criação de um Fundo de Apoio ao Desporto, com especial enfoque no movimento associativo de base e nos clubes de formação.”
Mas passemos à leitura direta de cada programa nas áreas do desporto, educação e atividade física:
LIVRE 2022
Para o Livre, no seu programa de 113 páginas, o desporto está integrado nas políticas de “promoção da saúde e prevenção da doença, incluindo a avaliação do impacto na saúde em todas as políticas públicas; desenvolvendo medidas pró-ativas de deteção e acompanhamento local junto das comunidades, sobretudo das mais carenciadas ou marginalizadas”.
Nesse sentido defende “a promoção da prática da atividade física e desportiva em todas as idades, reforçando nas escolas a importância da disciplina de Educação Física e o Desporto Escolar”.
A palavra DESPORTO surge apenas mais uma vez quando afirmam: “integrar cultura e educação, implementando o ensino artístico nas escolas como acontece com o DESPORTO e formação para a cidadania.”
https://programa.partidolivre.pt/
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PAN 2022
O PAN no seu programa de 2019 (149 paginas) defende: “Em contraponto à escola fábrica apresentamos a escola das emoções, da natureza, do DESPORTO e das expressões pelas artes, onde vigora a transdisciplinaridade, e a empatia surge como o maior facilitador da construção de relacionamentos sociais, promovendo a liderança natural.”
Com o título “O DESPORTO e a educação para as expressões”, desenvolve mais à frente em diversos momentos:
“Garantir que a Educação Física e a Educação para as expressões, nomeadamente a Educação Visual e a Educação Musical, fazem parte do projecto educativo do agrupamento de escolas — do Pré-Escolar ao 12.º ano de escolaridade.
Garantir que os espaços infantis e desportivos das comunidades têm as condições necessárias (localização, espaço, materiais e equipamentos) para que haja a possibilidade de serem utilizados pelas escolas para reforçar os currículos da Educação Física, da Educação para as Expressões no 1.º Ciclo do Ensino Básico
Garantir que a prática desportiva iniciada na escola do aluno poderá ter continuidade, de forma gratuita, numa outra escola do agrupamento ou fora do agrupamento de escolas ou no clube desportivo da comunidade.
Valorizar as iniciativas que conseguem criar sinergias locais com outras organizações não escolares, com o objectivo de desenvolver os seus projectos de desporto escolar.
Garantir processos de supervisão e monitorização por parte das estruturas centrais e locais com responsabilidade no projecto do Desporto Escolar, de modo que que se possa aferir, a uma escala anual, qual é o nível de desenvolvimento de cada projecto do Desporto Escolar.
Reforçar a ligação entre DESPORTO na escola e desporto fora do contexto escolar, através de uma maior ligação entre agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, clubes, organizações desportivas e culturais e Municípios, criando condições para que, qualquer criança e jovem, possa usufruir de um processo de formação desportiva e formação para as expressões, correctamente orientado e sem interrupções ao longo do seu percurso escolar.
Utilizar as aprendizagens conseguidas através do projecto Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE) para criar condições para que não só os atletas de rendimento em idade escolar, mas também outros alunos (as) que apenas queiram conjugar as suas aulas com a prática desportiva formal e informal, disponham de boas condições para o fazer.
Proporcionar aos estudantes que beneficiam de apoio social o acesso à cultura e ao desporto.”
https://www.pan.com.pt/eleicoes/eleicoes-legislativas-2019/programa-eleitoral/programa-eleitoral-em-pdf-versao-impressao/
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CDS-PP 2022
Duas referências ao desporto no seu programa eleitoral: “Valorizar o DESPORTO na actividade escolar pela sua importância no desenvolvimento pessoal e na saúde pública, e reforçar as verbas para o DESPORTO de alto rendimento”, defende o CDS-PP no seu programa em “15 compromissos” apresentados em 17 páginas.
https://bit.ly/3f5Szo8
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INICIATIVA LIBERAL 2022
“PARA CRESCER, PORTUGAL PRECISA DE MUDAR” é o lema do seu programa que no caso do desporto e da educação física não existem propostas nem referências.
O programa eleitoral (586 páginas) do IL “consubstancia uma visão de sociedade” e contém cerca de 100 propostas “concretas, detalhadas e explicadas”. “Quem vota na Iniciativa Liberal sabe exatamente o que está a escolher”, afirmam.
A palavra DESPORTO surge em: “A realidade é que a RTP2 tem uma programação principalmente focada em programas comerciais, DESPORTO e programação infantil. Mesmo programação mais educacional, como documentários, não o faz de forma diferente dos outros canais comerciais.”
Mais à frente: “As ferramentas técnicas importam diretamente para o exercício de uma atividade profissional que envolva ciências, humanidades, artes, ofícios, DESPORTO, indústria ou serviços; porém, elas não bastam, sendo igualmente essenciais ferramentas de natureza psicológica e social.”
https://iniciativaliberal.pt/legislativas-2022/programa-eleitoral/
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CHEGA 2022
Não encontramos referências ao desporto e à educação física no programa do CHEGA.
Aprovado no VII Conselho Nacional (Sagres, Algarve, 2 e 3 de julho de 2021), o Programa Político 2021 “ratificou o contrato social de longa duração entre o Partido CHEGA e os Portugueses. Trata-se do referente mais importante no quotidiano do Partido que permite aos Portugueses avaliarem o CHEGA, em simultâneo, num ciclo histórico ininterrupto que remonta à fundação do Partido, em 2019, e a cada nova eleição”.
Considerando que o Programa Político 2021 determina a identidade do CHEGA («quem somos»), os nossos valores morais, princípios cívicos, princípios políticos e grandes linhas de orientação em diferentes áreas da governação – as especificidades das Eleições Legislativas de 30 de janeiro de 2022 impõem o complemento deste Programa Eleitoral Legislativas 2022 («o que vamos fazer»).
https://partidochega.pt/programa-eleitoral-legislativas-2022/
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BE 2022
“O desporto como motor de inclusão social” é o subtítulo de destaque no programa eleitoral do Bloco de Esquerda com 203 páginas.
Para o BE “o direito à atividade desportiva consta da Constituição da República Portuguesa e, por isso, apresenta-se como um dos pilares das obrigações do Estado para com os cidadãos e cidadãs. O DESPORTO é um instrumento de inclusão social e só pode ser olhado como um serviço que o Estado, através de vertentes diferentes – Sistema educativo, movimento associativo de base, alta competição, lazer – deve proporcionar a todas as pessoas, independentemente da sua idade, condição social, territorial, económica”.
O BE recorda que “em Portugal, o investimento público em desporto ronda os 52 euros por habitante, muito abaixo da média da europeia, que se situa nos 108 euros por habitante”. Para o BE “esse baixo investimento crónico deve ser contrabalançado na resposta à crise. A pandemia da Covid-19 provocada pelo novo coronavírus SARS-COV-2 tornou-se não apenas uma crise da saúde pública, mas também uma crise socioeconómica que afeta os mais variados setores. O setor do DESPORTO é um dos mais afetados, dada a paragem longa a que a maioria das modalidades está sujeita”.
“A sustentabilidade das instituições que promovem a prática desportiva está a ser posta em causa. O papel deste setor na coesão territorial e no combate ao abandono das zonas de baixa densidade populacional é indiscutível. A par disso, os escalões de formação têm desempenhado uma função de combate ao abandono escolar, pedagogia de trabalho em grupo, desenvolvimento físico saudável e fortalecimento da saúde mental. Os impactos positivos nas políticas públicas e no bem-estar da população são evidentes e não podem, principalmente num momento de crise, ser escamoteados.”
“A par das matérias orçamentais, o Bloco reafirma o seu compromisso “para a busca de respostas fortes no combate a todas as manifestações de violência e ódio patentes nos espetáculos desportivos, tal como está apostado em defender os direitos laborais de todos os atletas e agentes sociais envolvidos. O papel inclusivo e de promoção da igualdade no Desporto deve ser encarado como um objetivo social e uma regra para o seu funcionamento”.
As propostas do Bloco:
Criação de um Fundo de Apoio ao Desporto, com especial enfoque no movimento associativo de base e nos clubes de formação;
Capacitação do Desporto Escolar e dos seus Docentes, através do aumento da dotação para o programa, modernização dos espaços de atividade física nas escolas públicas e apoios aos docentes de Educação Física responsáveis pelo programa;
Inclusão do Conselho Nacional de Associações de Profissionais de Educação Física e Desporto e da Sociedade Portuguesa de Educação Física no Conselho Nacional do Desporto, por outro lado, de forma a reforçar do papel da disciplina de Educação Física e dos seus docentes no universo do debate das políticas públicas para o setor;
Combate à violência no desporto, apostando numa metodologia de corresponsabilização dos clubes desportivos e das respetivas SAD em relação ao fenómeno em causa, criando um regime de transparência entre grupos organizados de adeptos e os respetivos clubes, e ainda reforçando do ponto de vista orçamental e de pessoal o Instituto Português do Desporto e da Juventude e as autoridades competentes na matéria;
Aumento gradual das bolsas para atletas olímpicos e paralímpicos. https://programa2022.bloco.org/documento-integral/
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PCP 2022
O PCP reafirma a actualidade e validade do Programa Eleitoral de 2019, apresentando em simultâneo o presente «Compromisso Eleitoral – Com o PCP, soluções para Portugal», em que se apontam razões e soluções.
Educação Física e Desporto
Para o PCP “a Educação Física e o DESPORTO são meios de valorização humana e factor de desenvolvimento da personalidade e democratização da vida social”.
O PCP considera: “ é urgente concretizar um processo de autêntica democratização da Cultura Física que assegure à generalidade da população condições de acesso em igualdade à prática desportiva regular, dando resposta às necessidades concretas nas etapas de vida de mulheres e homens, de forma integrada com os processos de educação, formação, cultura, sociabilização, saúde e qualidade de vida.”
O PCP reclama:
- A consideração da importância decisiva da Educação Física ao longo de toda a escolaridade, com instalações adequadas e seguras; criação de um plano de emergência para a real integração da Educação Física nas escolas do 1º ciclo do ensino básico e do ensino pré-escolar.
- Concretização de políticas de apoio ao chamado desporto adaptado, criando condições para a prática desportiva das pessoas com deficiência, para que nas escolas as crianças e jovens com necessidades especiais tenham as necessárias condições para a prática da Educação Física.
- Implementação de uma Campanha de Promoção do Desporto no Trabalho de forma a que as empresas procedam à integração de programas desportivos no seu funcionamento, como forma de elevação da qualidade de vida e de combate à doença profissional, ampliando o acesso à prática físico-desportiva.
- O papel insubstituível dos clubes desportivos e de todo o movimento associativo na promoção e desenvolvimento da prática desportiva federada, assegurando o apoio do Estado em meios materiais, humanos e financeiros; revogação do regime jurídico das federações para restabelecer a sua autonomia; o reconhecimento do valor social e cultural da prática desportiva de alto rendimento; a assunpção da função da medicina desportiva como elemento constituinte da política nacional de saúde.
- A garantia do cumprimento da regulamentação no desporto profissional, salvaguardando os direitos dos praticantes profissionais e a sua integração económica e social pós carreira e a promoção do acesso generalizado à formação de técnicos e dirigentes.
- A concretização de formas de apoio expressivo à investigação científica, em diferentes áreas disciplinares, para apoiar a orientação do processo de desenvolvimento desportivo e a avaliação dos seus impactos e o impulso ao investimento na criação de uma rede de infraestruturas desportivas, pública e privada, adequadas às distintas necessidades da Educação Física e do Desporto.
- Revogação do actual quadro de administração pública desportiva, com a criação de um serviço central de administração directa do Estado, dotado de autonomia.
https://www.cdu.pt/2022/compromisso-eleitoral-do-pcp
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PSD 2022
O PSD no seu programa de 2022 preconiza “uma sociedade onde o processo natural de envelhecimento ao longo do ciclo de vida seja acompanhado da manutenção de elevados níveis de saúde, de bem-estar, de qualidade de vida, de realização pessoal, profissional e social, e de segurança, um envelhecimento ativo saudável e de qualidade no qual todas as gerações participem de forma inclusiva, solidária e não discriminatória (em particular em razão da idade).
Para isso propõe: Políticas de saúde e DESPORTO para o envelhecimento ativo e saudável; Políticas centradas nas características de uma vida saudável (atividade física, alimentação saudável, desafios intelectuais e culturais, combate ao sedentarismo); Políticas de educação, cultura e formação profissional e em cidadania ao longo da vida; O investimento em ambientes físicos públicos e privados que garantam a segurança em todas as idades.
Fomos recuperar o programa eleitoral de 2019:
DESPORTO, INVESTIR NA FORMAÇÃO
“Não fora o desenvolvimento desportivo promovido pelos clubes e associações desportivas e o panorama da prática desportiva e da atividade física em Portugal seria lamentável. De acordo com os dados apurados pelo Eurobarómetro (número especial 472, de março de 2018) Portugal está entre os três países europeus com os piores indicadores de prática desportiva e exercício físico regulares.
Este facto revela bem o quanto se desvaloriza o desporto como componente decisiva de uma vida saudável, não obstante a hipervalorização do desporto de competição. Só que este dificilmente se torna sustentável se não conseguirmos massificar a prática regular.
Entendemos o desporto como uma prática individual que assume uma dimensão social que terá de estar ao serviço do desenvolvimento humano, cujos valores – tolerância, esforço e superação, disciplina, ética social, universalismo – contribuam para tornar as pessoas mais capazes, mais cultas e mais abertas ao mundo.
Desporto na Escola
A escola tem de tornar-se o mais importante centro de formação desportiva, a começar logo na educação de infância e nos primeiros anos do ensino obrigatório. Esta será a principal via de massificação da prática desportiva em Portugal e a mais decisiva para alterar hábitos e promover estilos de vida mais saudáveis.
Educação física, desporto escolar e desporto federado não podem continuar de costas voltadas. É urgente construir uma plataforma de cooperação entre aqueles três pilares que generalize a prática desportiva desde a infância e com especial incidência nos 12 anos de escolaridade obrigatória.
Neste sentido o PSD propõe:
Elaborar um Plano de Formação e Desenvolvimento Desportivo que articule os contributos da Educação Física, do Desporto Escolar e do Desporto Federado visando a universalização da prática desportiva nas escolas portuguesas. Envolver as autarquias locais na conceção e concretização desse plano, especialmente na adequada gestão das infraestruturas e no apoio às iniciativas envolvendo escolas e associações desportivas.
Garantir a atividade física regular aos alunos do 1º ciclo de escolaridade.
Aumentar a participação dos alunos em atividades do Desporto Escolar, generalizando a organização de competições desportivas intra e interescolas. l Mobilização de créditos horários para os professores responsáveis pelo Desporto Escolar.
Desporto Federado
O atual quadro de apoios ao desporto de competição poderia ser melhor potenciado caso o Estado cumprisse com os acordos e responsabilidades financeiras que assumiu. Para o PSD, excetuando os apoios ao desporto de alta competição, nomeadamente à preparação olímpica e paralímpica, a prioridade das políticas públicas deve ser direcionada para o apoio à formação quer de atletas, técnicos e dirigentes desportivos, quer, em colaboração com as autarquias, às infraestruturas e sua adequada gestão.
Neste sentido, o PSD defende:
Que importa repensar o modelo de financiamento do setor, perspetivando a celebração de contratos plurianuais com as organizações desportivas, com mecanismos de controlo e monitorização e metas a atingir.
A necessidade de elaborar um Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Desporto Português, que reúna os contributos de todos os parceiros sociais diretamente associados ao fenómeno desportivo, bem como o compromisso de todas as forças políticas.
https://www.psd.pt/pt/programa-eleitoral-2022
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PS 2022
“Estimular a atividade física e desportiva” é o subtítulo do programa eleitoral do PS, com 122 páginas, para as eleições de 2022.
Nesse capítulo defende que um governo PS “vai continuar” a potenciar o contributo do desporto, concentrando a sua atuação em dois objetivos estratégicos principais:
(1) Afirmar Portugal no contexto desportivo internacional e (2) colocar o país no lote das quinze nações europeias com cidadãos fisicamente mais ativos, na próxima década. Para alcançar estes dois grandes objetivos, um governo PS vai:
Elevar os níveis de atividade física e desportiva da população, promovendo o desporto escolar e os índices de bem-estar e saúde de todos os estratos etários;
Continuar a promover a excelência da prática desportiva, melhorando os Programas de Preparação Olímpica e Paralímpica, com base na sua avaliação;
Impulsionar programas de seleção desportiva que identifiquem e garantam a retenção de talentos, desde a fase de deteção até à fase de consagração desportiva internacional;
Promover a articulação entre o sistema educativo e o movimento desportivo;
Promover a conciliação do sucesso académico e desportivo, alargando ao ensino superior o bem-sucedido projeto criado em 2016 no ensino secundário denominado Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola, consagrando apoio estrutural à carreira dupla, através de tutorias e ambientes virtuais de aprendizagem para percursos de educação de estudantes atletas no ensino superior, ajustados e flexíveis à sua carreira;
Criar instrumentos que garantam a atletas olímpicos e paralímpicos, após a cessação da prática da sua atividade desportiva e por força da dificuldade na conciliação dos regimes intensivos de treino e de competição com o exercício de outras funções profissionais a tempo inteiro, as condições favoráveis à sua admissão em procedimentos concursais nos serviços e organismos da administração central e local;
Promover a cooperação entre autoridades, agentes desportivos e cidadãos, com vista a erradicar comportamentos e atitudes violentas, de racismo, xenofobia e intolerância em contextos de prática desportiva, do desporto de base ao desporto de alto rendimento;
Continuar a reabilitação do parque desportivo, promovendo a sustentabilidade ambiental, através do programa PRID, criado em 2017, privilegiando reabilitações e construções que promovam a redução de emissões e a eficiência energética;
Promover a coesão social e a inclusão, incentivando a generalização de oportunidades de prática desportiva em condições de igualdade, garantindo a acessibilidade a espaços desportivos para pessoas com oportunidades reduzidas, pessoas com deficiência ou incapacidade e grupos de risco social;
Promover uma estratégia integrada de atração de organizações desportivas internacionais para a realização em Portugal de eventos de pequena e média dimensão (estágios, torneios, conferências) e de promoção de Portugal enquanto destino de Turismo Desportivo, otimizando os recursos existentes e capitalizando as condições privilegiadas do país;
Continuar o combate à dopagem, à manipulação de resultados ou qualquer outra forma de perverter a verdade desportiva.
https://ps.pt/programas-eleitorais/programas-eleitorais-do-ps/
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10/01/2022
Em síntese,o PS apresenta dois grandes objetivos: “afirmar Portugal no contexto desportivo internacional e colocar o país no lote das quinze nações europeias com cidadãos fisicamente mais ativos, na próxima década.” Para alcançar estes dois grandes objetivos, um governo PS pretende: Elevar os níveis de atividade física e desportiva da população, promovendo o desporto escolar e os índices de bem-estar e saúde de todos os estratos etários; Continuar a promover a excelência da prática desportiva, melhorando os Programas de Preparação Olímpica e Paralímpica, com base na sua avaliação; Impulsionar programas de seleção desportiva que identifiquem e garantam a retenção de talentos, desde a fase de deteção até à fase de consagração desportiva internacional.”
O PSD defende “a necessidade de elaborar um Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Desporto Português, que reúna os contributos de todos os parceiros sociais diretamente associados ao fenómeno desportivo, bem como o compromisso de todas as forças políticas. Pano que articule os contributos da Educação Física, do Desporto Escolar e do Desporto Federado visando a universalização da prática desportiva nas escolas portuguesas. Envolver as autarquias locais na conceção e concretização desse plano, especialmente na adequada gestão das infraestruturas e no apoio às iniciativas envolvendo escolas e associações desportivas.”
O PCP considera ser “urgente concretizar um processo de autêntica democratização da Cultura Física que assegure à generalidade da população condições de acesso em igualdade à prática desportiva regular”. Destaca “o papel insubstituível dos clubes desportivos e de todo o movimento associativo na promoção e desenvolvimento da prática desportiva federada, assegurando o apoio do Estado em meios materiais, humanos e financeiros; revogação do regime jurídico das federações para restabelecer a sua autonomia; o reconhecimento do valor social e cultural da prática desportiva de alto rendimento.”
O BE recorda que “em Portugal, o investimento público em desporto ronda os 52 euros por habitante, muito abaixo da média da europeia, que se situa nos 108 euros por habitante”. Para o BE “esse baixo investimento crónico deve ser contrabalançado na resposta à crise. O Bloco no seu programa propõem “a criação de um Fundo de Apoio ao Desporto, com especial enfoque no movimento associativo de base e nos clubes de formação.”
Mas passemos à leitura direta de cada programa nas áreas do desporto, educação e atividade física:
LIVRE 2022
Para o Livre, no seu programa de 113 páginas, o desporto está integrado nas políticas de “promoção da saúde e prevenção da doença, incluindo a avaliação do impacto na saúde em todas as políticas públicas; desenvolvendo medidas pró-ativas de deteção e acompanhamento local junto das comunidades, sobretudo das mais carenciadas ou marginalizadas”.
Nesse sentido defende “a promoção da prática da atividade física e desportiva em todas as idades, reforçando nas escolas a importância da disciplina de Educação Física e o Desporto Escolar”.
A palavra DESPORTO surge apenas mais uma vez quando afirmam: “integrar cultura e educação, implementando o ensino artístico nas escolas como acontece com o DESPORTO e formação para a cidadania.”
https://programa.partidolivre.pt/
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PAN 2022
O PAN no seu programa de 2019 (149 paginas) defende: “Em contraponto à escola fábrica apresentamos a escola das emoções, da natureza, do DESPORTO e das expressões pelas artes, onde vigora a transdisciplinaridade, e a empatia surge como o maior facilitador da construção de relacionamentos sociais, promovendo a liderança natural.”
Com o título “O DESPORTO e a educação para as expressões”, desenvolve mais à frente em diversos momentos:
“Garantir que a Educação Física e a Educação para as expressões, nomeadamente a Educação Visual e a Educação Musical, fazem parte do projecto educativo do agrupamento de escolas — do Pré-Escolar ao 12.º ano de escolaridade.
Garantir que os espaços infantis e desportivos das comunidades têm as condições necessárias (localização, espaço, materiais e equipamentos) para que haja a possibilidade de serem utilizados pelas escolas para reforçar os currículos da Educação Física, da Educação para as Expressões no 1.º Ciclo do Ensino Básico
Garantir que a prática desportiva iniciada na escola do aluno poderá ter continuidade, de forma gratuita, numa outra escola do agrupamento ou fora do agrupamento de escolas ou no clube desportivo da comunidade.
Valorizar as iniciativas que conseguem criar sinergias locais com outras organizações não escolares, com o objectivo de desenvolver os seus projectos de desporto escolar.
Garantir processos de supervisão e monitorização por parte das estruturas centrais e locais com responsabilidade no projecto do Desporto Escolar, de modo que que se possa aferir, a uma escala anual, qual é o nível de desenvolvimento de cada projecto do Desporto Escolar.
Reforçar a ligação entre DESPORTO na escola e desporto fora do contexto escolar, através de uma maior ligação entre agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, clubes, organizações desportivas e culturais e Municípios, criando condições para que, qualquer criança e jovem, possa usufruir de um processo de formação desportiva e formação para as expressões, correctamente orientado e sem interrupções ao longo do seu percurso escolar.
Utilizar as aprendizagens conseguidas através do projecto Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE) para criar condições para que não só os atletas de rendimento em idade escolar, mas também outros alunos (as) que apenas queiram conjugar as suas aulas com a prática desportiva formal e informal, disponham de boas condições para o fazer.
Proporcionar aos estudantes que beneficiam de apoio social o acesso à cultura e ao desporto.”
https://www.pan.com.pt/eleicoes/eleicoes-legislativas-2019/programa-eleitoral/programa-eleitoral-em-pdf-versao-impressao/
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CDS-PP 2022
Duas referências ao desporto no seu programa eleitoral: “Valorizar o DESPORTO na actividade escolar pela sua importância no desenvolvimento pessoal e na saúde pública, e reforçar as verbas para o DESPORTO de alto rendimento”, defende o CDS-PP no seu programa em “15 compromissos” apresentados em 17 páginas.
https://bit.ly/3f5Szo8
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INICIATIVA LIBERAL 2022
“PARA CRESCER, PORTUGAL PRECISA DE MUDAR” é o lema do seu programa que no caso do desporto e da educação física não existem propostas nem referências.
O programa eleitoral (586 páginas) do IL “consubstancia uma visão de sociedade” e contém cerca de 100 propostas “concretas, detalhadas e explicadas”. “Quem vota na Iniciativa Liberal sabe exatamente o que está a escolher”, afirmam.
A palavra DESPORTO surge em: “A realidade é que a RTP2 tem uma programação principalmente focada em programas comerciais, DESPORTO e programação infantil. Mesmo programação mais educacional, como documentários, não o faz de forma diferente dos outros canais comerciais.”
Mais à frente: “As ferramentas técnicas importam diretamente para o exercício de uma atividade profissional que envolva ciências, humanidades, artes, ofícios, DESPORTO, indústria ou serviços; porém, elas não bastam, sendo igualmente essenciais ferramentas de natureza psicológica e social.”
https://iniciativaliberal.pt/legislativas-2022/programa-eleitoral/
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CHEGA 2022
Não encontramos referências ao desporto e à educação física no programa do CHEGA.
Aprovado no VII Conselho Nacional (Sagres, Algarve, 2 e 3 de julho de 2021), o Programa Político 2021 “ratificou o contrato social de longa duração entre o Partido CHEGA e os Portugueses. Trata-se do referente mais importante no quotidiano do Partido que permite aos Portugueses avaliarem o CHEGA, em simultâneo, num ciclo histórico ininterrupto que remonta à fundação do Partido, em 2019, e a cada nova eleição”.
Considerando que o Programa Político 2021 determina a identidade do CHEGA («quem somos»), os nossos valores morais, princípios cívicos, princípios políticos e grandes linhas de orientação em diferentes áreas da governação – as especificidades das Eleições Legislativas de 30 de janeiro de 2022 impõem o complemento deste Programa Eleitoral Legislativas 2022 («o que vamos fazer»).
https://partidochega.pt/programa-eleitoral-legislativas-2022/
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BE 2022
“O desporto como motor de inclusão social” é o subtítulo de destaque no programa eleitoral do Bloco de Esquerda com 203 páginas.
Para o BE “o direito à atividade desportiva consta da Constituição da República Portuguesa e, por isso, apresenta-se como um dos pilares das obrigações do Estado para com os cidadãos e cidadãs. O DESPORTO é um instrumento de inclusão social e só pode ser olhado como um serviço que o Estado, através de vertentes diferentes – Sistema educativo, movimento associativo de base, alta competição, lazer – deve proporcionar a todas as pessoas, independentemente da sua idade, condição social, territorial, económica”.
O BE recorda que “em Portugal, o investimento público em desporto ronda os 52 euros por habitante, muito abaixo da média da europeia, que se situa nos 108 euros por habitante”. Para o BE “esse baixo investimento crónico deve ser contrabalançado na resposta à crise. A pandemia da Covid-19 provocada pelo novo coronavírus SARS-COV-2 tornou-se não apenas uma crise da saúde pública, mas também uma crise socioeconómica que afeta os mais variados setores. O setor do DESPORTO é um dos mais afetados, dada a paragem longa a que a maioria das modalidades está sujeita”.
“A sustentabilidade das instituições que promovem a prática desportiva está a ser posta em causa. O papel deste setor na coesão territorial e no combate ao abandono das zonas de baixa densidade populacional é indiscutível. A par disso, os escalões de formação têm desempenhado uma função de combate ao abandono escolar, pedagogia de trabalho em grupo, desenvolvimento físico saudável e fortalecimento da saúde mental. Os impactos positivos nas políticas públicas e no bem-estar da população são evidentes e não podem, principalmente num momento de crise, ser escamoteados.”
“A par das matérias orçamentais, o Bloco reafirma o seu compromisso “para a busca de respostas fortes no combate a todas as manifestações de violência e ódio patentes nos espetáculos desportivos, tal como está apostado em defender os direitos laborais de todos os atletas e agentes sociais envolvidos. O papel inclusivo e de promoção da igualdade no Desporto deve ser encarado como um objetivo social e uma regra para o seu funcionamento”.
As propostas do Bloco:
Criação de um Fundo de Apoio ao Desporto, com especial enfoque no movimento associativo de base e nos clubes de formação;
Capacitação do Desporto Escolar e dos seus Docentes, através do aumento da dotação para o programa, modernização dos espaços de atividade física nas escolas públicas e apoios aos docentes de Educação Física responsáveis pelo programa;
Inclusão do Conselho Nacional de Associações de Profissionais de Educação Física e Desporto e da Sociedade Portuguesa de Educação Física no Conselho Nacional do Desporto, por outro lado, de forma a reforçar do papel da disciplina de Educação Física e dos seus docentes no universo do debate das políticas públicas para o setor;
Combate à violência no desporto, apostando numa metodologia de corresponsabilização dos clubes desportivos e das respetivas SAD em relação ao fenómeno em causa, criando um regime de transparência entre grupos organizados de adeptos e os respetivos clubes, e ainda reforçando do ponto de vista orçamental e de pessoal o Instituto Português do Desporto e da Juventude e as autoridades competentes na matéria;
Aumento gradual das bolsas para atletas olímpicos e paralímpicos. https://programa2022.bloco.org/documento-integral/
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PCP 2022
O PCP reafirma a actualidade e validade do Programa Eleitoral de 2019, apresentando em simultâneo o presente «Compromisso Eleitoral – Com o PCP, soluções para Portugal», em que se apontam razões e soluções.
Educação Física e Desporto
Para o PCP “a Educação Física e o DESPORTO são meios de valorização humana e factor de desenvolvimento da personalidade e democratização da vida social”.
O PCP considera: “ é urgente concretizar um processo de autêntica democratização da Cultura Física que assegure à generalidade da população condições de acesso em igualdade à prática desportiva regular, dando resposta às necessidades concretas nas etapas de vida de mulheres e homens, de forma integrada com os processos de educação, formação, cultura, sociabilização, saúde e qualidade de vida.”
O PCP reclama:
- A consideração da importância decisiva da Educação Física ao longo de toda a escolaridade, com instalações adequadas e seguras; criação de um plano de emergência para a real integração da Educação Física nas escolas do 1º ciclo do ensino básico e do ensino pré-escolar.
- Concretização de políticas de apoio ao chamado desporto adaptado, criando condições para a prática desportiva das pessoas com deficiência, para que nas escolas as crianças e jovens com necessidades especiais tenham as necessárias condições para a prática da Educação Física.
- Implementação de uma Campanha de Promoção do Desporto no Trabalho de forma a que as empresas procedam à integração de programas desportivos no seu funcionamento, como forma de elevação da qualidade de vida e de combate à doença profissional, ampliando o acesso à prática físico-desportiva.
- O papel insubstituível dos clubes desportivos e de todo o movimento associativo na promoção e desenvolvimento da prática desportiva federada, assegurando o apoio do Estado em meios materiais, humanos e financeiros; revogação do regime jurídico das federações para restabelecer a sua autonomia; o reconhecimento do valor social e cultural da prática desportiva de alto rendimento; a assunpção da função da medicina desportiva como elemento constituinte da política nacional de saúde.
- A garantia do cumprimento da regulamentação no desporto profissional, salvaguardando os direitos dos praticantes profissionais e a sua integração económica e social pós carreira e a promoção do acesso generalizado à formação de técnicos e dirigentes.
- A concretização de formas de apoio expressivo à investigação científica, em diferentes áreas disciplinares, para apoiar a orientação do processo de desenvolvimento desportivo e a avaliação dos seus impactos e o impulso ao investimento na criação de uma rede de infraestruturas desportivas, pública e privada, adequadas às distintas necessidades da Educação Física e do Desporto.
- Revogação do actual quadro de administração pública desportiva, com a criação de um serviço central de administração directa do Estado, dotado de autonomia.
https://www.cdu.pt/2022/compromisso-eleitoral-do-pcp
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PSD 2022
O PSD no seu programa de 2022 preconiza “uma sociedade onde o processo natural de envelhecimento ao longo do ciclo de vida seja acompanhado da manutenção de elevados níveis de saúde, de bem-estar, de qualidade de vida, de realização pessoal, profissional e social, e de segurança, um envelhecimento ativo saudável e de qualidade no qual todas as gerações participem de forma inclusiva, solidária e não discriminatória (em particular em razão da idade).
Para isso propõe: Políticas de saúde e DESPORTO para o envelhecimento ativo e saudável; Políticas centradas nas características de uma vida saudável (atividade física, alimentação saudável, desafios intelectuais e culturais, combate ao sedentarismo); Políticas de educação, cultura e formação profissional e em cidadania ao longo da vida; O investimento em ambientes físicos públicos e privados que garantam a segurança em todas as idades.
Fomos recuperar o programa eleitoral de 2019:
DESPORTO, INVESTIR NA FORMAÇÃO
“Não fora o desenvolvimento desportivo promovido pelos clubes e associações desportivas e o panorama da prática desportiva e da atividade física em Portugal seria lamentável. De acordo com os dados apurados pelo Eurobarómetro (número especial 472, de março de 2018) Portugal está entre os três países europeus com os piores indicadores de prática desportiva e exercício físico regulares.
Este facto revela bem o quanto se desvaloriza o desporto como componente decisiva de uma vida saudável, não obstante a hipervalorização do desporto de competição. Só que este dificilmente se torna sustentável se não conseguirmos massificar a prática regular.
Entendemos o desporto como uma prática individual que assume uma dimensão social que terá de estar ao serviço do desenvolvimento humano, cujos valores – tolerância, esforço e superação, disciplina, ética social, universalismo – contribuam para tornar as pessoas mais capazes, mais cultas e mais abertas ao mundo.
Desporto na Escola
A escola tem de tornar-se o mais importante centro de formação desportiva, a começar logo na educação de infância e nos primeiros anos do ensino obrigatório. Esta será a principal via de massificação da prática desportiva em Portugal e a mais decisiva para alterar hábitos e promover estilos de vida mais saudáveis.
Educação física, desporto escolar e desporto federado não podem continuar de costas voltadas. É urgente construir uma plataforma de cooperação entre aqueles três pilares que generalize a prática desportiva desde a infância e com especial incidência nos 12 anos de escolaridade obrigatória.
Neste sentido o PSD propõe:
Elaborar um Plano de Formação e Desenvolvimento Desportivo que articule os contributos da Educação Física, do Desporto Escolar e do Desporto Federado visando a universalização da prática desportiva nas escolas portuguesas. Envolver as autarquias locais na conceção e concretização desse plano, especialmente na adequada gestão das infraestruturas e no apoio às iniciativas envolvendo escolas e associações desportivas.
Garantir a atividade física regular aos alunos do 1º ciclo de escolaridade.
Aumentar a participação dos alunos em atividades do Desporto Escolar, generalizando a organização de competições desportivas intra e interescolas. l Mobilização de créditos horários para os professores responsáveis pelo Desporto Escolar.
Desporto Federado
O atual quadro de apoios ao desporto de competição poderia ser melhor potenciado caso o Estado cumprisse com os acordos e responsabilidades financeiras que assumiu. Para o PSD, excetuando os apoios ao desporto de alta competição, nomeadamente à preparação olímpica e paralímpica, a prioridade das políticas públicas deve ser direcionada para o apoio à formação quer de atletas, técnicos e dirigentes desportivos, quer, em colaboração com as autarquias, às infraestruturas e sua adequada gestão.
Neste sentido, o PSD defende:
Que importa repensar o modelo de financiamento do setor, perspetivando a celebração de contratos plurianuais com as organizações desportivas, com mecanismos de controlo e monitorização e metas a atingir.
A necessidade de elaborar um Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Desporto Português, que reúna os contributos de todos os parceiros sociais diretamente associados ao fenómeno desportivo, bem como o compromisso de todas as forças políticas.
https://www.psd.pt/pt/programa-eleitoral-2022
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PS 2022
“Estimular a atividade física e desportiva” é o subtítulo do programa eleitoral do PS, com 122 páginas, para as eleições de 2022.
Nesse capítulo defende que um governo PS “vai continuar” a potenciar o contributo do desporto, concentrando a sua atuação em dois objetivos estratégicos principais:
(1) Afirmar Portugal no contexto desportivo internacional e (2) colocar o país no lote das quinze nações europeias com cidadãos fisicamente mais ativos, na próxima década. Para alcançar estes dois grandes objetivos, um governo PS vai:
Elevar os níveis de atividade física e desportiva da população, promovendo o desporto escolar e os índices de bem-estar e saúde de todos os estratos etários;
Continuar a promover a excelência da prática desportiva, melhorando os Programas de Preparação Olímpica e Paralímpica, com base na sua avaliação;
Impulsionar programas de seleção desportiva que identifiquem e garantam a retenção de talentos, desde a fase de deteção até à fase de consagração desportiva internacional;
Promover a articulação entre o sistema educativo e o movimento desportivo;
Promover a conciliação do sucesso académico e desportivo, alargando ao ensino superior o bem-sucedido projeto criado em 2016 no ensino secundário denominado Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola, consagrando apoio estrutural à carreira dupla, através de tutorias e ambientes virtuais de aprendizagem para percursos de educação de estudantes atletas no ensino superior, ajustados e flexíveis à sua carreira;
Criar instrumentos que garantam a atletas olímpicos e paralímpicos, após a cessação da prática da sua atividade desportiva e por força da dificuldade na conciliação dos regimes intensivos de treino e de competição com o exercício de outras funções profissionais a tempo inteiro, as condições favoráveis à sua admissão em procedimentos concursais nos serviços e organismos da administração central e local;
Promover a cooperação entre autoridades, agentes desportivos e cidadãos, com vista a erradicar comportamentos e atitudes violentas, de racismo, xenofobia e intolerância em contextos de prática desportiva, do desporto de base ao desporto de alto rendimento;
Continuar a reabilitação do parque desportivo, promovendo a sustentabilidade ambiental, através do programa PRID, criado em 2017, privilegiando reabilitações e construções que promovam a redução de emissões e a eficiência energética;
Promover a coesão social e a inclusão, incentivando a generalização de oportunidades de prática desportiva em condições de igualdade, garantindo a acessibilidade a espaços desportivos para pessoas com oportunidades reduzidas, pessoas com deficiência ou incapacidade e grupos de risco social;
Promover uma estratégia integrada de atração de organizações desportivas internacionais para a realização em Portugal de eventos de pequena e média dimensão (estágios, torneios, conferências) e de promoção de Portugal enquanto destino de Turismo Desportivo, otimizando os recursos existentes e capitalizando as condições privilegiadas do país;
Continuar o combate à dopagem, à manipulação de resultados ou qualquer outra forma de perverter a verdade desportiva.
https://ps.pt/programas-eleitorais/programas-eleitorais-do-ps/
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10/01/2022
Moniz Pereira - 100 anos - tinha paixão? tinha paixão e muita...
A Cerimónia de Abertura do Lisbon Sport Film Festival 2021, que decorreu recentemente no Museus do Sporting, ficou marcada pela comemoração do centenário do nascimento do Professor Moniz Pereira.
Para além dos depoimentos via online de Carlos Lopes, Domingos Castro, Lara Ramos, entre outros importantes agentes do desporto nacional, destacamos a participação de Fernando Mota e José Carvalho em entrevista de Artur Madeira.
José Carvalho, finalista olímpico nos 400 metros barreiras em Montreal 1976 e treinador, na sua curta intervenção, destacou:
«Moniz Pereira teve quatro atletas finalistas em jogos olímpicos – Manuel Oliveira (4.º 3000m obst.), Domingos Castro (4.º nos 5000 m), José Carvalho (5.º nos 400 m barr.), Aniceto Simões (8.º nos 5000m) e das medalhas de Lopes nos 10000 metros (prata) e na Maratona (ouro), teve um recordista do mundo (Fernando Mamede nos 10.000 m) e foi treinador de 17 atletas participantes em jogos olímpicos feito inédito em Portugal.»
“Moniz Pereira era um homem de terreno, o seu livro – Carlos Lopes e a Escola Portuguesa de Meio Fundo – deveria ser lido com mais frequência. O professor no final desta obra conclui: foram os atletas que preparamos os nossos melhores mestres, e por isso, e porque acreditaram em nós, estamos muito agradecidos. Ele aprendeu, como homem de terreno, com os resultados que ia alcançando.»
«Mais do que memorias deveríamos concentrarmos no estudo e divulgação da sua obra. O que está por fazer por instituições responsáveis. A obra do professor Moniz Pereira não foi devidamente ainda trabalhada pela Federação Portuguesa de Atletismo, pelo Comité Olímpico, pela Universidade e pelo Instituto Português do Desporto. Julgo que isto é uma falha e nestes 100 anos (…) e deveria divulgar o seu livro Carlos Lopes e a escola Portuguesa de Meio Fundo e a publicação de uma outra edição para que todos conheçam a simplicidade da sua metodologia.»
De Fernando Mota, ex-diretor técnico nacional e presidente da Federação Portuguesa de Atletismo destacamos algumas importantes frases:
«Defendo que o professor Mário Moniz Pereira é a figura desportiva do seculo XX. Não vejo outra figura que tenha tido uma importância tão grande na alteração do ‘status quo’. Defendo isso porque Moniz Pereira foi capaz de antecipar condições que levaram ao sucesso. Foi-se preparando para um momento decisivo – 1975. (…) Quando Melo de Carvalho, diretor geral dos desportos, foi desafiado e o desafiou para aquilo que era o seu sonho, materializado num plano de preparação olímpica o mais simples possível, mas o mais eficaz, o mais eficiente, o mais pragmático (…) os resultados foram excecionais em Montreal 1976.»
«Moniz Pereira não era um fazedor de ilusões, mas também as fazia. Não era um fabricante de sonhos, mas sonhava. Atrevia-se a colocar metas que para a maioria eram metas impossíveis e tentava chegar lá. Procurava um equilíbrio entre o lado pragmático e o lado do sonho. Procurava que a vontade superasse às dificuldades. Moniz Pereira ganhou essa batalha. Não ganhou só, mas com os seus atletas, com os clubes, com o país que quis investir. Mas foi ele o grande líder que produziu as alterações fundamentais na atenção com que se passou a olhar para o desporto numa convicção que se tivermos as mesmas condições que os outros, lutaremos pelos lugares cimeiros.»
«Como manter o legado de Moniz Pereira? É indispensável que as federações ousem e desafiem a administração publica. Hoje as modalidades estão muito mais organizadas, mas estão muito fechadas sobre si próprias. Hoje as modalidades desportivas não revindicam junto da administração publica aquilo a que deveriam ter direito para defender da melhor maneira a população jovem, os atletas de alto rendimento, de defender a integração plena de programas conjuntos da área escolar com o sistema desportivo, do apoio do poder local. Em todo este tempo de pandemia (…) o desporto foi uma das poucas áreas de atividade que não revindicou não lutou por condições que possam consolidar a nossa organização e ter desafios que sejam conservadores. Não é aceitável que sejam conservadores nos seus objetivos para não perderem apoios.»
Estrato do Poema - A Paixão Grega de Herberto Hélder - citado por Fernando Mota:
Li algures que os gregos antigos não escreviam necrológios,
quando alguém morria perguntavam apenas:
tinha paixão?
VER AQUI ENTREVISTAS
20/10/2021
Para além dos depoimentos via online de Carlos Lopes, Domingos Castro, Lara Ramos, entre outros importantes agentes do desporto nacional, destacamos a participação de Fernando Mota e José Carvalho em entrevista de Artur Madeira.
José Carvalho, finalista olímpico nos 400 metros barreiras em Montreal 1976 e treinador, na sua curta intervenção, destacou:
«Moniz Pereira teve quatro atletas finalistas em jogos olímpicos – Manuel Oliveira (4.º 3000m obst.), Domingos Castro (4.º nos 5000 m), José Carvalho (5.º nos 400 m barr.), Aniceto Simões (8.º nos 5000m) e das medalhas de Lopes nos 10000 metros (prata) e na Maratona (ouro), teve um recordista do mundo (Fernando Mamede nos 10.000 m) e foi treinador de 17 atletas participantes em jogos olímpicos feito inédito em Portugal.»
“Moniz Pereira era um homem de terreno, o seu livro – Carlos Lopes e a Escola Portuguesa de Meio Fundo – deveria ser lido com mais frequência. O professor no final desta obra conclui: foram os atletas que preparamos os nossos melhores mestres, e por isso, e porque acreditaram em nós, estamos muito agradecidos. Ele aprendeu, como homem de terreno, com os resultados que ia alcançando.»
«Mais do que memorias deveríamos concentrarmos no estudo e divulgação da sua obra. O que está por fazer por instituições responsáveis. A obra do professor Moniz Pereira não foi devidamente ainda trabalhada pela Federação Portuguesa de Atletismo, pelo Comité Olímpico, pela Universidade e pelo Instituto Português do Desporto. Julgo que isto é uma falha e nestes 100 anos (…) e deveria divulgar o seu livro Carlos Lopes e a escola Portuguesa de Meio Fundo e a publicação de uma outra edição para que todos conheçam a simplicidade da sua metodologia.»
De Fernando Mota, ex-diretor técnico nacional e presidente da Federação Portuguesa de Atletismo destacamos algumas importantes frases:
«Defendo que o professor Mário Moniz Pereira é a figura desportiva do seculo XX. Não vejo outra figura que tenha tido uma importância tão grande na alteração do ‘status quo’. Defendo isso porque Moniz Pereira foi capaz de antecipar condições que levaram ao sucesso. Foi-se preparando para um momento decisivo – 1975. (…) Quando Melo de Carvalho, diretor geral dos desportos, foi desafiado e o desafiou para aquilo que era o seu sonho, materializado num plano de preparação olímpica o mais simples possível, mas o mais eficaz, o mais eficiente, o mais pragmático (…) os resultados foram excecionais em Montreal 1976.»
«Moniz Pereira não era um fazedor de ilusões, mas também as fazia. Não era um fabricante de sonhos, mas sonhava. Atrevia-se a colocar metas que para a maioria eram metas impossíveis e tentava chegar lá. Procurava um equilíbrio entre o lado pragmático e o lado do sonho. Procurava que a vontade superasse às dificuldades. Moniz Pereira ganhou essa batalha. Não ganhou só, mas com os seus atletas, com os clubes, com o país que quis investir. Mas foi ele o grande líder que produziu as alterações fundamentais na atenção com que se passou a olhar para o desporto numa convicção que se tivermos as mesmas condições que os outros, lutaremos pelos lugares cimeiros.»
«Como manter o legado de Moniz Pereira? É indispensável que as federações ousem e desafiem a administração publica. Hoje as modalidades estão muito mais organizadas, mas estão muito fechadas sobre si próprias. Hoje as modalidades desportivas não revindicam junto da administração publica aquilo a que deveriam ter direito para defender da melhor maneira a população jovem, os atletas de alto rendimento, de defender a integração plena de programas conjuntos da área escolar com o sistema desportivo, do apoio do poder local. Em todo este tempo de pandemia (…) o desporto foi uma das poucas áreas de atividade que não revindicou não lutou por condições que possam consolidar a nossa organização e ter desafios que sejam conservadores. Não é aceitável que sejam conservadores nos seus objetivos para não perderem apoios.»
Estrato do Poema - A Paixão Grega de Herberto Hélder - citado por Fernando Mota:
Li algures que os gregos antigos não escreviam necrológios,
quando alguém morria perguntavam apenas:
tinha paixão?
VER AQUI ENTREVISTAS
20/10/2021
O mistério e a magia do Desporto em Portugal
“A questão desportiva em Portugal é um mistério. Quanto mais a aprofundo mais dificuldade tenho em a entender.”
Alfredo Melo de Carvalho falou da sua experiência, das contradições e dificuldades da atividade física e Desporto em Portugal, no decorrer de uma conversa sobre “o direito ao Desporto na cidade de Lisboa” que se realizou no dia 8 de setembro, na Pista Moniz Pereira, com a presença de João Ferreira, candidato da CDU à Presidência da CML, e Leonor Moniz Pereira, primeira candidata à Assembleia Municipal de Lisboa, entre treinadores e professores e atletas.
No centro dessa troca de opiniões, da análise da realidade desportiva e de propostas concretas, o tema central esteve focado “na necessária retoma da democratização da cultura física e do Desporto e não apenas da eterna dicotomia - massificação versus alta-competição”.
Abordou-se as políticas desportivas que “assegurem à generalidade da população da capital as condições de acesso à prática desportiva regular, dando resposta às necessidades concretas nas etapas de vida de crianças e jovens, mulheres e homens, de forma integrada com os processos de inclusão, educação, formação, cultura, sociabilização, saúde e qualidade de vida”.
Na sua intervenção, referindo-se de forma irónica ao “mistério do Desporto em Portugal” Alfredo Melo de Carvalho foi claro: “Se não houver uma vontade explícita e sustentava [por parte do poder político e dos agentes desportivos] o processo [de democratização do Desporto] é difícil”. E isso explica, em parte, a nossa incapacidade para a implementação de políticas desportivas sérias.
E acrescenta: “é um mistério porque não entendo os paradoxos. Continua a perdurar uma conceção do século XIX. O Desporto hoje não é o mesmo que o praticado até metade do século passado. Evoluiu, como todas as atividades humanas. Há diversas maneiras de encarar o Desporto. Não é só competição e recreação.”
O professor*, nascido em 1937 e formado no Instituto Nacional de Educação Física (INEF), defende que para se atuar com políticas concretas tem de se conhecer bem a realidade e na verdade “não há uma investigação sobre quem efetivamente pratica atividade física em Portugal”.
As contradições, as dificuldades, o atraso do país, que o coloca na cauda da Europa em todas as métricas da atividade física, desportiva e alta competição, contribui para esse “mistério” que Alfredo Melo de Carvalho identifica como “bloqueio permanente” e que explicam a realidade do Desporto na escola no clube, na autarquia e… na nossa presença olímpica.
“Portugal ocupa os quatro últimos lugares em todos os parâmetros oficiais de desenvolvimento… até na participação Olímpica. Em Tóquio 2020 terminamos em 56.º lugar na tabela dos países. Recordo que em Los Angeles 1984 registamos o 23.º lugar. A comunicação social, sem questionar, vincula a opinião de que são os melhores resultados de sempre por causa dos diplomas [até aos oito primeiros]. Com todo o respeito pela naturalização e pelo ouro conquistado por Pablo Pichardo, a verdade é que o atleta nascido em Cuba não deve nada ao subsistema desportivo português. Sem a vitória de Pichardo no triplo salto Portugal terminaria na 72.ª posição. Dois lugares à frente da sua participação no Rio de Janeiro 2016”.
“Os políticos em geral e os autarcas em particular têm uma visão do Desporto um bocado mágica, quando assumem publicamente que querem desenvolver o Desporto, mas não podem [ou não querem] gastar um tostão.”
A verdade é que “o Desporto é ainda hoje identificado com o futebol. O que diz muito da cultura e dos interesses que estão por detrás”, acrescenta.
“O Desporto não é só competição e as autarquias têm de encarar essa diversidade. Por outro lado, transformar as Câmaras em clubes é um erro. Têm de criar é condições e fomentar a sua ação junto das populações, dos clubes, das escolas.”
Na realidade, “o Desporto, como está organizado, não está adequado a cada faixa etária. Isso justifica o atraso. Ficamos indignados, conhecendo as consequências para a vida das pessoas. Porque não foram criadas as condições da democratização”.
O professor admite que as suas posições são incomodas, mas não irá, com a idade que tem e a experiência de 60 anos, alterar a sua posição. “Todos os especialistas identificam uma fase essencial, dos 6 aos 12 anos, para a atividade motora. É uma violação absoluta da constituição e da lei de bases da educação e desrespeito pelas crianças portuguesas. O Ministério da Educação é o último a preocupar-se com este problema”, conclui.
* Alfredo Melo de Carvalho é um dos maiores conhecedores da realidade desportiva nacional, tanto no plano do estudo - uma extensa obra editada, expressa em mais de 100 publicações, com destaque para «O Desporto Educativo Escolar», «Desporto e Autarquias Locais» e «O Desporto Popular» - como no plano prático: foi diretor geral dos desportos (1974-1976) período em que liderou uma equipa de professores de Educação Física em comissão de serviço na DGD, período onde foi lançado entre outros programas, as bases do “Desporto para todos”, “Atletismo à porta de casa” onde se procurou romper com o panorama desportivo herdado da ditadura. Praticante de atletismo, teve como treinador e professor Moniz Pereira, que, em 1975, como diretor geral dos desportos viria a desafiar para liderar o primeiro plano nacional de preparação olímpica, para Montreal 1976, provando, com os resultados aí obtidos pela delegação portuguesa, que era possível também mudar o paradigma do nosso atraso na alta competição.
13/09/2021
Alfredo Melo de Carvalho falou da sua experiência, das contradições e dificuldades da atividade física e Desporto em Portugal, no decorrer de uma conversa sobre “o direito ao Desporto na cidade de Lisboa” que se realizou no dia 8 de setembro, na Pista Moniz Pereira, com a presença de João Ferreira, candidato da CDU à Presidência da CML, e Leonor Moniz Pereira, primeira candidata à Assembleia Municipal de Lisboa, entre treinadores e professores e atletas.
No centro dessa troca de opiniões, da análise da realidade desportiva e de propostas concretas, o tema central esteve focado “na necessária retoma da democratização da cultura física e do Desporto e não apenas da eterna dicotomia - massificação versus alta-competição”.
Abordou-se as políticas desportivas que “assegurem à generalidade da população da capital as condições de acesso à prática desportiva regular, dando resposta às necessidades concretas nas etapas de vida de crianças e jovens, mulheres e homens, de forma integrada com os processos de inclusão, educação, formação, cultura, sociabilização, saúde e qualidade de vida”.
Na sua intervenção, referindo-se de forma irónica ao “mistério do Desporto em Portugal” Alfredo Melo de Carvalho foi claro: “Se não houver uma vontade explícita e sustentava [por parte do poder político e dos agentes desportivos] o processo [de democratização do Desporto] é difícil”. E isso explica, em parte, a nossa incapacidade para a implementação de políticas desportivas sérias.
E acrescenta: “é um mistério porque não entendo os paradoxos. Continua a perdurar uma conceção do século XIX. O Desporto hoje não é o mesmo que o praticado até metade do século passado. Evoluiu, como todas as atividades humanas. Há diversas maneiras de encarar o Desporto. Não é só competição e recreação.”
O professor*, nascido em 1937 e formado no Instituto Nacional de Educação Física (INEF), defende que para se atuar com políticas concretas tem de se conhecer bem a realidade e na verdade “não há uma investigação sobre quem efetivamente pratica atividade física em Portugal”.
As contradições, as dificuldades, o atraso do país, que o coloca na cauda da Europa em todas as métricas da atividade física, desportiva e alta competição, contribui para esse “mistério” que Alfredo Melo de Carvalho identifica como “bloqueio permanente” e que explicam a realidade do Desporto na escola no clube, na autarquia e… na nossa presença olímpica.
“Portugal ocupa os quatro últimos lugares em todos os parâmetros oficiais de desenvolvimento… até na participação Olímpica. Em Tóquio 2020 terminamos em 56.º lugar na tabela dos países. Recordo que em Los Angeles 1984 registamos o 23.º lugar. A comunicação social, sem questionar, vincula a opinião de que são os melhores resultados de sempre por causa dos diplomas [até aos oito primeiros]. Com todo o respeito pela naturalização e pelo ouro conquistado por Pablo Pichardo, a verdade é que o atleta nascido em Cuba não deve nada ao subsistema desportivo português. Sem a vitória de Pichardo no triplo salto Portugal terminaria na 72.ª posição. Dois lugares à frente da sua participação no Rio de Janeiro 2016”.
“Os políticos em geral e os autarcas em particular têm uma visão do Desporto um bocado mágica, quando assumem publicamente que querem desenvolver o Desporto, mas não podem [ou não querem] gastar um tostão.”
A verdade é que “o Desporto é ainda hoje identificado com o futebol. O que diz muito da cultura e dos interesses que estão por detrás”, acrescenta.
“O Desporto não é só competição e as autarquias têm de encarar essa diversidade. Por outro lado, transformar as Câmaras em clubes é um erro. Têm de criar é condições e fomentar a sua ação junto das populações, dos clubes, das escolas.”
Na realidade, “o Desporto, como está organizado, não está adequado a cada faixa etária. Isso justifica o atraso. Ficamos indignados, conhecendo as consequências para a vida das pessoas. Porque não foram criadas as condições da democratização”.
O professor admite que as suas posições são incomodas, mas não irá, com a idade que tem e a experiência de 60 anos, alterar a sua posição. “Todos os especialistas identificam uma fase essencial, dos 6 aos 12 anos, para a atividade motora. É uma violação absoluta da constituição e da lei de bases da educação e desrespeito pelas crianças portuguesas. O Ministério da Educação é o último a preocupar-se com este problema”, conclui.
* Alfredo Melo de Carvalho é um dos maiores conhecedores da realidade desportiva nacional, tanto no plano do estudo - uma extensa obra editada, expressa em mais de 100 publicações, com destaque para «O Desporto Educativo Escolar», «Desporto e Autarquias Locais» e «O Desporto Popular» - como no plano prático: foi diretor geral dos desportos (1974-1976) período em que liderou uma equipa de professores de Educação Física em comissão de serviço na DGD, período onde foi lançado entre outros programas, as bases do “Desporto para todos”, “Atletismo à porta de casa” onde se procurou romper com o panorama desportivo herdado da ditadura. Praticante de atletismo, teve como treinador e professor Moniz Pereira, que, em 1975, como diretor geral dos desportos viria a desafiar para liderar o primeiro plano nacional de preparação olímpica, para Montreal 1976, provando, com os resultados aí obtidos pela delegação portuguesa, que era possível também mudar o paradigma do nosso atraso na alta competição.
13/09/2021
Os objetivos de Portugal para Tóquio
Nunca a ambição olímpica foi tão alta como para os Jogos de Tóquio 2020. Mesmo com o inédito adiar de um ano do maior evento desportivo mundial, por causa do covid-19, mesmo com as dificuldades de treino e competição ao longo de 2020, provocada pela pandemia, os atletas portugueses assumem, como nunca, objetivos em alta para os Jogos do Japão.
As suas declarações no último mês, até à partida para Tóquio, são de uma ambição nunca assumida, muitas dessas declarações sustentadas nos resultados obtidos recentemente.
Não é apenas o judoca Jorge Fonseca, bicampeão mundial, com legitima ambição de medalha. O judo assume mais lugares de pódio.
O atletismo também não fica atrás - Pablo Pichardo, no triplo salto, Auriol Dongmo, no lançamento do peso, competem por medalhas mas não são os únicos no atletismo. Patrícia Mamona também quer melhorar o sexto lugar do Rio 2016. E os experientes João Vieira e a Ana Cabecinha também competem por resultados de topo.
A canoagem, a par do judo, é a modalidade mais ambiciosa e tem razões para isso, se observarmos o seu histórico olímpico e os resultados recentes. Fernando Pimenta lidera essa ambição.
A histórica vela e os estreantes surf e skate também não escondem ambição de pódio. Até o andebol, única modalidade coletiva a garantir presença quer “tentar uma medalha”.
O Comité Olímpico de Portugal assumiu como objetivo concreto e mensurável perante o Governo duas posições de pódio, 12 diplomas (classificações até ao oitavo lugar), bem como 26 resultados entre os 16 primeiros. Objetivos perfeitamente realistas, na partida para Tóquio, se observarmos os resultados dos portugueses em ranking e resultados em mundiais das respetivas modalidades.
Todos sabemos que nenhuma competição se compara aos Jogos Olímpicos. Que Tóquio 2020 são realizados em condições excecionais. Que nenhum resultado de topo no ranking mundial ou pódios em grandes competições deverão ser entendido como resultado de transfere nos Jogos. Mas esses resultados de grande qualidade não podem ser ignorados.
Ambição não falta na Missão Olímpica de Portugal. Que comecem os Jogos!!!
Recolhemos um conjunto de declarações de uma boa parte dos 92 atletas portugueses e do selecionador de andebol a competir em Tóquio:
ANDEBOL
Selecionador nacional não tem medo de traçar objetivos ambiciosos para a sua equipa. Paulo Pereira quer medalha nos Jogos Olímpicos: «Somos malucos e felizes assim». Os Jogos Olímpicos? Vamos tentar uma medalha. É uma coisa louca? É! Mas vamos continuar a ser malucos porque somos mais felizes assim", assegurou. O Andebol garantiu a sua primeira presença numa edição dos Jogos Olímpicos, após o 2.º lugar alcançado no seu grupo do Torneio de Qualificação disputado em França.
ATLETISMO
João Vieira - A medalha de prata conquistada nos 50km de marcha, no Campeonato do Mundo de Atletismo Doha 2019, é o resultado mais significativo na carreira de João Vieira, qualificado para participar na mesma prova em Tóquio 2020. Com cinco presenças em Jogos Olímpicos – Sydney 2000 (onde não chegou a competir, devido a doença), Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016 -, João Vieira pretende estar em Tóquio 2020 para fazer “o melhor possível.”
Pablo Pichardo - O saltador vai pela primeira vez aos Jogos Olímpicos e tem o sonho de “trazer uma medalha para Portugal”. Nascido em Cuba já foi duas vezes vice-campeão do mundo de triplo salto. Campeão da europa indoor 2021 e 4.º no último mundial Doha 2019, Pichardo detém a melhor marca mundial do ano no triplo salto, com 17,92 metros. Para Tóquio 2020 um objetivo claro: quer uma classificação que a leve ao pódio.
Ana Cabecinha já estabeleceu um objetivo muito claro: melhorar o 6.º lugar alcançado no Rio de Janeiro, em 2016.
Cátia Azevedo - Para Tóquio 2020 a recordista nacional dos 400 metros perspetiva como objetivo a presença na meia-final, entre as 16 melhores competidoras, depois de ter sido 31.ª há cinco anos, no Brasil.
Evelise Veiga - A presença numa final olímpica é o objetivo assumido por Evelise Veiga no triplo salto. A atleta do Sporting CP, que nasceu em Cabo Verde mas representa Portugal, garantiu a primeira presença nos Jogos Olímpicos ao fazer a marca de 14,32 metros no triplo salto.
Patrícia Mamona aponta para um novo recorde nacional do triplo salto, que lhe permita melhorar o sexto lugar do Rio2016. A atleta bateu o próprio recorde nacional, fixado agora em 14,66 metros, no meeting da Liga Diamante, no Mónaco, onde terminou no terceiro posto. "Tenho de me focar na qualificação. Obviamente que o meu objetivo é muito mais que a qualificação, quero ir à final, fazer melhor que o sexto lugar e fazer um novo recorde nacional, mas tenho de pensar que o mais importante neste momento é qualificar-me, que é a parte mais difícil"
Francisco Belo - "É chegar lá e dar o meu melhor... e que seja o meu recorde pessoal. Isso poderá eventualmente dar-me diploma ou, quem sabe, passar à final. Dependerá mais da ligação da minha marca à dos outros, não sei como eles vão estar. Eu vou querer estar na minha melhor forma e que isso signifique que passo à final", disse o lançador do Benfica, em declarações à Lusa.
Nelson Évora - "Apesar de já há muitos meses estar a preparar-me para os Jogos Olímpicos, esta semana começa oficialmente a minha época desportiva", escreveu nas redes sociais, em véspera da prova de Alicante, reforçando que é a época que vai anteceder "a última participação olímpica". Este sábado (26 de junho) escreveu: "O grande desafio deste ano será Tóquio. Cada treino que faço coloca-me mais perto deste objetivo". Aos 37 anos, Nelson Évora, campeão no triplo salto em Pequim2008, vai estar pela quarta vez em Jogos Olímpicos, depois também do sexto lugar no Rio2016 e do 40.º em Atenas2004, tendo falhado Londres2012 por lesão. "Como tem sido sempre a minha postura, vou levar para Tóquio o sorriso, a leveza e a boa disposição de quem sempre lutou para honrar o nome de Portugal por este mundo", acrescentou.
CANOAGEM
Fernando Pimenta entrou diretamente para a história do desporto português na sua estreia em Jogos Olímpicos, com a conquista da medalha de prata na prova de K2 1000 em Londres 2012, numa embarcação com Emanuel Silva. Quatro anos depois, no Rio 2016, o canoísta português competiu a solo e foi o 5.º classificado na final de K1 1000. Fernando Pimenta considera ter a possibilidade de conquistar uma medalha, mas está "ciente da dificuldade que é atingir a final", sendo que, na derradeira prova, "tudo é possível".
Emanuel Silva - A medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos Londres 2012, em K2 1000, na companhia de Fernando Pimenta, abriu as portas da história dos Jogos Olímpicos a Emanuel Silva, a caminho da sua quinta participação olímpica, depois da glória conquistada na capital inglesa, e presenças em Atenas 2004 (7.º, K1 1000), Pequim 2008 (10.º, K1 1000) e Rio 2016, onde esteve perto de nova subida ao pódio, com o 4.º lugar alcançado em parceria com João Ribeiro (K2 1000).
David Varela faz parte da embarcação K4 que conseguiu o apuramento para os Jogos Olímpicos, juntamente com Emanuel Silva, João Ribeiro e Messias Baptista. O objetivo do K4 500 de Portugal nos Jogos Olímpicos aponta ao top 5.
Messias Baptista garantiu para Portugal a qualificação na prova de Canoagem de K4 500, em equipa com Emanuel Silva, David Varela e João Ribeiro, depois do 6.º lugar alcançado no Mundial 2019 de Szeged, na Hungria. Objetivo primeiro nos Jogos Olímpicos é atingir a final e depois sonhar com uma das três medalhas que todas as embarcações querem.
João Ribeiro - entre os seus melhores momentos de carreira figuram os Jogos Olímpicos, com o 4.º (K1 1000) e o 6.º (K4 1000) lugares conquistados no Rio 2016. O canoísta está entre a equipa de K4 500m que conseguiu a qualificação para Tóquio 2020 e espera poder melhorar os resultados conseguidos há quatro anos, no Brasil.
Joana Vasconcelos participou nos Jogos Olímpicos Londres 2012 e de lá trouxe dois sextos lugares, um em K2 500, outro em K4 500. Esses dois resultados e o título mundial júnior de K1 500 são os marcos que a canoísta considera serem de referência na sua carreira. Depois da qualificação alcançada com o 1.º lugar na prova disputada em Barnaul, Rússia, para Tóquio 2020, o objetivo de Joana Vasconcelos é claro: atingir a final e lutar com as melhores canoístas.
Teresa Portela - Melhorar o 8.º lugar conquistado nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 é o objetivo da canoista, que conseguiu marca de qualificação para Tóquio também com um 8.º lugar alcançado no Mundial de 2019, em Szeged, na Hungria.
CICLISMO
Nelson Oliveira tem no currículo duas participações olímpicas, nos Jogos de Londres 2012, onde foi 18.º no contrarrelógio, e nos Jogos do Rio 2016, onde conseguiu um diploma com o 7.º lugar conquistado igualmente na prova de contrarrelógio. Para Tóquio 2020, o objetivo de Nelson Oliveira é claro: uma medalha.
EQUESTRE
Maria Caetano - Tenciona chegar aos Jogos Olímpicos no topo da forma, para tentar chegar à final e conseguir o melhor resultado possível.
João Torrão - o jovem cavaleiro projeta a presença da equipa de ensino de Portugal na final com um bom resultado.
GINÁSTICA/TRAMPOLINS
Diogo Abreu - Para Tóquio 2020 alinha dois objetivos: primeiro é fazer todos os seus 20 saltos com qualidade; segundo, é tentar ser finalista.
JUDO
Anri Egutidze confessa que tem ambição em subir ao pódio nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
Jorge Fonseca fez história no desporto português ao tornar-se o primeiro judoca com o estatuto de bicampeão mundial. Há dois anos, em Tóquio, no palco dos Jogos Olímpicos, o atleta da Equipa Portugal subiu ao pódio para receber a medalha de ouro de vencedor da competição de -100 kg, no Campeonato do Mundo. Já este ano, em Budapeste, Jorge Fonseca voltou a vencer todos os adversários e revalidou o seu título. Chega aos Jogos Olímpicos como o n.º 2 do ranking mundial.
Patrícia Sampaio foi bicampeã europeia de juniores, ganhou três medalhas de bronze no Campeonato do Mundo de juniores e, como sénior, já foi 5.ª no Mundial de 2019. Aos 22 anos, os resultados de referência na sua carreira são vários e pela frente tem a estreia nos Jogos Olímpicos, onde o objetivo, depois de um final de apuramento que considera muito complicado, é chegar o mais bem preparada e confiante possível, para tentar terminar entre as sete primeiras posições.
Rochele Nunes participa pela primeira vez nos Jogos Olímpicos pela Equipa Portugal em Tóquio 2020, na categoria de +78 kg. Originária no Brasil, a judoca portuguesa elege as medalhas de bronze ganhas no Europeu 2021, no Grand Slam de Paris, e a prata conquistada nos Grand Slam da Geórgia e de Israel 2021 como os seus resultados de referência. O objetivo que ambiciona atingir em Tóquio é claro: ser campeã.
Bárbara Timo já sabe o que é subir ao pódio em Tóquio, pois foi na capital nipónica que conquistou a medalha de prata do Campeonato do Mundo de 2019. Esse resultado, o 3.º lugar no Europeu de Lisboa, em 2021, e o título de campeã das Universíadas 2017 são os que mais destaca na sua carreira. Agora, o futuro, e o futuro passa por chegar à final olímpica. Essa é a sua ambição.
Joana Ramos tem duas participações em Jogos Olímpicos no currículo e o objetivo para Tóquio 2020 é inequívoco: melhorar o 9.º lugar alcançado tanto em Londres 2012, como no Rio 2016.
SKATE/STREET
Gustavo Ribeiro assegurou presença na estreia do Skate nos Jogos Olímpicos com o 5.º lugar alcançado no ranking, mas foi o 3.º lugar no Campeonato do Mundo de 2019 que consolidou a sua presença entre a elite da modalidade, um resultado considerado por ele próprio como de referência. Quando fala dos objetivos para Tóquio 2020, o atleta da Equipa Portugal é inequívoco: quer a medalha de ouro.
NATAÇÃO
Alexis Santos acredita que pode melhorar os registos individuais conseguidos no Rio de Janeiro e aponta ao recorde nacional e uma final. Já Tamila Holub assume: »final dos 1500 seria o equivalente a uma medalha». Portugal apresenta 7 nadadores com mínimos A e dois em águas abertas.
TÉNIS DE MESA
João Monteiro já participou em três Jogos Olímpicos: Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. O 5.º lugar alcançado na prova de equipas, em Inglaterra, ao lado de Tiago Apolónia e Marcos Freitas, figura como um dos resultados de referência da sua carreira. Para Tóquio 2020, João Monteiro aponta à obtenção de um diploma olímpico, a classificação entre os oito primeiros na prova de equipas.
Marcos Freitas terá a sua quarta participação em Jogos Olímpicos, depois de Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. Dois quintos lugares, um conseguido na prova de equipas, com João Monteiro e Tiago Apolónia, na capital inglesa, e outro na competição individual, quatro anos mais tarde, no Brasil, são dois resultados de referência alcançados pelo mesatenista madeirense. Para o Japão, Marcos Freitas tem como objetivo “fazer um bom resultado.”
TIRO COM ARMA DE CAÇA
João Paulo quer entrar na final dos Jogos Olímpicos.
TRIATLO
João Pereira participa em Tóquio 2020 nos seus segundos Jogos Olímpicos, depois de há cinco anos ter sido 5.° classificado no Rio 2016, o que prenunciou mais resultados de referência nos anos seguintes: campeão da Europa na distância Olímpica Sprint e estafetas, em 2017; e 2.° no Europeu, distância olímpica, em 2019. Para já, há um trabalho a fazer, em Tóquio 2020, com uma convicção: dando o melhor de si, sabe que o resultado vai ser ótimo.
REMO
Pedro Fraga participará em Tóquio 2020 na embarcação LM2x juntamente com Afonso Costa, depois de os dois terem assegurado a qualificação olímpica na prova europeia que decorreu em Varese, Itália. Fraga já esteve em Pequim 2008 e Londres 2012, então na companhia de Nuno Mendes, e em ambas as edições dos Jogos Olímpicos foi finalista, tendo sido 8.º e 5.º classificado. Para Tóquio, o objetivo assumido é terminar no "top ten".
SURF
Na estreia nos Jogos Olímpico, Frederico Morais foi o melhor europeu nos Mundiais ISA de 2019, Teresa Bonvalot coloca o seu objetivo ao nível do pódio. Yolanda Hopkins Sequeira espera poder chegar ao lugar mais alto do pódio. Uma equipa que permite sonhar com medalhas até pela imprevisibilidade que caracteriza a modalidade.
VELA
Diogo Costa divide a embarcação da classe 470 com o irmão Pedro, onde conseguiram o apuramento de Portugal para Tóquio 2020. De medalhas não fala, apesar de ser um dos atuais vice-campeões do Mundo, resultado que permitiu a conquista da vaga olímpica, nas águas de Vilamoura, em março de 2021.
20/07/2021
As suas declarações no último mês, até à partida para Tóquio, são de uma ambição nunca assumida, muitas dessas declarações sustentadas nos resultados obtidos recentemente.
Não é apenas o judoca Jorge Fonseca, bicampeão mundial, com legitima ambição de medalha. O judo assume mais lugares de pódio.
O atletismo também não fica atrás - Pablo Pichardo, no triplo salto, Auriol Dongmo, no lançamento do peso, competem por medalhas mas não são os únicos no atletismo. Patrícia Mamona também quer melhorar o sexto lugar do Rio 2016. E os experientes João Vieira e a Ana Cabecinha também competem por resultados de topo.
A canoagem, a par do judo, é a modalidade mais ambiciosa e tem razões para isso, se observarmos o seu histórico olímpico e os resultados recentes. Fernando Pimenta lidera essa ambição.
A histórica vela e os estreantes surf e skate também não escondem ambição de pódio. Até o andebol, única modalidade coletiva a garantir presença quer “tentar uma medalha”.
O Comité Olímpico de Portugal assumiu como objetivo concreto e mensurável perante o Governo duas posições de pódio, 12 diplomas (classificações até ao oitavo lugar), bem como 26 resultados entre os 16 primeiros. Objetivos perfeitamente realistas, na partida para Tóquio, se observarmos os resultados dos portugueses em ranking e resultados em mundiais das respetivas modalidades.
Todos sabemos que nenhuma competição se compara aos Jogos Olímpicos. Que Tóquio 2020 são realizados em condições excecionais. Que nenhum resultado de topo no ranking mundial ou pódios em grandes competições deverão ser entendido como resultado de transfere nos Jogos. Mas esses resultados de grande qualidade não podem ser ignorados.
Ambição não falta na Missão Olímpica de Portugal. Que comecem os Jogos!!!
Recolhemos um conjunto de declarações de uma boa parte dos 92 atletas portugueses e do selecionador de andebol a competir em Tóquio:
ANDEBOL
Selecionador nacional não tem medo de traçar objetivos ambiciosos para a sua equipa. Paulo Pereira quer medalha nos Jogos Olímpicos: «Somos malucos e felizes assim». Os Jogos Olímpicos? Vamos tentar uma medalha. É uma coisa louca? É! Mas vamos continuar a ser malucos porque somos mais felizes assim", assegurou. O Andebol garantiu a sua primeira presença numa edição dos Jogos Olímpicos, após o 2.º lugar alcançado no seu grupo do Torneio de Qualificação disputado em França.
ATLETISMO
João Vieira - A medalha de prata conquistada nos 50km de marcha, no Campeonato do Mundo de Atletismo Doha 2019, é o resultado mais significativo na carreira de João Vieira, qualificado para participar na mesma prova em Tóquio 2020. Com cinco presenças em Jogos Olímpicos – Sydney 2000 (onde não chegou a competir, devido a doença), Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016 -, João Vieira pretende estar em Tóquio 2020 para fazer “o melhor possível.”
Pablo Pichardo - O saltador vai pela primeira vez aos Jogos Olímpicos e tem o sonho de “trazer uma medalha para Portugal”. Nascido em Cuba já foi duas vezes vice-campeão do mundo de triplo salto. Campeão da europa indoor 2021 e 4.º no último mundial Doha 2019, Pichardo detém a melhor marca mundial do ano no triplo salto, com 17,92 metros. Para Tóquio 2020 um objetivo claro: quer uma classificação que a leve ao pódio.
Ana Cabecinha já estabeleceu um objetivo muito claro: melhorar o 6.º lugar alcançado no Rio de Janeiro, em 2016.
Cátia Azevedo - Para Tóquio 2020 a recordista nacional dos 400 metros perspetiva como objetivo a presença na meia-final, entre as 16 melhores competidoras, depois de ter sido 31.ª há cinco anos, no Brasil.
Evelise Veiga - A presença numa final olímpica é o objetivo assumido por Evelise Veiga no triplo salto. A atleta do Sporting CP, que nasceu em Cabo Verde mas representa Portugal, garantiu a primeira presença nos Jogos Olímpicos ao fazer a marca de 14,32 metros no triplo salto.
Patrícia Mamona aponta para um novo recorde nacional do triplo salto, que lhe permita melhorar o sexto lugar do Rio2016. A atleta bateu o próprio recorde nacional, fixado agora em 14,66 metros, no meeting da Liga Diamante, no Mónaco, onde terminou no terceiro posto. "Tenho de me focar na qualificação. Obviamente que o meu objetivo é muito mais que a qualificação, quero ir à final, fazer melhor que o sexto lugar e fazer um novo recorde nacional, mas tenho de pensar que o mais importante neste momento é qualificar-me, que é a parte mais difícil"
Francisco Belo - "É chegar lá e dar o meu melhor... e que seja o meu recorde pessoal. Isso poderá eventualmente dar-me diploma ou, quem sabe, passar à final. Dependerá mais da ligação da minha marca à dos outros, não sei como eles vão estar. Eu vou querer estar na minha melhor forma e que isso signifique que passo à final", disse o lançador do Benfica, em declarações à Lusa.
Nelson Évora - "Apesar de já há muitos meses estar a preparar-me para os Jogos Olímpicos, esta semana começa oficialmente a minha época desportiva", escreveu nas redes sociais, em véspera da prova de Alicante, reforçando que é a época que vai anteceder "a última participação olímpica". Este sábado (26 de junho) escreveu: "O grande desafio deste ano será Tóquio. Cada treino que faço coloca-me mais perto deste objetivo". Aos 37 anos, Nelson Évora, campeão no triplo salto em Pequim2008, vai estar pela quarta vez em Jogos Olímpicos, depois também do sexto lugar no Rio2016 e do 40.º em Atenas2004, tendo falhado Londres2012 por lesão. "Como tem sido sempre a minha postura, vou levar para Tóquio o sorriso, a leveza e a boa disposição de quem sempre lutou para honrar o nome de Portugal por este mundo", acrescentou.
CANOAGEM
Fernando Pimenta entrou diretamente para a história do desporto português na sua estreia em Jogos Olímpicos, com a conquista da medalha de prata na prova de K2 1000 em Londres 2012, numa embarcação com Emanuel Silva. Quatro anos depois, no Rio 2016, o canoísta português competiu a solo e foi o 5.º classificado na final de K1 1000. Fernando Pimenta considera ter a possibilidade de conquistar uma medalha, mas está "ciente da dificuldade que é atingir a final", sendo que, na derradeira prova, "tudo é possível".
Emanuel Silva - A medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos Londres 2012, em K2 1000, na companhia de Fernando Pimenta, abriu as portas da história dos Jogos Olímpicos a Emanuel Silva, a caminho da sua quinta participação olímpica, depois da glória conquistada na capital inglesa, e presenças em Atenas 2004 (7.º, K1 1000), Pequim 2008 (10.º, K1 1000) e Rio 2016, onde esteve perto de nova subida ao pódio, com o 4.º lugar alcançado em parceria com João Ribeiro (K2 1000).
David Varela faz parte da embarcação K4 que conseguiu o apuramento para os Jogos Olímpicos, juntamente com Emanuel Silva, João Ribeiro e Messias Baptista. O objetivo do K4 500 de Portugal nos Jogos Olímpicos aponta ao top 5.
Messias Baptista garantiu para Portugal a qualificação na prova de Canoagem de K4 500, em equipa com Emanuel Silva, David Varela e João Ribeiro, depois do 6.º lugar alcançado no Mundial 2019 de Szeged, na Hungria. Objetivo primeiro nos Jogos Olímpicos é atingir a final e depois sonhar com uma das três medalhas que todas as embarcações querem.
João Ribeiro - entre os seus melhores momentos de carreira figuram os Jogos Olímpicos, com o 4.º (K1 1000) e o 6.º (K4 1000) lugares conquistados no Rio 2016. O canoísta está entre a equipa de K4 500m que conseguiu a qualificação para Tóquio 2020 e espera poder melhorar os resultados conseguidos há quatro anos, no Brasil.
Joana Vasconcelos participou nos Jogos Olímpicos Londres 2012 e de lá trouxe dois sextos lugares, um em K2 500, outro em K4 500. Esses dois resultados e o título mundial júnior de K1 500 são os marcos que a canoísta considera serem de referência na sua carreira. Depois da qualificação alcançada com o 1.º lugar na prova disputada em Barnaul, Rússia, para Tóquio 2020, o objetivo de Joana Vasconcelos é claro: atingir a final e lutar com as melhores canoístas.
Teresa Portela - Melhorar o 8.º lugar conquistado nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 é o objetivo da canoista, que conseguiu marca de qualificação para Tóquio também com um 8.º lugar alcançado no Mundial de 2019, em Szeged, na Hungria.
CICLISMO
Nelson Oliveira tem no currículo duas participações olímpicas, nos Jogos de Londres 2012, onde foi 18.º no contrarrelógio, e nos Jogos do Rio 2016, onde conseguiu um diploma com o 7.º lugar conquistado igualmente na prova de contrarrelógio. Para Tóquio 2020, o objetivo de Nelson Oliveira é claro: uma medalha.
EQUESTRE
Maria Caetano - Tenciona chegar aos Jogos Olímpicos no topo da forma, para tentar chegar à final e conseguir o melhor resultado possível.
João Torrão - o jovem cavaleiro projeta a presença da equipa de ensino de Portugal na final com um bom resultado.
GINÁSTICA/TRAMPOLINS
Diogo Abreu - Para Tóquio 2020 alinha dois objetivos: primeiro é fazer todos os seus 20 saltos com qualidade; segundo, é tentar ser finalista.
JUDO
Anri Egutidze confessa que tem ambição em subir ao pódio nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
Jorge Fonseca fez história no desporto português ao tornar-se o primeiro judoca com o estatuto de bicampeão mundial. Há dois anos, em Tóquio, no palco dos Jogos Olímpicos, o atleta da Equipa Portugal subiu ao pódio para receber a medalha de ouro de vencedor da competição de -100 kg, no Campeonato do Mundo. Já este ano, em Budapeste, Jorge Fonseca voltou a vencer todos os adversários e revalidou o seu título. Chega aos Jogos Olímpicos como o n.º 2 do ranking mundial.
Patrícia Sampaio foi bicampeã europeia de juniores, ganhou três medalhas de bronze no Campeonato do Mundo de juniores e, como sénior, já foi 5.ª no Mundial de 2019. Aos 22 anos, os resultados de referência na sua carreira são vários e pela frente tem a estreia nos Jogos Olímpicos, onde o objetivo, depois de um final de apuramento que considera muito complicado, é chegar o mais bem preparada e confiante possível, para tentar terminar entre as sete primeiras posições.
Rochele Nunes participa pela primeira vez nos Jogos Olímpicos pela Equipa Portugal em Tóquio 2020, na categoria de +78 kg. Originária no Brasil, a judoca portuguesa elege as medalhas de bronze ganhas no Europeu 2021, no Grand Slam de Paris, e a prata conquistada nos Grand Slam da Geórgia e de Israel 2021 como os seus resultados de referência. O objetivo que ambiciona atingir em Tóquio é claro: ser campeã.
Bárbara Timo já sabe o que é subir ao pódio em Tóquio, pois foi na capital nipónica que conquistou a medalha de prata do Campeonato do Mundo de 2019. Esse resultado, o 3.º lugar no Europeu de Lisboa, em 2021, e o título de campeã das Universíadas 2017 são os que mais destaca na sua carreira. Agora, o futuro, e o futuro passa por chegar à final olímpica. Essa é a sua ambição.
Joana Ramos tem duas participações em Jogos Olímpicos no currículo e o objetivo para Tóquio 2020 é inequívoco: melhorar o 9.º lugar alcançado tanto em Londres 2012, como no Rio 2016.
SKATE/STREET
Gustavo Ribeiro assegurou presença na estreia do Skate nos Jogos Olímpicos com o 5.º lugar alcançado no ranking, mas foi o 3.º lugar no Campeonato do Mundo de 2019 que consolidou a sua presença entre a elite da modalidade, um resultado considerado por ele próprio como de referência. Quando fala dos objetivos para Tóquio 2020, o atleta da Equipa Portugal é inequívoco: quer a medalha de ouro.
NATAÇÃO
Alexis Santos acredita que pode melhorar os registos individuais conseguidos no Rio de Janeiro e aponta ao recorde nacional e uma final. Já Tamila Holub assume: »final dos 1500 seria o equivalente a uma medalha». Portugal apresenta 7 nadadores com mínimos A e dois em águas abertas.
TÉNIS DE MESA
João Monteiro já participou em três Jogos Olímpicos: Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. O 5.º lugar alcançado na prova de equipas, em Inglaterra, ao lado de Tiago Apolónia e Marcos Freitas, figura como um dos resultados de referência da sua carreira. Para Tóquio 2020, João Monteiro aponta à obtenção de um diploma olímpico, a classificação entre os oito primeiros na prova de equipas.
Marcos Freitas terá a sua quarta participação em Jogos Olímpicos, depois de Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016. Dois quintos lugares, um conseguido na prova de equipas, com João Monteiro e Tiago Apolónia, na capital inglesa, e outro na competição individual, quatro anos mais tarde, no Brasil, são dois resultados de referência alcançados pelo mesatenista madeirense. Para o Japão, Marcos Freitas tem como objetivo “fazer um bom resultado.”
TIRO COM ARMA DE CAÇA
João Paulo quer entrar na final dos Jogos Olímpicos.
TRIATLO
João Pereira participa em Tóquio 2020 nos seus segundos Jogos Olímpicos, depois de há cinco anos ter sido 5.° classificado no Rio 2016, o que prenunciou mais resultados de referência nos anos seguintes: campeão da Europa na distância Olímpica Sprint e estafetas, em 2017; e 2.° no Europeu, distância olímpica, em 2019. Para já, há um trabalho a fazer, em Tóquio 2020, com uma convicção: dando o melhor de si, sabe que o resultado vai ser ótimo.
REMO
Pedro Fraga participará em Tóquio 2020 na embarcação LM2x juntamente com Afonso Costa, depois de os dois terem assegurado a qualificação olímpica na prova europeia que decorreu em Varese, Itália. Fraga já esteve em Pequim 2008 e Londres 2012, então na companhia de Nuno Mendes, e em ambas as edições dos Jogos Olímpicos foi finalista, tendo sido 8.º e 5.º classificado. Para Tóquio, o objetivo assumido é terminar no "top ten".
SURF
Na estreia nos Jogos Olímpico, Frederico Morais foi o melhor europeu nos Mundiais ISA de 2019, Teresa Bonvalot coloca o seu objetivo ao nível do pódio. Yolanda Hopkins Sequeira espera poder chegar ao lugar mais alto do pódio. Uma equipa que permite sonhar com medalhas até pela imprevisibilidade que caracteriza a modalidade.
VELA
Diogo Costa divide a embarcação da classe 470 com o irmão Pedro, onde conseguiram o apuramento de Portugal para Tóquio 2020. De medalhas não fala, apesar de ser um dos atuais vice-campeões do Mundo, resultado que permitiu a conquista da vaga olímpica, nas águas de Vilamoura, em março de 2021.
20/07/2021
Belenenses - devemos regressar aos locais onde fomos felizes
Há aquele velho ditado que diz: “não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes”. A verdade é que o regresso a esses espaços de memória – uma antiga escola, uma vila de infância, um campo de férias da juventude - mais do que nostálgico, deixa-me sempre triste. Não sei explicar porquê.
Há uns dias regressei ao Estádio do Restelo, por acaso no ano que o atletismo do Belenenses comemora 100 anos. E esse sentimento de tristeza voltou a apoderar-se de mim.
Fonseca e Costa, meu treinador no Belenenses, insistiu nessa visita, e como a um treinador é complicado dizer que não, lá acedi, um pouco contrariado, porque sabia que as memórias me iriam deixar no mínimo perturbado.
Se nos primeiros momentos isso efetivamente aconteceu – uma sensação de vazio, de perda, num espaço que faz parte de um passado muito distante -, pouco depois foi crescendo uma alegria, transmitida pelo ambiente vivido na pista do Restelo. Fiquei muito feliz por ter encontrado nesse espaço uma dinâmica que contraria aquela ideia de um clube parado no tempo, que vive agarrado a um passado distante.
O Belenenses é efetivamente um clube com características que o distinguem de todos os outros que conheci – para o bem e para o mal. É um grande clube, com condições excepcionais, localizado num local fantástico, mas, desde que o representei, talvez pela sua grandeza, sempre viveu em dificuldades para encontrar o lugar que é seu no panorama desportivo nacional. Um clube que na verdade, e a história assim o diz e eu vivi isso na realidade durante cinco épocas, é uma instituição aberta, generosa, que recebe bem todos os atletas e adversários, mas depois não consegue afirmar esse potencial desportivo.
Voltando à minha visita, nos 100 anos de vida, verifiquei que o atletismo do Belenenses resiste e tem futuro, apesar de todas as dificuldades. Liderado pela persistente Anabela Gordo, a diretora da secção, levou-nos a revisitar o passado e o presente do clube, numa visita que nos leva a acreditar que “devemos regressar aos locais onde fomos felizes”.
PS: 100 anos de atletismo no Belenenses
No ano em que a secção de Atletismo Belenenses cumpre 100 anos de actividade, a CAMISOLA AZUL presta-lhe a devida homenagem no seu n.º4. Porque o Belenenses vai muito para lá do futebol e das modalidades que têm em regra maior visibilidade.
LER MAIS EM: https://camisola-azul.blogspot.com/p/edicoes.html
13/04/2021
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Há uns dias regressei ao Estádio do Restelo, por acaso no ano que o atletismo do Belenenses comemora 100 anos. E esse sentimento de tristeza voltou a apoderar-se de mim.
Fonseca e Costa, meu treinador no Belenenses, insistiu nessa visita, e como a um treinador é complicado dizer que não, lá acedi, um pouco contrariado, porque sabia que as memórias me iriam deixar no mínimo perturbado.
Se nos primeiros momentos isso efetivamente aconteceu – uma sensação de vazio, de perda, num espaço que faz parte de um passado muito distante -, pouco depois foi crescendo uma alegria, transmitida pelo ambiente vivido na pista do Restelo. Fiquei muito feliz por ter encontrado nesse espaço uma dinâmica que contraria aquela ideia de um clube parado no tempo, que vive agarrado a um passado distante.
O Belenenses é efetivamente um clube com características que o distinguem de todos os outros que conheci – para o bem e para o mal. É um grande clube, com condições excepcionais, localizado num local fantástico, mas, desde que o representei, talvez pela sua grandeza, sempre viveu em dificuldades para encontrar o lugar que é seu no panorama desportivo nacional. Um clube que na verdade, e a história assim o diz e eu vivi isso na realidade durante cinco épocas, é uma instituição aberta, generosa, que recebe bem todos os atletas e adversários, mas depois não consegue afirmar esse potencial desportivo.
Voltando à minha visita, nos 100 anos de vida, verifiquei que o atletismo do Belenenses resiste e tem futuro, apesar de todas as dificuldades. Liderado pela persistente Anabela Gordo, a diretora da secção, levou-nos a revisitar o passado e o presente do clube, numa visita que nos leva a acreditar que “devemos regressar aos locais onde fomos felizes”.
PS: 100 anos de atletismo no Belenenses
No ano em que a secção de Atletismo Belenenses cumpre 100 anos de actividade, a CAMISOLA AZUL presta-lhe a devida homenagem no seu n.º4. Porque o Belenenses vai muito para lá do futebol e das modalidades que têm em regra maior visibilidade.
LER MAIS EM: https://camisola-azul.blogspot.com/p/edicoes.html
13/04/2021
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Como os partidos políticos pensam o desporto em Portugal
Tudo o que os partidos políticos portugueses – PS, PSD, Bloco, PCP, CDS-PP e PAN - defendem sobre desporto e educação física nos seus programas eleitorais para as Eleições legislativas de 2019.
Entre as várias propostas dos partidos políticos para o próximo ciclo politico destacamos:
"Promoção de Portugal enquanto destino de Turismo Desportivo" PS; "A escola tem de tornar-se o mais importante centro de formação desportiva", PSD; "Criação de um serviço central de administração directa do Estado, dotado de autonomia", PCP; "Aumento das bolsas para atletas olímpicos e paralímpicos, BE; "Potenciar a educação e desporto de forma a proporcionar uma rede de educação para o desporto náutico", CDS-PP; "Criar condições para que não só os atletas de rendimento em idade escolar queiram conjugar as suas aulas com a prática desportiva" PAN.
PS
ESTIMULAR A ATIVIDADE FÍSICA E DESPORTIVA
O PS vai continuar a potenciar o contributo do desporto, concentrando a sua atuação em dois objetivos estratégicos principais: (1) afirmar Portugal no contexto desportivo internacional e (2) colocar o país no lote das quinze nações europeias com cidadãos fisicamente mais ativos, na próxima década. Para alcançar estes dois grandes objetivos estratégicos, o PS vai:
Elevar os níveis de atividade física e desportiva da população, promovendo os índices de bem-estar e saúde de todos os estratos etários;
Continuar a promover a excelência da prática desportiva, melhorando os Programas de Preparação Olímpica e Paralímpica, com base na sua avaliação;
Impulsionar programas de seleção desportiva que identifiquem e garantam a retenção de talentos, desde a fase de deteção até à fase de consagração desportiva internacional;
Promover a articulação entre o sistema educativo e o movimento Desportivo; Promover a conciliação do sucesso académico e desportivo, alargando ao ensino superior o bem-sucedido projeto criado em 2016 no ensino básico e secundário denominado Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE’s), consagrando apoio estrutural à carreira dupla, através de tutorias e ambientes virtuais de aprendizagem para percursos de educação de estudantes atletas no ensino superior, ajustados e flexíveis à sua carreira;
Promover a cooperação entre autoridades, agentes desportivos e cidadãos, com vista a erradicar comportamentos e atitudes violentas, de racismo, xenofobia e intolerância em todos os contextos de prática desportiva, do desporto de base ao desporto de alto rendimento; Continuar a reabilitação do parque desportivo, promovendo a sustentabilidade ambiental, através do programa PRID criado em 2017, privilegiando reabilitações e construções que promovam a redução de emissões e a eficiência energética;
Promover a coesão social e a inclusão, incentivando a generalização de oportunidades de prática desportiva em condições de igualdade, garantindo a acessibilidade a espaços desportivos para pessoas com oportunidades reduzidas, pessoas com deficiência ou incapacidade e grupos de risco social;
Promover uma estratégia integrada de atração de organizações desportivas internacionais para a realização em Portugal de eventos de pequena e média dimensão (estágios, torneios, conferências, etc.) e de promoção de Portugal enquanto destino de Turismo Desportivo, optimizando os recursos existentes e capitalizando as condições privilegiadas do país;
Continuar o combate à dopagem, à manipulação de resultados ou qualquer outra forma de perverter a verdade desportiva.
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PSD
DESPORTO, INVESTIR NA FORMAÇÃO
Não fora o desenvolvimento desportivo promovido pelos clubes e associações desportivas e o panorama da prática desportiva e da atividade física em Portugal seria lamentável.
De acordo com os dados apurados pelo Eurobarómetro (número especial 472, de março de 2018) Portugal está entre os três países europeus com os piores indicadores de prática desportiva e exercício físico regulares.
Este facto revela bem o quanto se desvaloriza o desporto como componente decisiva de uma vida saudável, não obstante a hipervalorização do desporto de competição. Só que este dificilmente se torna sustentável se não conseguirmos massificar a prática regular.
Entendemos o desporto como uma prática individual que assume uma dimensão social que terá de estar ao serviço do desenvolvimento humano, cujos valores – tolerância, esforço e superação, disciplina, ética social, universalismo – contribuam para tornar as pessoas mais capazes, mais cultas e mais abertas ao mundo.
Desporto na Escola
A escola tem de tornar-se o mais importante centro de formação desportiva, a começar logo na educação de infância e nos primeiros anos do ensino obrigatório. Esta será a principal via de massificação da prática desportiva em Portugal e a mais decisiva para alterar hábitos e promover estilos de vida mais saudáveis. Educação física, desporto escolar e desporto federado não podem continuar de costas voltadas.
É urgente construir uma plataforma de cooperação entre aqueles três pilares que generalize a prática desportiva desde a infância e com especial incidência nos 12 anos de escolaridade obrigatória.
Neste sentido o PSD propõe:
Elaborar um Plano de Formação e Desenvolvimento Desportivo que articule os contributos da Educação Física, do Desporto Escolar e do Desporto Federado visando a universalização da prática desportiva nas escolas portuguesas.
Envolver as autarquias locais na conceção e concretização desse plano, especialmente na adequada gestão das infraestruturas e no apoio às iniciativas envolvendo escolas e associações desportivas.
Garantir a atividade física regular aos alunos do 1º ciclo de escolaridade.
Aumentar a participação dos alunos em atividades do Desporto Escolar, generalizando a organização de competições desportivas intra e interescolas.
Mobilização de créditos horários para os professores responsáveis pelo Desporto Escolar.
Desporto Federado
O atual quadro de apoios ao desporto de competição poderia ser melhor potenciado caso o Estado cumprisse com os acordos e responsabilidades financeiras que assumiu. Para o PSD, exceptuando os apoios ao desporto de alta competição, nomeadamente à preparação olímpica e paralímpica, a prioridade das políticas públicas deve ser direccionada para o apoio à formação quer de atletas, técnicos e dirigentes desportivos, quer, em colaboração com as autarquias, às infraestruturas e sua adequada gestão.
Neste sentido, o PSD defende:
Que importa repensar o modelo de financiamento do setor, perspectivando a celebração de contratos plurianual com as organizações desportivas, com mecanismos de controlo e monitorização e metas a atingir.
A necessidade de elaborar um Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Desporto Português, que reúna os contributos de todos os parceiros sociais directamente associados ao fenómeno desportivo, bem como o compromisso de todas as forças políticas.
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PCP
EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO.
A Educação Física e o Desporto são meios de valorização humana e factor de desenvolvimento da personalidade e democratização da vida social. O PCP considera que é urgente concretizar um processo de autêntica democratização da Cultura Física que assegure à generalidade da população condições de acesso em igualdade à prática desportiva regular, dando resposta às necessidades concretas nas etapas de vida de mulheres e homens, de forma integrada com os processos de educação, formação, cultura, sociabilização, saúde e qualidade de vida.
O PCP reclama:
– A consideração da importância decisiva da Educação Física ao longo de toda a escolaridade, com instalações adequadas e seguras; criação de um plano de emergência para a real integração da Educação Física nas escolas do 1º ciclo do ensino básico e do ensino pré-escolar.
– Concretização de políticas de apoio ao chamado desporto adaptado, criando condições para a prática desportiva das pessoas com deficiência, para que nas escolas as crianças e jovens com necessidades especiais tenham as necessárias condições para a prática da Educação Física.
– Implementação de uma Campanha de Promoção do Desporto no Trabalho de forma a que as empresas procedam à integração de programas desportivos no seu funcionamento, como forma de elevação da qualidade de vida e de combate à doença profissional, ampliando o acesso à prática físico-desportiva.
– O papel insubstituível dos clubes desportivos e de todo o movimento associativo na promoção e desenvolvimento da prática desportiva federada, assegurando o apoio
do Estado em meios materiais, humanos e financeiros; revogação do regime jurídico das federações para restabelecer a sua autonomia; o reconhecimento do valor social e cultural da prática desportiva de alto rendimento; a assunção da função da medicina desportiva como elemento constituinte da política nacional de saúde.
– A garantia do cumprimento da regulamentação no desporto profissional, salvaguardando os direitos dos praticantes profissionais e a sua integração económica e social pós carreira e a promoção do acesso generalizado à formação de técnicos e dirigentes.
– A concretização de formas de apoio expressivo à investigação científica, em diferentes áreas disciplinares, para apoiar a orientação do processo de desenvolvimento desportivo e a avaliação dos seus impactos e o impulso ao investimento na criação de uma rede de infraestruturas desportivas, pública e privada, adequadas às distintas necessidades da educação Física e do Desporto.
– Revogação do actual quadro de administração pública desportiva, com a criação de um serviço central de administração directa do Estado, dotado de autonomia.
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BLOCO DE ESQUERDA
O DESPORTO COMO MOTOS DE INCLUSÃO SOCIAL
O direito à atividade desportiva consta da Constituição da República Portuguesa e, por isso, apresenta-se como um dos pilares das obrigações do Estado para com os cidadãos e cidadãs. O desporto é um instrumento de inclusão social e só pode ser olhado como um serviço que o Estado, através de vertentes diferentes, deve proporcionar a todas as pessoas, independentemente da sua idade, condição social, territorial, económica.
Durante a presente legislatura, o Bloco de Esquerda teve um papel fulcral num conjunto de alterações legislativas na área do desporto. Lançámos uma discussão sobre a nota de Educação Física como parte integrante da média do Ensino Secundário. O legado das políticas da direita e, em concreto, do antigo ministro Nuno Crato, resumia a escola às disciplinas de Português e Matemática, relegando a Educação Física e, em geral, todas as expressões, para terceiro plano. Vencemos essa batalha, mas há ainda muito por fazer na relação do desporto com a Educação Pública. No âmbito olímpico e paralímpico, defendemos a equiparação das bolsas dos atletas paralímpicos com a dos atletas olímpicos; precisamos, numa nova fase da política desportiva, dar um passo em frente e aumentar o valor deste apoio dado pelo Estado. No que toca ao combate à violência no Desporto, vemos como essencial uma maior fiscalização dos grupos organizados de adeptos e, também, da relação destes grupos com os respetivos clubes desportivos, garantindo mais transparência entre estas entidades e o Estado e mais segurança nos eventos desportivos.
O Bloco propõe:
Valorização do desporto escolar, através do aumento das verbas nacionais e mais apoios para os professores e professoras responsáveis pelo programa;
Reforço do papel da disciplina de Educação Física e dos seus docentes, por um lado, através da inclusão da Conselho Nacional de Associações de Profissionais de Educação Física e Desporto e da Sociedade Portuguesa de Educação Física no Conselho Nacional do Desporto, por outro lado, com a aquisição de equipamento novo para as Escolas;
Combate à violência no desporto, apostando numa maior fiscalização por parte das entidades competentes ao fenómeno dos grupos organizados de adeptos e reforçando, para isso, o Instituto Português do Desporto e da Juventude;
Aumento das bolsas para atletas olímpicos e paralímpicos.
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CDS-PP
UMA ECONOMIA AZUL
O mar é já hoje um ativo com valor político, geopolítico e geoestratégico que Portugal, como nação, deve potenciar a educação e desporto (de forma a proporcionar uma rede de educação para o desporto náutico).
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PAN
O DESPORTO E A EDUCAÇÃO PARA AS EXPRESSÕES
Garantir que a Educação Física e a Educação para as expressões, nomeadamente a Educação Visual e a Educação Musical, fazem parte do projecto educativo do agrupamento de escolas — do Pré-Escolar ao 12.º ano de escolaridade.
Garantir que os espaços infantis e desportivos das comunidades têm as condições necessárias (localização, espaço, materiais e equipamentos) para que haja a possibilidade de serem utilizados pelas escolas para reforçar os currículos da Educação Física, da Educação para as Expressões no 1.º Ciclo do Ensino Básico.
Garantir que a prática desportiva iniciada na escola do aluno poderá ter continuidade, de forma gratuita, numa outra escola do agrupamento ou fora do agrupamento de escolas ou no clube desportivo da comunidade.
Valorizar as iniciativas que conseguem criar sinergias locais com outras organizações não escolares, com o objectivo de desenvolver os seus projectos de desporto escolar.
Garantir processos de supervisão e monitorização por parte das estruturas centrais e locais com responsabilidade no projecto do Desporto Escolar, de modo que que se possa aferir, a uma escala anual, qual é o nível de desenvolvimento de cada projecto do Desporto Escolar Reforçar a ligação entre desporto na escola e desporto fora do contexto escolar, através de uma maior ligação entre agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, clubes, organizações desportivas e culturais e Municípios, criando condições para que, qualquer criança e jovem, possa usufruir de um processo de formação desportiva e formação para as expressões, correctamente orientado e sem interrupções ao longo do seu percurso escolar Utilizar as aprendizagens conseguidas através do projecto Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE) para criar condições para que não só os atletas de rendimento em idade escolar, mas também outros alunos (as) que apenas queiram conjugar as suas aulas com a prática desportiva formal e informal, disponham de boas condições para o fazer. 02/10/2019
Entre as várias propostas dos partidos políticos para o próximo ciclo politico destacamos:
"Promoção de Portugal enquanto destino de Turismo Desportivo" PS; "A escola tem de tornar-se o mais importante centro de formação desportiva", PSD; "Criação de um serviço central de administração directa do Estado, dotado de autonomia", PCP; "Aumento das bolsas para atletas olímpicos e paralímpicos, BE; "Potenciar a educação e desporto de forma a proporcionar uma rede de educação para o desporto náutico", CDS-PP; "Criar condições para que não só os atletas de rendimento em idade escolar queiram conjugar as suas aulas com a prática desportiva" PAN.
PS
ESTIMULAR A ATIVIDADE FÍSICA E DESPORTIVA
O PS vai continuar a potenciar o contributo do desporto, concentrando a sua atuação em dois objetivos estratégicos principais: (1) afirmar Portugal no contexto desportivo internacional e (2) colocar o país no lote das quinze nações europeias com cidadãos fisicamente mais ativos, na próxima década. Para alcançar estes dois grandes objetivos estratégicos, o PS vai:
Elevar os níveis de atividade física e desportiva da população, promovendo os índices de bem-estar e saúde de todos os estratos etários;
Continuar a promover a excelência da prática desportiva, melhorando os Programas de Preparação Olímpica e Paralímpica, com base na sua avaliação;
Impulsionar programas de seleção desportiva que identifiquem e garantam a retenção de talentos, desde a fase de deteção até à fase de consagração desportiva internacional;
Promover a articulação entre o sistema educativo e o movimento Desportivo; Promover a conciliação do sucesso académico e desportivo, alargando ao ensino superior o bem-sucedido projeto criado em 2016 no ensino básico e secundário denominado Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE’s), consagrando apoio estrutural à carreira dupla, através de tutorias e ambientes virtuais de aprendizagem para percursos de educação de estudantes atletas no ensino superior, ajustados e flexíveis à sua carreira;
Promover a cooperação entre autoridades, agentes desportivos e cidadãos, com vista a erradicar comportamentos e atitudes violentas, de racismo, xenofobia e intolerância em todos os contextos de prática desportiva, do desporto de base ao desporto de alto rendimento; Continuar a reabilitação do parque desportivo, promovendo a sustentabilidade ambiental, através do programa PRID criado em 2017, privilegiando reabilitações e construções que promovam a redução de emissões e a eficiência energética;
Promover a coesão social e a inclusão, incentivando a generalização de oportunidades de prática desportiva em condições de igualdade, garantindo a acessibilidade a espaços desportivos para pessoas com oportunidades reduzidas, pessoas com deficiência ou incapacidade e grupos de risco social;
Promover uma estratégia integrada de atração de organizações desportivas internacionais para a realização em Portugal de eventos de pequena e média dimensão (estágios, torneios, conferências, etc.) e de promoção de Portugal enquanto destino de Turismo Desportivo, optimizando os recursos existentes e capitalizando as condições privilegiadas do país;
Continuar o combate à dopagem, à manipulação de resultados ou qualquer outra forma de perverter a verdade desportiva.
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PSD
DESPORTO, INVESTIR NA FORMAÇÃO
Não fora o desenvolvimento desportivo promovido pelos clubes e associações desportivas e o panorama da prática desportiva e da atividade física em Portugal seria lamentável.
De acordo com os dados apurados pelo Eurobarómetro (número especial 472, de março de 2018) Portugal está entre os três países europeus com os piores indicadores de prática desportiva e exercício físico regulares.
Este facto revela bem o quanto se desvaloriza o desporto como componente decisiva de uma vida saudável, não obstante a hipervalorização do desporto de competição. Só que este dificilmente se torna sustentável se não conseguirmos massificar a prática regular.
Entendemos o desporto como uma prática individual que assume uma dimensão social que terá de estar ao serviço do desenvolvimento humano, cujos valores – tolerância, esforço e superação, disciplina, ética social, universalismo – contribuam para tornar as pessoas mais capazes, mais cultas e mais abertas ao mundo.
Desporto na Escola
A escola tem de tornar-se o mais importante centro de formação desportiva, a começar logo na educação de infância e nos primeiros anos do ensino obrigatório. Esta será a principal via de massificação da prática desportiva em Portugal e a mais decisiva para alterar hábitos e promover estilos de vida mais saudáveis. Educação física, desporto escolar e desporto federado não podem continuar de costas voltadas.
É urgente construir uma plataforma de cooperação entre aqueles três pilares que generalize a prática desportiva desde a infância e com especial incidência nos 12 anos de escolaridade obrigatória.
Neste sentido o PSD propõe:
Elaborar um Plano de Formação e Desenvolvimento Desportivo que articule os contributos da Educação Física, do Desporto Escolar e do Desporto Federado visando a universalização da prática desportiva nas escolas portuguesas.
Envolver as autarquias locais na conceção e concretização desse plano, especialmente na adequada gestão das infraestruturas e no apoio às iniciativas envolvendo escolas e associações desportivas.
Garantir a atividade física regular aos alunos do 1º ciclo de escolaridade.
Aumentar a participação dos alunos em atividades do Desporto Escolar, generalizando a organização de competições desportivas intra e interescolas.
Mobilização de créditos horários para os professores responsáveis pelo Desporto Escolar.
Desporto Federado
O atual quadro de apoios ao desporto de competição poderia ser melhor potenciado caso o Estado cumprisse com os acordos e responsabilidades financeiras que assumiu. Para o PSD, exceptuando os apoios ao desporto de alta competição, nomeadamente à preparação olímpica e paralímpica, a prioridade das políticas públicas deve ser direccionada para o apoio à formação quer de atletas, técnicos e dirigentes desportivos, quer, em colaboração com as autarquias, às infraestruturas e sua adequada gestão.
Neste sentido, o PSD defende:
Que importa repensar o modelo de financiamento do setor, perspectivando a celebração de contratos plurianual com as organizações desportivas, com mecanismos de controlo e monitorização e metas a atingir.
A necessidade de elaborar um Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Desporto Português, que reúna os contributos de todos os parceiros sociais directamente associados ao fenómeno desportivo, bem como o compromisso de todas as forças políticas.
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PCP
EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO.
A Educação Física e o Desporto são meios de valorização humana e factor de desenvolvimento da personalidade e democratização da vida social. O PCP considera que é urgente concretizar um processo de autêntica democratização da Cultura Física que assegure à generalidade da população condições de acesso em igualdade à prática desportiva regular, dando resposta às necessidades concretas nas etapas de vida de mulheres e homens, de forma integrada com os processos de educação, formação, cultura, sociabilização, saúde e qualidade de vida.
O PCP reclama:
– A consideração da importância decisiva da Educação Física ao longo de toda a escolaridade, com instalações adequadas e seguras; criação de um plano de emergência para a real integração da Educação Física nas escolas do 1º ciclo do ensino básico e do ensino pré-escolar.
– Concretização de políticas de apoio ao chamado desporto adaptado, criando condições para a prática desportiva das pessoas com deficiência, para que nas escolas as crianças e jovens com necessidades especiais tenham as necessárias condições para a prática da Educação Física.
– Implementação de uma Campanha de Promoção do Desporto no Trabalho de forma a que as empresas procedam à integração de programas desportivos no seu funcionamento, como forma de elevação da qualidade de vida e de combate à doença profissional, ampliando o acesso à prática físico-desportiva.
– O papel insubstituível dos clubes desportivos e de todo o movimento associativo na promoção e desenvolvimento da prática desportiva federada, assegurando o apoio
do Estado em meios materiais, humanos e financeiros; revogação do regime jurídico das federações para restabelecer a sua autonomia; o reconhecimento do valor social e cultural da prática desportiva de alto rendimento; a assunção da função da medicina desportiva como elemento constituinte da política nacional de saúde.
– A garantia do cumprimento da regulamentação no desporto profissional, salvaguardando os direitos dos praticantes profissionais e a sua integração económica e social pós carreira e a promoção do acesso generalizado à formação de técnicos e dirigentes.
– A concretização de formas de apoio expressivo à investigação científica, em diferentes áreas disciplinares, para apoiar a orientação do processo de desenvolvimento desportivo e a avaliação dos seus impactos e o impulso ao investimento na criação de uma rede de infraestruturas desportivas, pública e privada, adequadas às distintas necessidades da educação Física e do Desporto.
– Revogação do actual quadro de administração pública desportiva, com a criação de um serviço central de administração directa do Estado, dotado de autonomia.
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BLOCO DE ESQUERDA
O DESPORTO COMO MOTOS DE INCLUSÃO SOCIAL
O direito à atividade desportiva consta da Constituição da República Portuguesa e, por isso, apresenta-se como um dos pilares das obrigações do Estado para com os cidadãos e cidadãs. O desporto é um instrumento de inclusão social e só pode ser olhado como um serviço que o Estado, através de vertentes diferentes, deve proporcionar a todas as pessoas, independentemente da sua idade, condição social, territorial, económica.
Durante a presente legislatura, o Bloco de Esquerda teve um papel fulcral num conjunto de alterações legislativas na área do desporto. Lançámos uma discussão sobre a nota de Educação Física como parte integrante da média do Ensino Secundário. O legado das políticas da direita e, em concreto, do antigo ministro Nuno Crato, resumia a escola às disciplinas de Português e Matemática, relegando a Educação Física e, em geral, todas as expressões, para terceiro plano. Vencemos essa batalha, mas há ainda muito por fazer na relação do desporto com a Educação Pública. No âmbito olímpico e paralímpico, defendemos a equiparação das bolsas dos atletas paralímpicos com a dos atletas olímpicos; precisamos, numa nova fase da política desportiva, dar um passo em frente e aumentar o valor deste apoio dado pelo Estado. No que toca ao combate à violência no Desporto, vemos como essencial uma maior fiscalização dos grupos organizados de adeptos e, também, da relação destes grupos com os respetivos clubes desportivos, garantindo mais transparência entre estas entidades e o Estado e mais segurança nos eventos desportivos.
O Bloco propõe:
Valorização do desporto escolar, através do aumento das verbas nacionais e mais apoios para os professores e professoras responsáveis pelo programa;
Reforço do papel da disciplina de Educação Física e dos seus docentes, por um lado, através da inclusão da Conselho Nacional de Associações de Profissionais de Educação Física e Desporto e da Sociedade Portuguesa de Educação Física no Conselho Nacional do Desporto, por outro lado, com a aquisição de equipamento novo para as Escolas;
Combate à violência no desporto, apostando numa maior fiscalização por parte das entidades competentes ao fenómeno dos grupos organizados de adeptos e reforçando, para isso, o Instituto Português do Desporto e da Juventude;
Aumento das bolsas para atletas olímpicos e paralímpicos.
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CDS-PP
UMA ECONOMIA AZUL
O mar é já hoje um ativo com valor político, geopolítico e geoestratégico que Portugal, como nação, deve potenciar a educação e desporto (de forma a proporcionar uma rede de educação para o desporto náutico).
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PAN
O DESPORTO E A EDUCAÇÃO PARA AS EXPRESSÕES
Garantir que a Educação Física e a Educação para as expressões, nomeadamente a Educação Visual e a Educação Musical, fazem parte do projecto educativo do agrupamento de escolas — do Pré-Escolar ao 12.º ano de escolaridade.
Garantir que os espaços infantis e desportivos das comunidades têm as condições necessárias (localização, espaço, materiais e equipamentos) para que haja a possibilidade de serem utilizados pelas escolas para reforçar os currículos da Educação Física, da Educação para as Expressões no 1.º Ciclo do Ensino Básico.
Garantir que a prática desportiva iniciada na escola do aluno poderá ter continuidade, de forma gratuita, numa outra escola do agrupamento ou fora do agrupamento de escolas ou no clube desportivo da comunidade.
Valorizar as iniciativas que conseguem criar sinergias locais com outras organizações não escolares, com o objectivo de desenvolver os seus projectos de desporto escolar.
Garantir processos de supervisão e monitorização por parte das estruturas centrais e locais com responsabilidade no projecto do Desporto Escolar, de modo que que se possa aferir, a uma escala anual, qual é o nível de desenvolvimento de cada projecto do Desporto Escolar Reforçar a ligação entre desporto na escola e desporto fora do contexto escolar, através de uma maior ligação entre agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, clubes, organizações desportivas e culturais e Municípios, criando condições para que, qualquer criança e jovem, possa usufruir de um processo de formação desportiva e formação para as expressões, correctamente orientado e sem interrupções ao longo do seu percurso escolar Utilizar as aprendizagens conseguidas através do projecto Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE) para criar condições para que não só os atletas de rendimento em idade escolar, mas também outros alunos (as) que apenas queiram conjugar as suas aulas com a prática desportiva formal e informal, disponham de boas condições para o fazer. 02/10/2019
Natação em destaque no desporto português
A Natação encontra-se em segundo lugar no número de praticantes federados entre as 56 federações do desporto nacional, apenas superada pelo futebol. De referir que a Natação esta entre os seis desportos maioritariamente femininos apresentando 55% de pratica feminina: Ginástica, Dança Desportiva, Equitação, Natação, Voleibol e patinagem.
Dados estatísticos do Instituto Português do Desporto Jovem/Estatísticas do Desporto, Special Eurobarometer 472/Sport and Physical Activity apresentados pelo programa Fronteiras XXI da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Natação 2017: 36.272 femininos e 29.227 masculinos
Há 624 000 praticantes de desporto federado
"Eles preferem futebol, elas são mais ecléticas"
Fontes: Instituto Português do Desporto Jovem/Estatísticas do Desporto, Special Eurobarometer 472/Sport and Physical Activity Foto: Patrick Schneider/Unsplash
A infografia do estudo contempla as 56 federações desportivas para as quais há dados para 2017, segundo as estatísticas do desporto do IPDJ. As idades a que correspondem cada escalão variam conforme cada federação.
O desporto dos jovens — das escolas às competições – é tema em debate no programa Fronteiras XXI de dia 20 de Março, às 22h00 na RTP3
https://fronteirasxxi.pt/infografiadesporto/?fbclid=IwAR3dakRZjnaL7VtNyEy02bcda1vI4wMtCGb7b5Ouf9ulV6MxXX0fZb11VUc
Dados estatísticos do Instituto Português do Desporto Jovem/Estatísticas do Desporto, Special Eurobarometer 472/Sport and Physical Activity apresentados pelo programa Fronteiras XXI da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Natação 2017: 36.272 femininos e 29.227 masculinos
Há 624 000 praticantes de desporto federado
"Eles preferem futebol, elas são mais ecléticas"
Fontes: Instituto Português do Desporto Jovem/Estatísticas do Desporto, Special Eurobarometer 472/Sport and Physical Activity Foto: Patrick Schneider/Unsplash
A infografia do estudo contempla as 56 federações desportivas para as quais há dados para 2017, segundo as estatísticas do desporto do IPDJ. As idades a que correspondem cada escalão variam conforme cada federação.
O desporto dos jovens — das escolas às competições – é tema em debate no programa Fronteiras XXI de dia 20 de Março, às 22h00 na RTP3
https://fronteirasxxi.pt/infografiadesporto/?fbclid=IwAR3dakRZjnaL7VtNyEy02bcda1vI4wMtCGb7b5Ouf9ulV6MxXX0fZb11VUc
Recordes do século XX
FEMININOS:
100 Metres: 10.49 0.0 Florence GRIFFITH-JOYNER 21 DEC 1959 USA. Indianapolis, IN (USA) 16 JUL 1988
200 Metres: 21.34 +1.3 Florence GRIFFITH-JOYNER 21 DEC 1959 USA. Seoul (Olympic Stadium) 29 SEP 1988
400 Metres: 47.60 Marita KOCH 18 FEB 1957 GDR. Canberra (Bruce Stadium) 06 OCT 1985
800 Metres: 1:53.28 Jarmila KRATOCHVÍLOVÁ 26 JAN 1951 TCH. München (GER) 26 JUL 1983
3000 Metres: 8:06.11 Junxia WANG 09 JAN 1973 CHN. Beijing (CHN) 13 SEP 1993
High Jump: 2.09 Stefka KOSTADINOVA 25 MAR 1965 BUL. Roma (Stadio Olimpico) 30 AUG 1987
Long Jump:7.52 +1.4 Galina CHISTYAKOVA 26 JUL 1962 URS. Leningrad (URS) 11 JUN 1988
Triple Jump:15.50 +0.9 Inessa KRAVETS 05 OCT 1966 UKR. Göteborg (Ullevi Stadium) 10 AUG 1995
Shot Put: 22.63 Natalia LISOVSKAYA 16 JUL 1962 URS. Moskva (URS) 07 JUN 1987
Discus Throw: 76.80 Gabriele REINSCH 23 SEP 1963 GDR Neubrandenburg (GDR) 09 JUL 1988
Heptathlon: 7291 Jackie JOYNER-KERSEE 03 MAR 1962 USA. Seoul (Olympic Stadium) 24 SEP 1988
4x400 Metres Relay: 3:15.17 Soviet Union URS. Seoul (Olympic Stadium) 01 OCT 1988
4x800 Metres Relay: 7:50.17 Soviet Union URS. Moskva (URS) 05 AUG 1984
MASCULINOS:
1500 Metres: 3:26.00 minutos Hicham EL GUERROUJ 14 SEP 1974 MAR. Roma (Stadio Olimpico) 14 JUL 1998
400 Metres Hurdles: 46.78 seg. Kevin YOUNG 16 SEP 1966 USA. Barcelona (Estadio Olímpico) 06 AUG 1992
High Jump: 2.45 metros Javier SOTOMAYOR 13 OCT 1967 CUB. Salamanca (ESP) 27 JUL 1993
Long Jump: 8.95 +0.3 Mike POWELL 10 NOV 1963 USA. Tokyo (Olympic Stadium) 30 AUG 1991
Triple Jump: 18,29 m + 1,3 m/s Jonathan Edwards Reino Unido. Göteborg, Suécia, 8 de setembro de 1995
Shot Put: 23.12 Randy BARNES 16 JUN 1966 USA. Westwood, CA (USA) 20 MAY 1990
Discus Throw: 74.08 Jürgen SCHULT 11 MAY 1960. GDR Neubrandenburg (GDR) 06 JUN 1986
Hammer Throw: 86.74 Yuriy SEDYKH 11 JUN 1955 URS. Stuttgart (Neckarstadion) 30 AUG 1986
Javelin Throw: 98.48 Jan ŽELEZNÝ 16 JUN 1966 CZE. Jena (GER) 25 MAY 1996
20,000 Metres Race Walk: 1:17:25.6h Bernardo SEGURA 11 FEB 1970 MEX. Fana (NOR) 07 MAY 1994
4x400 Metres Relay: 2:54.29 United States USA. Stuttgart (Gottlieb-Daimler Stadion) 22 AUG 1993.
fotos: Jarmila KRATOCHVÍLOVÁ e Yuriy SEDYKH
Os irmãos Curvelo do râguebi para o atletismo aos 24 anos
Dos irmãos Castro, no meio fundo e fundo, às irmãs Valamatos, nas barreiras, aos Castelbranco, nos saltos, passando pelos irmãos Vieira, na marcha, até aos Curvelo, na velocidade, no Atletismo competiram alguns irmãos gémeos com sucesso desportivo ao mais alto nível.
Entre estes "irmãos de sucesso" no atletismo português, recordamos os gémeos Curvelo. Paulo e Pedro Curvelo foram descobertos para o atletismo apenas aos… 24 anos!!! Paulo esteve esta semana no Jamor a acompanhar o seu filho Federico Curvelo Internacional junior e campeão nacional dos 200 metros indoor. Apesar de entrarem muito tarde na modalidade, as suas capacidades físicas e o treino tornaram-nos num dos casos mais surpreendente de sucesso. Paulo e Pedro foram olímpicos, com 28 anos, em Seoul em 1988, onde o Pedro integrou os 4x100 e o Paulo os 4x400 metros e em Barcelona 1992 onde Pedro competiu na estafeta de 4x100 e 4x400. Os Curvelo jogaram rugby desde os 10 anos, modalidade que continuariam ligados mesmo quando já estavam ao melhor nível no atletismo: Pedro foi internacional de rugby de XV em 1989 e, juntamente com o Paulo, foi também internacional de sevens em 1994. No atletismo competiram pelo União de Coimbra (1984), SL Benfica (1985 a 1993), Maia AC (1994 e 1995), Individual (1998) sob a orientação dos treinadores Pedro Entresede (1984 a 1986), Jorge Proença (1987 e 1988) e José Carvalho (depois de 1989). Paulo e o Pedro foram ambos recordistas e campeões nacionais de 4x100 e 4x400 metros diversas vezes e também recordistas de 400 metros - o Pedro primeiro com 46,66 e depois o Paulo com 46,58 - e foram ainda campeões de 100 metros (o Pedro) e de 400 (o Paulo e o Pedro). LER MAIS: http://www.maodemestre.com/2012/12/do-rugby-para-o-atletismo-e-os-jogos.html 07/01/2019 |
Os jovens campeões
Fernanda Ribeiro em 1993, com 14 anos, no Estádio Nacional
Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nelson Évora, Francis Obikwelu, António Leitão e Rui Silva são os medalhados olímpicos do atletismo português. São a elite do desporto português. Os seus percursos desportivos estão recheados de títulos, medalhas, recordes e vitórias internacionais. Conquistaram 10 medalhas das 23 olímpicas de atletas portugueses e ainda títulos mundiais e europeus na pista, estrada e corta mato.
Há distância de 50, 40, 30 ou 20 anos, como é que começaram as suas carreiras? Que resultados obtiveram como juniores e primeiros anos de seniores? Eram já certezas como jovens praticantes? Quantos anos levaram para chegar às medalhas? Que apoios tiveram? Serão excepções que confirma a regra?
Hoje questionamos a crise e a renovação no atletismo, e do desporto em geral, quando analisamos os recentes resultados nos escalões de juvenis, juniores e sub-23. Procuramos nesses jovens novos talentos resultados que se aproximem dos nossos medalhados olímpicos. Mas será que terão mesmo de obter resultados de excelência nos escalões jovens para chegarem aos pódios em grandes competições? Todos os campeões olímpicos foram bons juniores, respondem-me. Mas nem todos tiveram inícios de carreiras brilhantes. Como são os casos de alguns destes nossos atletas. Os sete medalhados do atletismo tem percursos muito difíceis, diversos, irregulares, mas todos marcados por uma grande paixão pelo que faziam.Todos se "profissionalizaram", ou dedicaram a treinos 'bidiários' muito cedo. Nenhum deles conseguiu formação universitária. As suas transferências para os grandes clubes permitiu-lhes outras condições de treino e financeiras. Todos criaram o seu próprio plano de carreira.
Carlos Lopes campeão Olímpico na maratona
Carlos Lopes estreou-se no atletismo a correr a São Silvestre de Viseu com um 2.º lugar. Duas semanas depois foi campeão regional de juniores em corta mato e a seguir foi 3.º classificado no Campeonato Nacional, sendo, por isso, seleccionado para representar Portugal no escalão de juniores, no Crosse das Nações de 1966, que se disputou em Rabat. Em Marrocos foi o melhor português em 25.º lugar.
Campeão Nacional de Juniores nos 3000 metros, nesse mesmo ano transferiu-se do Lusitano Futebol Clube de Vildemoinhos (Viseu) para o Sporting. Na sua primeira participação no Europeu seniores, com 24 anos, em 1971, foi 9.º classificado nos 3000 metros obstáculos.
Um ano depois, na sua estreia olímpica, em Munique'72 ficou pelas eliminatórias. Foi 9.º nas respectivas séries de 5000 (14.29,6) e 10 000 metros (28.53.6 RN).
Quatro anos depois, Carlos Lopes foi medalha de prata nos 10 000 metros dos Jogos Olímpicos de Montreal 1976 e medalha de ouro na maratona dos Jogos de Los Angeles 1984.
Fernanda Ribeiro campeã olímpica nos 10 000 metros
Fernanda Ribeiro foi uma menina-prodígio do atletismo português. Começou a praticar atletismo aos dez anos no clube Kolossal. E, com onze, correu a Meia Maratona da Nazaré, sendo segunda, com 1.24.02 horas, a quatro segundos da vencedora... Rosa Mota.
Em fevereiro de 1982 sagrou-se campeã nacional de juniores de corta-mato. Ainda não tinha 13 anos. Bateu os recordes de infantis, iniciados, juvenis e juniores.
Em finais de 1982, passa a treinar com Alfredo Barbosa, que encontrara quando se transferiu do Kolossal para o FC Porto.
Estreia-se no Campeonato da Europa em Schwechat (AUT) com 14 anos em 1983 terminando em 11.ª em final directa nos 3000 metros (9.29,87).
Dois anos depois, nos campeonato da Europa de Cottbus (RDA) 1985 corre os 3.000 metros e termina em 4.ª (9.18,41).
Conquista o seu primeiro ouro no campeonato da Europa Birmingham (GBR) em 1987: 3.000 metros Fernanda Ribeiro - 1.ª com 8.56,33.
Estreia olímpica: Seul'88. 3000 metros. Fernanda Ribeiro, com 19 anos, foi 26.º lugar em 31 participantes, com 9.05,92 minutos.
No seu primeiro Campeonato da Europa como sénior, em 1990, em Split, desistiu na final de 3000 metros. Em 1991, não chegou a ir ao Campeonato do Mundo; em 1992, não passou de nona nas eliminatórias de 3000 metros dos Jogos Olímpicos de Barcelona.
Em 1992, com 23 anos, deixa o seu técnico dos tempos de júnior, Alfredo Barbosa e passa a treinar com João Campos.
Foi campeã olímpica nos 10 000 metros em Atlanta 1996 e bronze em Sydney 2000.
Rosa Mota campeã olímpica da maratona
Começou a correr quando frequentava o liceu. Representou o Futebol Clube da Foz entre 1974 e 1977. Em 1978 transferiu-se para o Futebol Clube do Porto onde fica até 1980. A partir de 1981 representou o Clube de Atletismo do Porto. Nos dois primeiros anos de actividade (1973 e 1974), sagrou-se campeã nacional de juvenis de corta-mato e, com apenas 14 anos tornava-se recordista nacional de 3.000 metros. Esteve cinco anos no FC Foz, após o que ingressou no FC Porto (em 1978). Em finais de 1980, ingressaria no CAP, um pequeno clube dirigido por atletas, nascido a seguir ao 25 de Abril de 1974 de uma cisão no atletismo do FC Porto.
Em 1980 conheceu José Pedrosa que a recuperou para o atletismo e que passou a ser o seu companheiro e treinador (com a ajuda de Pompílio Ferreira até final de 1982). 1980 foi o ano negro da sua carreira. Uma anemia afastou-a das pistas durante vários meses e quase colocava ponto final na sua carreira. Em 1981, Rosa Mota voltava a plano de evidência, com novo título nacional de corta-mato; estreia no Mundial (em 18.º lugar), naquela que foi a primeira presença feminina portuguesa; e recordes nacionais na nova prova de 5000 metros (16.22,6 e 16.05,8).
A primeira maratona feminina em Atenas, na Grécia, durante o Campeonato Europeu em 1982, foi também a primeira maratona em que Rosa Mota participou; embora não fizesse parte do lote das favoritas, bateu Ingrid Kristiansen e ganhou assim a sua primeira maratona. Rosa Mota foi medalha de bronze em Los Angeles'84 e campeã olímpica da maratona em Seul'88.
Nelson Évora campeão olímpico do triplo salto
Na primeira vez que competiu por Portugal, em 2001, venceu a prova de salto em comprimento do FOJE (Festival Olímpico da Juventude Europeia) que teve lugar em Múrcia, Espanha.
Treinado por João Ganço - antigo recordista nacional de salto em altura e primeiro português a passar 2 metros -, troca o Odivelas FC pelo Benfica.
Em 2002 participa no Campeonato Mundial de Juniores em Kingston (Jamaica), quedando-se pelo sexto lugar no triplo salto, aquém do seu recorde pessoal, fazendo 15,87m.
É também como júnior que Nelson Évora troca o Benfica pelo FC Porto.
Em 2003, venceu o salto em comprimento e o triplo-salto do Campeonato da Europa de Juniores que decorreu em Tampere na Finlândia.
Comprimento: 1.º na final - 7,83; Triplo : 1.º na qualificação- 16,08 - 1.º na final - 16,43.
Conquistou a medalha de bronze no triplo-salto no Campeonato da Europa Sub-23 que teve lugar em Erfurt na Alemanha.
Em 2004 regressa ao Benfica.
Estreia olímpica: Atenas 2004, triplo salto. Nelson Évora, com 20 anos, foi 40.º classificado em 47 participantes, com 15,72.
Um ano depois participou no Campeonato do Mundo de Atletismo ao ar livre em Helsínquia falhando a qualificação para a final por poucos centímetros ao ser 14.º nas eliminatórias. Os 12 primeiros garantiam um lugar na final.
Nelson Évora torna-se o 4.º atleta português a conquistar uma medalha de ouro, nos Jogos de Pequim 2008.
Francis Obikwelu medalha de prata nos 100 metros
Obikwelu radicou-se em Portugal com 16 anos, após participar no Campeonato Mundial Júnior de Atletismo de 1994.
Correu os 400 metros e integrou as equipas da Nigéria nas estafetas dos 4x100 metros e dos 4x400, tendo nesta última chegado à Final.
Começou a treinar com Fausto Ribeiro no Belenenses.
Em 1996, Como apenas com 18 anos, participou nos Jogos Olímpicos de Atlanta conseguindo chegar às meias-finais na prova de 200 metros. Participou e triunfou no Campeonato Mundial de Juniores em Sidney. Neste evento competiu nos 100 e 200 metros arrecadando a medalha de ouro em ambas as provas. Venceu a prova de 100 metros com 10.21 segundos e a prova de 200 metros com 20.47 segundos.
Em final de 1996 transfere-se para o Sporting. No Campeonato Mundial de Pista Coberta em Paris'97 participou na prova de 200 metros. Chegou à final e conseguiu a medalha de bronze. Na época de verão, participou no Campeonato Mundial em Atenas na prova de 100 metros. Neste campeonato apenas consegui chegar às meias-finais, ficando em 6º lugar na série.
Em estreia olímpica: Nos Jogos de Sidney participou na prova de 200 metros, chegando às meias-finais.
Obikwelu tornou-se um cidadão português em Outubro de 2001.
Foi medalha de prata nos 100 metros dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004.
António Leitão medalha de bronze olímpica
Começou a sua carreira no desporto escolar. Decide então filiar-se no NASCE - Núcleo dos Amigos do Sporting Clube de Espinho, plataforma de acesso rápido ao Sporting de Espinho.
Estreia no Europeu de juniores Donetz (RUS) 1977 com apenas 17 anos, onde foi 4.º na eliminatória dos 5000 metros (14.02,6) e 9.º na final (14.14,3).
Dois anos depois, no Europeu de juniores em Bydgoszcz (POL) voltou a correr os 5000 metros onde foi 1.º na eliminatória (14.05,2) e 3.º na final (13.54,9) atrás do belga Eddy de Pauw e do britânico Steve Binns.
Após cinco temporadas no SC Espinho transfere-se para o Benfica acompanhado o seu treinador Jorge Ramiro.
Em 1982 estreia-se nos Europeu de seniores em Atenas e fica-se pelas qualificações nos 5000 metros.
António Leitão foi medalha de bronze nos 5000 metros dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1992.
Rui Silva medalha de bronze nos 1500 metros
Rui Silva começou a praticar atletismo com 15 anos no Estrela Ouriquense "descoberto" pelo treinador Pedro Barbosa.
Campeão nacional de juvenis, em corta-mato, classifica-se em 8.º Lugar nos Europeus de juniores Niyregyhaza (HUN) em pista (3.50.75) depois de nas eliminatórias ser terceiro com 3.47,72. Na época seguinte fica em 8.º Lugar no Mundial, do mesmo escalão.
Em 1995, pouco antes da sua subida a sénior transfere-se para o Sporting. Foi já em Alvalade que Rui Silva começou a treinar com Bernardo Manuel.
Em 1998, com apenas 20 anos, o meio fundista surpreende tudo e todos e conquista a medalha de ouro nos Europeus de Pista Coberta de Valência, na prova de 1500 metros, com o tempo de 3.44,57.
A 20 de Agosto do mesmo ano, na capital húngara Budapeste, o atleta leonino sagra-se vice-campeão europeu ao ar livre. O jovem escalabitano apenas ficou atrás do espanhol Reyes Estévez, com o tempo de 3.41,84.
Em 1999, Rui Silva conquistou o título de campeão da Europa, no escalão de sub-23, reforçando o estatuto de um dos melhores atletas mundiais de 1500 metros.
Estreia olímpica: Eliminação precoce da competição, logo nas qualificações. Debilitado fisicamente por uma virose conseguiu apenas o 32.º melhor tempo no conjunto das 3 séries com 3.41,93.
Foi medalha de Bronze nos 1500 metros dos Jogos de Atenas 2004.
Fernando Mamede recordista mundial dos 10 000 metros
Não podia deixar de acrescentar a estes nomes o de Fernando Mamede que não ganhou medalhas olímpicas mas bateu recordes da Europa e do Mundo. O alentejano participou pela primeira vez no Campeonato Distrital de Corta-Mato em Beja, que acabou por vencer. A partir dessa altura participou nas provas escolares e ainda em 1968 ganhou os 1000 metros dos Jogos da Mocidade Portuguesa, que se realizaram no Estádio Nacional com a marca de 2.36 minutos. No dia seguinte foi convidado para ingressar no Sporting Clube de Portugal. Um ano depois com 19 anos muda-se para a capital.
Em Juniores foi Campeão Nacional dos 800 metros e detentor dos Recordes Nacionais dos 400, 800, 1000 e 1500 metros e da estafeta dos 4x400m, e em 1970 esteve presente nos Campeonatos Europeus da categoria, que se disputaram em Paris, participando na corrida dos 800 metros.
Em 1970 estreia no Campeonato da Europa de juniores onde foi 5.º na eliminatória dos 800 metros (1.56.3)
em 1971 foi 23.º no Campeonato Mundial de Juniores de Corta Mato
Na sua estreia olímpica, em Munique'72, com apenas 21 anos, ficou nas qualificações nos 800 (4.º na série 2 com 1.48.6), 1500 (6.º na série 7 com 3.45.1) e estafeta de 4x400 metros onde ajudou a bater o recorde de Portugal (3.10.00) com Alberto Filipe Matos, Fernando Cunha e Silva e José Carvalho.
Foi recordista mundial dos 10 000 metros com 27.13,81, em Estocolmo, 1984.
27 de Julho de 2015
Há distância de 50, 40, 30 ou 20 anos, como é que começaram as suas carreiras? Que resultados obtiveram como juniores e primeiros anos de seniores? Eram já certezas como jovens praticantes? Quantos anos levaram para chegar às medalhas? Que apoios tiveram? Serão excepções que confirma a regra?
Hoje questionamos a crise e a renovação no atletismo, e do desporto em geral, quando analisamos os recentes resultados nos escalões de juvenis, juniores e sub-23. Procuramos nesses jovens novos talentos resultados que se aproximem dos nossos medalhados olímpicos. Mas será que terão mesmo de obter resultados de excelência nos escalões jovens para chegarem aos pódios em grandes competições? Todos os campeões olímpicos foram bons juniores, respondem-me. Mas nem todos tiveram inícios de carreiras brilhantes. Como são os casos de alguns destes nossos atletas. Os sete medalhados do atletismo tem percursos muito difíceis, diversos, irregulares, mas todos marcados por uma grande paixão pelo que faziam.Todos se "profissionalizaram", ou dedicaram a treinos 'bidiários' muito cedo. Nenhum deles conseguiu formação universitária. As suas transferências para os grandes clubes permitiu-lhes outras condições de treino e financeiras. Todos criaram o seu próprio plano de carreira.
Carlos Lopes campeão Olímpico na maratona
Carlos Lopes estreou-se no atletismo a correr a São Silvestre de Viseu com um 2.º lugar. Duas semanas depois foi campeão regional de juniores em corta mato e a seguir foi 3.º classificado no Campeonato Nacional, sendo, por isso, seleccionado para representar Portugal no escalão de juniores, no Crosse das Nações de 1966, que se disputou em Rabat. Em Marrocos foi o melhor português em 25.º lugar.
Campeão Nacional de Juniores nos 3000 metros, nesse mesmo ano transferiu-se do Lusitano Futebol Clube de Vildemoinhos (Viseu) para o Sporting. Na sua primeira participação no Europeu seniores, com 24 anos, em 1971, foi 9.º classificado nos 3000 metros obstáculos.
Um ano depois, na sua estreia olímpica, em Munique'72 ficou pelas eliminatórias. Foi 9.º nas respectivas séries de 5000 (14.29,6) e 10 000 metros (28.53.6 RN).
Quatro anos depois, Carlos Lopes foi medalha de prata nos 10 000 metros dos Jogos Olímpicos de Montreal 1976 e medalha de ouro na maratona dos Jogos de Los Angeles 1984.
Fernanda Ribeiro campeã olímpica nos 10 000 metros
Fernanda Ribeiro foi uma menina-prodígio do atletismo português. Começou a praticar atletismo aos dez anos no clube Kolossal. E, com onze, correu a Meia Maratona da Nazaré, sendo segunda, com 1.24.02 horas, a quatro segundos da vencedora... Rosa Mota.
Em fevereiro de 1982 sagrou-se campeã nacional de juniores de corta-mato. Ainda não tinha 13 anos. Bateu os recordes de infantis, iniciados, juvenis e juniores.
Em finais de 1982, passa a treinar com Alfredo Barbosa, que encontrara quando se transferiu do Kolossal para o FC Porto.
Estreia-se no Campeonato da Europa em Schwechat (AUT) com 14 anos em 1983 terminando em 11.ª em final directa nos 3000 metros (9.29,87).
Dois anos depois, nos campeonato da Europa de Cottbus (RDA) 1985 corre os 3.000 metros e termina em 4.ª (9.18,41).
Conquista o seu primeiro ouro no campeonato da Europa Birmingham (GBR) em 1987: 3.000 metros Fernanda Ribeiro - 1.ª com 8.56,33.
Estreia olímpica: Seul'88. 3000 metros. Fernanda Ribeiro, com 19 anos, foi 26.º lugar em 31 participantes, com 9.05,92 minutos.
No seu primeiro Campeonato da Europa como sénior, em 1990, em Split, desistiu na final de 3000 metros. Em 1991, não chegou a ir ao Campeonato do Mundo; em 1992, não passou de nona nas eliminatórias de 3000 metros dos Jogos Olímpicos de Barcelona.
Em 1992, com 23 anos, deixa o seu técnico dos tempos de júnior, Alfredo Barbosa e passa a treinar com João Campos.
Foi campeã olímpica nos 10 000 metros em Atlanta 1996 e bronze em Sydney 2000.
Rosa Mota campeã olímpica da maratona
Começou a correr quando frequentava o liceu. Representou o Futebol Clube da Foz entre 1974 e 1977. Em 1978 transferiu-se para o Futebol Clube do Porto onde fica até 1980. A partir de 1981 representou o Clube de Atletismo do Porto. Nos dois primeiros anos de actividade (1973 e 1974), sagrou-se campeã nacional de juvenis de corta-mato e, com apenas 14 anos tornava-se recordista nacional de 3.000 metros. Esteve cinco anos no FC Foz, após o que ingressou no FC Porto (em 1978). Em finais de 1980, ingressaria no CAP, um pequeno clube dirigido por atletas, nascido a seguir ao 25 de Abril de 1974 de uma cisão no atletismo do FC Porto.
Em 1980 conheceu José Pedrosa que a recuperou para o atletismo e que passou a ser o seu companheiro e treinador (com a ajuda de Pompílio Ferreira até final de 1982). 1980 foi o ano negro da sua carreira. Uma anemia afastou-a das pistas durante vários meses e quase colocava ponto final na sua carreira. Em 1981, Rosa Mota voltava a plano de evidência, com novo título nacional de corta-mato; estreia no Mundial (em 18.º lugar), naquela que foi a primeira presença feminina portuguesa; e recordes nacionais na nova prova de 5000 metros (16.22,6 e 16.05,8).
A primeira maratona feminina em Atenas, na Grécia, durante o Campeonato Europeu em 1982, foi também a primeira maratona em que Rosa Mota participou; embora não fizesse parte do lote das favoritas, bateu Ingrid Kristiansen e ganhou assim a sua primeira maratona. Rosa Mota foi medalha de bronze em Los Angeles'84 e campeã olímpica da maratona em Seul'88.
Nelson Évora campeão olímpico do triplo salto
Na primeira vez que competiu por Portugal, em 2001, venceu a prova de salto em comprimento do FOJE (Festival Olímpico da Juventude Europeia) que teve lugar em Múrcia, Espanha.
Treinado por João Ganço - antigo recordista nacional de salto em altura e primeiro português a passar 2 metros -, troca o Odivelas FC pelo Benfica.
Em 2002 participa no Campeonato Mundial de Juniores em Kingston (Jamaica), quedando-se pelo sexto lugar no triplo salto, aquém do seu recorde pessoal, fazendo 15,87m.
É também como júnior que Nelson Évora troca o Benfica pelo FC Porto.
Em 2003, venceu o salto em comprimento e o triplo-salto do Campeonato da Europa de Juniores que decorreu em Tampere na Finlândia.
Comprimento: 1.º na final - 7,83; Triplo : 1.º na qualificação- 16,08 - 1.º na final - 16,43.
Conquistou a medalha de bronze no triplo-salto no Campeonato da Europa Sub-23 que teve lugar em Erfurt na Alemanha.
Em 2004 regressa ao Benfica.
Estreia olímpica: Atenas 2004, triplo salto. Nelson Évora, com 20 anos, foi 40.º classificado em 47 participantes, com 15,72.
Um ano depois participou no Campeonato do Mundo de Atletismo ao ar livre em Helsínquia falhando a qualificação para a final por poucos centímetros ao ser 14.º nas eliminatórias. Os 12 primeiros garantiam um lugar na final.
Nelson Évora torna-se o 4.º atleta português a conquistar uma medalha de ouro, nos Jogos de Pequim 2008.
Francis Obikwelu medalha de prata nos 100 metros
Obikwelu radicou-se em Portugal com 16 anos, após participar no Campeonato Mundial Júnior de Atletismo de 1994.
Correu os 400 metros e integrou as equipas da Nigéria nas estafetas dos 4x100 metros e dos 4x400, tendo nesta última chegado à Final.
Começou a treinar com Fausto Ribeiro no Belenenses.
Em 1996, Como apenas com 18 anos, participou nos Jogos Olímpicos de Atlanta conseguindo chegar às meias-finais na prova de 200 metros. Participou e triunfou no Campeonato Mundial de Juniores em Sidney. Neste evento competiu nos 100 e 200 metros arrecadando a medalha de ouro em ambas as provas. Venceu a prova de 100 metros com 10.21 segundos e a prova de 200 metros com 20.47 segundos.
Em final de 1996 transfere-se para o Sporting. No Campeonato Mundial de Pista Coberta em Paris'97 participou na prova de 200 metros. Chegou à final e conseguiu a medalha de bronze. Na época de verão, participou no Campeonato Mundial em Atenas na prova de 100 metros. Neste campeonato apenas consegui chegar às meias-finais, ficando em 6º lugar na série.
Em estreia olímpica: Nos Jogos de Sidney participou na prova de 200 metros, chegando às meias-finais.
Obikwelu tornou-se um cidadão português em Outubro de 2001.
Foi medalha de prata nos 100 metros dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004.
António Leitão medalha de bronze olímpica
Começou a sua carreira no desporto escolar. Decide então filiar-se no NASCE - Núcleo dos Amigos do Sporting Clube de Espinho, plataforma de acesso rápido ao Sporting de Espinho.
Estreia no Europeu de juniores Donetz (RUS) 1977 com apenas 17 anos, onde foi 4.º na eliminatória dos 5000 metros (14.02,6) e 9.º na final (14.14,3).
Dois anos depois, no Europeu de juniores em Bydgoszcz (POL) voltou a correr os 5000 metros onde foi 1.º na eliminatória (14.05,2) e 3.º na final (13.54,9) atrás do belga Eddy de Pauw e do britânico Steve Binns.
Após cinco temporadas no SC Espinho transfere-se para o Benfica acompanhado o seu treinador Jorge Ramiro.
Em 1982 estreia-se nos Europeu de seniores em Atenas e fica-se pelas qualificações nos 5000 metros.
António Leitão foi medalha de bronze nos 5000 metros dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1992.
Rui Silva medalha de bronze nos 1500 metros
Rui Silva começou a praticar atletismo com 15 anos no Estrela Ouriquense "descoberto" pelo treinador Pedro Barbosa.
Campeão nacional de juvenis, em corta-mato, classifica-se em 8.º Lugar nos Europeus de juniores Niyregyhaza (HUN) em pista (3.50.75) depois de nas eliminatórias ser terceiro com 3.47,72. Na época seguinte fica em 8.º Lugar no Mundial, do mesmo escalão.
Em 1995, pouco antes da sua subida a sénior transfere-se para o Sporting. Foi já em Alvalade que Rui Silva começou a treinar com Bernardo Manuel.
Em 1998, com apenas 20 anos, o meio fundista surpreende tudo e todos e conquista a medalha de ouro nos Europeus de Pista Coberta de Valência, na prova de 1500 metros, com o tempo de 3.44,57.
A 20 de Agosto do mesmo ano, na capital húngara Budapeste, o atleta leonino sagra-se vice-campeão europeu ao ar livre. O jovem escalabitano apenas ficou atrás do espanhol Reyes Estévez, com o tempo de 3.41,84.
Em 1999, Rui Silva conquistou o título de campeão da Europa, no escalão de sub-23, reforçando o estatuto de um dos melhores atletas mundiais de 1500 metros.
Estreia olímpica: Eliminação precoce da competição, logo nas qualificações. Debilitado fisicamente por uma virose conseguiu apenas o 32.º melhor tempo no conjunto das 3 séries com 3.41,93.
Foi medalha de Bronze nos 1500 metros dos Jogos de Atenas 2004.
Fernando Mamede recordista mundial dos 10 000 metros
Não podia deixar de acrescentar a estes nomes o de Fernando Mamede que não ganhou medalhas olímpicas mas bateu recordes da Europa e do Mundo. O alentejano participou pela primeira vez no Campeonato Distrital de Corta-Mato em Beja, que acabou por vencer. A partir dessa altura participou nas provas escolares e ainda em 1968 ganhou os 1000 metros dos Jogos da Mocidade Portuguesa, que se realizaram no Estádio Nacional com a marca de 2.36 minutos. No dia seguinte foi convidado para ingressar no Sporting Clube de Portugal. Um ano depois com 19 anos muda-se para a capital.
Em Juniores foi Campeão Nacional dos 800 metros e detentor dos Recordes Nacionais dos 400, 800, 1000 e 1500 metros e da estafeta dos 4x400m, e em 1970 esteve presente nos Campeonatos Europeus da categoria, que se disputaram em Paris, participando na corrida dos 800 metros.
Em 1970 estreia no Campeonato da Europa de juniores onde foi 5.º na eliminatória dos 800 metros (1.56.3)
em 1971 foi 23.º no Campeonato Mundial de Juniores de Corta Mato
Na sua estreia olímpica, em Munique'72, com apenas 21 anos, ficou nas qualificações nos 800 (4.º na série 2 com 1.48.6), 1500 (6.º na série 7 com 3.45.1) e estafeta de 4x400 metros onde ajudou a bater o recorde de Portugal (3.10.00) com Alberto Filipe Matos, Fernando Cunha e Silva e José Carvalho.
Foi recordista mundial dos 10 000 metros com 27.13,81, em Estocolmo, 1984.
27 de Julho de 2015
A MECA
Na Ilha de Man corre-se em ruas e corre-se em estradas.
E morre-se.
Excelente reportagem de Lídia Paralta Gomes
"São 60,72 quilómetros com início e fim em Douglas, a capital e maior cidade da ilha plantada a meio do Mar da Irlanda. Os pilotos rasgam-na a meio a velocidades que podem chegar aos 300 quilómetros por hora entre pequenas aldeias, vilas, montanhas. E nessas aldeias, vilas e montanhas há muros, postes, casas. Há ravinas, árvores, há piso desnivelado. Mais do que pilotos, os homens que se arriscam pelas ruas da Ilha de Man são gladiadores, heróis da classe trabalhadora, a mesma que todos os anos pega nas suas motos, de todos os pontos da Europa, e nas primeiras semanas de junho viaja para a pequena ilha, mãe de todas as corridas.
Ler mais em http://tribunaexpresso.pt/ilhademan/
Na Ilha de Man corre-se em ruas e corre-se em estradas.
E morre-se.
Excelente reportagem de Lídia Paralta Gomes
"São 60,72 quilómetros com início e fim em Douglas, a capital e maior cidade da ilha plantada a meio do Mar da Irlanda. Os pilotos rasgam-na a meio a velocidades que podem chegar aos 300 quilómetros por hora entre pequenas aldeias, vilas, montanhas. E nessas aldeias, vilas e montanhas há muros, postes, casas. Há ravinas, árvores, há piso desnivelado. Mais do que pilotos, os homens que se arriscam pelas ruas da Ilha de Man são gladiadores, heróis da classe trabalhadora, a mesma que todos os anos pega nas suas motos, de todos os pontos da Europa, e nas primeiras semanas de junho viaja para a pequena ilha, mãe de todas as corridas.
Ler mais em http://tribunaexpresso.pt/ilhademan/
Uma cultura da celebridade pelo desporto
Recordar Caio Apuleio Diocles Caio Apuleio Diocles, condutor de quadrigas lusitano nos hipódromos romanos do século II d.C, foi já considerado o atleta mais bem pago de sempre. "Há coisas que se mantêm iguais: [na Roma antiga] já havia uma cultura da celebridade pelo desporto, já havia atletas a ganharem fortunas imensas, o mundo conhecido era bastante mais “globalizado” (ou integrado) do que imaginamos — e a maneira mais provável de um jovem deste canto do Império se tornar famoso já era também através do desporto." https://www.publico.pt/…/d…/opiniao/o-cr7-do-ano-147-1793141 |
Revista Inside: um novo olhar sobre a corrida
Entrevista - Albertina Dias: A miúda de Miragaia que chegou a campeã do mundo
“O Núcleo de Atletismo da Esperança vê-se em grandes dificuldades para conseguir onde possa acoitar e dar algum conforto à cerca de meia centena de jovens das degradas zonas de são Nicolau e Miragaia. E o oásis que era o Núcleo no meio daquele deserto desgraçado, está em vias de se esvair, se não houver alguém que lhe possa ou queira valer.”
Estávamos em 1980, o Jornal de Notícias alertava para a situação difícil que a pequena coletividade portuense se encontrava: em vias de ficar sem sede, com os seus atletas, constituídos na sua maior parte por crianças e jovens entre os oito e os 16 anos, a “terem que se equipar na rua, quer faça sol, chuva ou vento...”
Embora pequeno, o NAE tinha os seus campeões. E entre esses jovens atletas surge um nome na página do JN: Albertina Dias. A “campeoníssima”, como a trata o jornalista António José, saindo do seu anonimato, e na irreverência dos seus 15 anos, atira: “as autoridades deviam ajudar os grupos pobres, porque se o não fizerem estão a descriminar os que menos possibilidades de singrar na vida, quer praticando desporto que noutra atividade social. Acho mal que nós raparigas nos equipemos na rua.”
Estas são as primeiras palavras na imprensa daquela que viria, 10 anos depois desta reportagem no JN, a tornar-se numa das mais medalhadas atletas portuguesa. A única fundista nacional a ostentar o titulo de campeã mundial de corta-mato (1993) (...).
«INSIDE running as a lifestyle» é o mais recente projeto da run4excellence, uma revista trimestral que pretende abordar os diferentes lados da corrida. «Todos sabemos que tudo se altera à nossa volta quando a corrida faz parte da nossa vida. Pretendemos abordar diferentes lados da corrida, ligando histórias do passado com o presente e o futuro. Queremos igualmente deixar conteúdos de grande relevo sobre o treino desportivo, dar espaço a relevantes histórias sobre a corrida e cruzar mundos como a arte, a cultura e a fotografia. Acreditamos que a corrida altera a forma como vemos o mundo que nos rodeia e queremos espelhar essas diferenças numa revista pensada e criada especialmente para corredores e treinadores, mas não só. Esta revista terá uma publicação a cada 3 meses. http://www.run4excellence.com/inside/number3.html». Paulo Colaço, diretor da INSIDE.
“O Núcleo de Atletismo da Esperança vê-se em grandes dificuldades para conseguir onde possa acoitar e dar algum conforto à cerca de meia centena de jovens das degradas zonas de são Nicolau e Miragaia. E o oásis que era o Núcleo no meio daquele deserto desgraçado, está em vias de se esvair, se não houver alguém que lhe possa ou queira valer.”
Estávamos em 1980, o Jornal de Notícias alertava para a situação difícil que a pequena coletividade portuense se encontrava: em vias de ficar sem sede, com os seus atletas, constituídos na sua maior parte por crianças e jovens entre os oito e os 16 anos, a “terem que se equipar na rua, quer faça sol, chuva ou vento...”
Embora pequeno, o NAE tinha os seus campeões. E entre esses jovens atletas surge um nome na página do JN: Albertina Dias. A “campeoníssima”, como a trata o jornalista António José, saindo do seu anonimato, e na irreverência dos seus 15 anos, atira: “as autoridades deviam ajudar os grupos pobres, porque se o não fizerem estão a descriminar os que menos possibilidades de singrar na vida, quer praticando desporto que noutra atividade social. Acho mal que nós raparigas nos equipemos na rua.”
Estas são as primeiras palavras na imprensa daquela que viria, 10 anos depois desta reportagem no JN, a tornar-se numa das mais medalhadas atletas portuguesa. A única fundista nacional a ostentar o titulo de campeã mundial de corta-mato (1993) (...).
«INSIDE running as a lifestyle» é o mais recente projeto da run4excellence, uma revista trimestral que pretende abordar os diferentes lados da corrida. «Todos sabemos que tudo se altera à nossa volta quando a corrida faz parte da nossa vida. Pretendemos abordar diferentes lados da corrida, ligando histórias do passado com o presente e o futuro. Queremos igualmente deixar conteúdos de grande relevo sobre o treino desportivo, dar espaço a relevantes histórias sobre a corrida e cruzar mundos como a arte, a cultura e a fotografia. Acreditamos que a corrida altera a forma como vemos o mundo que nos rodeia e queremos espelhar essas diferenças numa revista pensada e criada especialmente para corredores e treinadores, mas não só. Esta revista terá uma publicação a cada 3 meses. http://www.run4excellence.com/inside/number3.html». Paulo Colaço, diretor da INSIDE.
Os Károlyi
* Texto de João Junqueira.
Para quem diz que uma andorinha não faz a primavera,
este é um exemplo que demonstra o contrário.
Quando os Károlyi (Marttha e Béla Károlyi) viviam na Roménia os romenos eram considerados um povo "talentoso para a ginástica e geneticamente beneficiado" (ver filme Nadia Comanecci). Nos anos 90, os Károlyi fugiram para os EUA e, decorridos 20 anos, os romenos deixaram de ser "talentosos e geneticamente beneficiados" para a modalidade, sendo que em 2016 nos jogos olímpicos nem uma atleta conseguiram colocar. No entanto, os EUA tornaram-se "talentosos e geneticamente beneficiados" pois sob orientação e supervisão dos Károlyi a equipa de Ginástica feminina dos EUA ganhou tudo o que havia para ganhar nos JO de 2016.
Simone Biles, a nova rainha da modalidade, vencedora da prova individual 'all around', foi 'moldada' numa quinta escondida do Texas, pelo mesmo casal que lançou Nadia Comaneci. E ninguém ficou surpreendido com a forma simples como conseguiu: a adolescente, dos EUA, é "só" mais uma obra perfeita (a melhor de todas?) do casal Karolyi, os treinadores que já tinham dado ao mundo a lendária Nadia Comaneci.
No entanto, Simone Biles não é uma ginasta qualquer: é uma rapariga de 1,45 metros e 47 quilos, com tanto de graciosa como de indestrutível. As três últimas vencedoras da competição 'all around' dos Jogos Olímpicos - Carly Patterson (2004), Nastia Liukin (2008) e Gabby Douglas (2012) - tinham saído do mesmo berço: o Rancho Karolyi, uma quinta escondida no meio de um parque florestal do Texas, onde o casal Bela e Martha Karolyi se radicou desde 2000. Em rutura com o regime de Ceausescu, os dois treinadores romenos de ascendência húngara exilaram-se nos EUA no início dos anos 80, depois de terem levado a compatriota Nadia Comaneci a fazer história - treinaram-na desde os seis anos.
Juntos (ele, até se reformar em 2000, era o treinador principal) fizeram outro milagre desportivo na nação que os acolheu: ajudaram à progressão de um país outrora quase sem grande expressão na ginástica artística. Desde Barcelona 1992 que as norte-americanas sobem sempre ao pódio da prova feminina de equipas. "Sinto-me orgulhosa de ter criado algo único para a ginástica dos EUA", gaba-se Martha.
A quinta dos Karolyi - equipada com recintos de treino e residências para atletas e treinadores, num regime de isolamento quase total - tornou-se um local de culto para os amantes de ginástica artística. Foi lá que a coach Martha modelou as últimas campeãs olímpicas, sempre sob o olhar atento do marido (que goza o restante tempo tempo livre ocupando-se dos animais...). E agora que a treinadora (de 73 anos, como Bela) se vai reformar, após os Jogos Olímpicos, a federação de ginástica dos EUA já anunciou que comprou todos os espaços desportivos que fazem parte do rancho, para manter a fábrica de campeões.
De qualquer forma, o futuro da ginástica do país parece estar assegurado com Simone Biles. A adolescente conquistou os títulos individuais 'all around' nos três últimos mundiais (um feito inédito) e juntou-lhes mais 11 medalhas (sete de ouro). No Rio 2016, Biles fez história, subindo ao pódio cinco vezes, com quatro medalhas de ouro (salto; equipas geral; solo e individual geral) e uma de bronze (trave olímpica) feito que supera Nadia Comaneci ou Larissa Latynina (18 medalhas em Jogos Olímpicos, entre 1956 e 1964). No entanto, ela continua a brilhar sem pressão, com a leveza de uma miúda que se quer distrair: "Os melhores resultados aparecem quando uma pessoa se diverte".
* João Junqueira foi fundista internacional, olímpico em Barcelona 1992
Para quem diz que uma andorinha não faz a primavera,
este é um exemplo que demonstra o contrário.
Quando os Károlyi (Marttha e Béla Károlyi) viviam na Roménia os romenos eram considerados um povo "talentoso para a ginástica e geneticamente beneficiado" (ver filme Nadia Comanecci). Nos anos 90, os Károlyi fugiram para os EUA e, decorridos 20 anos, os romenos deixaram de ser "talentosos e geneticamente beneficiados" para a modalidade, sendo que em 2016 nos jogos olímpicos nem uma atleta conseguiram colocar. No entanto, os EUA tornaram-se "talentosos e geneticamente beneficiados" pois sob orientação e supervisão dos Károlyi a equipa de Ginástica feminina dos EUA ganhou tudo o que havia para ganhar nos JO de 2016.
Simone Biles, a nova rainha da modalidade, vencedora da prova individual 'all around', foi 'moldada' numa quinta escondida do Texas, pelo mesmo casal que lançou Nadia Comaneci. E ninguém ficou surpreendido com a forma simples como conseguiu: a adolescente, dos EUA, é "só" mais uma obra perfeita (a melhor de todas?) do casal Karolyi, os treinadores que já tinham dado ao mundo a lendária Nadia Comaneci.
No entanto, Simone Biles não é uma ginasta qualquer: é uma rapariga de 1,45 metros e 47 quilos, com tanto de graciosa como de indestrutível. As três últimas vencedoras da competição 'all around' dos Jogos Olímpicos - Carly Patterson (2004), Nastia Liukin (2008) e Gabby Douglas (2012) - tinham saído do mesmo berço: o Rancho Karolyi, uma quinta escondida no meio de um parque florestal do Texas, onde o casal Bela e Martha Karolyi se radicou desde 2000. Em rutura com o regime de Ceausescu, os dois treinadores romenos de ascendência húngara exilaram-se nos EUA no início dos anos 80, depois de terem levado a compatriota Nadia Comaneci a fazer história - treinaram-na desde os seis anos.
Juntos (ele, até se reformar em 2000, era o treinador principal) fizeram outro milagre desportivo na nação que os acolheu: ajudaram à progressão de um país outrora quase sem grande expressão na ginástica artística. Desde Barcelona 1992 que as norte-americanas sobem sempre ao pódio da prova feminina de equipas. "Sinto-me orgulhosa de ter criado algo único para a ginástica dos EUA", gaba-se Martha.
A quinta dos Karolyi - equipada com recintos de treino e residências para atletas e treinadores, num regime de isolamento quase total - tornou-se um local de culto para os amantes de ginástica artística. Foi lá que a coach Martha modelou as últimas campeãs olímpicas, sempre sob o olhar atento do marido (que goza o restante tempo tempo livre ocupando-se dos animais...). E agora que a treinadora (de 73 anos, como Bela) se vai reformar, após os Jogos Olímpicos, a federação de ginástica dos EUA já anunciou que comprou todos os espaços desportivos que fazem parte do rancho, para manter a fábrica de campeões.
De qualquer forma, o futuro da ginástica do país parece estar assegurado com Simone Biles. A adolescente conquistou os títulos individuais 'all around' nos três últimos mundiais (um feito inédito) e juntou-lhes mais 11 medalhas (sete de ouro). No Rio 2016, Biles fez história, subindo ao pódio cinco vezes, com quatro medalhas de ouro (salto; equipas geral; solo e individual geral) e uma de bronze (trave olímpica) feito que supera Nadia Comaneci ou Larissa Latynina (18 medalhas em Jogos Olímpicos, entre 1956 e 1964). No entanto, ela continua a brilhar sem pressão, com a leveza de uma miúda que se quer distrair: "Os melhores resultados aparecem quando uma pessoa se diverte".
* João Junqueira foi fundista internacional, olímpico em Barcelona 1992
“Alguns atletas e treinadores vivem em roda livre”
DESTAQUES – Balanço e debate sobre a Missão nos Jogos Olímpicos do Rio’2016
O Panathlon Clube de Lisboa organizou um debate sobre a presença da Missão Portuguesa nos Jogos Olímpicos do Rio’2016, na Sala de Troféus do Ginásio Clube Português, a partir das 21h15 do dia 27 do corrente mês de Outubro (5ª feira).
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, fez um balanço/análise sintética sobre a Missão com um principal enfoque nos resultados obtidos pelos atletas portugueses. Segundo o próprio, reiterou esses resultados “ficaram aquém das expectativas” e, convictamente, “aquilo que os atletas deram não foi o melhor que já tiveram para dar, com dados a analisar em próximas edições”. Em função da sua “percepção a nossa missão valia muito mais do que acabou por mostrar no Rio de Janeiro”.
Entre a assistência, composta na sua maioria por presidentes de federações, assistiu ao debate João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto.
FRASES:
JOSÉ MANUEL CONSTANTINO
Pres. Do COP:
“Mais do que uma Missão desportiva é uma missão cultural, diplomática…”
“A Missão e o seu contexto. Fragilidades: quando chegámos ao COP fomos confrontados com a obrigatoriedade de devolução de 1.100 milhão de euros para podermos celebrar os contratos programa com o Governo.”
“PREPOL – Foi possível assinar um Programa com uma proposta positiva baseada num Planeamento a três ciclos. O trabalho das federações correu bem apesar das difíceis singularidades com “as grelhas” a tornar-se o elemento mais difícil de abordagem no projeto, onde tivemos de integrar os atletas até ao lugar de semifinalista.”
“A Prestação financeira para a preparação foi aumentada em 20%: 13.628 milhões para o ciclo Rio 2016; Dois milhões para esperanças olímpicas; 2 milhões para (dois anos) ciclo olímpico Tóquio 2016.”
“Grelhas: alargaram os apoios. Não confirmaram as espectativas.”
“Tivemos problemas de liquidez. O COP teve de recorrer à banca para dotar as federações.”
“2013, 2014, 2015 – nesses anos, muitas federações não gastaram as verbas de preparação na totalidade e desviaram essas verbas para outras rubricas.”
“Em 2017 tem de bater tudo certo.”
“No fundo, o COP pediu dinheiro para financiar as atividades regulares das federações. E que agora terão de ser regularizadas. Caso contrário será o COP a repor ao Estado.”
“Resultados: diferentes leituras.”
“41% confirmaram; 59% ficaram aquém.”
“A Missão Olímpica ficou aquém dos objetivos e expetativas.”
“Porque aconteceu? É essa resposta que procuramos, reunindo e debatendo com todos. Vamos ainda reunir com atletas e treinadores.”
“Tenho a profunda convicção que valemos mais do que fizemos no Rio 2016.”
“O que fazer na base? Não tenho resposta.”
“Sempre fomos muito críticos quanto às questões de politica desportiva.”
“Não estou convencido que o problema seja de natureza politica ou financeira.”
“Quando um conjunto de atletas não consegue ficar no patamar que é o seu valor temos que analisar sobre essa perspetiva.”
“Temos fragilidades na preparação – o apoio médico deixa-nos inquietos.”
“Alguns atletas e treinadores vivem em roda livre”
“Temos de criar consciência critica.”
“Temos de organizar melhor e ter gente mais certificada: médicos, psicólogos, bioquímicos, fisiologistas…”
“Temos recursos limitados para desenvolver o alto rendimento.”
“Não vamos lá colocando mais dinheiro no sistema.”
“Se tivéssemos ganho 4/5 medalhas não mudava o país desportivo.”
“A política é a gestão do possível. A solução é melhorarmos o que já fazemos.”
“A aldeia olímpica é um lugar de perdição.”
“Há gente que sai da aldeia olímpica com mais peso.”
“É complicado gerir o fracasso após a competição frente a outros atletas que ainda não competiram.”
ANTÓNIO VASCONCELOS RAPOSO
Vice-presidente da FPN:
“Nunca se avaliou tanto os resultados. Isso é positivo.”
“No caso da natação: 70% dos atletas presentes pioram os seus resultados de entrada nos Jogos; 30% melhorou; EUA tiveram 50% a melhorar com 32 atletas nos 16 primeiros.”
“No melhor ano treina-se mais, acumula-se fadiga que nem sempre é bem controlada.”
“Foram os piores Jogos em termos de resultados.”
“Se nos prepararmos bem podemos fazer um brilharete.”
FERNANDO MOTA
Ex-pres. Da FPA:
“O que tem de fazer para alterar o curso da história?”
MANUEL BRITO
Presidente do Panathlon Clube de Lisboa
“Precisamos de medalhas!!! Portugal precisa de medalhas!!!”
“É o momento estratégico!”
“O que é que o Estado quer?”
“O que Carlos Lopes e Rosa Mota fizeram pelo país? Mais do que 500 ministros e secretários de estado…”
27 de outubro de 2016
O Panathlon Clube de Lisboa organizou um debate sobre a presença da Missão Portuguesa nos Jogos Olímpicos do Rio’2016, na Sala de Troféus do Ginásio Clube Português, a partir das 21h15 do dia 27 do corrente mês de Outubro (5ª feira).
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, fez um balanço/análise sintética sobre a Missão com um principal enfoque nos resultados obtidos pelos atletas portugueses. Segundo o próprio, reiterou esses resultados “ficaram aquém das expectativas” e, convictamente, “aquilo que os atletas deram não foi o melhor que já tiveram para dar, com dados a analisar em próximas edições”. Em função da sua “percepção a nossa missão valia muito mais do que acabou por mostrar no Rio de Janeiro”.
Entre a assistência, composta na sua maioria por presidentes de federações, assistiu ao debate João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto.
FRASES:
JOSÉ MANUEL CONSTANTINO
Pres. Do COP:
“Mais do que uma Missão desportiva é uma missão cultural, diplomática…”
“A Missão e o seu contexto. Fragilidades: quando chegámos ao COP fomos confrontados com a obrigatoriedade de devolução de 1.100 milhão de euros para podermos celebrar os contratos programa com o Governo.”
“PREPOL – Foi possível assinar um Programa com uma proposta positiva baseada num Planeamento a três ciclos. O trabalho das federações correu bem apesar das difíceis singularidades com “as grelhas” a tornar-se o elemento mais difícil de abordagem no projeto, onde tivemos de integrar os atletas até ao lugar de semifinalista.”
“A Prestação financeira para a preparação foi aumentada em 20%: 13.628 milhões para o ciclo Rio 2016; Dois milhões para esperanças olímpicas; 2 milhões para (dois anos) ciclo olímpico Tóquio 2016.”
“Grelhas: alargaram os apoios. Não confirmaram as espectativas.”
“Tivemos problemas de liquidez. O COP teve de recorrer à banca para dotar as federações.”
“2013, 2014, 2015 – nesses anos, muitas federações não gastaram as verbas de preparação na totalidade e desviaram essas verbas para outras rubricas.”
“Em 2017 tem de bater tudo certo.”
“No fundo, o COP pediu dinheiro para financiar as atividades regulares das federações. E que agora terão de ser regularizadas. Caso contrário será o COP a repor ao Estado.”
“Resultados: diferentes leituras.”
“41% confirmaram; 59% ficaram aquém.”
“A Missão Olímpica ficou aquém dos objetivos e expetativas.”
“Porque aconteceu? É essa resposta que procuramos, reunindo e debatendo com todos. Vamos ainda reunir com atletas e treinadores.”
“Tenho a profunda convicção que valemos mais do que fizemos no Rio 2016.”
“O que fazer na base? Não tenho resposta.”
“Sempre fomos muito críticos quanto às questões de politica desportiva.”
“Não estou convencido que o problema seja de natureza politica ou financeira.”
“Quando um conjunto de atletas não consegue ficar no patamar que é o seu valor temos que analisar sobre essa perspetiva.”
“Temos fragilidades na preparação – o apoio médico deixa-nos inquietos.”
“Alguns atletas e treinadores vivem em roda livre”
“Temos de criar consciência critica.”
“Temos de organizar melhor e ter gente mais certificada: médicos, psicólogos, bioquímicos, fisiologistas…”
“Temos recursos limitados para desenvolver o alto rendimento.”
“Não vamos lá colocando mais dinheiro no sistema.”
“Se tivéssemos ganho 4/5 medalhas não mudava o país desportivo.”
“A política é a gestão do possível. A solução é melhorarmos o que já fazemos.”
“A aldeia olímpica é um lugar de perdição.”
“Há gente que sai da aldeia olímpica com mais peso.”
“É complicado gerir o fracasso após a competição frente a outros atletas que ainda não competiram.”
ANTÓNIO VASCONCELOS RAPOSO
Vice-presidente da FPN:
“Nunca se avaliou tanto os resultados. Isso é positivo.”
“No caso da natação: 70% dos atletas presentes pioram os seus resultados de entrada nos Jogos; 30% melhorou; EUA tiveram 50% a melhorar com 32 atletas nos 16 primeiros.”
“No melhor ano treina-se mais, acumula-se fadiga que nem sempre é bem controlada.”
“Foram os piores Jogos em termos de resultados.”
“Se nos prepararmos bem podemos fazer um brilharete.”
FERNANDO MOTA
Ex-pres. Da FPA:
“O que tem de fazer para alterar o curso da história?”
MANUEL BRITO
Presidente do Panathlon Clube de Lisboa
“Precisamos de medalhas!!! Portugal precisa de medalhas!!!”
“É o momento estratégico!”
“O que é que o Estado quer?”
“O que Carlos Lopes e Rosa Mota fizeram pelo país? Mais do que 500 ministros e secretários de estado…”
27 de outubro de 2016
TÓQUIO 2020: Rumo ao futuro: `Tailor-Made Solution´
ESPAÇO UNIVERSIDADE
TÓQUIO 2020: Rumo ao futuro: `Tailor-Made Solution´ (artigo de António José Silva, 1)
08-10-2016
António José Silva
http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=634772
A participação Olímpica resultou de uma parceria entre o COP e as Federações Desportivas Nacionais com o apoio financeiro e institucional do Estado Português (Diário da República, 2.ª série — N.º 33 — 17 de fevereiro de 2014.
Para além do PPO, todos os restantes atletas de alto rendimento deveriam estar integrados num plano de alto rendimento desportivo (PAR), onde usufruiriam (dependente das federações desportivas que os tutelam):
1. Verbas que se podem constituir como uma bolsa mensal de preparação,
2. suplementos nutricionais e um plafond individual anual para apetrechamento, estágios de preparação e apoio à participação em competições internacionais que não de seleção nacional;
3. Acesso aos serviços de equipas multidisciplinares constituídas, compostas por treinadores, médicos, fisioterapeutas, massagista, dietista/nutricionista, fisiologista, psicólogo, biomecânica e outros técnicos de apoio.
Não obstante estes aspetos, importa relevar que:
1. Quer os PPO e PAR foram desenhados para uma realidade social e económica de Portugal dos anos 80 e 90 quando os clubes apoiavam muito os melhores atletas nacionais. Hoje e com a crise de permeio, esse apoio é muito mais reduzido ou inexistente, apesar das condições de apoio aos atletas de alto rendimento por parte do estado português nunca terem sido tão boas como hoje (apesar do desfasamento com as principais potências mundiais);
2. Os clubes, células básicas que historicamente têm mantido o desporto de competição em Portugal, são ignorados nestes programas;
Não obstante, há outros aspetos para além dos económico-financeiros, que urge aduzir e que influenciam a preparação e os resultados dos atletas de alto rendimento.
RESULTADOS NO CONTEXTO DAS DIFERENTES EDIÇÕES DOS JOGOS
Em termos puramente paramétricos e com base na aferição dos objetivos, o contrato programa para os Jogos Rio 2016 definia: i) duas posições correspondentes aos três primeiros lugares [medalhas], conseguiu uma, ii) 12 posições correspondentes aos lugares compreendidos entre o 4º e o 8º, conseguiu 10; iii) entre o 9º e o 12.º cerca de 12 posições e conseguiu 15.
FATORES CONDICIONANTES RESULTADOS DESPORTIVOS NAS VÁRIAS EDIÇÕES JOGOS OLÍMPICOS
Melhorámos consideravelmente o nosso nível desportivo. Mas num meio tão competitivo e com cada vez maior densidade de prática à escala global, parece que “os outros” melhoraram mais do que nós.
Têm razão os que se questionam se o sistema desportivo português é realmente potenciador de resultados de excelência, sobretudo nos aspetos mais básicos e estruturais: o famoso “modelo”.
São vários os estudos que referem algumas variáveis determinantes no potencial de um país no que diz respeito ao número de medalhas em JO e, transversalmente, a demografia e a economia parecem tomar conta da distribuição das medalhas.
Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a China, a Rússia, a Alemanha, o Japão, a França, a Correia do Sul, a Itália e a Austrália fixaram o top-10 destes JO, praticamente todas as principais economias mundiais. E todos estes países com mais de 50 milhões de habitantes, com exceção da Austrália.
Parece difícil, senão impossível, para Portugal, 86º país em termos de população, com o 51º maior PIB do mundo, o 36º PIB per capita, chegar aos números de medalhas destas grandes potências. Muitos acreditam que, apenas com 10 ou 11 milhões de habitantes, Portugal nunca será um país relevante no desporto olímpico. Conclusão falaciosa quando analisamos alguns exemplos, inspiradores, de pequenos países que, apesar de muito diferentes uns dos outros e de não serem grandes potências económicas mundiais, conseguiram os resultados de relevo nestes Jogos Olímpicos.
O que estes dados indiciam é que independentemente dos fatores económicos (PIB per capita) o Investimento público (orçamento do Estado para a atividade desportiva) é insuficiente, não só para a realidade atual se tomarmos em linha de conta o valor económico do desporto, mas sobretudo numa perspetiva de desenvolvimento desportivo que deveria constituir uma prioridade nacional, facto este que deve ser aliado ao problema das dessincronias do investimento público relativo ao Alto Rendimento (controlado pelo Governo/IPDJ) e à preparação olímpica (controlado pelo comité Olímpico).
Revelam também que não é a demografia geral que afeta os resultados, mas sim a demografia desportiva, num país com uma das maiores taxas de sedentarismo na Europa e um dos números mais baixos de desportistas federados, a rondar os 600 mil (incluindo os 32 mil do campismo e os 10 mil da columbofilia).
POLÍTICA DESPORTIVA NACIONAL: RESULTADOS VS. MASSIFICAÇÃO
A importância do desporto e das organizações tutelares não se mede, ao contrário do que muitos afirmam pela sobrevalorização, num contexto circunstancial, dos resultados desportivos de nível internacional quando resultam da comparação alegórica, injusta e desproporcionada de desportos com diferentes taxas de densificação competitiva e representatividade internacionais.
A filosofia populista da valorização absoluta da medalha, independentemente do seu valor relativo ou do valor relativo de outras posições na classificação de uma competição, é algo com que temos convivido em Portugal, erradamente a par do preocupante problema da falta cultura de exigência e de mérito social.
A independência dessa valorização absoluta de uma análise contextual do fenómeno desportivo é ainda mais gritante ao ponto de haver uma total ausência de pensamento estratégico relativo ao desporto, complacentemente aceite pela maior parte dos intervenientes no sistema desportivo. Este estado de coisas radica num atraso cultural em tudo o que se refere ao Desporto, em comparação com a esmagadora maioria dos outros países europeus e/ ou mundiais. Quais são as características basilares de bloqueio do nosso "sistema"?
Fatores de bloqueio entre sistema Educativo vs. Sistema desportivo:
1. Desvalorização progressiva da Educação Física e do Desporto Escolar (DE) no seio do ensino básico, diferentes ciclos de ensino, e secundário;
2. Não obstante uma maior aproximação entre DE e Federado, a ausência de uma integração coordenada, salvo honrosas exceções;
3. Ausência de ensino articulado do Desporto, a exemplo do que acontece com o ensino da Música e da Dança (projetos educativos desportivos);
4. Enormes dificuldades do sistema educativo (com graus diferentes dependendo dos estabelecimentos de ensino e das zonas do país) em responder positivamente às disposições legais de proteção aos atletas de Alto Rendimento;
5. Problemas, com particular acuidade no ensino superior, com obstáculos levantados a atletas de Alto Rendimento numa fase da sua carreira em que é necessária uma dedicação especial para atingir rendimentos desportivos excecionais, cumulativos com a ausência de um real enquadramento favorável à manutenção de carreiras duais (criação do estatuto estudante e atleta alto rendimento desportivo, por exemplo).
Fatores de bloqueio entre as organizações desportivas e o desporto rendimento:
1. Dispersão de organismos reguladores da atividade desportiva (COP, CDP, CPP, IPDJ) e quase total falta de coordenação entre os poderes centrais, delegados (federações) e autárquicos, com efeitos devastadores na capacidade de ser iniciado um processo de pensamento estratégico de desenvolvimento desportivo;
2. Apesar de um inequívoco voluntarismo das Federações, ausência de uma organização e princípios orientadores comuns, e à troca de experiências.
Fatores de bloqueio entre Sistema Laboral e sistema desportivo:
1. Apoio às carreiras duais, no processo de preparação desportiva;
2. Salvaguarda da estabilidade profissional/emprego no pós-carreira (competir com sistemas altamente profissionalizados de uma forma amadora).
Fatores de bloqueio dentro do próprio Sistema desportivo:
1. Apesar do índice de participação desportiva ter subido nos últimos anos, ainda não possuímos um número mínimo/suficiente (massa crítica) de praticantes para a obtenção de grandes resultados, de uma forma consistente e tendente à construção de uma indústria potenciadora de visibilidade e apoios relevantes:
a. O número de atletas e clubes dedicados não permite que haja um conjunto alargado de treinadores que se dedique a 100%;
b. O número de atletas de alto rendimento ainda não é tal que permita, por um lado, a partilha de um estilo de vida comum para que as carreiras possam ser mais longas e, por outro, que permita a competitividade interna importante para se chegar ao nível dos melhores.
2. Condições potenciadoras do alto rendimento (infraestruturas públicas; de apoio médico e de controlo de treino), especificando:
a. Falta de uma coordenação “top-Down” relativamente às medidas concertadas para o alto rendimento o que faz com que as soluções não resultem de uma organização que potencie essas estruturas, mas apenas de iniciativas isoladas, seja das Federações, de clubes, técnicos ou atletas;
b. A ausência de estruturas de controlo e avaliação do estado de preparação e consequentemente de aferição dos objetivos e análise do investimento público o que impede a confirmação da eficácia da preparação;
c. Indisponibilidade de instalações desportivas especializadas adequadas em determinadas (muitas) modalidades desportivas (caso da natação e treino em piscina de 50m);
d. Falta de sofisticação das instalações desportivas de qualidade que existem em cada uma das modalidades, que permitam o desenvolvimento de talentos, sobretudo em atividades mais técnicas e dependentes de alguma tecnologia.
Estas são apenas algumas das muitas questões que se poderiam colocar.
RECOMENDAÇÕES
Se queremos ganhar medalhas tem que se iniciar desde já a preparação para esse objetivo, e não ficar quatro anos à espera. Nos países do topo da lista, as medalhas planeiam-se à distância de dois ou três ciclos olímpicos e, cada vez mais, exigem um trabalho profissional e competente a todos os níveis.
O Projeto de Preparação Olímpica tem que ter subjacente um plano estratégico devidamente especificado, com objetivos bem definidos, metas, cronogramas de concretização e resultados esperados, a três ciclos. Implementar esse projeto de forma sistemática e consistente, devidamente enquadrado no programa e alto rendimento desportivo.
Há que aumentar a capacidade de dar resposta às necessidades nacionais e competir à escala internacional, valorizando a função institucional e de coesão territorial e o esforço de integração de instituições num programa plurianual de estratégia organizativa. Estes devem ser os termos em que se deve pensar o desenvolvimento desportivo: deixar de haver um centro único e tudo passar a funcionar em rede e de forma sistemática.
Óbvio que o modelo carece de uma dotação específica da tutela para as organizações desportivas ao nível de recursos humanos, logísticos e financeiros.
TÓQUIO 2020
A questão central do alto rendimento desporto, no qual se insere o PPO, é a capacidade de proporcionar aos desportistas as condições ideais para se poderem dedicar ao processo de preparação desportiva. Em termos sistémicos, cabe às organizações proporcionar estas condições. Algumas das medidas mais paradigmáticas que o estado pode proporcionar para um contexto social adequado e dedicação prioritária devem passar por três níveis de intervenção básicos:
i) consenso quanto à filosofia do modelo de alto rendimento desportivo em Portugal; ii) disponibilização das condições contextuais sociais no alto rendimento; iii) disponibilização das condições de treino no alto rendimento. Tudo isto numa abordagem paradigmática completamente diferente da tradicional.
Daí a designação do Tailor-made solution: fato feito à medida. A decisão sobre as necessidades do estado de preparação de um desportista projetadas a 4 anos (Tóquio 2020) devem ter subjacentes as REAIS necessidades do desportista e do seu envolvimento devidamente balizadas pela regra que constituí o enquadramento legal. Nos fatores que determinam a sua evolução esperada, o que é necessário para que lhes sejam proporcionadas as condições ideais, face aos condicionalismos e limitações existentes, para que se possa exigir a melhoria gradual do seu rendimento.
É óbvio que a existência paralela de medidas que sistematizem a via normal/regular devem ser adotadas, por forma a criar o necessário “caldo” de cultura institucional e organizativa para que os atletas excecionais possam demostrar a sua qualidade não como resultado da espontaneidade, mas sim da organização.
Em termos de filosofia global do projeto:
1. Consensualizar a implementação de uma filosofia comum, devidamente contratualizada entre estado, COP e federações desportivas, com definição de objetivos partilhada, assim como grau de comprometimento especificado, coordenando as competências existentes entre os diferentes organismos do sistema desportivo e o grau de responsabilidade e atribuições.
2. Necessidade de integrar o PPO no âmbito do alto rendimento, por forma a não existirem descontinuidades entre os dois programas:
a. O PPO deverá estar enquadrado na estratégia global do alto rendimento desportivo;
b. Definição por parte do Estado dos apoios ao PAR desenhados e regulados nos mesmos moldes do PPO permitindo a passagem de uns para os outros.
3. Necessidade de um maior compromisso, avaliação da preparação e acompanhamento dos atletas integrados no Projeto Olímpico, de forma a permitir que a prestação no ciclo olímpico possa indiciar um bom resultado na Olimpíada, tendo sempre presente a imprevisibilidade do Desporto.
4. Maior assunção das responsabilidades por parte das federações com as suas obrigações devidamente contratualizadas, procedendo a ajustamentos financeiros decorrentes, quer do plano de ação apresentado, quer do grau de comprometimento e cumprimento dos objetivos anteriores propostos, especificamente:
a. Exigir a cada federação a definição e aprovação junto da tutela de um plano de ação integrado a 1/2/3 ciclos olímpicos com a estratégia para cada modalidade e à qual estariam subjacentes os contratos programas plurianuais/anuais que integre;
b. Definição clara e concreta dos grupos de apoio aos diferentes projetos (talentos, 2028; esperanças olímpicas, 2024; olímpicos, 2020), potenciando de forma estratégica aquilo que são as nossas condições naturais, infraestruturais, técnicas e humanas;
c. Assunção perante a tutela e entidades gestoras dos projetos objetivos claros e realistas, implementando mecanismos de controlo que permitam controlar se a gestão está a ser eficaz.
Ao nível das condições contextuais de enquadramento social:
1. Valorizar social e mediaticamente os nossos talentos, aumentando a sua visibilidade;
2. Trabalhar com as Instituições de Ensino Superior/sistema laboral potenciando as carreiras duais, possibilitando o treino e a atividade escolar/laboral;
3. Contratualizar com entidades da administração pública ou da sua esfera (parecerias PP e outras) protocolos que sirvam de suporte ao início da carreira profissional dos atletas e/ou à sua continuidade, como existe hoje em França, Itália/Brasil;
4. Reforçar o apoio aos treinadores/atletas, integrando na solução o apoio público (estado central; COP; federações e local, autárquico) e o privado (clube), valorizando:
a. Os desportistas de alto rendimento/olímpicos como modelos sociais à escala global;
b. A desoneração laboral dos treinadores de desportistas nestas condições.
5. O reforço do apoio aos Clubes/dirigente desportistas com atletas de alto rendimento desportivo, mediante:
a. A certificação de clubes com critérios exequíveis de avaliação, valorizando o seu papel no âmbito do rendimento face às suas valências e desportos;
b. A isenção fiscal pela contribuição majorada para a constituição de seleções nacionais e outros critérios;
c. O reforço do estatuto do dirigente associativo, ou voluntário, permitindo que a inclusão em projetos desportivos seja valorizada no ensino superior e/ou mercado de trabalho/formação tutelada (suplemento ao diploma);
Por parte das condições relacionadas com contexto de treino:
a. Coordenar e agilizar a utilização de infraestruturas desportivas públicas por parte dos atletas de alto rendimento desportivo;
b. Desonerar os custos de utilização por parte dos desportistas de alto rendimento desportivo nas excelentes infraestruturas existentes nos diferentes CARS no País;
c. Criar uma estrutura nacional de controlo e avaliação do processo de treino com valências ajustadas às necessidades dos desportistas de alto rendimento desportivo, integrando nesta estrutura os centros de medicina desportiva; o CAR Jamor; os CARS’s nacionais e os laboratórios adstritos às Instituições de Ensino Superior (IES);
d. Criar condições para deslocalizar (estágios de curta, média e longa duração), os nossos atletas de alto rendimento desportivos para sistemas de preparação desportiva com resultados comprovados à escola olímpica.
CONCLUSÕES
O desporto Português possui atletas e equipas com condições de disputar os lugares de pódio olímpico a cada quatro anos. Estes são a exceção e, como tal, é como exceção que devem ser tratados. A abordagemtailor-made é a via mais rápida que permitirá definir as reais necessidades de preparação e de política redistributiva face à real necessidade, igualdade e equidade. As quatro perguntas que, neste âmbito, devem ser feitas e as respostas que podem ser escrutinadas são óbvias de tao simples:
Aos desportistas: O que precisam para serem melhores em 2020 do que foram em 2016?
Às Federações desportivas: Face às necessidades dos desportistas, qual a dotação que precisam para o necessário enquadramento técnico-organizativo em termos desportivos e outras condições para além das desportivas?
À entidade gestora /COP: face às necessidades dos desportistas e das federações o que precisam em termos de financiamento direto e outros mecanismos de agilização de procedimentos desportivos e extradesportivos?
Ao estado: Validam os objetivos e a estratégia? Então de que esperam para passar o cheque e criar as condições de sucesso?
António José Silva é Professor Catedrático no Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde da UTAD; Vice-Reitor para Ciência Tecnologia e Inovação na UTAD; Membro do Conselho Nacional Educação (CNE); Membro do Conselho Nacional Desporto (CND); Presidente do Conselho Cientifico da Rede Euro Americana de Motricidade Humana; Presidente da Federação Portuguesa de Natação.
TÓQUIO 2020: Rumo ao futuro: `Tailor-Made Solution´ (artigo de António José Silva, 1)
08-10-2016
António José Silva
http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=634772
A participação Olímpica resultou de uma parceria entre o COP e as Federações Desportivas Nacionais com o apoio financeiro e institucional do Estado Português (Diário da República, 2.ª série — N.º 33 — 17 de fevereiro de 2014.
Para além do PPO, todos os restantes atletas de alto rendimento deveriam estar integrados num plano de alto rendimento desportivo (PAR), onde usufruiriam (dependente das federações desportivas que os tutelam):
1. Verbas que se podem constituir como uma bolsa mensal de preparação,
2. suplementos nutricionais e um plafond individual anual para apetrechamento, estágios de preparação e apoio à participação em competições internacionais que não de seleção nacional;
3. Acesso aos serviços de equipas multidisciplinares constituídas, compostas por treinadores, médicos, fisioterapeutas, massagista, dietista/nutricionista, fisiologista, psicólogo, biomecânica e outros técnicos de apoio.
Não obstante estes aspetos, importa relevar que:
1. Quer os PPO e PAR foram desenhados para uma realidade social e económica de Portugal dos anos 80 e 90 quando os clubes apoiavam muito os melhores atletas nacionais. Hoje e com a crise de permeio, esse apoio é muito mais reduzido ou inexistente, apesar das condições de apoio aos atletas de alto rendimento por parte do estado português nunca terem sido tão boas como hoje (apesar do desfasamento com as principais potências mundiais);
2. Os clubes, células básicas que historicamente têm mantido o desporto de competição em Portugal, são ignorados nestes programas;
Não obstante, há outros aspetos para além dos económico-financeiros, que urge aduzir e que influenciam a preparação e os resultados dos atletas de alto rendimento.
RESULTADOS NO CONTEXTO DAS DIFERENTES EDIÇÕES DOS JOGOS
Em termos puramente paramétricos e com base na aferição dos objetivos, o contrato programa para os Jogos Rio 2016 definia: i) duas posições correspondentes aos três primeiros lugares [medalhas], conseguiu uma, ii) 12 posições correspondentes aos lugares compreendidos entre o 4º e o 8º, conseguiu 10; iii) entre o 9º e o 12.º cerca de 12 posições e conseguiu 15.
FATORES CONDICIONANTES RESULTADOS DESPORTIVOS NAS VÁRIAS EDIÇÕES JOGOS OLÍMPICOS
Melhorámos consideravelmente o nosso nível desportivo. Mas num meio tão competitivo e com cada vez maior densidade de prática à escala global, parece que “os outros” melhoraram mais do que nós.
Têm razão os que se questionam se o sistema desportivo português é realmente potenciador de resultados de excelência, sobretudo nos aspetos mais básicos e estruturais: o famoso “modelo”.
São vários os estudos que referem algumas variáveis determinantes no potencial de um país no que diz respeito ao número de medalhas em JO e, transversalmente, a demografia e a economia parecem tomar conta da distribuição das medalhas.
Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a China, a Rússia, a Alemanha, o Japão, a França, a Correia do Sul, a Itália e a Austrália fixaram o top-10 destes JO, praticamente todas as principais economias mundiais. E todos estes países com mais de 50 milhões de habitantes, com exceção da Austrália.
Parece difícil, senão impossível, para Portugal, 86º país em termos de população, com o 51º maior PIB do mundo, o 36º PIB per capita, chegar aos números de medalhas destas grandes potências. Muitos acreditam que, apenas com 10 ou 11 milhões de habitantes, Portugal nunca será um país relevante no desporto olímpico. Conclusão falaciosa quando analisamos alguns exemplos, inspiradores, de pequenos países que, apesar de muito diferentes uns dos outros e de não serem grandes potências económicas mundiais, conseguiram os resultados de relevo nestes Jogos Olímpicos.
O que estes dados indiciam é que independentemente dos fatores económicos (PIB per capita) o Investimento público (orçamento do Estado para a atividade desportiva) é insuficiente, não só para a realidade atual se tomarmos em linha de conta o valor económico do desporto, mas sobretudo numa perspetiva de desenvolvimento desportivo que deveria constituir uma prioridade nacional, facto este que deve ser aliado ao problema das dessincronias do investimento público relativo ao Alto Rendimento (controlado pelo Governo/IPDJ) e à preparação olímpica (controlado pelo comité Olímpico).
Revelam também que não é a demografia geral que afeta os resultados, mas sim a demografia desportiva, num país com uma das maiores taxas de sedentarismo na Europa e um dos números mais baixos de desportistas federados, a rondar os 600 mil (incluindo os 32 mil do campismo e os 10 mil da columbofilia).
POLÍTICA DESPORTIVA NACIONAL: RESULTADOS VS. MASSIFICAÇÃO
A importância do desporto e das organizações tutelares não se mede, ao contrário do que muitos afirmam pela sobrevalorização, num contexto circunstancial, dos resultados desportivos de nível internacional quando resultam da comparação alegórica, injusta e desproporcionada de desportos com diferentes taxas de densificação competitiva e representatividade internacionais.
A filosofia populista da valorização absoluta da medalha, independentemente do seu valor relativo ou do valor relativo de outras posições na classificação de uma competição, é algo com que temos convivido em Portugal, erradamente a par do preocupante problema da falta cultura de exigência e de mérito social.
A independência dessa valorização absoluta de uma análise contextual do fenómeno desportivo é ainda mais gritante ao ponto de haver uma total ausência de pensamento estratégico relativo ao desporto, complacentemente aceite pela maior parte dos intervenientes no sistema desportivo. Este estado de coisas radica num atraso cultural em tudo o que se refere ao Desporto, em comparação com a esmagadora maioria dos outros países europeus e/ ou mundiais. Quais são as características basilares de bloqueio do nosso "sistema"?
Fatores de bloqueio entre sistema Educativo vs. Sistema desportivo:
1. Desvalorização progressiva da Educação Física e do Desporto Escolar (DE) no seio do ensino básico, diferentes ciclos de ensino, e secundário;
2. Não obstante uma maior aproximação entre DE e Federado, a ausência de uma integração coordenada, salvo honrosas exceções;
3. Ausência de ensino articulado do Desporto, a exemplo do que acontece com o ensino da Música e da Dança (projetos educativos desportivos);
4. Enormes dificuldades do sistema educativo (com graus diferentes dependendo dos estabelecimentos de ensino e das zonas do país) em responder positivamente às disposições legais de proteção aos atletas de Alto Rendimento;
5. Problemas, com particular acuidade no ensino superior, com obstáculos levantados a atletas de Alto Rendimento numa fase da sua carreira em que é necessária uma dedicação especial para atingir rendimentos desportivos excecionais, cumulativos com a ausência de um real enquadramento favorável à manutenção de carreiras duais (criação do estatuto estudante e atleta alto rendimento desportivo, por exemplo).
Fatores de bloqueio entre as organizações desportivas e o desporto rendimento:
1. Dispersão de organismos reguladores da atividade desportiva (COP, CDP, CPP, IPDJ) e quase total falta de coordenação entre os poderes centrais, delegados (federações) e autárquicos, com efeitos devastadores na capacidade de ser iniciado um processo de pensamento estratégico de desenvolvimento desportivo;
2. Apesar de um inequívoco voluntarismo das Federações, ausência de uma organização e princípios orientadores comuns, e à troca de experiências.
Fatores de bloqueio entre Sistema Laboral e sistema desportivo:
1. Apoio às carreiras duais, no processo de preparação desportiva;
2. Salvaguarda da estabilidade profissional/emprego no pós-carreira (competir com sistemas altamente profissionalizados de uma forma amadora).
Fatores de bloqueio dentro do próprio Sistema desportivo:
1. Apesar do índice de participação desportiva ter subido nos últimos anos, ainda não possuímos um número mínimo/suficiente (massa crítica) de praticantes para a obtenção de grandes resultados, de uma forma consistente e tendente à construção de uma indústria potenciadora de visibilidade e apoios relevantes:
a. O número de atletas e clubes dedicados não permite que haja um conjunto alargado de treinadores que se dedique a 100%;
b. O número de atletas de alto rendimento ainda não é tal que permita, por um lado, a partilha de um estilo de vida comum para que as carreiras possam ser mais longas e, por outro, que permita a competitividade interna importante para se chegar ao nível dos melhores.
2. Condições potenciadoras do alto rendimento (infraestruturas públicas; de apoio médico e de controlo de treino), especificando:
a. Falta de uma coordenação “top-Down” relativamente às medidas concertadas para o alto rendimento o que faz com que as soluções não resultem de uma organização que potencie essas estruturas, mas apenas de iniciativas isoladas, seja das Federações, de clubes, técnicos ou atletas;
b. A ausência de estruturas de controlo e avaliação do estado de preparação e consequentemente de aferição dos objetivos e análise do investimento público o que impede a confirmação da eficácia da preparação;
c. Indisponibilidade de instalações desportivas especializadas adequadas em determinadas (muitas) modalidades desportivas (caso da natação e treino em piscina de 50m);
d. Falta de sofisticação das instalações desportivas de qualidade que existem em cada uma das modalidades, que permitam o desenvolvimento de talentos, sobretudo em atividades mais técnicas e dependentes de alguma tecnologia.
Estas são apenas algumas das muitas questões que se poderiam colocar.
RECOMENDAÇÕES
Se queremos ganhar medalhas tem que se iniciar desde já a preparação para esse objetivo, e não ficar quatro anos à espera. Nos países do topo da lista, as medalhas planeiam-se à distância de dois ou três ciclos olímpicos e, cada vez mais, exigem um trabalho profissional e competente a todos os níveis.
O Projeto de Preparação Olímpica tem que ter subjacente um plano estratégico devidamente especificado, com objetivos bem definidos, metas, cronogramas de concretização e resultados esperados, a três ciclos. Implementar esse projeto de forma sistemática e consistente, devidamente enquadrado no programa e alto rendimento desportivo.
Há que aumentar a capacidade de dar resposta às necessidades nacionais e competir à escala internacional, valorizando a função institucional e de coesão territorial e o esforço de integração de instituições num programa plurianual de estratégia organizativa. Estes devem ser os termos em que se deve pensar o desenvolvimento desportivo: deixar de haver um centro único e tudo passar a funcionar em rede e de forma sistemática.
Óbvio que o modelo carece de uma dotação específica da tutela para as organizações desportivas ao nível de recursos humanos, logísticos e financeiros.
TÓQUIO 2020
A questão central do alto rendimento desporto, no qual se insere o PPO, é a capacidade de proporcionar aos desportistas as condições ideais para se poderem dedicar ao processo de preparação desportiva. Em termos sistémicos, cabe às organizações proporcionar estas condições. Algumas das medidas mais paradigmáticas que o estado pode proporcionar para um contexto social adequado e dedicação prioritária devem passar por três níveis de intervenção básicos:
i) consenso quanto à filosofia do modelo de alto rendimento desportivo em Portugal; ii) disponibilização das condições contextuais sociais no alto rendimento; iii) disponibilização das condições de treino no alto rendimento. Tudo isto numa abordagem paradigmática completamente diferente da tradicional.
Daí a designação do Tailor-made solution: fato feito à medida. A decisão sobre as necessidades do estado de preparação de um desportista projetadas a 4 anos (Tóquio 2020) devem ter subjacentes as REAIS necessidades do desportista e do seu envolvimento devidamente balizadas pela regra que constituí o enquadramento legal. Nos fatores que determinam a sua evolução esperada, o que é necessário para que lhes sejam proporcionadas as condições ideais, face aos condicionalismos e limitações existentes, para que se possa exigir a melhoria gradual do seu rendimento.
É óbvio que a existência paralela de medidas que sistematizem a via normal/regular devem ser adotadas, por forma a criar o necessário “caldo” de cultura institucional e organizativa para que os atletas excecionais possam demostrar a sua qualidade não como resultado da espontaneidade, mas sim da organização.
Em termos de filosofia global do projeto:
1. Consensualizar a implementação de uma filosofia comum, devidamente contratualizada entre estado, COP e federações desportivas, com definição de objetivos partilhada, assim como grau de comprometimento especificado, coordenando as competências existentes entre os diferentes organismos do sistema desportivo e o grau de responsabilidade e atribuições.
2. Necessidade de integrar o PPO no âmbito do alto rendimento, por forma a não existirem descontinuidades entre os dois programas:
a. O PPO deverá estar enquadrado na estratégia global do alto rendimento desportivo;
b. Definição por parte do Estado dos apoios ao PAR desenhados e regulados nos mesmos moldes do PPO permitindo a passagem de uns para os outros.
3. Necessidade de um maior compromisso, avaliação da preparação e acompanhamento dos atletas integrados no Projeto Olímpico, de forma a permitir que a prestação no ciclo olímpico possa indiciar um bom resultado na Olimpíada, tendo sempre presente a imprevisibilidade do Desporto.
4. Maior assunção das responsabilidades por parte das federações com as suas obrigações devidamente contratualizadas, procedendo a ajustamentos financeiros decorrentes, quer do plano de ação apresentado, quer do grau de comprometimento e cumprimento dos objetivos anteriores propostos, especificamente:
a. Exigir a cada federação a definição e aprovação junto da tutela de um plano de ação integrado a 1/2/3 ciclos olímpicos com a estratégia para cada modalidade e à qual estariam subjacentes os contratos programas plurianuais/anuais que integre;
b. Definição clara e concreta dos grupos de apoio aos diferentes projetos (talentos, 2028; esperanças olímpicas, 2024; olímpicos, 2020), potenciando de forma estratégica aquilo que são as nossas condições naturais, infraestruturais, técnicas e humanas;
c. Assunção perante a tutela e entidades gestoras dos projetos objetivos claros e realistas, implementando mecanismos de controlo que permitam controlar se a gestão está a ser eficaz.
Ao nível das condições contextuais de enquadramento social:
1. Valorizar social e mediaticamente os nossos talentos, aumentando a sua visibilidade;
2. Trabalhar com as Instituições de Ensino Superior/sistema laboral potenciando as carreiras duais, possibilitando o treino e a atividade escolar/laboral;
3. Contratualizar com entidades da administração pública ou da sua esfera (parecerias PP e outras) protocolos que sirvam de suporte ao início da carreira profissional dos atletas e/ou à sua continuidade, como existe hoje em França, Itália/Brasil;
4. Reforçar o apoio aos treinadores/atletas, integrando na solução o apoio público (estado central; COP; federações e local, autárquico) e o privado (clube), valorizando:
a. Os desportistas de alto rendimento/olímpicos como modelos sociais à escala global;
b. A desoneração laboral dos treinadores de desportistas nestas condições.
5. O reforço do apoio aos Clubes/dirigente desportistas com atletas de alto rendimento desportivo, mediante:
a. A certificação de clubes com critérios exequíveis de avaliação, valorizando o seu papel no âmbito do rendimento face às suas valências e desportos;
b. A isenção fiscal pela contribuição majorada para a constituição de seleções nacionais e outros critérios;
c. O reforço do estatuto do dirigente associativo, ou voluntário, permitindo que a inclusão em projetos desportivos seja valorizada no ensino superior e/ou mercado de trabalho/formação tutelada (suplemento ao diploma);
Por parte das condições relacionadas com contexto de treino:
a. Coordenar e agilizar a utilização de infraestruturas desportivas públicas por parte dos atletas de alto rendimento desportivo;
b. Desonerar os custos de utilização por parte dos desportistas de alto rendimento desportivo nas excelentes infraestruturas existentes nos diferentes CARS no País;
c. Criar uma estrutura nacional de controlo e avaliação do processo de treino com valências ajustadas às necessidades dos desportistas de alto rendimento desportivo, integrando nesta estrutura os centros de medicina desportiva; o CAR Jamor; os CARS’s nacionais e os laboratórios adstritos às Instituições de Ensino Superior (IES);
d. Criar condições para deslocalizar (estágios de curta, média e longa duração), os nossos atletas de alto rendimento desportivos para sistemas de preparação desportiva com resultados comprovados à escola olímpica.
CONCLUSÕES
O desporto Português possui atletas e equipas com condições de disputar os lugares de pódio olímpico a cada quatro anos. Estes são a exceção e, como tal, é como exceção que devem ser tratados. A abordagemtailor-made é a via mais rápida que permitirá definir as reais necessidades de preparação e de política redistributiva face à real necessidade, igualdade e equidade. As quatro perguntas que, neste âmbito, devem ser feitas e as respostas que podem ser escrutinadas são óbvias de tao simples:
Aos desportistas: O que precisam para serem melhores em 2020 do que foram em 2016?
Às Federações desportivas: Face às necessidades dos desportistas, qual a dotação que precisam para o necessário enquadramento técnico-organizativo em termos desportivos e outras condições para além das desportivas?
À entidade gestora /COP: face às necessidades dos desportistas e das federações o que precisam em termos de financiamento direto e outros mecanismos de agilização de procedimentos desportivos e extradesportivos?
Ao estado: Validam os objetivos e a estratégia? Então de que esperam para passar o cheque e criar as condições de sucesso?
António José Silva é Professor Catedrático no Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde da UTAD; Vice-Reitor para Ciência Tecnologia e Inovação na UTAD; Membro do Conselho Nacional Educação (CNE); Membro do Conselho Nacional Desporto (CND); Presidente do Conselho Cientifico da Rede Euro Americana de Motricidade Humana; Presidente da Federação Portuguesa de Natação.
Quantas medalhas vamos conquistar no Rio 2016?
Canoagem, Remo, Judo e Taekwondo são as modalidades onde Portugal aposta para as medalhas nos Jogos do Rio 2016. Atletismo, pela primeira vez desde 1976, sem atletas com perspectivas de competir pelos lugares do pódio olímpico no Brasil.
Quando falta pouco mais de ano e meio para os Jogos do Rio de Janeiro 2016, Portugal apresenta 11 atletas candidatos a lugares no pódio entre os 126 pré-seleccionados que integram o Programa de Preparação Olímpica (PPO) Rio 2016 e Jogos Olímpicos 2020 e 2024.
O PPO, que o Comité Olímpico de Portugal (COP) acaba de apresentar, pretende "assegurar a optimização das condições de preparação dos praticantes ou selecções nacionais que reúnam condições para atingirem resultados de excelência nos Jogos Olímpicos".
Para isso, a Preparação Olímpica Rio 2016, Jogos Olímpicos 2016, 2020 e 2024 terá um importante suporte financeiro global de 15.700.000 euros até ao final de 2016, ao qual acresce uma dotação de 2.000.000 euros durante o ano de 2017.
Segundo o COP, tendo por base a evolução dos resultados alcançados nas duas anteriores edições dos Jogos Olímpicos, "é expectável que 25% dos Atletas integrados no Nível 1 (medalháveis), que participem nos Jogos Olímpicos Rio 2016, alcancem classificações de pódio". O que na prática quer dizer que Portugal volta a sonhar com uma... ou duas medalhas no Brasil. O COP admite ainda que metade dos 19 atletas possam chegar a um lugar entre os finalistas (oito primeiros).
A canoagem, com 11 atletas integrados no programa Rio 2016, apresenta mais de metade com o estatuto de medalhados (6) integrados em embarcações de K2 e K4. Emanuel Silva e Fernando Pimenta, prata em Londres 2014, lideram a modalidade que com o quarteto composto ainda por João Ribeiro e David Fernandes conquistou a medalha de prata em K4 1.000 metros dos Mundiais de canoagem, em Moscovo, a primeira medalha portuguesa em Mundiais em distâncias olímpicas.
O judo, com Telma Monteiro, o remo, com Nuno Mendes e Pedro Fraga, e o Taekwondo, com Rui Bragança são também modalidades com aspiração a medalhas no Rio entre 5 e 21 de Agosto.
A vela, com quatro potências finalistas, o triatlo e o ténis de mesa com três, respectivamente, o ciclismo, com Nelson Oliveira e Rui Costa, poderão com o aproximar dos Jogos ambicionar também lugares no pódio.
Já o atletismo não apresenta nenhum atletas integrados nos potenciais medalhados, apesar de contar naturalmente com a maior comitiva (25) entre todas as 19 modalidades pré-seleccionadas. Facto que acontece pela primeira vez desde 1976 - (com excepção do boicote parcial a Moscovo 1980) -, quando conquistou a sua primeira medalha olímpica por Carlos Lopes, prata nos 10 000 de Montreal.
No nível de finalistas (oito primeiros) a modalidade rainha dos Jogos apresenta "apenas" Ana Cabecinha (20 km marcha) João Vieira (20 km marcha) e Jessica Augusto (maratona). A maioria (17) encontra-se entre os semi-finalistas (16 primeiros).
Em simultâneo, a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) anunciou recentemente que vai investir 10 milhões de euros na preparação de atletas e treinadores para os Jogos Olímpicos de 2016 e 2020. A atribuição de verbas decorre no âmbito do Plano de Apoio ao Alto Rendimento (PAR). O projecto entrou em vigor a 1 de janeiro e envolve 155 atletas, 25 dos quais já integrados no projecto olímpico, subsidiado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Comité Olímpico de Portugal (COP) e parceiros privados da FPA.
“Os atletas e treinadores integrados no PAR dispõem de uma bolsa mensal de preparação, suplementos alimentares e um plafond individual anual para apetrechamento, estágios de preparação e apoio à participação em competições internacionais que não de selecção nacional”, explicou a FPA.
Todos os atletas incluídos no PAR têm igualmente acesso aos serviços da equipa multidisciplinar que a FPA constituiu para o projecto, que é composta por treinadores, médicos, fisioterapeutas, massagista, dietista/nutricionista, fisiologista, psicólogo, biomecânica e outros técnicos de apoio.
Na prática o que é que esse PAR representa? Apoios significativos para os atletas integrados no PPO, tanto ao nível de subsídio como de apoio à preparação. Mas também um fosso cada vez maior entre os atletas enquadrados no projecto olímpico, que tem garantidas bolsas de 1375, 1100 e 900 euros, e os outros muitos deles de selecção, campeões de Portugal, que, caso não tenham algum apoio dos seus clubes, estão entregues a si próprios ou aos chamados "paitrocínios".
E aqui é que reside um dos problemas.
Estes PPO e PAR foram desenhados para uma realidade social e economia de Portugal dos anos 80 e 90 quando os clubes apoiavam e muito os melhores atletas nacionais. Hoje com a crise esse apoio é muito mais reduzido ou inexistente.
Por isso nos surpreende que os pequenos e grandes clubes, células básicas que historicamente tem mantido o desporto de competição em Portugal, são ignorados nestes programas olímpicos e federativos.
Sporting e Benfica procuram voltar ao atletismo total mas com orçamentos muito reduzidos. O Sporting ronda os 300 mil euros e o Benfica mais de 400 mil euros, mas sem contar com os seus atletas olímpicos. Recordo que os seus orçamentos oficiais das duas equipas chegaram cada uma delas aos 200 mil contos (um milhão de euros) nos anos 80.
Hoje, nas suas fileiras apresentam a maioria dos melhores atletas. Clubes que atribuem em média subsídios que vão desde os 3000 euros aos melhores atletas olímpicos a menos de 300 euros a atletas de selecção. Recordo, mais uma vez, que nos anos 80 e 90 do século passado só os subsídios dos clubes para os melhores atletas podiam variar entre os 500 contos (2500 euros) e os 1500 contos (7500 euros).
Assim, e tendo em conta a realidade do país, os 25 atletas que integram o programa olímpico têm garantidos por parte do Estado os apoios mínimos necessários para atingir os objectivos propostos. Muitos dos outros 130 que ambicionarem lá chegar estão por sua conta e risco.
Entre o último escalão olímpico (semi-finalista) e o primeiro (esperanças) existe uma diferença entre 900 e 300 euros respectivamente. No chamado nível quatro há 27 atletas no atletismo a receberem 250 euros mensais. Ninguém consegue dedicar-se a tempo inteiro à alta competição com esta verba. Vamos regressar ao atletismo dos anos sessenta? como questionava alguém.
Apenas um exemplo: para um atleta de meio fundo e fundo ter acesso ao apoio do terceiro nível olímpico de semifinalista (16 primeiros) (900 euros) terá de realizar 3.35.80 aos 1500 metros, 13.19.54 aos 5000 metros e 27.46 aos 10 000 metros. Consultados os rankings de sempre em Portugal, nos 1500 metros apenas quatro atletas realizaram essa marca. Nos 5000 metros apenas onze. Nos 10.000 metros apenas cinco atletas superaram essa marca: António Pinto, Fernando Mamede, Carlos Lopes, Domingos Castro e Dionísio Castro.
É evidente que as condições de apoio aos atletas de alto rendimento (alta competição?) por parte do estado português nunca foram tão boas como hoje.É evidente também que não podemos avaliar os apoios apenas na perspectiva económica ou financeira. As alegadas facilidades de entrada e frequência universitária assim como as carreiras duais, previstas na lei e conhecidas pelas instituições, continuam hoje um problema para os atletas que sofrem muitos constrangimentos com a sua aplicação.
Não ignoramos, que para além da bolsa, os atletas do projecto olímpico tem ainda verbas de apoio à preparação (até 30 000 euros): verbas atribuídas às federações, a título de comparticipação nos encargos da preparação e participação competitiva dos praticantes, treinadores, equipa técnica ou outros técnicos; Enquadramento técnico: apoio financeiro aos treinadores, equipa técnica ou outros técnicos directamente envolvidos no processo de preparação não podendo o apoio sobrepor-se a outros financiamentos ao abrigo da medida de apoio financeiro ao desporto federado (enquadramento técnico, desde que o valor máximo anual deste rendimento profissional, categoria B, não ultrapasse 48.000,00 euros.
E os que estão fora do PPO?
Com o limitado apoio dos clubes; Com os elitistas modelos PPO e PAR, que se pretende alargar a esperanças olímpicas e detecção, selecção e desenvolvimento de talentos; Na ausência de instituições militares, ou públicas que sirvam de suporte à carreira dos atletas em continuidade, como já existiu noutros tempos em Portugal, e como existe hoje em França ou Itália; Com a incapacidade das federações para captar patrocinadores; Com as dificuldades em conciliar as carreiras académicas e profissionais e a alta competição, tememos que a emigração desportiva se apresente como a única saída para a nova geração.
3 de Fevereiro de 2015
http://comiteolimpicoportugal.pt/programa-de-preparacao-olimpica/
http://www.fpatletismo.pt/pt/plano-de-apoio-ao-alto-rendimento
Quando falta pouco mais de ano e meio para os Jogos do Rio de Janeiro 2016, Portugal apresenta 11 atletas candidatos a lugares no pódio entre os 126 pré-seleccionados que integram o Programa de Preparação Olímpica (PPO) Rio 2016 e Jogos Olímpicos 2020 e 2024.
O PPO, que o Comité Olímpico de Portugal (COP) acaba de apresentar, pretende "assegurar a optimização das condições de preparação dos praticantes ou selecções nacionais que reúnam condições para atingirem resultados de excelência nos Jogos Olímpicos".
Para isso, a Preparação Olímpica Rio 2016, Jogos Olímpicos 2016, 2020 e 2024 terá um importante suporte financeiro global de 15.700.000 euros até ao final de 2016, ao qual acresce uma dotação de 2.000.000 euros durante o ano de 2017.
Segundo o COP, tendo por base a evolução dos resultados alcançados nas duas anteriores edições dos Jogos Olímpicos, "é expectável que 25% dos Atletas integrados no Nível 1 (medalháveis), que participem nos Jogos Olímpicos Rio 2016, alcancem classificações de pódio". O que na prática quer dizer que Portugal volta a sonhar com uma... ou duas medalhas no Brasil. O COP admite ainda que metade dos 19 atletas possam chegar a um lugar entre os finalistas (oito primeiros).
A canoagem, com 11 atletas integrados no programa Rio 2016, apresenta mais de metade com o estatuto de medalhados (6) integrados em embarcações de K2 e K4. Emanuel Silva e Fernando Pimenta, prata em Londres 2014, lideram a modalidade que com o quarteto composto ainda por João Ribeiro e David Fernandes conquistou a medalha de prata em K4 1.000 metros dos Mundiais de canoagem, em Moscovo, a primeira medalha portuguesa em Mundiais em distâncias olímpicas.
O judo, com Telma Monteiro, o remo, com Nuno Mendes e Pedro Fraga, e o Taekwondo, com Rui Bragança são também modalidades com aspiração a medalhas no Rio entre 5 e 21 de Agosto.
A vela, com quatro potências finalistas, o triatlo e o ténis de mesa com três, respectivamente, o ciclismo, com Nelson Oliveira e Rui Costa, poderão com o aproximar dos Jogos ambicionar também lugares no pódio.
Já o atletismo não apresenta nenhum atletas integrados nos potenciais medalhados, apesar de contar naturalmente com a maior comitiva (25) entre todas as 19 modalidades pré-seleccionadas. Facto que acontece pela primeira vez desde 1976 - (com excepção do boicote parcial a Moscovo 1980) -, quando conquistou a sua primeira medalha olímpica por Carlos Lopes, prata nos 10 000 de Montreal.
No nível de finalistas (oito primeiros) a modalidade rainha dos Jogos apresenta "apenas" Ana Cabecinha (20 km marcha) João Vieira (20 km marcha) e Jessica Augusto (maratona). A maioria (17) encontra-se entre os semi-finalistas (16 primeiros).
Em simultâneo, a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) anunciou recentemente que vai investir 10 milhões de euros na preparação de atletas e treinadores para os Jogos Olímpicos de 2016 e 2020. A atribuição de verbas decorre no âmbito do Plano de Apoio ao Alto Rendimento (PAR). O projecto entrou em vigor a 1 de janeiro e envolve 155 atletas, 25 dos quais já integrados no projecto olímpico, subsidiado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Comité Olímpico de Portugal (COP) e parceiros privados da FPA.
“Os atletas e treinadores integrados no PAR dispõem de uma bolsa mensal de preparação, suplementos alimentares e um plafond individual anual para apetrechamento, estágios de preparação e apoio à participação em competições internacionais que não de selecção nacional”, explicou a FPA.
Todos os atletas incluídos no PAR têm igualmente acesso aos serviços da equipa multidisciplinar que a FPA constituiu para o projecto, que é composta por treinadores, médicos, fisioterapeutas, massagista, dietista/nutricionista, fisiologista, psicólogo, biomecânica e outros técnicos de apoio.
Na prática o que é que esse PAR representa? Apoios significativos para os atletas integrados no PPO, tanto ao nível de subsídio como de apoio à preparação. Mas também um fosso cada vez maior entre os atletas enquadrados no projecto olímpico, que tem garantidas bolsas de 1375, 1100 e 900 euros, e os outros muitos deles de selecção, campeões de Portugal, que, caso não tenham algum apoio dos seus clubes, estão entregues a si próprios ou aos chamados "paitrocínios".
E aqui é que reside um dos problemas.
Estes PPO e PAR foram desenhados para uma realidade social e economia de Portugal dos anos 80 e 90 quando os clubes apoiavam e muito os melhores atletas nacionais. Hoje com a crise esse apoio é muito mais reduzido ou inexistente.
Por isso nos surpreende que os pequenos e grandes clubes, células básicas que historicamente tem mantido o desporto de competição em Portugal, são ignorados nestes programas olímpicos e federativos.
Sporting e Benfica procuram voltar ao atletismo total mas com orçamentos muito reduzidos. O Sporting ronda os 300 mil euros e o Benfica mais de 400 mil euros, mas sem contar com os seus atletas olímpicos. Recordo que os seus orçamentos oficiais das duas equipas chegaram cada uma delas aos 200 mil contos (um milhão de euros) nos anos 80.
Hoje, nas suas fileiras apresentam a maioria dos melhores atletas. Clubes que atribuem em média subsídios que vão desde os 3000 euros aos melhores atletas olímpicos a menos de 300 euros a atletas de selecção. Recordo, mais uma vez, que nos anos 80 e 90 do século passado só os subsídios dos clubes para os melhores atletas podiam variar entre os 500 contos (2500 euros) e os 1500 contos (7500 euros).
Assim, e tendo em conta a realidade do país, os 25 atletas que integram o programa olímpico têm garantidos por parte do Estado os apoios mínimos necessários para atingir os objectivos propostos. Muitos dos outros 130 que ambicionarem lá chegar estão por sua conta e risco.
Entre o último escalão olímpico (semi-finalista) e o primeiro (esperanças) existe uma diferença entre 900 e 300 euros respectivamente. No chamado nível quatro há 27 atletas no atletismo a receberem 250 euros mensais. Ninguém consegue dedicar-se a tempo inteiro à alta competição com esta verba. Vamos regressar ao atletismo dos anos sessenta? como questionava alguém.
Apenas um exemplo: para um atleta de meio fundo e fundo ter acesso ao apoio do terceiro nível olímpico de semifinalista (16 primeiros) (900 euros) terá de realizar 3.35.80 aos 1500 metros, 13.19.54 aos 5000 metros e 27.46 aos 10 000 metros. Consultados os rankings de sempre em Portugal, nos 1500 metros apenas quatro atletas realizaram essa marca. Nos 5000 metros apenas onze. Nos 10.000 metros apenas cinco atletas superaram essa marca: António Pinto, Fernando Mamede, Carlos Lopes, Domingos Castro e Dionísio Castro.
É evidente que as condições de apoio aos atletas de alto rendimento (alta competição?) por parte do estado português nunca foram tão boas como hoje.É evidente também que não podemos avaliar os apoios apenas na perspectiva económica ou financeira. As alegadas facilidades de entrada e frequência universitária assim como as carreiras duais, previstas na lei e conhecidas pelas instituições, continuam hoje um problema para os atletas que sofrem muitos constrangimentos com a sua aplicação.
Não ignoramos, que para além da bolsa, os atletas do projecto olímpico tem ainda verbas de apoio à preparação (até 30 000 euros): verbas atribuídas às federações, a título de comparticipação nos encargos da preparação e participação competitiva dos praticantes, treinadores, equipa técnica ou outros técnicos; Enquadramento técnico: apoio financeiro aos treinadores, equipa técnica ou outros técnicos directamente envolvidos no processo de preparação não podendo o apoio sobrepor-se a outros financiamentos ao abrigo da medida de apoio financeiro ao desporto federado (enquadramento técnico, desde que o valor máximo anual deste rendimento profissional, categoria B, não ultrapasse 48.000,00 euros.
E os que estão fora do PPO?
Com o limitado apoio dos clubes; Com os elitistas modelos PPO e PAR, que se pretende alargar a esperanças olímpicas e detecção, selecção e desenvolvimento de talentos; Na ausência de instituições militares, ou públicas que sirvam de suporte à carreira dos atletas em continuidade, como já existiu noutros tempos em Portugal, e como existe hoje em França ou Itália; Com a incapacidade das federações para captar patrocinadores; Com as dificuldades em conciliar as carreiras académicas e profissionais e a alta competição, tememos que a emigração desportiva se apresente como a única saída para a nova geração.
3 de Fevereiro de 2015
http://comiteolimpicoportugal.pt/programa-de-preparacao-olimpica/
http://www.fpatletismo.pt/pt/plano-de-apoio-ao-alto-rendimento
Os nossos medalhados
Que segredos estão por trás das conquistas olímpicas portuguesas? Que sacrifícios foram necessários? E que histórias até agora desconhecidas marcaram os nossos melhores atletas? Estas e outras perguntas estão respondidas no livro 'Os nossos medalhados', da autoria do redator principal de Record, Norberto Santos. A menos de um mês do arranque dos Jogos Olímpicos do Rio, esta obra reúne os heróis, os factos e os números das 23 medalhas olímpicas ganhas por atletas portugueses, muitos deles contados na primeira pessoa. São 130 páginas de história e de um longo trabalho de pesquisa, onde pode acompanhar um percurso que vai desde o bronze dos cavaleiros Aníbal Almeida, Hélder Martins, José Mouzinho de Albuquerque e Luís Cardoso Menezes, em Paris'1924, até à prata conquistada pela dupla da canoagem Fernando Pimenta e Emanuel Silva em Londres'2012. Pelo meio, a glória da primeira medalha de ouro de Portugal, conquistada por Carlos Lopes na maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. O livro de Norberto Santos estará à venda em banca a partir da próxima sexta-feira, com o preço de 6,95, na compra do jornal Record. http://www.record.xl.pt/iniciativas/detalhe/os-nossos-medalhados-a-venda-na-sexta-feira-com-record.html
12 de julho 2016 |
"As medalhas olímpicas custam muito dinheiro"
Moniz Pereira, antes dos Jogos de Montreal 1976, naquela que foi o primeiro plano de preparação “a sério” para uma participação olímpica: “Uma coisa que fica já assente é que não vamos ganhar nenhuma medalha. Essas medalhas custam muito dinheiro. As medalhas olímpicas custam muito dinheiro. Não está a tempo para a gente gastar muito dinheiro. As pessoas andavam muito aflitas porque estávamos a gastar muito dinheiro. Não estamos. Não estamos a gastar muito dinheiro. Estamos a gastar muito pouco dinheiro. Simplesmente as medalhas é que custam muito dinheiro. Portanto medalhas não haverá. O que vai haver, com certeza absoluta, é recordes de Portugal com categoria internacional, o que até agora haveria um ou dois e haverá atletas. Salvo qualquer imprevisto, porque no desporto nunca se pode garantir nada, é que não são eliminados à primeira. Espero que não. Espero que haja presença daquela que costumamos ter. Ainda que ao contrário do que muita gente julga tem sido sempre honrosa. Porque nas condições que os nosso atletas tem ido ao Jogos ninguém faria melhor. Porque eles vão lá batem os recordes de Portugal e excedem-se naquilo que fazem em Portugal.”
Resultados de destaque: Carlos Lopes, 2.º nos 10.000 m (primera medalha do atletismo) José Carvalho, 5.º nos 400 barreiras Aniceto Simões, 8.º nos 5000 metros |
No Estádio Nacional, o jornalista José Galvão entrevista o professor Mário Moniz Pereira sobre a preparação dos atletas que representarão Porugal nos próximos Jogos Olímpicos de Montreal. Depoimentos dos atletas Adília Silvério, Hélder Jesus, José Carvalho, Carlos Cabral, Fernando Mamede, Carlos Lopes e Aniceto Simões. Ver video em http://www.rtp.pt/arquivo/index.php?article=3487&tm=68&visual=4 https://www.youtube.com/watch?v=reqJQQgGw5A https://www.youtube.com/watch?v=pWlwHMUaYdo
Raposo Borges: "há uma força centrifuga que afasta as pessoas do Atletismo"
No momento em que a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) prepara a sua primeira Gala dos Mestres e dos Campeões, sábado dia 2 de abril em Pombal, procurado, e bem, homenagear atletas medalhados em europeus, mundiais e jogos olímpicos, assim como os respetivos treinadores, é com profunda tristeza que assistimos ao anuncio do abandono da modalidade de um dos seus mais ilustres treinadores: Raposo Borges.
O prestigiado treinador português, aquele que criou e liderou a escola portuguesa de salto com vara, o mais importante projeto da FPA na área da formação, colocou um ponto final à sua ligação de 55 anos à modalidade.
Como atleta foi campeão nacional e bateu o recorde de Portugal. Depois, como treinador, descobriu e lançou a quase totalidade daqueles que nos últimos anos superaram os máximos de Portugal e competem ao melhor nível internacional como europeus, mundiais e jogos olímpicos. Este “afastamento” da modalidade não seria trágico se não fosse mais um, entre dezenas de antigos praticantes, treinadores e dirigentes que nos últimos anos entraram em rotura com a modalidade. “A modalidade está doente!”, justificam alguns dos treinadores. “Há uma força centrifuga que afasta as pessoas. Não sou o único. Sou mais um treinador centrifugado”, assume Raposo Borges, entre a ironia e a tristeza, no derradeiro dia que se deslocou ao Centro de Alto Rendimento do Jamor para se despedir e recuperar alguns dos seus pertences, como varas de última geração que “comprou com o dinheiro do seu bolso para os atletas”. “Entre o início da modalidade, com 12 anos e o fim de hoje com 67, houve muita coisa boa na minha vida desportiva. Os rankings nacionais são uma recompensa da minha paixão pelo atletismo e o salto com vara, em particular. Mas poder contribuir para a formação de jovens através do atletismo são para mim um valor supremo”, assume. “Sempre tive um prazer, um gosto em ‘plantar’ novos valores. E isso acredito que está já a dar os seus frutos. Hoje, os nossos melhores atletas não precisam de ir para o estrangeiro para atingir níveis elevados. Reafirmo, o problema não é uma questão de condições de treino. Felizmente essas condições existem. O problema é mesmo as pessoas. Há pessoas que só criam dificuldades a quem quer desenvolver um trabalho sério”, conclui o treinador. |
Modelos de preparação de atletas de elite
Conferência Internacional
«Preparação Olímpica. Percursos e Contextos»
Modelos de Preparação de Atletas de Elite
Organização do Comité Olímpico de Portugal
Integrada no programa de ação para o quadriénio 2013-2016, a Conferência Internacional visou colocar à discussão da sociedade um tema que tantas vezes tem suscitado questões, dúvidas e até contradições.
António José Silva (presidente da FP Natação):
“Se não há uma atitude proactiva os processos não resultam.”
“A existência do controlo de treino é determinante para potenciar o nadador.”
“O apoio tecnológico /científico não é para produzir teses mas para permitir melhorar o acompanhamento e avaliação do treino.”
“As estruturas estão montadas para dar resposta aos atletas. O que falta são as sinergias entre as várias áreas.”
“Há nadadores disponíveis. Se as carreiras duais não conseguem dar resposta temos de encontrar soluções.”
“Equipas multidisciplinares que funcionem mas de forma proactiva e não reactiva.”
Gomes Pereira (Comissão médica do COP):
“Não há preparação olímpica. Há preparação para o alto rendimento. Tem de ser continuada.”
“Treinador é quem decide. Sozinho não consegue. Ninguém domina tudo.”
“Controlo de treino e médico faz-se diariamente.”
“O treinador não tem de saber fazer mas saber pedir e saber transportar [conhecimento] para o terreno.”
“Há que haver condições... é inequívoco. Mas para além disso, tem de haver pessoas. As pessoas é que constituem e fazem andar os modelos.”
“Não é treinador quem quer. É treinador quem consegue ser. O treinador é diferente.”
“Quero ser bem entendido: um bom treinador pode nunca ter um atleta medalhado olímpico. Um treinador medíocre pode treinar um bom atleta. Agora um treinador que consegue ter cinco atletas medalhados esse é um bom treinador.”
Nuno Laurentino (antigo nadador olímpico e treinador):
“A questão central não é o financiamento. O desporto de alto rendimento só é possível com a disponibilidade efectiva de treinadores e atletas.”
“Não conseguimos ainda criar uma situação de conciliação da escola com a competição. A escola não está de braço dado com a legislação existente. Mas depois façam o favor…”
“Como é que um treinador a dar aulas numa escola pode dar treino no dia a dia?”
“Quando não conseguirmos sinergias não conseguimos evoluir.”
João Ganço (treinador de Nélson Évora, professor de EF):
“Temos quatro campeões olímpicos. Não há um estudo sobre esses casos de sucesso. Conseguiram conquistar medalhas a treinar à chuva sem apoio médico e biomecânico. Seria interessante saber o que está na base dessas medalhas.”
Jorge Vieira (presidente da FP de Atletismo):
"Ao nível do financiamento há um estrangulamento brutal. Quase todos os problemas do desporto aqui mencionados têm a ver com o financiamento", disse, lamentando que o orçamento da FPA esteja 26 por cento abaixo do financiamento máximo e que no ano passado este só tenha sido elevado em 0,8 por cento. "Alguma coisa de mal devemos ter feito no nosso percurso.”
"Ausência de pistas qualificadas, quer pela falta de salas de musculação. Não existem, não estão equipadas - há qualquer coisa que não bate certo quando para o fitness existem as infraestruturas e para nós no alto rendimento não."
«Preparação Olímpica. Percursos e Contextos»
Modelos de Preparação de Atletas de Elite
Organização do Comité Olímpico de Portugal
Integrada no programa de ação para o quadriénio 2013-2016, a Conferência Internacional visou colocar à discussão da sociedade um tema que tantas vezes tem suscitado questões, dúvidas e até contradições.
António José Silva (presidente da FP Natação):
“Se não há uma atitude proactiva os processos não resultam.”
“A existência do controlo de treino é determinante para potenciar o nadador.”
“O apoio tecnológico /científico não é para produzir teses mas para permitir melhorar o acompanhamento e avaliação do treino.”
“As estruturas estão montadas para dar resposta aos atletas. O que falta são as sinergias entre as várias áreas.”
“Há nadadores disponíveis. Se as carreiras duais não conseguem dar resposta temos de encontrar soluções.”
“Equipas multidisciplinares que funcionem mas de forma proactiva e não reactiva.”
Gomes Pereira (Comissão médica do COP):
“Não há preparação olímpica. Há preparação para o alto rendimento. Tem de ser continuada.”
“Treinador é quem decide. Sozinho não consegue. Ninguém domina tudo.”
“Controlo de treino e médico faz-se diariamente.”
“O treinador não tem de saber fazer mas saber pedir e saber transportar [conhecimento] para o terreno.”
“Há que haver condições... é inequívoco. Mas para além disso, tem de haver pessoas. As pessoas é que constituem e fazem andar os modelos.”
“Não é treinador quem quer. É treinador quem consegue ser. O treinador é diferente.”
“Quero ser bem entendido: um bom treinador pode nunca ter um atleta medalhado olímpico. Um treinador medíocre pode treinar um bom atleta. Agora um treinador que consegue ter cinco atletas medalhados esse é um bom treinador.”
Nuno Laurentino (antigo nadador olímpico e treinador):
“A questão central não é o financiamento. O desporto de alto rendimento só é possível com a disponibilidade efectiva de treinadores e atletas.”
“Não conseguimos ainda criar uma situação de conciliação da escola com a competição. A escola não está de braço dado com a legislação existente. Mas depois façam o favor…”
“Como é que um treinador a dar aulas numa escola pode dar treino no dia a dia?”
“Quando não conseguirmos sinergias não conseguimos evoluir.”
João Ganço (treinador de Nélson Évora, professor de EF):
“Temos quatro campeões olímpicos. Não há um estudo sobre esses casos de sucesso. Conseguiram conquistar medalhas a treinar à chuva sem apoio médico e biomecânico. Seria interessante saber o que está na base dessas medalhas.”
Jorge Vieira (presidente da FP de Atletismo):
"Ao nível do financiamento há um estrangulamento brutal. Quase todos os problemas do desporto aqui mencionados têm a ver com o financiamento", disse, lamentando que o orçamento da FPA esteja 26 por cento abaixo do financiamento máximo e que no ano passado este só tenha sido elevado em 0,8 por cento. "Alguma coisa de mal devemos ter feito no nosso percurso.”
"Ausência de pistas qualificadas, quer pela falta de salas de musculação. Não existem, não estão equipadas - há qualquer coisa que não bate certo quando para o fitness existem as infraestruturas e para nós no alto rendimento não."
O que eles disseram em Pequim
Porque o que eles dizem é muito importante...
Jorge Vieira, presidente da Federação de Atletismo
«Portugal teve muitos bons resultados»
"Nós antecipamos sempre um balanço que tem estas componentes: atletas, treinadores e dirigentes frustrados; atletas, treinadores e dirigentes contentes e felizes. Aconteceu aqui de novo essa situação. Sobretudo na parte da felicidade", disse Jorge Vieira à agência Lusa.
"Os mínimos têm sido um critério de seleção. Eu gostaria que passassem a ser um critério para o atleta ser selecionável. O mínimo passaria apenas a ser uma das condições. A condição mais importante passará pelo acompanhamento".
"Na seleção nacional, esta autonomia tem que se perder em prol do trabalho coletivo, do acompanhamento, da avaliação sistemática, o planeamento, organizado para os grandes momentos. Tudo isto são alterações que importam fazer. Hoje, estamos a um nível bastante baixo, para aquilo que são as minhas exigências como responsável da estrutura
Quanto a aspetos a melhorar no trabalho da federação, promete "maior e melhor acompanhamento", com "mais preparação psicológica" e investimento na "área médica."
"Tivemos aqui atletas em condições físicas menos aconselháveis para um evento deste tipo."
Nelson Évora, bronze no triplo salto
«Soube-me a ouro»
"Foi uma competição dura e consegui a medalha de bronze no último ensaio, soube-me melhor, soube-me a ouro. Era isso que eu ambicionava: poder dar esta alegria a Portugal."
"Há que arriscar, não tinha nada a perder. [No último ensaio] tive que saltar um bocadinho com a cabeça. Foi 17,52. Acho que estou a valer um pouco mais, mas aqui o mais importante era assegurar uma medalha, e foi o que fiz. Não podia estar mais satisfeito."
"O próximo ano é que interessa. Já consegui mostrar aos meus adversários que estou de volta, e que vai ser também uma competição muito interessante."
Ana Cabecinha, 4.ª classificada nos 20 km marcha
«Foi muito acima das minhas expectativas»
Eu nunca pensei: sabia que tinha treinado bem, que tinha chegado aqui sem problemas físicos. Mas, nunca pensei no quarto lugar. Pensei sim no sexto, sétimo, oitavo"
"É a tal sensação de não arriscar mais cedo. Mas estou consciente que arrisquei na altura certa. Este quarto lugar é a minha melhor classificação em mundiais; só posso estar feliz"
"Vamos treinar melhor do que este ano para chegar aos Jogos nas melhores condições e lutar pelo melhor resultado possível. Claro: Jogos é Jogos".
Filomena Costa, 12.º lugar na maratona
«Superei-me!»
"Claro que fiz um ótimo trabalho, sabia que estava a valer um bom resultado. Mas 12.º foi mesmo muito bom (...) Acima das expectativas", declarou a atleta que tinha como objetivo "ficar nas 18 primeiras."
"Muito trabalho; muita dedicação. Muita calma, durante a competição. Tentar manter um ritmo que fosse dentro daquilo que trabalhei e foi ótimo chegar como cheguei."
Sara Moreira 12.ª nos 10 000 metros
"É um sabor agridoce:
bom, porque ser 12.º no mundo não se pode dizer que é mau. Mas eu assumi que o meu objetivo era ficar nas oito primeiras. Digamos que as adversárias me permitiam sonhar, e acreditei, mas faltou aquele bocadinho."
"Foi uma corrida lançada em bases muito lentas, penso que também devido às condições."
"Até aos nove mil metros segui no grupo da frente. Descolei a faltar 1.200 metros e depois segui no meu ritmo. Essa parte final foi um bocadinho difícil, mas acabou por ser o 12.º lugar."
"agora é tempo de descansar e avaliar aquilo que correu mal."
"ainda não está completamente decidido, mas a aposta para os Jogos Olímpicos do Rio2016, em princípio, será a maratona."
Ana Dulce Félix 19.º lugar nos 10 000 metros
"Foi mesmo chegar ao fim só para terminar"
"Tinha a garganta completamente inflamada, vim para a prova, dei o que dei, aos 3.000 metros passei um mau momento, mas depois recuperei e pensei: não sou de baixar os braços. E comecei a sentir-me um bocado melhor"
"Foi mesmo chegar ao fim só para terminar"
Pedro Isidro, 21.º lugar nos 50 km marcha com recorde pessoal
"Surpreendi-me a mim próprio."
"Não estava à espera de bater um recorde pessoal. Estava mais à espera de fazer uma boa classificação. A marca não estava a contar muito, por causa do calor e da humidade que se tem feito sentir."
Vera Santos, 21.º lugar nos 20 km marcha
"Claro que queria mais."
"O objetivo era ficar nas dezasseis primeiras, mas a partir do tiro de partida, e nas primeiras voltas, senti que ia ser uma competição muito dura: estava muito quente, muita humidade. O mais importante era, se não consigo andar mais rápido, o objetivo é terminar e conseguir-me superar. Foi o que eu consegui fazer hoje."
Inês Henriques, 23.º lugar nos 20 km marcha
o resultado "foi mau".
"Estava bem, mas depois comecei a ficar contraída, e não me conseguia descontrair. Não consegui reagir."
"Estava em condições físicas para fazer bem melhor. Isto não é o meu valor, sem dúvida nenhuma".
Hélio Gomes, 38.º lugar na qualificação para a final dos 1.500 metros
"Senti-me mal; o corpo não reagiu. Peço desculpa"
"Não foi o que eu estava à espera. Agradeço a todos o apoio, mas foi uma má corrida", admitiu.
O atleta diz agora que vai "descansar, reflectir um pouco e conversar com o treinador".
Irina Rodrigues, 31.ª no lançamento do disco
No Facebook: "Dou por terminada a minha época."
"Infelizmente, não correu nada bem este mundial. As lesões nos adutores condicionaram-me bastante e afetaram a minha confiança.
Mas não é um mau dia que dita um ano inteiro. Fiz progressos, a vários níveis, tais como uma medalha internacional senior, um novo recorde pessoal e 6 provas acima de 60.
Agora, há que recarregar baterias e trabalhar para o próximo ano. Estou na luta!"
Sérgio Vieira desistiu nos 20 km marcha
No facebook: "venho por este meio agradecer ás pessoas que deixaram estas palavras de encorajamento,mas estive quase para não vir, ando com uma lesão desde o campeonato de Portugal,por isso fiz o que pude. Muito obrigado."
Patrícia Mamona 16.ª no Triplo Salto
No facebook: "NOOoooOoooooOo I did not make into the finallllsss! Bahhhhhhhhhhh uhhhhhhh whyyyyy! Whyyyyy... but yeh its been a rough season too many injuries on the way ...so anoying...but wen there is still a chance there is still HOPE ! Much more competitions to come = more chances to shine ! Now focused on being conpletly injury free..and start the OLYMPIC season big! For now...VACACIONES MIS AMIGOSSS and Shopping(cmon who doesnt like to shop in china.. ) xoxo THANK YOU ALL FOR THE SUPPORT. LoVE You ALL"
Susana Costa três ensaios nulos na qualificação do triplo salto
No facebook: "No desporto por vezes as coisas são assim mesmo e há que aceitar!"
Hoje depois desta qualificação, sinto me triste por não ter chegado aos meus objetivos, mas também sei que, fiz de tudo para pelo menos, sair com um resultado digno do trabalho que eu o Nelson Évora e o meu treinador ( João Ganco ) temos feito até aqui!!!
Trabalhamos muitooo e acreditamos até ao fim que era possível, mas no desporto por vezes as coisas são assim mesmo e há que aceitar! Também sei que nada acaba aqui, e que a minha luta continua!
Obrigada a todos pelas mensagens de apoio dos últimos dias! "
João Vieira 37.º nos 20 km marcha
Yazaldes Nascimento 35.º nos 100 metros
Tsanko Arnaudov 26.º na qualificação do lançamento do peso
31 de Agosto de 2015
Jorge Vieira, presidente da Federação de Atletismo
«Portugal teve muitos bons resultados»
"Nós antecipamos sempre um balanço que tem estas componentes: atletas, treinadores e dirigentes frustrados; atletas, treinadores e dirigentes contentes e felizes. Aconteceu aqui de novo essa situação. Sobretudo na parte da felicidade", disse Jorge Vieira à agência Lusa.
"Os mínimos têm sido um critério de seleção. Eu gostaria que passassem a ser um critério para o atleta ser selecionável. O mínimo passaria apenas a ser uma das condições. A condição mais importante passará pelo acompanhamento".
"Na seleção nacional, esta autonomia tem que se perder em prol do trabalho coletivo, do acompanhamento, da avaliação sistemática, o planeamento, organizado para os grandes momentos. Tudo isto são alterações que importam fazer. Hoje, estamos a um nível bastante baixo, para aquilo que são as minhas exigências como responsável da estrutura
Quanto a aspetos a melhorar no trabalho da federação, promete "maior e melhor acompanhamento", com "mais preparação psicológica" e investimento na "área médica."
"Tivemos aqui atletas em condições físicas menos aconselháveis para um evento deste tipo."
Nelson Évora, bronze no triplo salto
«Soube-me a ouro»
"Foi uma competição dura e consegui a medalha de bronze no último ensaio, soube-me melhor, soube-me a ouro. Era isso que eu ambicionava: poder dar esta alegria a Portugal."
"Há que arriscar, não tinha nada a perder. [No último ensaio] tive que saltar um bocadinho com a cabeça. Foi 17,52. Acho que estou a valer um pouco mais, mas aqui o mais importante era assegurar uma medalha, e foi o que fiz. Não podia estar mais satisfeito."
"O próximo ano é que interessa. Já consegui mostrar aos meus adversários que estou de volta, e que vai ser também uma competição muito interessante."
Ana Cabecinha, 4.ª classificada nos 20 km marcha
«Foi muito acima das minhas expectativas»
Eu nunca pensei: sabia que tinha treinado bem, que tinha chegado aqui sem problemas físicos. Mas, nunca pensei no quarto lugar. Pensei sim no sexto, sétimo, oitavo"
"É a tal sensação de não arriscar mais cedo. Mas estou consciente que arrisquei na altura certa. Este quarto lugar é a minha melhor classificação em mundiais; só posso estar feliz"
"Vamos treinar melhor do que este ano para chegar aos Jogos nas melhores condições e lutar pelo melhor resultado possível. Claro: Jogos é Jogos".
Filomena Costa, 12.º lugar na maratona
«Superei-me!»
"Claro que fiz um ótimo trabalho, sabia que estava a valer um bom resultado. Mas 12.º foi mesmo muito bom (...) Acima das expectativas", declarou a atleta que tinha como objetivo "ficar nas 18 primeiras."
"Muito trabalho; muita dedicação. Muita calma, durante a competição. Tentar manter um ritmo que fosse dentro daquilo que trabalhei e foi ótimo chegar como cheguei."
Sara Moreira 12.ª nos 10 000 metros
"É um sabor agridoce:
bom, porque ser 12.º no mundo não se pode dizer que é mau. Mas eu assumi que o meu objetivo era ficar nas oito primeiras. Digamos que as adversárias me permitiam sonhar, e acreditei, mas faltou aquele bocadinho."
"Foi uma corrida lançada em bases muito lentas, penso que também devido às condições."
"Até aos nove mil metros segui no grupo da frente. Descolei a faltar 1.200 metros e depois segui no meu ritmo. Essa parte final foi um bocadinho difícil, mas acabou por ser o 12.º lugar."
"agora é tempo de descansar e avaliar aquilo que correu mal."
"ainda não está completamente decidido, mas a aposta para os Jogos Olímpicos do Rio2016, em princípio, será a maratona."
Ana Dulce Félix 19.º lugar nos 10 000 metros
"Foi mesmo chegar ao fim só para terminar"
"Tinha a garganta completamente inflamada, vim para a prova, dei o que dei, aos 3.000 metros passei um mau momento, mas depois recuperei e pensei: não sou de baixar os braços. E comecei a sentir-me um bocado melhor"
"Foi mesmo chegar ao fim só para terminar"
Pedro Isidro, 21.º lugar nos 50 km marcha com recorde pessoal
"Surpreendi-me a mim próprio."
"Não estava à espera de bater um recorde pessoal. Estava mais à espera de fazer uma boa classificação. A marca não estava a contar muito, por causa do calor e da humidade que se tem feito sentir."
Vera Santos, 21.º lugar nos 20 km marcha
"Claro que queria mais."
"O objetivo era ficar nas dezasseis primeiras, mas a partir do tiro de partida, e nas primeiras voltas, senti que ia ser uma competição muito dura: estava muito quente, muita humidade. O mais importante era, se não consigo andar mais rápido, o objetivo é terminar e conseguir-me superar. Foi o que eu consegui fazer hoje."
Inês Henriques, 23.º lugar nos 20 km marcha
o resultado "foi mau".
"Estava bem, mas depois comecei a ficar contraída, e não me conseguia descontrair. Não consegui reagir."
"Estava em condições físicas para fazer bem melhor. Isto não é o meu valor, sem dúvida nenhuma".
Hélio Gomes, 38.º lugar na qualificação para a final dos 1.500 metros
"Senti-me mal; o corpo não reagiu. Peço desculpa"
"Não foi o que eu estava à espera. Agradeço a todos o apoio, mas foi uma má corrida", admitiu.
O atleta diz agora que vai "descansar, reflectir um pouco e conversar com o treinador".
Irina Rodrigues, 31.ª no lançamento do disco
No Facebook: "Dou por terminada a minha época."
"Infelizmente, não correu nada bem este mundial. As lesões nos adutores condicionaram-me bastante e afetaram a minha confiança.
Mas não é um mau dia que dita um ano inteiro. Fiz progressos, a vários níveis, tais como uma medalha internacional senior, um novo recorde pessoal e 6 provas acima de 60.
Agora, há que recarregar baterias e trabalhar para o próximo ano. Estou na luta!"
Sérgio Vieira desistiu nos 20 km marcha
No facebook: "venho por este meio agradecer ás pessoas que deixaram estas palavras de encorajamento,mas estive quase para não vir, ando com uma lesão desde o campeonato de Portugal,por isso fiz o que pude. Muito obrigado."
Patrícia Mamona 16.ª no Triplo Salto
No facebook: "NOOoooOoooooOo I did not make into the finallllsss! Bahhhhhhhhhhh uhhhhhhh whyyyyy! Whyyyyy... but yeh its been a rough season too many injuries on the way ...so anoying...but wen there is still a chance there is still HOPE ! Much more competitions to come = more chances to shine ! Now focused on being conpletly injury free..and start the OLYMPIC season big! For now...VACACIONES MIS AMIGOSSS and Shopping(cmon who doesnt like to shop in china.. ) xoxo THANK YOU ALL FOR THE SUPPORT. LoVE You ALL"
Susana Costa três ensaios nulos na qualificação do triplo salto
No facebook: "No desporto por vezes as coisas são assim mesmo e há que aceitar!"
Hoje depois desta qualificação, sinto me triste por não ter chegado aos meus objetivos, mas também sei que, fiz de tudo para pelo menos, sair com um resultado digno do trabalho que eu o Nelson Évora e o meu treinador ( João Ganco ) temos feito até aqui!!!
Trabalhamos muitooo e acreditamos até ao fim que era possível, mas no desporto por vezes as coisas são assim mesmo e há que aceitar! Também sei que nada acaba aqui, e que a minha luta continua!
Obrigada a todos pelas mensagens de apoio dos últimos dias! "
João Vieira 37.º nos 20 km marcha
Yazaldes Nascimento 35.º nos 100 metros
Tsanko Arnaudov 26.º na qualificação do lançamento do peso
31 de Agosto de 2015
A guerra de patrocínios nos EUA
Nick Symmonds é hexacampeão norte americano dos 800 metros. Terminou em quinto lugar nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 com um recorde pessoal de 1.42,95 minutos. Está seleccionado para os mundiais de Atletismo que decorre a partir do dia 22 em Pequim. Esta semana o meio fundista recusou-se a assinar o compromisso obrigatório para todos os atletas norte americanos que competem em grandes competições internacionais como mundiais e jogos olímpicos. Agora arrisca ficar fora da selecção americana. Nesse contrato, os atletas são obrigados a vestir o equipamento nacional (Nike) em todas as representações oficiais. O atleta contesta os termos do contrato e questiona: "O que é uma representação oficial da selecção dos EUA?"
O conflito reflecte uma contínua tensão existente no atletismo norte americano... e não só.
Muitos atletas têm os seus próprios contratos com empresas de vestuário. Por seu lado, federação nacional (USATF) tem os seus próprios patrocínios. Por vezes, os interesses colidem. A USATF renovou o contrato com a Nike até 2040 num valor estimado em 20 milhões de dólares por ano.
Symmonds, prata nos 800 metros do mundial de Moscovo 2013, tem um contrato com a rival Brooks, onde ingressou em Janeiro do ano passado na sequência de uma rescisão pessoal com a Nike.
O meio fundista defende que o documento que os atletas americanos são obrigados a assinar implica um compromisso muito para além das pistas. Chama-o de "ambíguo". "Eu não posso assinar aquilo", disse Symmonds. "É um documento mal formulado."
"Vale a pena lutar pelos nossos direitos".
Symmonds foi questionado pelas autoridades americanas para não utilizar o equipamento Brooks, quanto tomava o pequeno almoço no hotel da equipa dos Estados Unidos nos Mundiais indoor de 2014 na Polónia. "Certamente, o pequeno almoço não é uma função oficial da equipa?", questionou o atleta do Arkansas.
"A julgar pelo documento da USATF", disse Symmonds, "a federação quer que utilize equipamentos Nike para os campeonatos do mundo a partir do momento que sair do meu apartamento em Seattle". "Isso é um absurdo", concluiu.
O campeão nacional dos 800m argumentou que os atletas sofrem 'intimidações' da USATF para violarem os contratos com os seus patrocinadores pessoais, e que "USATF e Nike estão apenas arrecadando grande parte do bolo" publicitário.
Se não assinar o documento, quando a selecção americana for apresentada segunda feira , Symmonds "não vai integrar a equipa", respondeu Jill Geer, porta-voz da USATF em comunicado. Se isso acontecer, o atleta afirmou que pretende processar a USATF se não for autorizado a competir nos Mundiais de Pequim.
Jill Geer revelou que a federação se esforçou para equilibrar os interesses individuais dos atletas com os da USATF. "O organismo federativo gasta 2 500 000 milhões por ano em transmissões televisivas em que os atletas são autorizados a usar o que quiserem durante as competições e conferências de imprensa para que possam obter o máximo de retorno publicitário". "A única vez que limitar o que os atletas podem usar é quando eles estão em representação dos Estados Unidos", concluiu Geer.
A USATF exige que todos os atletas seleccionados para os campeonatos usem o "kit Nike" a marca oficial durante todas as funções da equipa, dentro e fora das pistas, desde cerimónias de entregas de prémios, conferências de imprensa e "outras funções da equipa oficial" que não estão descritas com detalhe.
Symmonds, que é acusado de utilizar esta contestação como estratégia publicitária, há muito que se tem revoltado contra o que ele considera serem as regras absurdas e rígidas que restringem a capacidade dos atletas de rentabilizar os seus patrocinadores. Uma das ideias do Nick Symmonds para tornar o atletismo financeiramente mais atractivo, seria a possibilidade de apostas, proibidas no atletismo dos EUA.
O conflito reflecte uma contínua tensão existente no atletismo norte americano... e não só.
Muitos atletas têm os seus próprios contratos com empresas de vestuário. Por seu lado, federação nacional (USATF) tem os seus próprios patrocínios. Por vezes, os interesses colidem. A USATF renovou o contrato com a Nike até 2040 num valor estimado em 20 milhões de dólares por ano.
Symmonds, prata nos 800 metros do mundial de Moscovo 2013, tem um contrato com a rival Brooks, onde ingressou em Janeiro do ano passado na sequência de uma rescisão pessoal com a Nike.
O meio fundista defende que o documento que os atletas americanos são obrigados a assinar implica um compromisso muito para além das pistas. Chama-o de "ambíguo". "Eu não posso assinar aquilo", disse Symmonds. "É um documento mal formulado."
"Vale a pena lutar pelos nossos direitos".
Symmonds foi questionado pelas autoridades americanas para não utilizar o equipamento Brooks, quanto tomava o pequeno almoço no hotel da equipa dos Estados Unidos nos Mundiais indoor de 2014 na Polónia. "Certamente, o pequeno almoço não é uma função oficial da equipa?", questionou o atleta do Arkansas.
"A julgar pelo documento da USATF", disse Symmonds, "a federação quer que utilize equipamentos Nike para os campeonatos do mundo a partir do momento que sair do meu apartamento em Seattle". "Isso é um absurdo", concluiu.
O campeão nacional dos 800m argumentou que os atletas sofrem 'intimidações' da USATF para violarem os contratos com os seus patrocinadores pessoais, e que "USATF e Nike estão apenas arrecadando grande parte do bolo" publicitário.
Se não assinar o documento, quando a selecção americana for apresentada segunda feira , Symmonds "não vai integrar a equipa", respondeu Jill Geer, porta-voz da USATF em comunicado. Se isso acontecer, o atleta afirmou que pretende processar a USATF se não for autorizado a competir nos Mundiais de Pequim.
Jill Geer revelou que a federação se esforçou para equilibrar os interesses individuais dos atletas com os da USATF. "O organismo federativo gasta 2 500 000 milhões por ano em transmissões televisivas em que os atletas são autorizados a usar o que quiserem durante as competições e conferências de imprensa para que possam obter o máximo de retorno publicitário". "A única vez que limitar o que os atletas podem usar é quando eles estão em representação dos Estados Unidos", concluiu Geer.
A USATF exige que todos os atletas seleccionados para os campeonatos usem o "kit Nike" a marca oficial durante todas as funções da equipa, dentro e fora das pistas, desde cerimónias de entregas de prémios, conferências de imprensa e "outras funções da equipa oficial" que não estão descritas com detalhe.
Symmonds, que é acusado de utilizar esta contestação como estratégia publicitária, há muito que se tem revoltado contra o que ele considera serem as regras absurdas e rígidas que restringem a capacidade dos atletas de rentabilizar os seus patrocinadores. Uma das ideias do Nick Symmonds para tornar o atletismo financeiramente mais atractivo, seria a possibilidade de apostas, proibidas no atletismo dos EUA.
O corpo como espaço publicitário
Antes dos Jogos de Londres 2012, Nick Symmonds encontrou uma forma original de contornar as restrições publicitárias da Federação Internacional de Atletismo, do Comité Olímpico Internacional e da própria USATF. O norte-americano leiloou um espaço publicitário no próprio corpo, usando uma faixa no ombro esquerdo durante as competições.
O vencedor do leilão foi uma agência de publicidade Milwaukee, Hanson, que pagou 11.000 de dólares.
"Agradeço aos patrocinadores por ter ido tão longe, mas outros atletas precisam de oportunidades para conseguir patrocínio", afirmou o atleta, que quer, com esta ideia, combater o monopólio de marcas que patrocinam o atletismo. Symmonds não foi o primeiro atleta a utilizar essa estratégia. Em 2004 o campeão olímpico do lançamento de peso Adam Nelson vendeu um espaço na sua camisola durante a temporada de 2005 (quando ganhou os Campeonatos Mundiais). A prática também é comum no pugilismo.
10 de Agosto de 2015
Antes dos Jogos de Londres 2012, Nick Symmonds encontrou uma forma original de contornar as restrições publicitárias da Federação Internacional de Atletismo, do Comité Olímpico Internacional e da própria USATF. O norte-americano leiloou um espaço publicitário no próprio corpo, usando uma faixa no ombro esquerdo durante as competições.
O vencedor do leilão foi uma agência de publicidade Milwaukee, Hanson, que pagou 11.000 de dólares.
"Agradeço aos patrocinadores por ter ido tão longe, mas outros atletas precisam de oportunidades para conseguir patrocínio", afirmou o atleta, que quer, com esta ideia, combater o monopólio de marcas que patrocinam o atletismo. Symmonds não foi o primeiro atleta a utilizar essa estratégia. Em 2004 o campeão olímpico do lançamento de peso Adam Nelson vendeu um espaço na sua camisola durante a temporada de 2005 (quando ganhou os Campeonatos Mundiais). A prática também é comum no pugilismo.
10 de Agosto de 2015
Paulo Barrigana: "O Desporto Escolar vive do empenho dos professores"
É impossível não ficar contagiado pela sua energia. Tem um ritmo de trabalho frenético. As barreiras que lhe colocam no desporto são para si desde sempre permanentes desafios. No Atletismo todos o conhecem, no Desporto Escolar também: é nessas duas áreas um dos professor/treinador que melhor trabalho desenvolve junto dos jovens. Não se considera exemplo para nada mas admite que a paixão pelo que faz leva-o a superar as inúmeras dificuldades que os professores de Educação Física encontram na Escola e os treinadores nos clubes.
Paulo Barrigana, licenciado pela FMH, é professor de Educação Física na Escola Básica Mestre Domingos Saraiva, em Sintra, e treinador de Atletismo no Benfica. “O Desporto Escolar vive do empenho individual dos professores”, assume o técnico que há mais de 10 anos "constrói pontes" entre o Desporto Escolar e o Desporto Federado.
Numa longa conversa* no CAR Jamor ouvimos o professor/treinador que é um exemplo de sucesso no trabalho que desenvolve com dezenas de atletas anualmente no Desporto Escolar (DE) e na formação de jovens talentos no Benfica.
O antigo atleta internacional do CDUL e Benfica, nos 110 metros barreiras (campeão nacional em 19991/92], salto em altura e decatlo, é considerado um dos professores/treinadores que melhor “fazem a ponte” entre o DE e o Desporto Federado (DF).
Objectivamente, elaborou um projecto pessoal que, independentemente dos constrangimentos com que se depara, e estes são claramente de carreira profissional, coloca todas as energias na sua concretização.
O Atletismo viu nos últimos anos surgirem alguns nomes por si ‘formados’ na escola e no Benfica: Paulo Conceição (salto em altura), Tiago Pereira (salto em altura), Ricardo Amaral (velocidade) ou Marta Pen Freitas (800 e 1500 m), entre outros. Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro poderão ser já objetivo para dois deles.
Mas também o DE sob a sua orientação tem um dos mais importantes núcleos de atletismo a nível nacional na Escola Básica Mestre Domingos Saraiva em Algueirão - Mem Martins, Sintra.
A ponte entre o DE e o DF
Paulo Barrigana admite que “não é um bom exemplo” para falar do DE: “fujo do normal.” Pragmático atira a rir: “A ponte? A ponte sou eu. Para os meus melhores atletas quem fez a ponte entre o DE e o Federado fui eu.”
O professor de Educação Física não tem dúvidas quanto a esta matéria: “O DE vive do empenho individual dos professores.”
A desvalorização do DE. A redução da carga horária. O desinvestimento. São limitações ultrapassadas pelo grande envolvimento, empenho e paixão que os professores colocam nessa atividade.
“Por vezes, vejo defender que a redução da carga horária no DE de quatro horas semanais para três não é assim tão grave. Eu recordo-lhes que não é apenas uma hora é uma redução de 25% do tempo. O que é muito!!!”
Elite versus Formação
O seu conceito sobre o Desporto Escolar é muito claro, objetivo: “O Desporto Escolar só pode ser aberto. Não vejo outra forma de funcionar numa Escola. Tenho de tudo nos meus grupos: deficientes, obesos, alunos com dificuldade de aprendizagem motora, integração… etc., etc., etc. Treino elite e ao mesmo tempo na escola, três vezes por semana, oriento atletas dos 7 aos 17 anos.”
O técnico acrescenta: “Não tenho só atletas com talento. Oriento muitos que não tem talento para fazerem um percurso no atletismo mas é minha obrigação como professor ajuda-los e acompanha-los. A verdade é que os miúdos chegam à escola no quinto ano cada vez mais com níveis físicos assustadoramente baixos.”
Desporto Escolar versus Desporto Federado
Por vezes “a barreira” criada, que vem de um passado recente, em que os atletas federados não podiam participar no Desporto Escolar e os atletas do Desporto Escolar não podiam competir no federado, ainda se manifesta tanto de um lado como do outro no plano das mentalidades. Porventura, se numa sociedade existissem crianças e jovens em dois níveis diversos e não uma população estudantil que também é muitas vezes praticante filiada num determinado desporto.
“A verdade é que passado estes anos todos a coordenar um Centro de Formação no Desporto Escolar sou conhecido por ser do Benfica e do DF. Mas no DF e no Benfica sou apontado como sendo do DE.”
Paulo Barrigana explica: “Isso não deveria ser problema. Acaba por ser vantajoso para todos este protocolo com o Benfica.”
Hoje já não existem divisões entre os atletas federados e atletas escolares. “Os campeonatos escolares sãos fortíssimos. Por vezes são mais fortes em termos competitivos que os campeonatos federados. Por exemplo, o nacional de crosse escolar é mais forte que o federado.”
Trabalho versus realização
Em Portugal está convicto que é o professor/treinador que dá mais treinos.
“Tenho um horário de 22 horas em que 10/11 horas sãos para treinos. Está previsto na legislação. Levo o máximo permitido de 55 atletas a competições nacionais. No Europeu de sub-23 tive cinco a atletas. Mas o trabalho do professor/treinador não é apenas administrar treino. Há todo um processo burocrático, legal, organizativo que não pode ser negligenciável junto dos seus pupilos na escola e no clube.
“Há questões sociais e económicas complexas em cada aluno. Por exemplo, consigo através de amigos e entidades diversas cerca de 50 sapatos por ano para os jovens que treino. As inscrições, as deslocações, os materiais, os equipamentos são aspetos que dão muito trabalho aos professores.”
Por isso, defende que os centros de formação vivem do “empenho pessoal” dos professores. “Durante um anos tenho apenas 3/4 fins de semana sem atletismo.”
Às quartas-feiras, revela que tem cerca de 100 atletas para treinar. “Utilizo as instalações da escola: o pavilhão e uma caixa de saltos e um parque em frente à escola onde tem uma pista de 200 metros. Temos 4/5 atividades por ano. Os miúdos também não aguentam mais. Torna-se saturante para eles.”
A sua filosofia quanto ao DE é clara, objetiva e assumida: “Formamos uma equipa no Clube/Escola que pretende ter sucesso. Temos cerca de 90% de jovens inscritos que não são da nossa escola. Via Desporto Escolar levo-os a competições nacionais e internacionais. Mas também levo os alunos à praia nas férias. Porque o Desporto Escolar também é ocupação dos tempos livres. Por exemplo, fui ao campeonato nacional escolar e não fui ao campeonato nacional de juvenis.”
“A minha avaliação, como professor? – na escola trabalho para o ‘Bom’. Mas considero que não sou um exemplo nem para bem nem para o mal. No Desporto Escolar tiro só realização e prazer pessoal. O meu trabalho é reconhecido na Escola. Mas há dez anos que estou congelado no escalão… trabalhe muito ou pouco.”
Questionado como analisa a situação recorrente de atletas formados por si serem depois assediados por outros treinadores/clubes.
“Quando ‘sacam’ atletas? É um processo normal… Se os atletas, ou os pais, acreditam que para evoluir devem mudar de treinador… Claro que é um processo que não me agrada quando o que está em causa é um trabalho de anos e essa mudança não se prende com critérios técnicos mas outros…”
E acrescenta: “Compreendo as decisões dos atletas mas não fico satisfeito quando os vejo mais preocupados com os patrocinadores, imagem, GPS e esquecem o treino a disciplina e o rigor.”
Clubes versus Escolas
A estrutura desportiva nacional assente em grande parte nos clubes. É uma realidade que compreende, aceita e não a entende como concorrencial à Escola. Em Portugal, o clube continua ter um peso muito grande na estrutura desportiva junto das famílias dos jovens nas populações, nas pequenas e grandes localidades.
“É uma questão identitária, social, cultural. O clube procura a via do alto rendimentos enquanto a escola é a primeira via. Podem ou não ser complementares. Eu não os vejo como concorrentes. Mas também não vejo a escola a substituir os clubes. Costumo dizer que temos um modelos SPA – Sempre a Porta Aberta.”
Reforça a ideia que não é exemplo no DE. Mesmo com as contradições e limitações do DE, Paulo Barrigana acredita e prova com o seu trabalho que é possível fazer mais com menos. Mas admite que o seu trabalho deveria ser mais reconhecido e valorizado no DF.
“Nunca faltei a um treino na vida mas já faltei a aulas para dar treinos. Pelo trabalho que tenho desenvolvido fazia sentido tralhar em exclusividade no desporto escolar.”
*Este texto é um síntese da conversa informal tida no dia 30 de Julho de 2015 no CAR Jamor entre Paulo Barrigana, Mário de Sousa, António Vermelhudo, José Carvalho e Cipriano Lucas.
Paulo Barrigana, licenciado pela FMH, é professor de Educação Física na Escola Básica Mestre Domingos Saraiva, em Sintra, e treinador de Atletismo no Benfica. “O Desporto Escolar vive do empenho individual dos professores”, assume o técnico que há mais de 10 anos "constrói pontes" entre o Desporto Escolar e o Desporto Federado.
Numa longa conversa* no CAR Jamor ouvimos o professor/treinador que é um exemplo de sucesso no trabalho que desenvolve com dezenas de atletas anualmente no Desporto Escolar (DE) e na formação de jovens talentos no Benfica.
O antigo atleta internacional do CDUL e Benfica, nos 110 metros barreiras (campeão nacional em 19991/92], salto em altura e decatlo, é considerado um dos professores/treinadores que melhor “fazem a ponte” entre o DE e o Desporto Federado (DF).
Objectivamente, elaborou um projecto pessoal que, independentemente dos constrangimentos com que se depara, e estes são claramente de carreira profissional, coloca todas as energias na sua concretização.
O Atletismo viu nos últimos anos surgirem alguns nomes por si ‘formados’ na escola e no Benfica: Paulo Conceição (salto em altura), Tiago Pereira (salto em altura), Ricardo Amaral (velocidade) ou Marta Pen Freitas (800 e 1500 m), entre outros. Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro poderão ser já objetivo para dois deles.
Mas também o DE sob a sua orientação tem um dos mais importantes núcleos de atletismo a nível nacional na Escola Básica Mestre Domingos Saraiva em Algueirão - Mem Martins, Sintra.
A ponte entre o DE e o DF
Paulo Barrigana admite que “não é um bom exemplo” para falar do DE: “fujo do normal.” Pragmático atira a rir: “A ponte? A ponte sou eu. Para os meus melhores atletas quem fez a ponte entre o DE e o Federado fui eu.”
O professor de Educação Física não tem dúvidas quanto a esta matéria: “O DE vive do empenho individual dos professores.”
A desvalorização do DE. A redução da carga horária. O desinvestimento. São limitações ultrapassadas pelo grande envolvimento, empenho e paixão que os professores colocam nessa atividade.
“Por vezes, vejo defender que a redução da carga horária no DE de quatro horas semanais para três não é assim tão grave. Eu recordo-lhes que não é apenas uma hora é uma redução de 25% do tempo. O que é muito!!!”
Elite versus Formação
O seu conceito sobre o Desporto Escolar é muito claro, objetivo: “O Desporto Escolar só pode ser aberto. Não vejo outra forma de funcionar numa Escola. Tenho de tudo nos meus grupos: deficientes, obesos, alunos com dificuldade de aprendizagem motora, integração… etc., etc., etc. Treino elite e ao mesmo tempo na escola, três vezes por semana, oriento atletas dos 7 aos 17 anos.”
O técnico acrescenta: “Não tenho só atletas com talento. Oriento muitos que não tem talento para fazerem um percurso no atletismo mas é minha obrigação como professor ajuda-los e acompanha-los. A verdade é que os miúdos chegam à escola no quinto ano cada vez mais com níveis físicos assustadoramente baixos.”
Desporto Escolar versus Desporto Federado
Por vezes “a barreira” criada, que vem de um passado recente, em que os atletas federados não podiam participar no Desporto Escolar e os atletas do Desporto Escolar não podiam competir no federado, ainda se manifesta tanto de um lado como do outro no plano das mentalidades. Porventura, se numa sociedade existissem crianças e jovens em dois níveis diversos e não uma população estudantil que também é muitas vezes praticante filiada num determinado desporto.
“A verdade é que passado estes anos todos a coordenar um Centro de Formação no Desporto Escolar sou conhecido por ser do Benfica e do DF. Mas no DF e no Benfica sou apontado como sendo do DE.”
Paulo Barrigana explica: “Isso não deveria ser problema. Acaba por ser vantajoso para todos este protocolo com o Benfica.”
Hoje já não existem divisões entre os atletas federados e atletas escolares. “Os campeonatos escolares sãos fortíssimos. Por vezes são mais fortes em termos competitivos que os campeonatos federados. Por exemplo, o nacional de crosse escolar é mais forte que o federado.”
Trabalho versus realização
Em Portugal está convicto que é o professor/treinador que dá mais treinos.
“Tenho um horário de 22 horas em que 10/11 horas sãos para treinos. Está previsto na legislação. Levo o máximo permitido de 55 atletas a competições nacionais. No Europeu de sub-23 tive cinco a atletas. Mas o trabalho do professor/treinador não é apenas administrar treino. Há todo um processo burocrático, legal, organizativo que não pode ser negligenciável junto dos seus pupilos na escola e no clube.
“Há questões sociais e económicas complexas em cada aluno. Por exemplo, consigo através de amigos e entidades diversas cerca de 50 sapatos por ano para os jovens que treino. As inscrições, as deslocações, os materiais, os equipamentos são aspetos que dão muito trabalho aos professores.”
Por isso, defende que os centros de formação vivem do “empenho pessoal” dos professores. “Durante um anos tenho apenas 3/4 fins de semana sem atletismo.”
Às quartas-feiras, revela que tem cerca de 100 atletas para treinar. “Utilizo as instalações da escola: o pavilhão e uma caixa de saltos e um parque em frente à escola onde tem uma pista de 200 metros. Temos 4/5 atividades por ano. Os miúdos também não aguentam mais. Torna-se saturante para eles.”
A sua filosofia quanto ao DE é clara, objetiva e assumida: “Formamos uma equipa no Clube/Escola que pretende ter sucesso. Temos cerca de 90% de jovens inscritos que não são da nossa escola. Via Desporto Escolar levo-os a competições nacionais e internacionais. Mas também levo os alunos à praia nas férias. Porque o Desporto Escolar também é ocupação dos tempos livres. Por exemplo, fui ao campeonato nacional escolar e não fui ao campeonato nacional de juvenis.”
“A minha avaliação, como professor? – na escola trabalho para o ‘Bom’. Mas considero que não sou um exemplo nem para bem nem para o mal. No Desporto Escolar tiro só realização e prazer pessoal. O meu trabalho é reconhecido na Escola. Mas há dez anos que estou congelado no escalão… trabalhe muito ou pouco.”
Questionado como analisa a situação recorrente de atletas formados por si serem depois assediados por outros treinadores/clubes.
“Quando ‘sacam’ atletas? É um processo normal… Se os atletas, ou os pais, acreditam que para evoluir devem mudar de treinador… Claro que é um processo que não me agrada quando o que está em causa é um trabalho de anos e essa mudança não se prende com critérios técnicos mas outros…”
E acrescenta: “Compreendo as decisões dos atletas mas não fico satisfeito quando os vejo mais preocupados com os patrocinadores, imagem, GPS e esquecem o treino a disciplina e o rigor.”
Clubes versus Escolas
A estrutura desportiva nacional assente em grande parte nos clubes. É uma realidade que compreende, aceita e não a entende como concorrencial à Escola. Em Portugal, o clube continua ter um peso muito grande na estrutura desportiva junto das famílias dos jovens nas populações, nas pequenas e grandes localidades.
“É uma questão identitária, social, cultural. O clube procura a via do alto rendimentos enquanto a escola é a primeira via. Podem ou não ser complementares. Eu não os vejo como concorrentes. Mas também não vejo a escola a substituir os clubes. Costumo dizer que temos um modelos SPA – Sempre a Porta Aberta.”
Reforça a ideia que não é exemplo no DE. Mesmo com as contradições e limitações do DE, Paulo Barrigana acredita e prova com o seu trabalho que é possível fazer mais com menos. Mas admite que o seu trabalho deveria ser mais reconhecido e valorizado no DF.
“Nunca faltei a um treino na vida mas já faltei a aulas para dar treinos. Pelo trabalho que tenho desenvolvido fazia sentido tralhar em exclusividade no desporto escolar.”
*Este texto é um síntese da conversa informal tida no dia 30 de Julho de 2015 no CAR Jamor entre Paulo Barrigana, Mário de Sousa, António Vermelhudo, José Carvalho e Cipriano Lucas.
Os jovens campeões
Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nelson Évora, Francis Obikwelu, António Leitão e Rui Silva são os medalhados olímpicos do atletismo português. São a elite do desporto português. Os seus percursos desportivos estão recheados de títulos, medalhas, recordes e vitórias internacionais. Conquistaram 10 medalhas das 23 olímpicas de atletas portugueses e ainda títulos mundiais e europeus na pista, estrada e corta mato.
Há distância de 50, 40, 30 ou 20 anos, como é que começaram as suas carreiras? Que resultados obtiveram como juniores e primeiros anos de seniores? Eram já certezas como jovens praticantes? Quantos anos levaram para chegar às medalhas? Que apoios tiveram? Serão excepçóes que confirma a regra?
Hoje questionamos a crise e a renovação no atletismo, e do desporto em geral, quando analisamos os recentes resultados nos escalões de juvenis, juniores e sub-23. Procuramos nesses jovens novos talentos resultados que se aproximem dos nossos medalhados olímpicos. Mas será que terão mesmo de obter resultados de excelência nos escalões jovens para chegarem aos pódios em grandes competições? Todos os campeões olímpicos foram bons juniores, respondem-me. Mas nem todos tiveram inícios de carreiras brilhantes. Como são os casos de alguns destes nossos atletas. Os sete medalhados do atletismo tem percursos muito difíceis, diversos, irregulares, mas todos marcados por uma grande paixão pelo que faziam.Todos se "profissionalizaram", ou dedicaram a treinos 'bidiários' muito cedo. Nenhum deles conseguiu formação universitária. As suas transferências para os grandes clubes permitiu-lhes outras condições de treino e financeiras. Todos criaram o seu próprio plano de carreira.
Carlos Lopes campeão Olímpico na maratona
Carlos Lopes estreou-se no atletismo a correr a São Silvestre de Viseu com um 2.º lugar. Duas semanas depois foi campeão regional de juniores em corta mato e a seguir foi 3.º classificado no Campeonato Nacional, sendo, por isso, seleccionado para representar Portugal no escalão de juniores, no Crosse das Nações de 1966, que se disputou em Rabat. Em Marrocos foi o melhor português em 25.º lugar.
Campeão Nacional de Juniores nos 3000 metros, nesse mesmo ano transferiu-se do Lusitano Futebol Clube de Vildemoinhos (Viseu) para o Sporting. Na sua primeira participação no Europeu seniores, com 24 anos, em 1971, foi 9.º classificado nos 3000 metros obstáculos.
Um ano depois, na sua estreia olímpica, em Munique'72 ficou pelas eliminatórias. Foi 9.º nas respectivas séries de 5000 (14.29,6) e 10 000 metros (28.53.6 RN).
Quatro anos depois, Carlos Lopes foi medalha de prata nos 10 000 metros dos Jogos Olímpicos de Montreal 1976 e medalha de ouro na maratona dos Jogos de Los Angeles 1984.
Fernanda Ribeiro campeã olímpica nos 10 000 metros
Fernanda Ribeiro foi uma menina-prodígio do atletismo português. Começou a praticar atletismo aos dez anos no clube Kolossal. E, com onze, correu a Meia Maratona da Nazaré, sendo segunda, com 1.24.02 horas, a quatro segundos da vencedora... Rosa Mota.
Em fevereiro de 1982 sagrou-se campeã nacional de juniores de corta-mato. Ainda não tinha 13 anos. Bateu os recordes de infantis, iniciados, juvenis e juniores.
Em finais de 1982, passa a treinar com Alfredo Barbosa, que encontrara quando se transferiu do Kolossal para o FC Porto.
Estreia-se no Campeonato da Europa em Schwechat (AUT) com 14 anos em 1983 terminando em 11.ª em final directa nos 3000 metros (9.29,87).
Dois anos depois, nos campeonato da Europa de Cottbus (RDA) 1985 corre os 3.000 metros e termina em 4.ª (9.18,41).
Conquista o seu primeiro ouro no campeonato da Europa Birmingham (GBR) em 1987: 3.000 metros Fernanda Ribeiro - 1.ª com 8.56,33.
Estreia olímpica: Seul'88. 3000 metros. Fernanda Ribeiro, com 19 anos, foi 26.º lugar em 31 participantes, com 9.05,92 minutos.
No seu primeiro Campeonato da Europa como sénior, em 1990, em Split, desistiu na final de 3000 metros. Em 1991, não chegou a ir ao Campeonato do Mundo; em 1992, não passou de nona nas eliminatórias de 3000 metros dos Jogos Olímpicos de Barcelona.
Em 1992, com 23 anos, deixa o seu técnico dos tempos de júnior, Alfredo Barbosa e passa a treinar com João Campos.
Foi campeã olímpica nos 10 000 metros em Atlanta 1996 e bronze em Sydney 2000.
Rosa Mota campeã olímpica da maratona
Começou a correr quando frequentava o liceu. Representou o Futebol Clube da Foz entre 1974 e 1977. Em 1978 transferiu-se para o Futebol Clube do Porto onde fica até 1980. A partir de 1981 representou o Clube de Atletismo do Porto. Nos dois primeiros anos de actividade (1973 e 1974), sagrou-se campeã nacional de juvenis de corta-mato e, com apenas 14 anos tornava-se recordista nacional de 3.000 metros. Esteve cinco anos no FC Foz, após o que ingressou no FC Porto (em 1978). Em finais de 1980, ingressaria no CAP, um pequeno clube dirigido por atletas, nascido a seguir ao 25 de Abril de 1974 de uma cisão no atletismo do FC Porto.
Em 1980 conheceu José Pedrosa que a recuperou para o atletismo e que passou a ser o seu companheiro e treinador (com a ajuda de Pompílio Ferreira até final de 1982). 1980 foi o ano negro da sua carreira. Uma anemia afastou-a das pistas durante vários meses e quase colocava ponto final na sua carreira. Em 1981, Rosa Mota voltava a plano de evidência, com novo título nacional de corta-mato; estreia no Mundial (em 18.º lugar), naquela que foi a primeira presença feminina portuguesa; e recordes nacionais na nova prova de 5000 metros (16.22,6 e 16.05,8).
A primeira maratona feminina em Atenas, na Grécia, durante o Campeonato Europeu em 1982, foi também a primeira maratona em que Rosa Mota participou; embora não fizesse parte do lote das favoritas, bateu Ingrid Kristiansen e ganhou assim a sua primeira maratona. Rosa Mota foi medalha de bronze em Los Angeles'84 e campeã olímpica da maratona em Seul'88.
Nelson Évora campeão olímpico do triplo salto
Na primeira vez que competiu por Portugal, em 2001, venceu a prova de salto em comprimento do FOJE (Festival Olímpico da Juventude Europeia) que teve lugar em Múrcia, Espanha.
Treinado por João Ganço - antigo recordista nacional de salto em altura e primeiro português a passar 2 metros -, troca o Odivelas FC pelo Benfica.
Em 2002 participa no Campeonato Mundial de Juniores em Kingston (Jamaica), quedando-se pelo sexto lugar no triplo salto, aquém do seu recorde pessoal, fazendo 15,87m.
É também como júnior que Nelson Évora troca o Benfica pelo FC Porto.
Em 2003, venceu o salto em comprimento e o triplo-salto do Campeonato da Europa de Juniores que decorreu em Tampere na Finlândia.
Comprimento: 1.º na final - 7,83; Triplo : 1.º na qualificação- 16,08 - 1.º na final - 16,43.
Conquistou a medalha de bronze no triplo-salto no Campeonato da Europa Sub-23 que teve lugar em Erfurt na Alemanha.
Em 2004 regressa ao Benfica.
Estreia olímpica: Atenas 2004, triplo salto. Nelson Évora, com 20 anos, foi 40.º classificado em 47 participantes, com 15,72.
Um ano depois participou no Campeonato do Mundo de Atletismo ao ar livre em Helsínquia falhando a qualificação para a final por poucos centímetros ao ser 14.º nas eliminatórias. Os 12 primeiros garantiam um lugar na final.
Nelson Évora torna-se o 4.º atleta português a conquistar uma medalha de ouro, nos Jogos de Pequim 2008.
Francis Obikwelu medalha de prata nos 100 metros
Obikwelu radicou-se em Portugal com 16 anos, após participar no Campeonato Mundial Júnior de Atletismo de 1994.
Correu os 400 metros e integrou as equipas da Nigéria nas estafetas dos 4x100 metros e dos 4x400, tendo nesta última chegado à Final.
Começou a treinar com Fausto Ribeiro no Belenenses.
Em 1996, Como apenas com 18 anos, participou nos Jogos Olímpicos de Atlanta conseguindo chegar às meias-finais na prova de 200 metros. Participou e triunfou no Campeonato Mundial de Juniores em Sidney. Neste evento competiu nos 100 e 200 metros arrecadando a medalha de ouro em ambas as provas. Venceu a prova de 100 metros com 10.21 segundos e a prova de 200 metros com 20.47 segundos.
Em final de 1996 transfere-se para o Sporting. No Campeonato Mundial de Pista Coberta em Paris'97 participou na prova de 200 metros. Chegou à final e conseguiu a medalha de bronze. Na época de verão, participou no Campeonato Mundial em Atenas na prova de 100 metros. Neste campeonato apenas consegui chegar às meias-finais, ficando em 6º lugar na série.
Em estreia olímpica: Nos Jogos de Sidney participou na prova de 200 metros, chegando às meias-finais.
Obikwelu tornou-se um cidadão português em Outubro de 2001.
Foi medalha de prata nos 100 metros dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004.
António Leitão medalha de bronze olímpica
Começou a sua carreira no desporto escolar. Decide então filiar-se no NASCE - Núcleo dos Amigos do Sporting Clube de Espinho, plataforma de acesso rápido ao Sporting de Espinho.
Estreia no Europeu de juniores Donetz (RUS) 1977 com apenas 17 anos, onde foi 4.º na eliminatória dos 5000 metros (14.02,6) e 9.º na final (14.14,3).
Dois anos depois, no Europeu de juniores em Bydgoszcz (POL) voltou a correr os 5000 metros onde foi 1.º na eliminatória (14.05,2) e 3.º na final (13.54,9) atrás do belga Eddy de Pauw e do britânico Steve Binns.
Após cinco temporadas no SC Espinho transfere-se para o Benfica acompanhado o seu treinador Jorge Ramiro.
Em 1982 estreia-se nos Europeu de seniores em Atenas e fica-se pelas qualificações nos 5000 metros.
António Leitão foi medalha de bronze nos 5000 metros dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1992.
Rui Silva medalha de bronze nos 1500 metros
Rui Silva começou a praticar atletismo com 15 anos no Estrela Ouriquense "descoberto" pelo treinador Pedro Barbosa.
Campeão nacional de juvenis, em corta-mato, classifica-se em 8.º Lugar nos Europeus de juniores Niyregyhaza (HUN) em pista (3.50.75) depois de nas eliminatórias ser terceiro com 3.47,72. Na época seguinte fica em 8.º Lugar no Mundial, do mesmo escalão.
Em 1995, pouco antes da sua subida a sénior transfere-se para o Sporting. Foi já em Alvalade que Rui Silva começou a treinar com Bernardo Manuel.
Em 1998, com apenas 20 anos, o meio fundista surpreende tudo e todos e conquista a medalha de ouro nos Europeus de Pista Coberta de Valência, na prova de 1500 metros, com o tempo de 3.44,57.
A 20 de Agosto do mesmo ano, na capital húngara Budapeste, o atleta leonino sagra-se vice-campeão europeu ao ar livre. O jovem escalabitano apenas ficou atrás do espanhol Reyes Estévez, com o tempo de 3.41,84.
Em 1999, Rui Silva conquistou o título de campeão da Europa, no escalão de sub-23, reforçando o estatuto de um dos melhores atletas mundiais de 1500 metros.
Estreia olímpica: Eliminação precoce da competição, logo nas qualificações. Debilitado fisicamente por uma virose conseguiu apenas o 32.º melhor tempo no conjunto das 3 séries com 3.41,93.
Foi medalha de Bronze nos 1500 metros dos Jogos de Atenas 2004.
Fernando Mamede recordista mundial dos 10 000 metros
Não podia deixar de acrescentar a estes nomes o de Fernando Mamede que não ganhou medalhas olímpicas mas bateu recordes da Europa e do Mundo. O alentejano participou pela primeira vez no Campeonato Distrital de Corta-Mato em Beja, que acabou por vencer. A partir dessa altura participou nas provas escolares e ainda em 1968 ganhou os 1000 metros dos Jogos da Mocidade Portuguesa, que se realizaram no Estádio Nacional com a marca de 2.36 minutos. No dia seguinte foi convidado para ingressar no Sporting Clube de Portugal. Um ano depois com 19 anos muda-se para a capital.
Em Juniores foi Campeão Nacional dos 800 metros e detentor dos Recordes Nacionais dos 400, 800, 1000 e 1500 metros e da estafeta dos 4x400m, e em 1970 esteve presente nos Campeonatos Europeus da categoria, que se disputaram em Paris, participando na corrida dos 800 metros.
Em 1970 estreia no Campeonato da Europa de juniores onde foi 5.º na eliminatória dos 800 metros (1.56.3)
em 1971 foi 23.º no Campeonato Mundial de Juniores de Corta Mato
Na sua estreia olímpica, em Munique'72, com apenas 21 anos, ficou nas qualificações nos 800 (4.º na série 2 com 1.48.6), 1500 (6.º na série 7 com 3.45.1) e estafeta de 4x400 metros onde ajudou a bater o recorde de Portugal (3.10.00) com Alberto Filipe Matos, Fernando Cunha e Silva e José Carvalho.
Foi recordista mundial dos 10 000 metros com 27.13,81, em Estocolmo, 1984.
27 de Julho de 2015
Há distância de 50, 40, 30 ou 20 anos, como é que começaram as suas carreiras? Que resultados obtiveram como juniores e primeiros anos de seniores? Eram já certezas como jovens praticantes? Quantos anos levaram para chegar às medalhas? Que apoios tiveram? Serão excepçóes que confirma a regra?
Hoje questionamos a crise e a renovação no atletismo, e do desporto em geral, quando analisamos os recentes resultados nos escalões de juvenis, juniores e sub-23. Procuramos nesses jovens novos talentos resultados que se aproximem dos nossos medalhados olímpicos. Mas será que terão mesmo de obter resultados de excelência nos escalões jovens para chegarem aos pódios em grandes competições? Todos os campeões olímpicos foram bons juniores, respondem-me. Mas nem todos tiveram inícios de carreiras brilhantes. Como são os casos de alguns destes nossos atletas. Os sete medalhados do atletismo tem percursos muito difíceis, diversos, irregulares, mas todos marcados por uma grande paixão pelo que faziam.Todos se "profissionalizaram", ou dedicaram a treinos 'bidiários' muito cedo. Nenhum deles conseguiu formação universitária. As suas transferências para os grandes clubes permitiu-lhes outras condições de treino e financeiras. Todos criaram o seu próprio plano de carreira.
Carlos Lopes campeão Olímpico na maratona
Carlos Lopes estreou-se no atletismo a correr a São Silvestre de Viseu com um 2.º lugar. Duas semanas depois foi campeão regional de juniores em corta mato e a seguir foi 3.º classificado no Campeonato Nacional, sendo, por isso, seleccionado para representar Portugal no escalão de juniores, no Crosse das Nações de 1966, que se disputou em Rabat. Em Marrocos foi o melhor português em 25.º lugar.
Campeão Nacional de Juniores nos 3000 metros, nesse mesmo ano transferiu-se do Lusitano Futebol Clube de Vildemoinhos (Viseu) para o Sporting. Na sua primeira participação no Europeu seniores, com 24 anos, em 1971, foi 9.º classificado nos 3000 metros obstáculos.
Um ano depois, na sua estreia olímpica, em Munique'72 ficou pelas eliminatórias. Foi 9.º nas respectivas séries de 5000 (14.29,6) e 10 000 metros (28.53.6 RN).
Quatro anos depois, Carlos Lopes foi medalha de prata nos 10 000 metros dos Jogos Olímpicos de Montreal 1976 e medalha de ouro na maratona dos Jogos de Los Angeles 1984.
Fernanda Ribeiro campeã olímpica nos 10 000 metros
Fernanda Ribeiro foi uma menina-prodígio do atletismo português. Começou a praticar atletismo aos dez anos no clube Kolossal. E, com onze, correu a Meia Maratona da Nazaré, sendo segunda, com 1.24.02 horas, a quatro segundos da vencedora... Rosa Mota.
Em fevereiro de 1982 sagrou-se campeã nacional de juniores de corta-mato. Ainda não tinha 13 anos. Bateu os recordes de infantis, iniciados, juvenis e juniores.
Em finais de 1982, passa a treinar com Alfredo Barbosa, que encontrara quando se transferiu do Kolossal para o FC Porto.
Estreia-se no Campeonato da Europa em Schwechat (AUT) com 14 anos em 1983 terminando em 11.ª em final directa nos 3000 metros (9.29,87).
Dois anos depois, nos campeonato da Europa de Cottbus (RDA) 1985 corre os 3.000 metros e termina em 4.ª (9.18,41).
Conquista o seu primeiro ouro no campeonato da Europa Birmingham (GBR) em 1987: 3.000 metros Fernanda Ribeiro - 1.ª com 8.56,33.
Estreia olímpica: Seul'88. 3000 metros. Fernanda Ribeiro, com 19 anos, foi 26.º lugar em 31 participantes, com 9.05,92 minutos.
No seu primeiro Campeonato da Europa como sénior, em 1990, em Split, desistiu na final de 3000 metros. Em 1991, não chegou a ir ao Campeonato do Mundo; em 1992, não passou de nona nas eliminatórias de 3000 metros dos Jogos Olímpicos de Barcelona.
Em 1992, com 23 anos, deixa o seu técnico dos tempos de júnior, Alfredo Barbosa e passa a treinar com João Campos.
Foi campeã olímpica nos 10 000 metros em Atlanta 1996 e bronze em Sydney 2000.
Rosa Mota campeã olímpica da maratona
Começou a correr quando frequentava o liceu. Representou o Futebol Clube da Foz entre 1974 e 1977. Em 1978 transferiu-se para o Futebol Clube do Porto onde fica até 1980. A partir de 1981 representou o Clube de Atletismo do Porto. Nos dois primeiros anos de actividade (1973 e 1974), sagrou-se campeã nacional de juvenis de corta-mato e, com apenas 14 anos tornava-se recordista nacional de 3.000 metros. Esteve cinco anos no FC Foz, após o que ingressou no FC Porto (em 1978). Em finais de 1980, ingressaria no CAP, um pequeno clube dirigido por atletas, nascido a seguir ao 25 de Abril de 1974 de uma cisão no atletismo do FC Porto.
Em 1980 conheceu José Pedrosa que a recuperou para o atletismo e que passou a ser o seu companheiro e treinador (com a ajuda de Pompílio Ferreira até final de 1982). 1980 foi o ano negro da sua carreira. Uma anemia afastou-a das pistas durante vários meses e quase colocava ponto final na sua carreira. Em 1981, Rosa Mota voltava a plano de evidência, com novo título nacional de corta-mato; estreia no Mundial (em 18.º lugar), naquela que foi a primeira presença feminina portuguesa; e recordes nacionais na nova prova de 5000 metros (16.22,6 e 16.05,8).
A primeira maratona feminina em Atenas, na Grécia, durante o Campeonato Europeu em 1982, foi também a primeira maratona em que Rosa Mota participou; embora não fizesse parte do lote das favoritas, bateu Ingrid Kristiansen e ganhou assim a sua primeira maratona. Rosa Mota foi medalha de bronze em Los Angeles'84 e campeã olímpica da maratona em Seul'88.
Nelson Évora campeão olímpico do triplo salto
Na primeira vez que competiu por Portugal, em 2001, venceu a prova de salto em comprimento do FOJE (Festival Olímpico da Juventude Europeia) que teve lugar em Múrcia, Espanha.
Treinado por João Ganço - antigo recordista nacional de salto em altura e primeiro português a passar 2 metros -, troca o Odivelas FC pelo Benfica.
Em 2002 participa no Campeonato Mundial de Juniores em Kingston (Jamaica), quedando-se pelo sexto lugar no triplo salto, aquém do seu recorde pessoal, fazendo 15,87m.
É também como júnior que Nelson Évora troca o Benfica pelo FC Porto.
Em 2003, venceu o salto em comprimento e o triplo-salto do Campeonato da Europa de Juniores que decorreu em Tampere na Finlândia.
Comprimento: 1.º na final - 7,83; Triplo : 1.º na qualificação- 16,08 - 1.º na final - 16,43.
Conquistou a medalha de bronze no triplo-salto no Campeonato da Europa Sub-23 que teve lugar em Erfurt na Alemanha.
Em 2004 regressa ao Benfica.
Estreia olímpica: Atenas 2004, triplo salto. Nelson Évora, com 20 anos, foi 40.º classificado em 47 participantes, com 15,72.
Um ano depois participou no Campeonato do Mundo de Atletismo ao ar livre em Helsínquia falhando a qualificação para a final por poucos centímetros ao ser 14.º nas eliminatórias. Os 12 primeiros garantiam um lugar na final.
Nelson Évora torna-se o 4.º atleta português a conquistar uma medalha de ouro, nos Jogos de Pequim 2008.
Francis Obikwelu medalha de prata nos 100 metros
Obikwelu radicou-se em Portugal com 16 anos, após participar no Campeonato Mundial Júnior de Atletismo de 1994.
Correu os 400 metros e integrou as equipas da Nigéria nas estafetas dos 4x100 metros e dos 4x400, tendo nesta última chegado à Final.
Começou a treinar com Fausto Ribeiro no Belenenses.
Em 1996, Como apenas com 18 anos, participou nos Jogos Olímpicos de Atlanta conseguindo chegar às meias-finais na prova de 200 metros. Participou e triunfou no Campeonato Mundial de Juniores em Sidney. Neste evento competiu nos 100 e 200 metros arrecadando a medalha de ouro em ambas as provas. Venceu a prova de 100 metros com 10.21 segundos e a prova de 200 metros com 20.47 segundos.
Em final de 1996 transfere-se para o Sporting. No Campeonato Mundial de Pista Coberta em Paris'97 participou na prova de 200 metros. Chegou à final e conseguiu a medalha de bronze. Na época de verão, participou no Campeonato Mundial em Atenas na prova de 100 metros. Neste campeonato apenas consegui chegar às meias-finais, ficando em 6º lugar na série.
Em estreia olímpica: Nos Jogos de Sidney participou na prova de 200 metros, chegando às meias-finais.
Obikwelu tornou-se um cidadão português em Outubro de 2001.
Foi medalha de prata nos 100 metros dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004.
António Leitão medalha de bronze olímpica
Começou a sua carreira no desporto escolar. Decide então filiar-se no NASCE - Núcleo dos Amigos do Sporting Clube de Espinho, plataforma de acesso rápido ao Sporting de Espinho.
Estreia no Europeu de juniores Donetz (RUS) 1977 com apenas 17 anos, onde foi 4.º na eliminatória dos 5000 metros (14.02,6) e 9.º na final (14.14,3).
Dois anos depois, no Europeu de juniores em Bydgoszcz (POL) voltou a correr os 5000 metros onde foi 1.º na eliminatória (14.05,2) e 3.º na final (13.54,9) atrás do belga Eddy de Pauw e do britânico Steve Binns.
Após cinco temporadas no SC Espinho transfere-se para o Benfica acompanhado o seu treinador Jorge Ramiro.
Em 1982 estreia-se nos Europeu de seniores em Atenas e fica-se pelas qualificações nos 5000 metros.
António Leitão foi medalha de bronze nos 5000 metros dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1992.
Rui Silva medalha de bronze nos 1500 metros
Rui Silva começou a praticar atletismo com 15 anos no Estrela Ouriquense "descoberto" pelo treinador Pedro Barbosa.
Campeão nacional de juvenis, em corta-mato, classifica-se em 8.º Lugar nos Europeus de juniores Niyregyhaza (HUN) em pista (3.50.75) depois de nas eliminatórias ser terceiro com 3.47,72. Na época seguinte fica em 8.º Lugar no Mundial, do mesmo escalão.
Em 1995, pouco antes da sua subida a sénior transfere-se para o Sporting. Foi já em Alvalade que Rui Silva começou a treinar com Bernardo Manuel.
Em 1998, com apenas 20 anos, o meio fundista surpreende tudo e todos e conquista a medalha de ouro nos Europeus de Pista Coberta de Valência, na prova de 1500 metros, com o tempo de 3.44,57.
A 20 de Agosto do mesmo ano, na capital húngara Budapeste, o atleta leonino sagra-se vice-campeão europeu ao ar livre. O jovem escalabitano apenas ficou atrás do espanhol Reyes Estévez, com o tempo de 3.41,84.
Em 1999, Rui Silva conquistou o título de campeão da Europa, no escalão de sub-23, reforçando o estatuto de um dos melhores atletas mundiais de 1500 metros.
Estreia olímpica: Eliminação precoce da competição, logo nas qualificações. Debilitado fisicamente por uma virose conseguiu apenas o 32.º melhor tempo no conjunto das 3 séries com 3.41,93.
Foi medalha de Bronze nos 1500 metros dos Jogos de Atenas 2004.
Fernando Mamede recordista mundial dos 10 000 metros
Não podia deixar de acrescentar a estes nomes o de Fernando Mamede que não ganhou medalhas olímpicas mas bateu recordes da Europa e do Mundo. O alentejano participou pela primeira vez no Campeonato Distrital de Corta-Mato em Beja, que acabou por vencer. A partir dessa altura participou nas provas escolares e ainda em 1968 ganhou os 1000 metros dos Jogos da Mocidade Portuguesa, que se realizaram no Estádio Nacional com a marca de 2.36 minutos. No dia seguinte foi convidado para ingressar no Sporting Clube de Portugal. Um ano depois com 19 anos muda-se para a capital.
Em Juniores foi Campeão Nacional dos 800 metros e detentor dos Recordes Nacionais dos 400, 800, 1000 e 1500 metros e da estafeta dos 4x400m, e em 1970 esteve presente nos Campeonatos Europeus da categoria, que se disputaram em Paris, participando na corrida dos 800 metros.
Em 1970 estreia no Campeonato da Europa de juniores onde foi 5.º na eliminatória dos 800 metros (1.56.3)
em 1971 foi 23.º no Campeonato Mundial de Juniores de Corta Mato
Na sua estreia olímpica, em Munique'72, com apenas 21 anos, ficou nas qualificações nos 800 (4.º na série 2 com 1.48.6), 1500 (6.º na série 7 com 3.45.1) e estafeta de 4x400 metros onde ajudou a bater o recorde de Portugal (3.10.00) com Alberto Filipe Matos, Fernando Cunha e Silva e José Carvalho.
Foi recordista mundial dos 10 000 metros com 27.13,81, em Estocolmo, 1984.
27 de Julho de 2015
"Potenciar a ligação do Jamor ao rio Tejo"
“Potenciar a ligação” do Complexo Desportivo Nacional do Jamor (CNDJ) ao rio Tejo e a “interação com as áreas envolventes” foram dois objectivos anunciados por Augusto Baganha, presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), ontem no decorrer do Fórum - Gestão e Ordenamento do Centro Desportivo Nacional do Jamor, no Centro de Medicina Desportiva (Cidade Universitária – Lisboa).
Na presença de um elevado número de representantes de federações desportivas, o presidente do IPDJ fez o balanço dos últimos dois anos de gestão do complexo desportivo, inventariando as obras que estão já a decorrer como aquelas que estão previstas até ao final de 2015 (ver anexo).
Questionado sobre o significado concreto de “potenciar a ligação” do Jamor ao Tejo “com o reforço das atividades náuticas”, Augusto Baganha não quis entrar em pormenores, deixando na duvida se estava a referir-se ao plano de pormenor do projeto aprovado em assembleia municipal em julho de 2014, previsto para a margem direita do rio Jamor: a construção de cinco torres nos terrenos das desmanteladas fabricas Lusalite e Fermentos Holandeses e uma marina sobre a praia da Cruz Quebrada.
Quanto ao impacto previsto junto ao Jamor, e ontem apresentados pelos técnicos da CM de Oeiras, como os empreendimentos da Projeto Porto Cruz (margem direita do Jamor), o Alto da Boa Viagem, assim como um reservatório de água junto a Queijas irão provocar nas acessibilidades do mais importante espaço desportivo nacional, Augusto Baganha focou a importância da “capacidade de adaptação” do CDNJ a esses novos empreendimentos.
O arquitecto Baptista Fernandes, em representação da CM Oeiras, aproveitou para recordar que os novos empreendimentos previstos irão respeitar aquilo que são as características do Jamor como espaço desportivo e de lazer, admitindo algumas alterações na circulação automóvel e acessos pedonais que "não irão condicionar" o acesso dos utentes e populações ao interior do complexo.
Já quanto à “gestão partilhada” do Complexo do Jamor entre a direção do CNDJ e as federações que ai já ocupam espaços próprios como o campo de golfe, os campos de râguebi, a nave de atletismo, os campos de ténis, as piscinas, e a cidade do futebol, Augusto Baganha encara como “um desafio” que o IPDJ terá de enfrentar, não valorizando a ideia da transformação do Jamor numa “manta de retalhos” dividida pelas federações desportivas.
Nesta matéria, notada foi a intervenção dos presidentes da Federação de Ginástica e de Motonáutica que também gostariam de aceder a espaços próprios para desenvolver as suas atividades no Jamor, tendo ambos tido a recetividade de Augusto Baganha.
Entre as obras de manutenção e renovação anunciadas no Jamor como a construção de uma cobertura da bancada no centro de treino do rugby, o dirigente assumiu que a recuperação do degradado sintético do Estádio de Honra “não era prioritário”.
As intervenções já executadas:
Estádio de Honra e zonas de apoio (Relvado, coberturas, balneários, sanitários, comunicações e auditório, instalação de duas banheiras de hidromassagem com a capacidade para 14 pessoas, uma cabine para banho turco com capacidade para 12 pessoas e uma tina de crioterepia com capacidade para seis pessoas).
Centro Nacional de Formação de Golfe (Finalização do campo de 9 buracos, laboratório de análise do swing).
Carreira de Tiro (Balneários, sanitários e cobertura).
Centro de Treino de Rugby (Salas técnicas, balneários, fisioterapia, sala de exercício, relvados e iluminação do campo).
Piscinas (Revestimento da piscina Olímpica, sistemas de incêndios, sistema de águas quentes, sistema de ventilação e acondicionamento de ar, aquisição).
Pista de Atividades Náuticas (Piso da Ponte, coberturas, estações elevatórias, circuito de manutenção).
Centro de Alto Rendimento de Atletismo (Iluminação, vedação da pista nº2, gaiola de lançamentos, limpeza da pista de crosse).
Centro de Ténis (Campos exteriores, iluminação, retoping do coberto nº1, manutenção das fachadas da nave coberta).
Tiro com Arco (Reposição do muro e talude do campo, sistemas de rega).
Escalada (Parede de escala).
Centro de Estágio (Sistema de águas quentes e deslocalização das caldeiras, reforço do pórtico, substituição dos algerozes).
Residência do Alto Rendimento (Zonas de Lazer, lavandaria, algerozes, comunicações, sistema de águas quentes).
Medicina Desportiva e Controlo de Treino (Instalação de climatização adequada no laboratório e setor de fisioterapia e sala de treino – Nova unidade de tratamento de ar.
Matas (Prevenção de fogos, limpezas, abate e poda de árvores, alargamento de caminhos).
Zonas Gerais (Estações elevatórias, canalizações, espaços verdes, furos de captação).
Até ao fim do ano corrente, O IPDJ prevê executar um conjunto de ações e intervenções, muitas das quais já se encontram em curso:
Construção de pistas de BTT e XCO.
Campo de Golfe (Abertura do “Club House”).
Parede de Escalada.
Carreira de Tiro (Sistema acústico e acessibilidade para pessoas com deficiência).
Ténis (Reparação do pavimento desportivo e construção da caleira de recolha de águas do edifício dos campos cobertos).
Centro de Treino de Rugby (Cobertura da bancada).
Pista de Atletismo (Construção do posto de transformação e iluminação da pista 2).
Campo de Hóquei (Iluminação, vedação, sistema de rega).
Piscinas (Recuperação dos sistemas de apoio, abertura do bar).
Residência CAR (Requalificação do interior).
Fornecimento e instalação de fibra óptica.
Aceda aqui ao documento completo do Plano de Gestão e Ordenamento Estratégico do Jamor:
http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/PGOE_CDNJ_2014.pdf
http://www.idesporto.pt/noticia.aspx?id=643
24 de Abril de 2015
Na presença de um elevado número de representantes de federações desportivas, o presidente do IPDJ fez o balanço dos últimos dois anos de gestão do complexo desportivo, inventariando as obras que estão já a decorrer como aquelas que estão previstas até ao final de 2015 (ver anexo).
Questionado sobre o significado concreto de “potenciar a ligação” do Jamor ao Tejo “com o reforço das atividades náuticas”, Augusto Baganha não quis entrar em pormenores, deixando na duvida se estava a referir-se ao plano de pormenor do projeto aprovado em assembleia municipal em julho de 2014, previsto para a margem direita do rio Jamor: a construção de cinco torres nos terrenos das desmanteladas fabricas Lusalite e Fermentos Holandeses e uma marina sobre a praia da Cruz Quebrada.
Quanto ao impacto previsto junto ao Jamor, e ontem apresentados pelos técnicos da CM de Oeiras, como os empreendimentos da Projeto Porto Cruz (margem direita do Jamor), o Alto da Boa Viagem, assim como um reservatório de água junto a Queijas irão provocar nas acessibilidades do mais importante espaço desportivo nacional, Augusto Baganha focou a importância da “capacidade de adaptação” do CDNJ a esses novos empreendimentos.
O arquitecto Baptista Fernandes, em representação da CM Oeiras, aproveitou para recordar que os novos empreendimentos previstos irão respeitar aquilo que são as características do Jamor como espaço desportivo e de lazer, admitindo algumas alterações na circulação automóvel e acessos pedonais que "não irão condicionar" o acesso dos utentes e populações ao interior do complexo.
Já quanto à “gestão partilhada” do Complexo do Jamor entre a direção do CNDJ e as federações que ai já ocupam espaços próprios como o campo de golfe, os campos de râguebi, a nave de atletismo, os campos de ténis, as piscinas, e a cidade do futebol, Augusto Baganha encara como “um desafio” que o IPDJ terá de enfrentar, não valorizando a ideia da transformação do Jamor numa “manta de retalhos” dividida pelas federações desportivas.
Nesta matéria, notada foi a intervenção dos presidentes da Federação de Ginástica e de Motonáutica que também gostariam de aceder a espaços próprios para desenvolver as suas atividades no Jamor, tendo ambos tido a recetividade de Augusto Baganha.
Entre as obras de manutenção e renovação anunciadas no Jamor como a construção de uma cobertura da bancada no centro de treino do rugby, o dirigente assumiu que a recuperação do degradado sintético do Estádio de Honra “não era prioritário”.
As intervenções já executadas:
Estádio de Honra e zonas de apoio (Relvado, coberturas, balneários, sanitários, comunicações e auditório, instalação de duas banheiras de hidromassagem com a capacidade para 14 pessoas, uma cabine para banho turco com capacidade para 12 pessoas e uma tina de crioterepia com capacidade para seis pessoas).
Centro Nacional de Formação de Golfe (Finalização do campo de 9 buracos, laboratório de análise do swing).
Carreira de Tiro (Balneários, sanitários e cobertura).
Centro de Treino de Rugby (Salas técnicas, balneários, fisioterapia, sala de exercício, relvados e iluminação do campo).
Piscinas (Revestimento da piscina Olímpica, sistemas de incêndios, sistema de águas quentes, sistema de ventilação e acondicionamento de ar, aquisição).
Pista de Atividades Náuticas (Piso da Ponte, coberturas, estações elevatórias, circuito de manutenção).
Centro de Alto Rendimento de Atletismo (Iluminação, vedação da pista nº2, gaiola de lançamentos, limpeza da pista de crosse).
Centro de Ténis (Campos exteriores, iluminação, retoping do coberto nº1, manutenção das fachadas da nave coberta).
Tiro com Arco (Reposição do muro e talude do campo, sistemas de rega).
Escalada (Parede de escala).
Centro de Estágio (Sistema de águas quentes e deslocalização das caldeiras, reforço do pórtico, substituição dos algerozes).
Residência do Alto Rendimento (Zonas de Lazer, lavandaria, algerozes, comunicações, sistema de águas quentes).
Medicina Desportiva e Controlo de Treino (Instalação de climatização adequada no laboratório e setor de fisioterapia e sala de treino – Nova unidade de tratamento de ar.
Matas (Prevenção de fogos, limpezas, abate e poda de árvores, alargamento de caminhos).
Zonas Gerais (Estações elevatórias, canalizações, espaços verdes, furos de captação).
Até ao fim do ano corrente, O IPDJ prevê executar um conjunto de ações e intervenções, muitas das quais já se encontram em curso:
Construção de pistas de BTT e XCO.
Campo de Golfe (Abertura do “Club House”).
Parede de Escalada.
Carreira de Tiro (Sistema acústico e acessibilidade para pessoas com deficiência).
Ténis (Reparação do pavimento desportivo e construção da caleira de recolha de águas do edifício dos campos cobertos).
Centro de Treino de Rugby (Cobertura da bancada).
Pista de Atletismo (Construção do posto de transformação e iluminação da pista 2).
Campo de Hóquei (Iluminação, vedação, sistema de rega).
Piscinas (Recuperação dos sistemas de apoio, abertura do bar).
Residência CAR (Requalificação do interior).
Fornecimento e instalação de fibra óptica.
Aceda aqui ao documento completo do Plano de Gestão e Ordenamento Estratégico do Jamor:
http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/PGOE_CDNJ_2014.pdf
http://www.idesporto.pt/noticia.aspx?id=643
24 de Abril de 2015
O desporto escolar existe...
A CENTRALIDADE DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO DESPORTO NA ESCOLA
A evolução desportiva do país será sempre proporcional ao que for a evolução
física e motora da sua população infanto-juvenil. E, neste ponto, a escola é um
dos espaços privilegiados para o acesso dos jovens à prática do desporto.
Ignorar, não apenas o que representa a escola, como escamotear o que é a sua
responsabilidade social enquanto espaço privilegiado no acesso dos jovens à
prática do desporto, significa desperdiçar um dos fatores críticos essenciais a
uma política de promoção e desenvolvimento desportivo, mas também da
criação de hábitos de vida ativos e saudáveis.
A escola é muitas vezes responsabilizada pelo atraso verificado na situação
desportiva nacional. Isso é particularmente evidente no rescaldo das grandes
competições internacionais. E as autoridades educativas expressam uma
convivência difícil com esta situação.
Contrariamente ao que se diz e escreve, o desporto escolar existe, e existem
excelentes experiências locais. E até programas nacionais com bons resultados
consequentes da colaboração com federações desportivas e autarquias. E a
percentagem dos alunos hoje integrados nos quadros competitivos escolares é
bem maior que no tempo da Mocidade Portuguesa (um exemplo a que amiúde
se recorre), num contexto, convém recordar, em que a escola era então apenas
para alguns e onde a prática desportiva feminina era inexistente. O problema é,
pois, de outra natureza e bem mais complexo.
A escola é uma instituição que opera num contexto complexo. Nela se cruzam
tradições, formações, teorias, crenças, atitudes, sensibilidades e objetivos
diversos e difíceis de conciliar. O mundo mudou e a escola não é mais a mesma.
O entusiasmo que o desporto escolar suscitou nos anos imediatos ao seu
lançamento entrou em perda irreversível no meio da crise geral que se instalou
na escola e no sistema educativo do país.
A escola perdeu capacidade de atração e protagonismo em relação a várias
aprendizagens sociais. E no desporto também. Com as medidas governamentais
de desvalorização da disciplina de educação física – como a questão da carga
horária ou da notação para efeitos de acesso ao ensino superior, fatos que têm
sido recentemente evidenciados – a situação agravou-se.
Ao modo como a escola abordou a educação física e o desporto esteve muitas
vezes subjacente uma questão de natureza ideológica e doutrinária - que é
permanentemente subestimada - e que se prende com a perspetiva com que os
responsáveis educativos e os professores equacionam essa relação. Num
número significativo de casos, constituiu um fator adicional de bloqueio à exata
compreensão do problema.
No desporto, a escola argumentou muitas vezes que a sua função não era
formar “campeões”, sequer “atletas” e manteve em relação à competição
desportiva formal uma indisfarçável reserva. Permaneceu em muitos
professores e em algumas escolas de formação, uma “cultura de desconfiança”
em relação ao desporto formal, designadamente ao que se convencionou
chamar de “desporto federado”.
O que talvez ajude a explicar que o apoio ao atleta de alto rendimento, que
deveria ser valorizado na escola como exemplo para todos, só fosse concedido,
e muitas vezes de uma forma atribulada, após confirmação do seu valor segundo
os critérios desportivos universais - e quando as etapas mais críticas da sua
formação já tinham sido cumpridas com sucesso -, o que não evitou, apesar
disso, manifestos atropelos na efetiva garantia das medidas que a lei estabelece
neste âmbito, conforme inúmeras vezes veio a lume.
A figura do atleta em percurso para o alto rendimento existe, mas está longe de
satisfazer as necessidades desse mesmo percurso. Ignora-se, demasiadas vezes,
que, para atingir, aos vinte ou aos vinte e cinco anos de idade, o nível de
prestação que confere ao atleta o estatuto de alto rendimento, ele teve (ou
deveria ter tido) orientação e acompanhamento adequado nesse percurso cuja
fase crítica se situa, em geral, entre os catorze e os dezoito anos. Ou seja,
coincidindo exatamente com o período de maior exigência da vida escolar.
Quando assim não acontece, o risco é de uma delas ficar para trás: o jovem
abandona a carreira desportiva ou abandona a escola. Eis tudo o que se deve
evitar e que só a escola o pode fazer.
É incontroverso que todas as crianças e jovens não têm as mesmas aptidões e
disposições para o desporto. Mais: que só uma ínfima percentagem poderá
realisticamente aspirar ao valor de um campeão. Porém, porque a natureza não
é pródiga em talentos excecionais, são precisamente esses que o sistema
educativo tem a responsabilidade de identificar, de filtrar, de orientar para
outras instâncias de preparação, o que só aumenta a responsabilidade das
autoridades e das comunidades educativas nessa missão, seja no desporto como
na ciência ou na música.
Como não haverá transformação significativa e sustentável do desporto nas
escolas sem a adesão dos jovens que as frequentam (coisa que muito se esquece
quando toda uma indústria poderosa, à escala global, os alicia com ofertas de
um hedonismo questionável), até onde pode o desporto escolar oferecer
experiências e oportunidades gratificantes, numa perspetiva de presente e de
futuro, àqueles que tenham condições para enveredar por um processo de
preparação desportiva exigente, longo e doloroso, impondo renúncias várias e
numerosas?
Não pode haver investimento no desporto na escola sem uma componente
política, seja ela qual for. Nenhum governo investe milhões no desporto só
por… desporto. E nenhuma sociedade democrática assiste impávida aos
milhões investidos no desporto se não entender que esse investimento é
socialmente justificado. Ora, antes mesmo dos milhões, aquilo de que carece o
desporto na escola, para sair da sua letargia, é de política – de convicção política
acerca da sua importância-convicção que tem de ser partilhada por governantes
e governados.
A superação destas barreiras só é possível verificada que seja uma premissa
essencial: a de que tanto o poder político como os cidadãos que os elegem
aceitam o desporto como um fator importante da expressão nacional. Sem isso,
a que se chama vulgarmente vontade política e consenso nacional, jamais a
escola fará, seja o que for, de significativo na elevação do valor desportivo do
país.
Valorizar e afirmar socialmente o desporto:
Um desígnio nacional
COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL
Ler mais em:
http://comiteolimpicoportugal.pt/wp-content/uploads/2015/03/Documento-Orientador-do-COP-sobre-a-situa%C3%A7%C3%A3o-desportiva-Nacional.pdf
9 de Abril de 2015
Os êxitos individuais são “exemplares únicos”
"Portugal tem um número diminuto de modalidades na primeira linha da alta competição mundial e, nas que alcançam esse estatuto, o número de atletas é igualmente diminuto. Os êxitos individuais em competições de primeira grandeza (Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo ou da Europa) são
devidos, na sua maioria, a “exemplares únicos”, circunstancialmente emergentes de contextos particulares e normalmente irrepetíveis, que não refletem nem podem assegurar ao país um nível representativo estabilizado. O número de atletas filiados nas federações desportivas não apresenta crescimentos significativos e várias são as modalidades em que a tendência é regressiva a números alcançados décadas atrás. Ou seja, ainda que a atividade física desportiva informal ou de lazer ativo ilustre uma maior participação quantitativa no espectro desportivo nacional, o desporto de excelência/alto rendimento tem vindo a tornar-se de difícil sustentabilidade pontuado, aqui e ali, pelo êxito ocasional de alguns excelentes atletas." (...) "O país tem vindo a assistir placidamente ao definhamento dos clubes de base local e regional - outrora estruturas essenciais para alimentar o sistema desportivo - que vão perdendo a sua vitalidade gravitando nos interstícios do associativismo, subsistindo não raras vezes devido a relevante esforço das autarquias locais para evitar uma morte anunciada. A estes sinais portadores de um futuro preocupante, que traduzem os nossos indicadores de desenvolvimento desportivo no espaço europeu, acrescentam-se as dificuldades em encontrar dirigentes que queiram assumir (com gosto e proficiência) a função de gestão e liderança de organizações desportivas." (...) "O financiamento é uma questão relevante, mas que não assegura por si só a excelência desportiva de um país, como se pode deduzir da comprovada superioridade olímpica de muitos países cujos indicadores económicos e sociais, ou o seu índice de desenvolvimento humano, os situam abaixo dos valores que Portugal apresenta." 8 de Abril de 2015 |
Valorizar e afirmar socialmente o desporto:
Um desígnio nacional COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL Ler mais em: http://comiteolimpicoportugal.pt/wp-content/uploads/2015/03/Documento-Orientador-do-COP-sobre-a-situa%C3%A7%C3%A3o-desportiva-Nacional.pdf |
'Mo' de Mohamed Farah. 'Mo' de Moniz Pereira
Chegou uma semana antes do tiro de partida da Meia Maratona de Lisboa. "Quis conhecer" a capital de Portugal, onde está pela primeira vez.Treinou na floresta do Monsanto. No Parque Eduardo VII. Fez treino de pista no Jamor, onde a presença do campeão olímpico dos 5000 e 10 000 metros em Londres 2012 alterou algumas rotinas, despertou curiosidades e fez muitos fãs.
A maioria dos atletas de elite, que competem nas grande provas internacionais chegam um dia antes da partida. Correm e partem o mais rápido possível logo após a competição. Conhecem o aeroporto. O caminho para o hotel. O caminho entre o hotel e a prova. E o percurso da competição. O britânico, veio a Lisboa para correr mas não só. Mostrou-se interessado pelo nosso país. Fez perguntas sobre Portugal e apreciou a nossa gastronomia. Reencontrou e fez novos amigos. O Jamor, que é um espaço frequentado diariamente por inúmeros atletas olímpicos, entre eles o campeão de Pequim 2008, Nelson Évora, viveu uma semana bem mais agitada. No seu FB colocou fotos e fez a promoção de Portugal. Mo Farah não promete correr domingo em Lisboa para o recorde do mundo - 58.23 minutos na edição de 2010 pelo eritreu Zersenay Tadesse - mas assegura que estará no grupo da frente dos 21.095 metros "para tentar". "Depende do que acontecer na corrida". O britânico tem como recorde pessoal 1.00.59 minutos em New Orleans 2013. Após à "meia" de Lisboa o seu grande objectivo é a Maratona de Londres a 26 de Abril. No Verão, o fundista, que integra o "Oregon Project" nos EUA, liderado pelo antigo maratonista e treinador Alberto Salazar, volta a apostar nas corridas de pista nos Mundiais de 2015, em Pequim. O bi-campeão do mundo em Moscovo 2013 tirou já dezenas de fotos em Portugal com os seus fãs. Enquanto esteve no complexo desportivo do Estádio Nacional, foi solicitado de dez em dez minutos para ... mais "uma 'selfie'. Mais uma foto". "É normal que as pessoas queiram tirar fotos comigo, eu percebo e gosto", responde quando mais uns jovem atletas, surpreendidos com a sua presença no Jamor, se lhe dirigem no Bar do Alberto Silva quando prova saboreia uma tosta mista e uma meia de leite. "Deliciosa esta tosta. Muito boa", atira para Alberto Silva, pedindo mais um café, sempre a sorrir. Pouco antes, ali mesmo ao lado, na pista de material sintético do CAR Jamor "despachou" 8x1000 metros "a passear" para 2.50 minutos de média (com dois minutos de intervalo) dando "boleia" em algumas séries ao campeão do Triatlo João Pereira, amigo que encontrou em Lisboa, depois de se conhecerem no centro de treino de Font Romeu, em França, e ao júnior do Maratona Clube, André Oliveira. Nas duas ultimas séries de 1000 metros acelerou um "bocadinho", alargou a passada, e fez 2.40 minutos. "Tenho corrido meias maratonas para me preparar para a maratona, o que é completamente diferente, mas a minha forma é boa." Amanhã, sexta feira, fará 10x300 metros (com 1.20 minutos de intervalo) "só para descontrair", antes de se apresentar em Algés no Domingo à frente do pelotão de elite para a Meia Maratona de Lisboa. 19 de Março de 2015 |
Governação e financiamento do desporto de elite
“Como devem funcionar as políticas desportivas para que os atletas de elite possam treinar e desempenhar em circunstâncias óptimas em cada estádio da sua carreira, com acesso a boas instalações, rodeados por treinadores de elevada qualidade e de apoio médico e paramédico?”
"Comparados os diversos sistemas nacionais do desporto de elite concluiu-se que existiam nove pilares em que assentam aqueles sistemas desportivos:
Apoio financeiro;
Abordagem integrada à política de desenvolvimento;
Participação no desporto;
Identificação de talento e sistemas de desenvolvimento;
Apoio atlético e após-carreira;
Instalações de treino;
Provisão de treino e desenvolvimento de treinadores;
Competição internacional; e
Investigação científica."
Autor: José Pinto Correia *
Gestor no Gabinete de Estudos da Universidade de Lisboa
"Comparados os diversos sistemas nacionais do desporto de elite concluiu-se que existiam nove pilares em que assentam aqueles sistemas desportivos:
Apoio financeiro;
Abordagem integrada à política de desenvolvimento;
Participação no desporto;
Identificação de talento e sistemas de desenvolvimento;
Apoio atlético e após-carreira;
Instalações de treino;
Provisão de treino e desenvolvimento de treinadores;
Competição internacional; e
Investigação científica."
Autor: José Pinto Correia *
Gestor no Gabinete de Estudos da Universidade de Lisboa
"O modelo de governação e financiamento do desporto de elite português tem apresentado resultados internacionais fracos ao longo de muitos anos, cuja expressão mais categórica tem sido demonstrada nas recentes participações nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e de Londres 2012. Estão reconhecidas limitações sérias naquele nosso modelo que importa considerar à luz de resultados de estudos comparativos de outros países. Neste trabalho procura, assim, fazer-se a apresentação dos principais factores que determinam o sucesso ao nível do sistema desportivo de elite em vários países e extrair dessas indicações um conjunto de elementos que permitam induzir as convenientes alterações no modelo de governação e financiamento do desporto de elite português."
"O desenvolvimento do desporto depende do seu nível de financiamento, uma vez que este possibilita graus de realização diferenciadores do seu desempenho. E que os resultados de desempenho do sistema desportivo, com um determinado nível de financiamento, serão tanto melhores quanto mais perfeita for a sua capacidade de organização, governação e liderança, e mais eficiente for o uso dos respectivos recursos financeiros, humanos e materiais. Por isso, também se pode afirmar que não é suficiente para um dado sistema que se lhe aumentem os meios financeiros para que ele seja imediatamente conduzido a um mais elevado nível de desempenho."
"Wheelen & Hunger (1998) afirmam nomeadamente: “Os ambientes competitivos actuais são altamente exigentes e mutáveis, o que exige grande flexibilidade estratégica às organizações. Esta flexibilidade implica um comprometimento de longo-prazo com o desenvolvimento e a sustentação de recursos críticos. Também exige (…) uma organização que aprende – uma organização competente na criação, aquisição, e transferência de conhecimento, e na modificação do seu comportamento para reflectir o novo conhecimento e perspectivas. As organizações que aprendem são competentes em quatro actividades principais:
Resolver os problemas sistematicamente
Experimentar novas abordagens
Aprender com as suas próprias experiências e história passada bem como com as experiências de outros
Transferir conhecimento rapidamente e eficientemente ao longo da organização."
"Os vários estudos confirmaram a centralidade das instalações de treino dedicadas, o apoio financeiro do sector público, a integração de programas de formação com oportunidades de competição e um envolvimento de um corpo dedicado de suporte, conforme foi confirmado por Green & Houlihan (2005) na sua revisão dos sistemas desportivos de elite quer da União Soviética e da Alemanha de Leste, quer mais detalhadamente da Austrália, Canadá e Reino Unido. Estes autores sugeriram, aliás, que existem quatro temas comuns no desenvolvimento de bons sistemas desportivos de elite: o desenvolvimento de instalações de elite; o suporte para os atletas de tempo inteiro; a provisão de serviços de treino, ciência do desporto e medicina desportiva; e uma hierarquia de oportunidades de competição centradas na preparação de eventos internacionais."
"O projecto internacional de investigação SPLISS, “Sports Policy Factors Leading to International Sporting Success”, procurou comparar os sistemas nacionais do desporto de elite de seis nações: Bélgica (Flandres e Valónia), Canadá, Itália, Holanda, Noruega e Reino Unido. Comparados os diversos sistemas nacionais do desporto de elite concluiu-se que existiam nove pilares em que assentam aqueles sistemas desportivos:
Apoio financeiro;
Abordagem integrada à política de desenvolvimento;
Participação no desporto;
Identificação de talento e sistemas de desenvolvimento;
Apoio atlético e após-carreira;
Instalações de treino;
Provisão de treino e desenvolvimento de treinadores;
Competição internacional; e
Investigação científica."
"A Noruega não atribui recompensas financeiras aos seus atletas que conquistaram medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi (como, aliás, também a Suécia). A análise comparativa feita aos sistemas desportivos de elite pelo SPLISS “Sports Policy Factors Leading to International Sporting Success” referia que a Noruega apostava num sistema desportivo generalista sem vocação preferencial para a elite e também na prioridade aos desportos de Inverno como susceptíveis de dar ao país projecção e sucesso competitivo a nível internacional. Este é obviamente um modelo de desenvolvimento do desporto alternativo ao que escolheram os demais países que apostam generalizadamente em todo o seu desporto de elite. Outros países também escolheram dar prioridade a alguns desportos em que reconheciam ter maiores capacidades e potencialidades de obter sucesso competitivo a nível internacional, para os quais direccionam os respectivos meios financeiros e as suas competências científicas e técnicas especializadas."
"O Comité Olímpico de Portugal deve actuar menos como intermediário financeiro entre o Estado e as federações, como tem feito e vai continuar a fazer até 2016 e provavelmente com resultados medíocres como tem acontecido, e mais como entidade agregadora de pensamento e definição das linhas estratégicas de desenvolvimento do desporto de elite (e nomeadamente do que tem expressão nas competições dos Jogos Olímpicos). Aliás, só com esta capacitação de pensar sobre o que pode e deve ser o desporto de elite nacional poderá o Comité Olímpico de Portugal vir a poder avaliar devidamente os resultados competitivos que irão sendo alcançados, verificar dos desvios destes relativamente aos objectivos e metas definidos e corrigir os processos de planeamento e desenvolvimento do desporto de elite no sentido do rumo ou da visão projectados."
"Portugal pode e deve fazer escolhas estratégicas sobre o modo como vai financiar o seu desporto de elite, que instrumentos organizacionais vai escolher para canalizar de forma eficaz e eficiente os recursos de que consegue dispor, e sobre que desportos vai fazer incidir os seus investimentos e competências científicas e técnicas especializadas, para como isso poder vir a obter melhores resultados competitivos a nível internacional e afirmar mais competentemente o valor do seu desporto de elite no concerto das nações."
Artigo na integra em:
http://www.forumolimpico.org/node/643
* No dia 27 de Fevereiro de 2015, o Auditório do Comité Olímpico de Portugal foi palco do 1º Congresso Científico de Gestão de Desporto da Lusofonia, subordinado ao tema “Contributos para o Alto Desempenho Organizacional na Gestão do Desporto”, uma organização da Universidade Aberta.
O Velho Pavilhão
O Pavilhão dos Desportos, construído na década de 1920 para celebrar o 100.º aniversário da independência do Brasil, foi encerrado por falta de condições de segurança em 2003. Na última década, a sua recuperação foi já projectada como espaço multiusos, museus do desporto, discoteca, centro de congressos e até pista de gelo. Na terça feira, Assembleia Municipal de Lisboa aprovou, por unanimidade, uma recomendação para que a Câmara promova a recuperação e reabilitação do Pavilhão Carlos Lopes - rebaptizado com o nome do campeão olímpico da maratona dos Jogos de Los Angeles 1984.
O edifício, idealizado pelos arquitectos Guilherme e Carlos Rebello de Andrade e Alfredo Assunção Santos, foi construído no Brasil para a Grande Exposição Internacional do Rio de Janeiro, abrindo a 21 de Maio de 1923.
Finda a exposição, o pavilhão foi desmontado, trazido para Portugal e reconstruído em Lisboa, e chamado Palácio das Exposições. A sua abertura deu-se em 3 de Outubro de 1932 com a Grande Exposição Industrial Portuguesa.
Adaptado para receber eventos desportivos em 1946, foi considerada a catedral do hoquei em patins até aos anos sessenta, recinto onde Portugal conquistou o o seu primeiro título no Campeonato do Mundo, em 1947.
O edifício, idealizado pelos arquitectos Guilherme e Carlos Rebello de Andrade e Alfredo Assunção Santos, foi construído no Brasil para a Grande Exposição Internacional do Rio de Janeiro, abrindo a 21 de Maio de 1923.
Finda a exposição, o pavilhão foi desmontado, trazido para Portugal e reconstruído em Lisboa, e chamado Palácio das Exposições. A sua abertura deu-se em 3 de Outubro de 1932 com a Grande Exposição Industrial Portuguesa.
Adaptado para receber eventos desportivos em 1946, foi considerada a catedral do hoquei em patins até aos anos sessenta, recinto onde Portugal conquistou o o seu primeiro título no Campeonato do Mundo, em 1947.
A 23 de Maio 1947, Portugal conquistava o primeiro título de Campeão Mundial de hóquei em patins, no recém-inaugurado Pavilhão dos Desportos. Competição dominada por uma talentosa seleção, composta por Emídio Pinto, Cipriano Santos, Olivério Serpa, Sidónio Serpa, António Soares, Correia dos Santos, Álvaro Simões, e Jesus Correia
Aquele que foi considerado durante décadas o espaço desportivo coberto mais importante da capital, continua em 2015 encerrado e em adiantado estado de degradação.
Situado numa zona privilegiada da cidade, o importante espaço tem estado à mercê de inúmeros interesses políticos e económicos que condicionaram a sua recuperação.
Entre as propostas para reabilitar o pavilhão dos últimos anos esteve a reconversão para poder receber uma pista de gelo, no âmbito de um protocolo com o Comité Olímpico da Rússia. Na altura, o presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, anunciou em Abril de 2007 que estava a ser estudada com a Câmara de Lisboa "esta possibilidade, pois o pavilhão Carlos Lopes está fechado há um ano e é um edifício com uma traça lindíssima".
O Partido Ecologista os Verdes (PEV) recordou esta semana que, "em 2008, a Câmara de Lisboa recebeu três milhões de euros de contrapartidas do Casino de Lisboa que se destinavam especificamente à recuperação e reabilitação do Pavilhão Carlos Lopes, mas que nunca chegaram a ser utilizados para esse efeito".
Em Dezembro de 2008 foi apresentado oficialmente a criação de um Museu Nacional do Desporto (proposta do ex-primeiro-ministro José Sócrates) a inaugurar em 2011. "Vai ser remodelado para albergar o espaço museológico, quer afirmar-se como um espaço interactivo, lúdico, educativo e inovador" foi dito na apresentação à imprensa. Não passou do papel.
No verão do ano seguinte, a Câmara de Lisboa aprovou uma proposta destinada a concessionar o Pavilhão Carlos Lopes à Fundação Aragão Pinto - liderada na altura pelo ainda candidato à presidência do Sporting Clube de Portugal Bruno de Carvalho.
Na altura, a proposta da fundação previa que o pavilhão recebesse eventos desportivos, mas também concertos, como já havia acontecido entre os anos setenta e noventa do século passado, eventos de moda e uma "discoteca intimista". A ideia acabou por não avançar, depois de a autarquia ter exigido à fundação uma garantia de condições financeiras para reabilitar e explorar o espaço.
Recentemente, o Pavilhão Carlos Lopes foi apontado pela Câmara Municipal de Lisboa como o novo Centro de Congressos de Lisboa. No entanto, no final de janeiro, o vice-presidente da autarquia anunciou que o município "não irá apoiar nem financiar o centro de congressos" no Pavilhão Carlos Lopes, devido ao "pronunciamento público" da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
No dia 24, foi aprovada, por unanimidade, uma moção do PEV apelando à câmara para que promova “a recuperação e reabilitação” do Pavilhão Carlos Lopes, voltando a consagrá-lo ao “usufruto lúdico e desportivo da cidade”.
26 de Fevereiro de 2015
Situado numa zona privilegiada da cidade, o importante espaço tem estado à mercê de inúmeros interesses políticos e económicos que condicionaram a sua recuperação.
Entre as propostas para reabilitar o pavilhão dos últimos anos esteve a reconversão para poder receber uma pista de gelo, no âmbito de um protocolo com o Comité Olímpico da Rússia. Na altura, o presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, anunciou em Abril de 2007 que estava a ser estudada com a Câmara de Lisboa "esta possibilidade, pois o pavilhão Carlos Lopes está fechado há um ano e é um edifício com uma traça lindíssima".
O Partido Ecologista os Verdes (PEV) recordou esta semana que, "em 2008, a Câmara de Lisboa recebeu três milhões de euros de contrapartidas do Casino de Lisboa que se destinavam especificamente à recuperação e reabilitação do Pavilhão Carlos Lopes, mas que nunca chegaram a ser utilizados para esse efeito".
Em Dezembro de 2008 foi apresentado oficialmente a criação de um Museu Nacional do Desporto (proposta do ex-primeiro-ministro José Sócrates) a inaugurar em 2011. "Vai ser remodelado para albergar o espaço museológico, quer afirmar-se como um espaço interactivo, lúdico, educativo e inovador" foi dito na apresentação à imprensa. Não passou do papel.
No verão do ano seguinte, a Câmara de Lisboa aprovou uma proposta destinada a concessionar o Pavilhão Carlos Lopes à Fundação Aragão Pinto - liderada na altura pelo ainda candidato à presidência do Sporting Clube de Portugal Bruno de Carvalho.
Na altura, a proposta da fundação previa que o pavilhão recebesse eventos desportivos, mas também concertos, como já havia acontecido entre os anos setenta e noventa do século passado, eventos de moda e uma "discoteca intimista". A ideia acabou por não avançar, depois de a autarquia ter exigido à fundação uma garantia de condições financeiras para reabilitar e explorar o espaço.
Recentemente, o Pavilhão Carlos Lopes foi apontado pela Câmara Municipal de Lisboa como o novo Centro de Congressos de Lisboa. No entanto, no final de janeiro, o vice-presidente da autarquia anunciou que o município "não irá apoiar nem financiar o centro de congressos" no Pavilhão Carlos Lopes, devido ao "pronunciamento público" da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
No dia 24, foi aprovada, por unanimidade, uma moção do PEV apelando à câmara para que promova “a recuperação e reabilitação” do Pavilhão Carlos Lopes, voltando a consagrá-lo ao “usufruto lúdico e desportivo da cidade”.
26 de Fevereiro de 2015
O regresso dos fundistas norte americanos
Os norte americanos iniciaram em 2001 um programa para tornar os seus fundistas mais competitivos, o Nike Oregon Project, liderado pelo antigo maratonista Alberto Salazar. "A ideia é treinar mais forte, mais rápido, mais tempo e de forma mais inteligente."
Em 2014, Galen Rupp chegou à liderança dos ranking mundial dos 10 000 metros à frente de… 10 quenianos. Agora o objectivo é conquistar o ouro nos Jogos do Rio 2016.
A 16 de Abril de 2001, Alberto Salazar e Tom Clarke almoçavam em frente ao televisor. O antigo maratonista e o presidente da Nike, amigos de longa data, assistiam à Maratona de Boston. O coreano Bong Ju-Lee vencia os míticos 42.195 metros com o tempo de 2.09.43 horas, à frente do equatoriano Silvio Guerra (2.10.07) e de um trio de quenianos.
De seguida, os jornalistas que comentavam a competição elogiavam a prestação do primeiro norte americano a cortar a meta. Rod De Haven terminava na sexta posição com 2.12.41. Alberto Salazar desiludido perguntou a Tom Clarke: "Como chegamos aqui? Como podemos estar tão satisfeitos com um sexto lugar?"
Salazar integrou uma geração de fabulosos fundistas americanos nos anos 80 do século passado. O cubano, naturalizado americano, vence por três vezes a Maratona de Nova Iorque - 1980, 81 (recorde mundial, 2.08.13. Algum tempo depois verificou-se que aquele percurso tinha 150 metros a menos que a distância oficial de 42.195 metros e a marca foi anulada) e 1982. Neste último ano foi vice campeão mundial de crosse em Roma e venceu também a maratona de Boston, naquele que ficou conhecido para a história do atletismo norte americano como o "duelo ao sol" (ver video). Salazar bateu por dois escassos segundos o rival Dick Beardsley.
Em 2014, Galen Rupp chegou à liderança dos ranking mundial dos 10 000 metros à frente de… 10 quenianos. Agora o objectivo é conquistar o ouro nos Jogos do Rio 2016.
A 16 de Abril de 2001, Alberto Salazar e Tom Clarke almoçavam em frente ao televisor. O antigo maratonista e o presidente da Nike, amigos de longa data, assistiam à Maratona de Boston. O coreano Bong Ju-Lee vencia os míticos 42.195 metros com o tempo de 2.09.43 horas, à frente do equatoriano Silvio Guerra (2.10.07) e de um trio de quenianos.
De seguida, os jornalistas que comentavam a competição elogiavam a prestação do primeiro norte americano a cortar a meta. Rod De Haven terminava na sexta posição com 2.12.41. Alberto Salazar desiludido perguntou a Tom Clarke: "Como chegamos aqui? Como podemos estar tão satisfeitos com um sexto lugar?"
Salazar integrou uma geração de fabulosos fundistas americanos nos anos 80 do século passado. O cubano, naturalizado americano, vence por três vezes a Maratona de Nova Iorque - 1980, 81 (recorde mundial, 2.08.13. Algum tempo depois verificou-se que aquele percurso tinha 150 metros a menos que a distância oficial de 42.195 metros e a marca foi anulada) e 1982. Neste último ano foi vice campeão mundial de crosse em Roma e venceu também a maratona de Boston, naquele que ficou conhecido para a história do atletismo norte americano como o "duelo ao sol" (ver video). Salazar bateu por dois escassos segundos o rival Dick Beardsley.
O declínio da sua carreira começava ai, quando tinha apenas 24 anos. O obsessivo atleta considerava que se 200 kms semanais de treino haviam dado resultado, 250 seriam melhor. Semanas de 290 kms com ponto alto nos 320 são reveladoras da mentalidade do antigo atleta. Os desequilíbrios físicos e as lesões começaram a surgir. Nos jogos olímpicos de Los Angeles 1984 era apontado com um dos favoritos na partida mas acabou a asfixiante prova em grandes dificuldades no 15.º lugar a quase cinco minutos do campeão olímpico Carlos Lopes (ver video).
Em 2001, o antigo maratonista, frustrado com a decadência do sector de meio fundo e fundo nos EUA, não se conformava com o resultado do melhor americano em Boston... a quase três minutos do vencedor.
"Naquele momento desafiei Tom Clarke. Disse-lhe poderia treinar os americanos a fazerem melhor", conta Salazar na sua biografia com o título "14 minutos", o tempo que o antigo atleta esteve inconsciente com uma paragem cardíaca, em 2007.
"Tom Clarke, de imediato começou a escrever algumas ideias: 'coaching', talentos, ciência desportiva. O ambicioso Nike Oregon Project acabava de nascer", revela.
Um projecto de milhões de dólares, financiado pela multinacional americana com o objectivo de voltar a colocar atletas americanos nos pódios em campeonatos continentais, mundiais e jogos olímpicos.
Uma aposta na recuperação da corridas longas nos EUA que não se restringe ao Nike Oregon Project. Uma política de forte apoio das universidades e sponsors aos atletas onde as suas carreiras são planificadas e apoiadas para além da licenciatura.
Dez anos depois do arranque Nike Oregon Project, os americanos colocaram pelo menos dois atletas entre os finalistas nos 5000 metros e 10 000 metros masculinos nos Jogos de Londres 2012. Nos 1500: bronze para Leonel Manzano e quarto lugar para e Matthew Centrowitz. Nos 5000 metros: Bernard Lagat (4.º), Galen Rupp (7.º) e Lopez Lomong (10.º).Nos 10 000 metros: Galen Rupp (2.º), Dathan Rittzenhein (13.º), Matthew Tegenkamp (19.º). 3000 metros obstáculos: Evan Jager (6.º) e Donald Cabral (8.º). Maratona: Mebrahtom Keflezith (4.º).
No sector feminino os resultados foram igualmente prometedores. 1500 metros: Shannon Rowbury (6.ª). 5000 metros: Molly Huddle (11.ª), Julie Culley (14.ª). 10.000 metros: Amy Hastings (11.ª), Janet Cherobon-Bawcom (12.ª) Lisa UHL (13.ª). Maratona: Shalane Flanagan (10.ª), Kara Goucher (11.ª).
"A ideia era treinar mais forte, mais rápido, mais tempo e de forma mais inteligente", revelou Alberto Salazar, que pretendia mudar a mentalidade dos fundistas e fazer regressar ao topo mundial os atletas dos EUA, onde ele próprio já pertencera.
Todavia, o antigo atleta de Oregon, que tinha pago caro os seus erros como atleta, pretendia agora utilizar todos os meios tecnológicos ao seu alcance para melhorar e ajudar a recuperar os seus pupilos dos exigentes treinos.
"Naquele momento desafiei Tom Clarke. Disse-lhe poderia treinar os americanos a fazerem melhor", conta Salazar na sua biografia com o título "14 minutos", o tempo que o antigo atleta esteve inconsciente com uma paragem cardíaca, em 2007.
"Tom Clarke, de imediato começou a escrever algumas ideias: 'coaching', talentos, ciência desportiva. O ambicioso Nike Oregon Project acabava de nascer", revela.
Um projecto de milhões de dólares, financiado pela multinacional americana com o objectivo de voltar a colocar atletas americanos nos pódios em campeonatos continentais, mundiais e jogos olímpicos.
Uma aposta na recuperação da corridas longas nos EUA que não se restringe ao Nike Oregon Project. Uma política de forte apoio das universidades e sponsors aos atletas onde as suas carreiras são planificadas e apoiadas para além da licenciatura.
Dez anos depois do arranque Nike Oregon Project, os americanos colocaram pelo menos dois atletas entre os finalistas nos 5000 metros e 10 000 metros masculinos nos Jogos de Londres 2012. Nos 1500: bronze para Leonel Manzano e quarto lugar para e Matthew Centrowitz. Nos 5000 metros: Bernard Lagat (4.º), Galen Rupp (7.º) e Lopez Lomong (10.º).Nos 10 000 metros: Galen Rupp (2.º), Dathan Rittzenhein (13.º), Matthew Tegenkamp (19.º). 3000 metros obstáculos: Evan Jager (6.º) e Donald Cabral (8.º). Maratona: Mebrahtom Keflezith (4.º).
No sector feminino os resultados foram igualmente prometedores. 1500 metros: Shannon Rowbury (6.ª). 5000 metros: Molly Huddle (11.ª), Julie Culley (14.ª). 10.000 metros: Amy Hastings (11.ª), Janet Cherobon-Bawcom (12.ª) Lisa UHL (13.ª). Maratona: Shalane Flanagan (10.ª), Kara Goucher (11.ª).
"A ideia era treinar mais forte, mais rápido, mais tempo e de forma mais inteligente", revelou Alberto Salazar, que pretendia mudar a mentalidade dos fundistas e fazer regressar ao topo mundial os atletas dos EUA, onde ele próprio já pertencera.
Todavia, o antigo atleta de Oregon, que tinha pago caro os seus erros como atleta, pretendia agora utilizar todos os meios tecnológicos ao seu alcance para melhorar e ajudar a recuperar os seus pupilos dos exigentes treinos.
A base das operações do Nike Oregon Project está situada em Portland, muito perto da sede da multinacional de material desportivo norte americana. Ai os atletas dispõem de todos os meus tecnológicos para melhorarem as suas performances e recuperarem das volumosas e intensa cargas de treino. Desde instalações onde se simula o ambiente em altitude, passadeiras rolantes anti gravidade, passadeiras aquáticas que minimizam os impactos ou crioterapia, utilização do frio como elemento de recuperação. O treinador é ainda um fervoroso adepto da biomecânica como objectivo de melhorar a eficácia da corrida dos seus pupilos. A Nike contratou equipas de ortopedia, podologia e biomecânica aplicados ao atletismo.
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Como atleta, Alberto Salazar tinha um estilo característico, correndo como que "sentado". Numa entrevista ao The New Yorker, em 2010 Salazar admitiu: "O meu estilo de corrida não era sustentável. Na época os treinadores tinham uma atitude quanto a essas limitações. Se você fosse dotado de um estilo de corrida perfeito, óptimo. Se não, teria de viver com essa limitação."
"A difícil missão passava por treinar atletas americanos para 5000, 10 000 metros e maratona. "A ideia no início não era vencer os quenianos, mas tornarmos-mos competitivos".
A vitória numa maratona é muito mais que uma questão de orgulho nacional. É um grande negócio. Um atleta de primeiro nível pode arrecadar mais de 250.000 dólares. Estima-se que uma medalha de ouro nos Jogos olímpicos possa render 10 milhões de dólares para o atleta e patrocinadores.
A multinacional americana pretendia assim colar a sua marca ao sucesso dos atletas o que veio a revelar-se um negócio de milhões em material desportivo mas também na venda de todos os aparelhos promovidos pela equipa técnica e atletas.
Salazar não considera os africanos superiores fisicamente apesar de nascerem e crescerem em altitude. "Não há grande diferença entre os quenianos e outros atletas. O que eles tem de diferente é que correm quando vão para a escola, para sobreviver. Fisicamente não há diferenças. Mas se queres correr com os africanos tens de viver como eles."
Quando o projeto começou, Salazar escolheu alguns dos melhores corredores que acreditava terem um enorme potencial. No entanto, percebeu que os atletas mais velhos tinham já enraizados maus hábitos. Salazar apostou então em atletas mais jovens. Isso levou à contratação de Galen Rupp e Adam Goucher e Kara Goucher.
Os primeiros resultados surgiram oito anos depois quando Kara Goucher foi terceira na Maratona de Nova Iorque em 2008 e em Boston um ano depois.
"Aprendi que não basta querer ser o melhor treinador do mundo. Temos de encontrar atletas talentosos." assume Salazar na sua autobiografia. "Tudo começa com jovens corredores."
Galen Rupp "o projecto do projecto"
Galen Rupp, um iniciado jogador de futebol de Portland, celebrava nesse ano de 2001 o seu décimo quinto aniversário. Tinha nascido quatro anos depois de Salazar vencer a Maratona de Boston. O jovem começou a treinar três a quatro dias por semana. Na primeira corrida nacional ficou em segundo nos Jogos Olímpicos da juventude. "Naquele momento, percebi que tinha um enorme potencial", recorda Salazar. Nos anos seguintes foi batendo os recordes dos escalões jovens dos EUA. Com 21 anos foi 11.º nos 10 000 metros do mundial de 2007. Um ano depois foi 13.º nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.
A partir de fevereiro de 2011, Rupp contou com um novo parceiro de treino do mais alto nível: Mo Farah. O corredor britânico, nascido na Somália, era então campeão europeu nos 5000 e 10 000. O projecto de Salazar beneficiou com a integração de Farah. O britânico ajudou Rupp. Mo e Rupp são de um valor inestimável para Salazar.
"Um atleta para treinar comigo tem de ter capacidade para chegar a uma final num mundial ou jogos olimpicos. Claro que também tem de vestir Nike. Mo Farah trocou a Adidas pela Nike", revela.
O ponto alto do Nike Oregon Projec foi atingido nos Jogos de Londres 2012. Mo Farah conquistou o ouro nos 5000 e 10 000 metros e Galen Rupp é segundo nos 10 000 metros conquistando para os EUA um lugar no pódio da distância que não acontecia há 48 anos, desde que William "Billy" Mervin Mills, membro da tribo Sioux, vencera nos Jogos de 1964.
Em 2014, a 16 de janeiro bate o recorde dos EUA nos 5000 m indoor com 13.01.26, superando a marca de Lopez Lomong de 13.07.00.
A 30 de maio volta a superar o máximo americano nos 10 000 metros com um registo de 26.44.36, a melhor marca mundial do ano à frente de... 10 quenianos. O anterior recorde já lhe pertencia com a marca de 26.48.00 desde em setembro de 2011.
Galen Rupp e Chris Solinsky, que tem 26.59.60, são os únicos atletas não africanos a terem corrido os 5.000 metros abaixo de 13 minutos e os 10.000 metros abaixo de 27 minutos. Nos 10.000 Rupp é o mais rápido dos não africanos e o 15.º melhor do mundo.
Mas o sector de meio fundo e fundo norte americano não vive apenas dos resultados dos atletas orientados por Alberto Salazar e a sua equipa na Nike Oregon Project. Nos rankings mundiais de 2014, nos 10 000 masculinos surgem ainda Robert Curtis (Hansons Brooks Distance Project, Villanova University) em 31.º com 27.46.30. Nos 5000 metros, Galen Rupp é 7.º mundial com 13.00.99, Ben True (Hanover, New Hampshire) é oitavo com 13.02.74, Hassan Mead (Minnesota) é 9.º com 13.02.80, Bernard Lagat (Washington State University) é 13.'º com 13.06.68. Nos 20 primeiros da época surgem ainda Lopez Lomong (Universidade de Oregon), com 13.07.95, e Chris Derrick (Stanford University), com 13.08.18.
No sector feminino, as americanas ocupam quatro lugares entre as 20 melhores do mundo nos 5000 metros em 2014. Molly Huddle que estudou em Notre Dame High School em Elmira, Nova York vive Providence, Rhode Island, e é patrocinado pela Saucony é sexta nos 5000 (14.42.64) e segunda nos 10 000 metros (30.47.54). Shannon Rowbury (Portland, Oregon), Katie Mackey (University of Washington-seattle Campus), é 17.ª com 15.04.74.Laura Thweatt, Durango, no Colorado, é 19. º com 15.04.98.
Jordan Hasay (Nike oregon Project) é 5.ª nos 10 000 com 31.39.67. Kim Conley (Montgomery High School in Santa Rosa, California), 11.ª 31.48.51.
Atletas integrarados o Nike Oregon Project
Lindsay Allen | Jackie Areson | Amy Yoder Begley | Dan Browne | Matthew Centrowitz | Caitlin Chock | Dave Davis | Mike Donnelly | Mo Farah | Adam Goucher | Kara Goucher | Chad Johnson | Tom McArdle | Franklyn Sanchez | Ari Lambie | Cam Levins | Tara Erdmann | Treniere Moser | Luke Puskedra | Dathan Ritzenhein | Galen Rupp | Dorian ulrey | Alan Webb | Shannon Rowbury | Mary Cain |
A partir de fevereiro de 2011, Rupp contou com um novo parceiro de treino do mais alto nível: Mo Farah. O corredor britânico, nascido na Somália, era então campeão europeu nos 5000 e 10 000. O projecto de Salazar beneficiou com a integração de Farah. O britânico ajudou Rupp. Mo e Rupp são de um valor inestimável para Salazar.
"Um atleta para treinar comigo tem de ter capacidade para chegar a uma final num mundial ou jogos olimpicos. Claro que também tem de vestir Nike. Mo Farah trocou a Adidas pela Nike", revela.
O ponto alto do Nike Oregon Projec foi atingido nos Jogos de Londres 2012. Mo Farah conquistou o ouro nos 5000 e 10 000 metros e Galen Rupp é segundo nos 10 000 metros conquistando para os EUA um lugar no pódio da distância que não acontecia há 48 anos, desde que William "Billy" Mervin Mills, membro da tribo Sioux, vencera nos Jogos de 1964.
Em 2014, a 16 de janeiro bate o recorde dos EUA nos 5000 m indoor com 13.01.26, superando a marca de Lopez Lomong de 13.07.00.
A 30 de maio volta a superar o máximo americano nos 10 000 metros com um registo de 26.44.36, a melhor marca mundial do ano à frente de... 10 quenianos. O anterior recorde já lhe pertencia com a marca de 26.48.00 desde em setembro de 2011.
Galen Rupp e Chris Solinsky, que tem 26.59.60, são os únicos atletas não africanos a terem corrido os 5.000 metros abaixo de 13 minutos e os 10.000 metros abaixo de 27 minutos. Nos 10.000 Rupp é o mais rápido dos não africanos e o 15.º melhor do mundo.
Mas o sector de meio fundo e fundo norte americano não vive apenas dos resultados dos atletas orientados por Alberto Salazar e a sua equipa na Nike Oregon Project. Nos rankings mundiais de 2014, nos 10 000 masculinos surgem ainda Robert Curtis (Hansons Brooks Distance Project, Villanova University) em 31.º com 27.46.30. Nos 5000 metros, Galen Rupp é 7.º mundial com 13.00.99, Ben True (Hanover, New Hampshire) é oitavo com 13.02.74, Hassan Mead (Minnesota) é 9.º com 13.02.80, Bernard Lagat (Washington State University) é 13.'º com 13.06.68. Nos 20 primeiros da época surgem ainda Lopez Lomong (Universidade de Oregon), com 13.07.95, e Chris Derrick (Stanford University), com 13.08.18.
No sector feminino, as americanas ocupam quatro lugares entre as 20 melhores do mundo nos 5000 metros em 2014. Molly Huddle que estudou em Notre Dame High School em Elmira, Nova York vive Providence, Rhode Island, e é patrocinado pela Saucony é sexta nos 5000 (14.42.64) e segunda nos 10 000 metros (30.47.54). Shannon Rowbury (Portland, Oregon), Katie Mackey (University of Washington-seattle Campus), é 17.ª com 15.04.74.Laura Thweatt, Durango, no Colorado, é 19. º com 15.04.98.
Jordan Hasay (Nike oregon Project) é 5.ª nos 10 000 com 31.39.67. Kim Conley (Montgomery High School in Santa Rosa, California), 11.ª 31.48.51.
Atletas integrarados o Nike Oregon Project
Lindsay Allen | Jackie Areson | Amy Yoder Begley | Dan Browne | Matthew Centrowitz | Caitlin Chock | Dave Davis | Mike Donnelly | Mo Farah | Adam Goucher | Kara Goucher | Chad Johnson | Tom McArdle | Franklyn Sanchez | Ari Lambie | Cam Levins | Tara Erdmann | Treniere Moser | Luke Puskedra | Dathan Ritzenhein | Galen Rupp | Dorian ulrey | Alan Webb | Shannon Rowbury | Mary Cain |
Segredos, duvidas e suspeitas
Em 1999, Alberto Salazar escreveu um artigo para uma conferência na Universidade Duke, onde defendeu: “é difícil, actualmente, estar entre os cinco melhores do mundo em qualquer distância sem o uso de EPO ou hormonas de crescimento.”
Após as medalhas dos seus atletas Mo Farah e Galen Rupp, o treinador respondeu à questão “porque levou tanto tempo um atleta ocidental a conquistar uma medalha? “Penso que em grande parte as razões eram psicológicas. Acho que os americanos e os europeus simplesmente desistiram. Muitas pessoas passaram a usar a desculpa das drogas para justificar o sucesso de alguns atletas. No fundo estão a dizer que não são suficientemente bons para competir ao mais alto nível a não ser que recorram a drogas.”
Questionado sobre o que mudou para mudar de opinião respondeu: “Tudo mudou. Naquela altura nem sequer existia a USADA (Agência Antidoping dos EUA). Hoje há um apertado controlo antidoping, testes surpresa, passaporte biológico, que permite a atletas limpos chegarem ao topo mundial.”
Nenhum dos atletas que integra a Nike Oregon Project esteve sob suspeita ou envolvido em casos de doping. Ainda assim, os fabulosos resultados obtidos pelos atletas americanos são frequentemente questionados.
A um número incomum de atletas orientados por Salazar te-lhes sido diagnosticado hipotireoidismo, permitindo-lhes tomar suplementos de tiróide que muitos acreditam ter efeitos colaterais que melhoram o desempenho.
Enquanto os EUA terão encontrado um caminho para o sucesso, na Europa as antigas escolas de meio fundo e fundo tardam a recuperar da crise no sector. O impacto do domínio africano; os sucessivos escândalos e suspeitas de doping como foram os casos de Espanha, Finlândia, Alemanha, Rússia entre outros, não justificam, só por si, a ausência de fundistas europeus entre a elite mundial.
Ainda assim, para os mais optimistas verifica-se já uma tímida recuperação no velho continente. A Inglaterra lidera, principalmente no sector feminino. Nos Jogos de Londres já apresentaram atletas entre as finalistas.
Portugal, uma potência mundial nos anos 80 e 90 no sector que mais medalhas deu ao desporto nacional continua a apresentar resultados apreciáveis no sector feminino, liderado por Jessica Augusto, Dulce Félix e Sara Moreira. O mesmo não acontece em masculinos, onde Portugal deixou de apresentar atletas em grandes competições internacionais.
10 de Fevereiro de 2015
Após as medalhas dos seus atletas Mo Farah e Galen Rupp, o treinador respondeu à questão “porque levou tanto tempo um atleta ocidental a conquistar uma medalha? “Penso que em grande parte as razões eram psicológicas. Acho que os americanos e os europeus simplesmente desistiram. Muitas pessoas passaram a usar a desculpa das drogas para justificar o sucesso de alguns atletas. No fundo estão a dizer que não são suficientemente bons para competir ao mais alto nível a não ser que recorram a drogas.”
Questionado sobre o que mudou para mudar de opinião respondeu: “Tudo mudou. Naquela altura nem sequer existia a USADA (Agência Antidoping dos EUA). Hoje há um apertado controlo antidoping, testes surpresa, passaporte biológico, que permite a atletas limpos chegarem ao topo mundial.”
Nenhum dos atletas que integra a Nike Oregon Project esteve sob suspeita ou envolvido em casos de doping. Ainda assim, os fabulosos resultados obtidos pelos atletas americanos são frequentemente questionados.
A um número incomum de atletas orientados por Salazar te-lhes sido diagnosticado hipotireoidismo, permitindo-lhes tomar suplementos de tiróide que muitos acreditam ter efeitos colaterais que melhoram o desempenho.
Enquanto os EUA terão encontrado um caminho para o sucesso, na Europa as antigas escolas de meio fundo e fundo tardam a recuperar da crise no sector. O impacto do domínio africano; os sucessivos escândalos e suspeitas de doping como foram os casos de Espanha, Finlândia, Alemanha, Rússia entre outros, não justificam, só por si, a ausência de fundistas europeus entre a elite mundial.
Ainda assim, para os mais optimistas verifica-se já uma tímida recuperação no velho continente. A Inglaterra lidera, principalmente no sector feminino. Nos Jogos de Londres já apresentaram atletas entre as finalistas.
Portugal, uma potência mundial nos anos 80 e 90 no sector que mais medalhas deu ao desporto nacional continua a apresentar resultados apreciáveis no sector feminino, liderado por Jessica Augusto, Dulce Félix e Sara Moreira. O mesmo não acontece em masculinos, onde Portugal deixou de apresentar atletas em grandes competições internacionais.
10 de Fevereiro de 2015
"O treinador é um pai. O treinador é um mentor."
"Um treinador tem um grande poder na vida de um atleta."
do filme «Foxcatcher» de Bennet Miller
Um amigo recorda com frequência uma afirmação que eu fiz, se a memória não me falha, há mais de 20 anos. "Um treinador não pode ser apenas um especialista na área do treino. Um treinador se necessário for tem de andar com o atleta ao colo". Afirmação feita no calor de uma discussão sobre o papel da figura "treinador", que eu era na altura. Hoje esse amigo, quando me encontra, meio a brincar, continua a criticar-me por achar que eu "mimava" demasiado os atletas que treinava.
Ao contrário, eu continuo a acreditar no principio de que uma relação "atleta - treinador", principalmente nos desportos individuais, não funciona, não faz sentido,se for autocrática, ditatorial, num plano inclinado.
Uma relação que deverá ser de total confiança e respeito.Sei que isso não é nada fácil.Passei por roturas como atleta e treinador que me marcaram como pessoa. Eu, hoje, sou muito daquilo que foram essas relações.
Ainda assim, tenho boas recordações de todos os meus antigos treinadores, mantendo contacto com quase todos eles - António Ribeiro, Bernardo Manuel, Morujo Júlio, António Campos, Fonseca e Costa, Rafael Marques.Como mantenho relações de grande proximidade com atletas que ajudei a formar como Manuel Damião, Ricardo Ribas ou Luís Pinto, apenas para falar de fundistas que estão no activo.
Vem isto a propósito do filme «Foxcatcher», nos cinemas em Portugal. Em simultâneo é conhecido o fim das relações de duplas de sucesso no atletismo luso como o lançador Marco Fortes - russo Vladimir Zinchenko; o varista Edi Maia - Raposo Borges; a meio fundista Marta Pen - Paulo Barrigana.
Todos eles atletas de nível internacional que viram, de forma voluntária ou involuntária, o fim das suas relações com treinadores que os projectaram a um nível de topo no atletismo internacional.
As razões sobre o fim dessas parcerias foi publicamente revelado por atletas e treinadores. Não as vou aqui repetir.
Em termos gerais, as questões económicas, melhores condições de treino, fim de ciclo, necessidade de mudança, quebra de confiança, são historicamente alguns dos factores apontados para essa mudança.
No passado houve treinadores que "blindavam" os seus atletas com objectivo frustrado de os proteger de "más influências".Um ascendente que nem sempre provocava os melhores resultados.
Aliás, como aconteceu na história do filme «Foxcatcher», baseado na vida de Mark Schultz, campeão olímpico de luta livre em Los Angeles 1984.
O atleta vive em Wisconsin com dificuldades desportivas e económicas depois do ouro olímpico, quando é convidado pelo milionário John du Pont para se mudar para a sua luxuosa propriedade, onde du Pont planeia formar e treinar uma equipa de luta livre para os Jogos Olímpicos de Seul de 1988.
Schultz aproveita a oportunidade, ansioso também por sair da sombra de Dave o seu irmão mais velho, um respeitado treinador de luta livre, também ele medalhado olímpico.
Com os seus vastos recursos financeiros e as mais modernas instalações de treino construídas na sua quinta Foxcatcher, du Pont autonomeia-se treinador da equipa, ansioso por ganhar o respeito dos pares e a aprovação da sua mãe, Jean du Pont. A relação entre Schultz e du Pont aprofunda-se, com Mark a encarar o seu patrocinador como uma figura paterna. Mas a personalidade esquizofrénica de du Pont e os seus jogos psicológicos começam a pesar sobre a instável auto-estima de Mark, minando as suas performances. Quando o favoritismo de du Pont transfere-se para Dave - que possui uma confiança e autoridade que faltam ao próprio du Pont e ao irmão Mark - o trio é empurrado para uma tragédia que ninguém poderia prever.
Prémio de realização no Festival de Cannes, «Foxcatcher», o terceiro filme de Bennet Miller, baseado em factos verídicos, após «Capote» e «Moneyball - Jogada de Risco», estreou nas salas de cinema portuguesas a 1 de Janeiro.
Realização
Bennett Miller
Ator / Atriz
Anthony Michael Hall Channing Tatum Mark Ruffalo Sienna Miller Steve Carell Vanessa Redgrave
do filme «Foxcatcher» de Bennet Miller
Um amigo recorda com frequência uma afirmação que eu fiz, se a memória não me falha, há mais de 20 anos. "Um treinador não pode ser apenas um especialista na área do treino. Um treinador se necessário for tem de andar com o atleta ao colo". Afirmação feita no calor de uma discussão sobre o papel da figura "treinador", que eu era na altura. Hoje esse amigo, quando me encontra, meio a brincar, continua a criticar-me por achar que eu "mimava" demasiado os atletas que treinava.
Ao contrário, eu continuo a acreditar no principio de que uma relação "atleta - treinador", principalmente nos desportos individuais, não funciona, não faz sentido,se for autocrática, ditatorial, num plano inclinado.
Uma relação que deverá ser de total confiança e respeito.Sei que isso não é nada fácil.Passei por roturas como atleta e treinador que me marcaram como pessoa. Eu, hoje, sou muito daquilo que foram essas relações.
Ainda assim, tenho boas recordações de todos os meus antigos treinadores, mantendo contacto com quase todos eles - António Ribeiro, Bernardo Manuel, Morujo Júlio, António Campos, Fonseca e Costa, Rafael Marques.Como mantenho relações de grande proximidade com atletas que ajudei a formar como Manuel Damião, Ricardo Ribas ou Luís Pinto, apenas para falar de fundistas que estão no activo.
Vem isto a propósito do filme «Foxcatcher», nos cinemas em Portugal. Em simultâneo é conhecido o fim das relações de duplas de sucesso no atletismo luso como o lançador Marco Fortes - russo Vladimir Zinchenko; o varista Edi Maia - Raposo Borges; a meio fundista Marta Pen - Paulo Barrigana.
Todos eles atletas de nível internacional que viram, de forma voluntária ou involuntária, o fim das suas relações com treinadores que os projectaram a um nível de topo no atletismo internacional.
As razões sobre o fim dessas parcerias foi publicamente revelado por atletas e treinadores. Não as vou aqui repetir.
Em termos gerais, as questões económicas, melhores condições de treino, fim de ciclo, necessidade de mudança, quebra de confiança, são historicamente alguns dos factores apontados para essa mudança.
No passado houve treinadores que "blindavam" os seus atletas com objectivo frustrado de os proteger de "más influências".Um ascendente que nem sempre provocava os melhores resultados.
Aliás, como aconteceu na história do filme «Foxcatcher», baseado na vida de Mark Schultz, campeão olímpico de luta livre em Los Angeles 1984.
O atleta vive em Wisconsin com dificuldades desportivas e económicas depois do ouro olímpico, quando é convidado pelo milionário John du Pont para se mudar para a sua luxuosa propriedade, onde du Pont planeia formar e treinar uma equipa de luta livre para os Jogos Olímpicos de Seul de 1988.
Schultz aproveita a oportunidade, ansioso também por sair da sombra de Dave o seu irmão mais velho, um respeitado treinador de luta livre, também ele medalhado olímpico.
Com os seus vastos recursos financeiros e as mais modernas instalações de treino construídas na sua quinta Foxcatcher, du Pont autonomeia-se treinador da equipa, ansioso por ganhar o respeito dos pares e a aprovação da sua mãe, Jean du Pont. A relação entre Schultz e du Pont aprofunda-se, com Mark a encarar o seu patrocinador como uma figura paterna. Mas a personalidade esquizofrénica de du Pont e os seus jogos psicológicos começam a pesar sobre a instável auto-estima de Mark, minando as suas performances. Quando o favoritismo de du Pont transfere-se para Dave - que possui uma confiança e autoridade que faltam ao próprio du Pont e ao irmão Mark - o trio é empurrado para uma tragédia que ninguém poderia prever.
Prémio de realização no Festival de Cannes, «Foxcatcher», o terceiro filme de Bennet Miller, baseado em factos verídicos, após «Capote» e «Moneyball - Jogada de Risco», estreou nas salas de cinema portuguesas a 1 de Janeiro.
Realização
Bennett Miller
Ator / Atriz
Anthony Michael Hall Channing Tatum Mark Ruffalo Sienna Miller Steve Carell Vanessa Redgrave
O treinador guerrilheiro
Deixou Portugal em 2005. Emigrou para o Líbano. Dois anos depois mudou-se para a Tunísia.Viveu na República Dominicana entre 2009 e 2013. Em Março do ano passado foi para a Turquia. Sempre como treinador de Atletismo. Fausto Ribeiro, o técnico que levou Francis Obikwelu ao topo do atletismo mundial, está em Portugal uns dias,de férias, para matar saudades, mas não espera regressar definitivamente enquanto a modalidade “continuara desprezar os seus treinadores”. No Jamor reencontrou Francis Obikwelu.
O antigo treinador do Belenenses e Sporting é hoje coordenador da equipa de atletismo do clube de Istambul ENKA e tem contrato como a federação e o comité olímpico turco até aos próximos jogos olímpicos. “Estou bem na Turquia. É um país fantástico com um nível de cultura superior. Um povo com uma humanidade e simpatia incríveis. Pela sua dimensão geográfica e populacional – 75 milhões de habitantes – tem um potencial desportivo ainda por explorar. É isso que as entidades oficiais procuram desenvolver ao nível da deteção de talentos e formação de técnicos, com a contratação de treinadores estrangeiros, onde eu me incluo”.
No Jamor, onde o encontrámos à conversa com amigos, explicou que a decisão de emigrar foi "provocada" pelo não reconhecimento do seu trabalho como treinador, do seu currículo desportivo, dos resultados dos atletas por si treinados. “Objetivamente, em Portugal, independentemente da competência, do trabalho e dos resultados que um treinador obtém, o que define a sua carreira é o seu alinhamento com os poderes instituídos, neste caso a Federação de Atletismo: ou és da minha equipa ou és contra”, justifica o ribatejano, “sem mágoas”.
Para Fausto Ribeiro, Portugal deve ser dos países a nível mundial que mais desprezamos seus treinadores e atletas. “Claro que não quero estar a falar só de mim. Eu sou apenas mais um caso. Num País que se dá ao luxo de afastar das pistas dezenas de treinadores de grande nível, onde destaco alguns dos mais velhos como Pompílio Ferreira, Jorge Ramiro, José Carvalho e Fonseca e Costa.Ou vê desaparecer da modalidade antigas glórias que nem nas bancadas aparecem,desgostosos com o atletismo, alguma coisa está mal…”
Em 2005, o antigo saltador do Benfica teve de tomar uma decisão: “Ou abandonava a modalidade, ou procurava outras paragens para poder continuar a ser treinador.” “Optei por emigrar. Aquilo que eu senti foi uma grande injustiça. Cansei-me. Esse sentimento leva-me a não pensar em voltar. O ambiente em Portugal não é propício.Na verdade, quem está desfasado da realidade sou eu. Não tenho de andar a mendigar para ter direito a condições que estão previstas por direito na lei”,atira, admitindo que a sua “saída foi benéfica para o atletismo porque foi menos um a fazer guerrilha”.
Ainda assim, “não quer assumir” a atitude de vitima. A emigração é um problema que afecta milhares de portugueses por ano. O desporto português tem também dezenas de atletas e treinadores no estrangeiro. O futebol, apesar de ser um fenómeno à parte, tem sete treinadores portugueses só na Liga dos Campeões.
Primeiro foi para o Líbano: “Matam-se todos os dias mas é uma grande país. Sofre uma guerra mas é capaz de reconstruir-se. É uma civilização superior.”
Dificuldades passou na República Dominicana. “O país encontra-se dividido. De um lado grandes milionários que vivem em palacete e viajam de helicóptero. Do outro lado, é o inferno a pobreza extrema. Os atletas são muito humildes.”
O país vivia em guerra civil, tomado pelos “narco-políticos” que aterrorizam permanentemente as populações. “Eu quando queria ir ao centro da cidade levantava-me às sete da madrugada. Sabia que os bandidos estavam a dormir.”
As suas mudanças permanentes de país são justificadas por uma procura de melhores condições de realização profissional. A paixão pelo que faz. O querer melhorar sempre. “Deixei os atletas com melhores resultados mas tinha de procurar outras condições, apesar de quererem que renovasse os contratos. O que é fundamental é mantermos as relações humanas apesar de também ter feito alguns inimigos”, assume, enquanto cumprimenta emocionado o seu ex-pupilo Francis Obikwelu (fotos), que, agora com 35 anos, surge de surpresa, antes de mais um treino no CAR do Jamor.
“A verdade”, justifica “é que os portugueses são sempre bem recebidos, ao contrário de espanhóis, franceses ou ingleses. Por onde tenho passado, somos considerados o povo mais dinâmico e que não cria problemas.”
Hoje, na Turquia, descobre uma nova cultura. “Os turcos são loucos por desporto.Adoram basquetebol. futebol, atletismo. Há um grande investimento. Mas o desporto na Turquia está a viver uma grande revolução. Foram detetados, só no atletismo 49 casos de ‘doping’. Por isso os dirigentes decidiram tomar uma corajosa medida ao realizar mais de 1600 controlos ‘antidoping’ em todo o desporto para credibilizar o país. “Eu surjo na Turquia nestas nova fase em que tudo está tudo a começar praticamente de novo”. O objetivos assumido no contrato com as entidades desportivas turcas passa por “colocar um atleta na final dos 100 metros e conseguir apurar quatro estafetas turcas para os Jogos do Rio de Janeiro 2016”.
24 de Setembro de 2014
A nova vida dos campeões
Fernanda Ribeiro abre Academia na Maia. Carlos Lopes é diretor do atletismo do Sporting. Rosa Mota é vice presidente do COP. Nelson Évora reapareceu este Verão no Europeu.
Na politica, no dirigismo, como treinadores ou ainda a competir, os quatro campeões olímpicos de Portugal iniciaram recentemente novas fases nas suas carreiras, mantendo-se ligados ao desporto.
Nelson Évora é o único no activo, os outros três, de uma forma mais discreta ou mediática, assumiram, no pós carreira, papeis importantes no desporto nacional, contrariando, em parte, aquilo que tem vindo a ser um dos problemas graves do desporto de alta competição em Portugal: o pós carreira.
Fernanda Ribeiro apresenta amanhã no Forum da Maia uma Academia de atletismo com o seu nome. Após um longa carreira e um período de afastamento da modalidade, a campeã nos 10 000 m de Atlanta 1996 pretende iniciar agora uma nova fase na sua vida. Aos 45 anos, a antiga fundista do FC Porto irá disponibilizar apoio técnico na pista da Maia a jovens e adultos que pretendam praticar Atletismo. Para além da sua experiência, a mais medalhada atleta nacional conta com a colaboração de treinadores como Nogueira da Costa, actual técnico de Jessica Augusto e José Barros, diretor técnico da Associação de Atletismo de Lisboa. Esta é uma boa notícia para o Atletismo que assim vê Fernanda Ribeiro desenvolver um projecto para o futuro em vez de ficar "agarrada" ao seu glorioso passado desportivo.
Carlos Lopes é o responsável pelo Atletismo do clube de Alvalade. O campeão da maratona de Los Angeles 1984 assumiu a liderança da modalidade dos 'leões' com a direção de Bruno de Carvalho.Sem diretor técnico, após a saída de Bernardo Manuel e com constrangimentos financeiros, Lopes, 67 anos, tem esta época a difícil missão de manter a equipa feminina campeã - a competir com o rival Benfica - já que, tudo indica, a equipa masculina de pista não será prioridade do Sporting. Em simultâneo, o antigo maratonista pretende recuperar o "seu" sector de meio fundo e fundo. Estes serão, talvez,os maiores desafios desportivos que Lopes enfrenta, após ter terminado a sua carreira competitiva.
Rosa Mota, 56 anos, é vice presidente do COP na equipa liderada por José Manuel Constantino. A campeã da Maratona em Seul 1988 esteve ligada à candidatura do antigo presidente da Confederação e do IDP e tem neste momento um papel activo em toda a politica do Comité Olímpico de Portugal. Nunca um atleta português teve tanta influência e poder junto dos organismos políticos nacionais.
Évora, o único no activo, recupera de um longo período de lesões. O benfiquista, com 30 anos, campeão olímpico no triplo salto de de Pequim 2008, foi sexto no Europeu de Zurique em Agosto e deu indicações que poderá estar recuperado fisicamente para o Rio 2016.
Apesar de terem traçado caminhos difíceis durante e no pós carreira, estes são claramente casos de sucesso na integração de atletas que atingiram o ponto mais alto na alta competição. Mesmo Nelson Évora, que ainda poderá muito dar ao Atletismo, não deverá ter grandes problemas quando abandonar as pistas.
O problema existe mesmo para dezenas e dezenas de atletas que atingiram patamares elevados na alta competição, participando em Europeus, Mundiais e Jogos. Quando abandonam, já depois dos 30, ninguém se lembra deles. Sem formação académica e meios de subsistência desaparecem, tornam-se "invisíveis" e não conseguem iniciar um novo ciclo nas suas vidas.
PS : Fernando Mamede, que faz 63 anos no sábado, não foi campeão olímpico mas foi recordista mundial. Aquele que foi um dos melhores fundistas do mundo tornou-se "invisível".
26 de Outubro de 2014
"Partem derrotados" *
... e ele interrompeu e questionou:
- É como lançar 100 sementes à terra e dessas apenas 10 germinarem?
Achei a metáfora boa e respondi:
- Sim. Mas é pior. Hoje nem sequer se lança as sementes à terra. Parte-se do principio que as sementes são fracas e a terra infértil. Deixou-se de produzir. De apoiar quem produzia,quem cuidava da terra, quem semeava.
Voltou a questionar:
- Mas essas mesmas sementes, essas mesmas terras já foram muito férteis...
- Sim! muito. Imagina que houve tempos em que lançavas as mesmas 100 sementes e a terra fazia crescer 75. É muito.
Domingo, 7 de dezembro 2014, V Congresso Internacional da Corrida
Coloquei duas questões a António Graça, doutorado em treino desportivo, técnico nacional de meio-fundo da FPA.
1. Entre os inúmeros factores que podemos encontrar para explicar a crise do meio fundo e fundo em Portugal, no seu entender, quais são os mais importantes?
Resposta: «Nunca pensei dizer isto em público mas estou convencido que o meio-fundo e fundo nacional não voltarão a atingir o nível que já apresentou no passado recente. Entre os vários factores, uns directos outros indirectos, destaco as alterações sociais que Portugal viveu nas últimas décadas. Assistimos a níveis de sedentarismo elevadíssimos com taxas de obesidade a atingir os 50% entre os jovens. Por outro lado, segundo um estudo elaborado por mim, 90% dos abandonos precoces dos jovens atletas são justificados pela incapacidade de conciliar a carreira de alta competição com a carreira universitária. O sistema não enquadra esse jovens. Assistimos ainda a um desinvestimento nas corridas de resistência. Falta competições para os jovens como o Crosse Internacional de Lisboa."
2. Como técnico nacional de meio-fundo da FPA que medidas pensa implementar para travar ou minimizar essa mesma crise do sector?
Resposta: «Nas áreas que controlamos, pretendemos apoiar todas essas competições para jovens e promover e apoiar o trabalho dos treinadores.Noutros tempos houve treinadores com sensibilidade fantástica que compensava a falta de apoio cientifico. No meu entender o "Atletismo total", do qual eu sou adepto e defensor, deixou para segundo plano o sector de meio-fundo.»
* "Vocês partem derrotados", afirmou no final um dos velhos treinadores presentes no Congresso Internacional da Corrida.
- É como lançar 100 sementes à terra e dessas apenas 10 germinarem?
Achei a metáfora boa e respondi:
- Sim. Mas é pior. Hoje nem sequer se lança as sementes à terra. Parte-se do principio que as sementes são fracas e a terra infértil. Deixou-se de produzir. De apoiar quem produzia,quem cuidava da terra, quem semeava.
Voltou a questionar:
- Mas essas mesmas sementes, essas mesmas terras já foram muito férteis...
- Sim! muito. Imagina que houve tempos em que lançavas as mesmas 100 sementes e a terra fazia crescer 75. É muito.
Domingo, 7 de dezembro 2014, V Congresso Internacional da Corrida
Coloquei duas questões a António Graça, doutorado em treino desportivo, técnico nacional de meio-fundo da FPA.
1. Entre os inúmeros factores que podemos encontrar para explicar a crise do meio fundo e fundo em Portugal, no seu entender, quais são os mais importantes?
Resposta: «Nunca pensei dizer isto em público mas estou convencido que o meio-fundo e fundo nacional não voltarão a atingir o nível que já apresentou no passado recente. Entre os vários factores, uns directos outros indirectos, destaco as alterações sociais que Portugal viveu nas últimas décadas. Assistimos a níveis de sedentarismo elevadíssimos com taxas de obesidade a atingir os 50% entre os jovens. Por outro lado, segundo um estudo elaborado por mim, 90% dos abandonos precoces dos jovens atletas são justificados pela incapacidade de conciliar a carreira de alta competição com a carreira universitária. O sistema não enquadra esse jovens. Assistimos ainda a um desinvestimento nas corridas de resistência. Falta competições para os jovens como o Crosse Internacional de Lisboa."
2. Como técnico nacional de meio-fundo da FPA que medidas pensa implementar para travar ou minimizar essa mesma crise do sector?
Resposta: «Nas áreas que controlamos, pretendemos apoiar todas essas competições para jovens e promover e apoiar o trabalho dos treinadores.Noutros tempos houve treinadores com sensibilidade fantástica que compensava a falta de apoio cientifico. No meu entender o "Atletismo total", do qual eu sou adepto e defensor, deixou para segundo plano o sector de meio-fundo.»
* "Vocês partem derrotados", afirmou no final um dos velhos treinadores presentes no Congresso Internacional da Corrida.
O cubano que criou raízes em Portugal
Portugal é já o seu país de adopção. Orgulha-se de o conhecer de norte a sul. Fala de Portugal como se tivesse a falar de Cuba. E de Lisboa como se fosse Havana, a sua terra. "Somos povos parecidos. Latinos. Temos a proximidade do idioma mas também da burocracia", diz a sorrir, como algo normal, inevitável. "Somos assim" mas também "não queremos ser outra coisa. Não queremos ser nórdicos, alemães... ou norte americano". Gustavo Ventura trouxe de Cuba a simpatia e a humildade das Caraíbas mas também o rigor e a disciplina que faz daquela pequena ilha uma potência mundial no desporto.
No Atletismo "todos o conhecem".Tem amigos "em todo o lado". A sua simpatia é contagiante. Gustavo Ventura vive em Portugal desde Dezembro de 2003. Chegou a Lisboa a convite da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) - com Fernando Mota a presidente e Jorge Vieira a director técnico nacional. O licenciado em Cultura Física e Desporto é hoje o técnico que "dá apoio" aos atletas de alta competição na "área de 'força' e na verificação e correcção de erros" no ginásio do Centro de Alto Rendimento do Jamor (CAR). Em simultâneo, o especialista em lançamentos, velocidade e saltos dá ainda "apoio técnico" a Francis Obikwelu.
"São os atletas que defendem a minha presença no Centro. Sinto que me respeitam", atira com orgulho entre o português e o castelhano. Gustavo recorda o seu percurso. "Vim para Portugal a convite directo da FPA e não ao abrigo de protocolos de Estado. Se me atribuem esta função é porque acreditam em mim... no meu trabalho". Mas não esconde que "gostava de poder desenvolver o treino com um grupo de atletas".
Questionado sobre o que pensa dos atletas portugueses, responde: "Todos trabalham muito para evoluir. Independentemente do valor de cada um são atletas muito dedicados. Sobre isso não há duvidas."
Entre 2005 e 2006 treinou Marco Fortes. Atleta que voltou a orientar a partir de Janeiro de 2014. O lançador do Benfica - anteriormente orientado pelo ucraniano Vladimir Zinchenko, antigo campeão do lançamento do disco radicado em Portugal -, teve oportunidade de elogiar o trabalho de Gustavo Ventura: "Tive a possibilidade de ser orientado pelo técnico cubano Gustavo Ventura. Devo-lhe boa parte da minha recuperação mas, infelizmente, ele, na altura, teve que regressar ao seu país", recorda o atleta em Outubro de 2014.
Hoje, existem centenas de treinadores cubanos por todo o Mundo. O pequeno pais das Caraíbas é conhecido por ser o maior "exportador" mundial de médicos mas também de treinadores. Em Portugal já viveram mais de 1000 cubanos. Treinadores, conhecemos, pelo menos, quatro: Juan Diaz e Orlando Samuel (Voleibol), Daniel Nunez (Halterofilismo), Raul Trujilho (Luta) e Gustavo Ventura (Atletismo).
Desde 1992 que o Estado cubano assina protocolos de cooperação com outros países. "O país precisa de recursos e esta é uma forma de contribuirmos para a sua economia, com a exportação de especialistas", justifica de forma clara sem fugir às questões.
"Para mim, pessoalmente é uma experiência positiva, um teste para o conhecimento. Ensinar, aprender, evoluir."
Há quatro anos que não vai a Cuba. "Já tive hipóteses de ir mas não tem dado... as viagens são caras", responde, sem esconder a saudade da família com quem fala regularmente por telefone e internet.
Sobre a possibilidade de experiências em outros países não esconde que "se adaptou bem" a Portugal. "Aqui pago os meus impostos", assume, sempre com frontalidade, que "apesar de ganhar pouco, o importante é a estabilidade, o meu equilíbrio espiritual, a minha felicidade".
O ex-técnico de Sílvia Cruz "já teve hipóteses de estagiar em países como Espanha, Israel e Holanda mas "o idioma, a alimentação acabaram por pesar na opção de continuar em Portugal. Conheço bem o país... de norte a sul e ilhas. Tenho amigos por todo o lado. Em Linda-a-Velha, onde moro, toda a gente me conhece. Criei raízes em Portugal, país que considera ter "muita coisa parecida" com Cuba: "As pessoas. Somos latinos. O idioma mas também a burocracia."
29 de Outubro de 2014
Ensaio sobre a velhice
Veteranos dominam o desporto?
O tema não é novo: Há três dias o ciclista alemão Jens Voigt pedalou 51,115 km durante uma hora no Velódromo de Grenchen, na Suíça. O seu recorde mundial marcou o final de carreira do atleta, um dia após completar 43 anos.
Nos últimos tempos tem-se sucedido um, aparentemente invulgar, número de casos de “avozinhos” que desafiam os jovens entre os 20 e os 30 anos. Ciclistas, fundistas, nadadores e ginastas estão cada vez mais velhos. É um facto. Será que algo está a mudar?
Assim, de memória, recordamos quatro casos de veteranos - mas muitos mais há -, que nos deixam boquiabertos com as suas ‘performances’.
Lembram-se há um ano, quando norte-americano Christopher Horner passou a ser o mais velho vencedor da Vuelta, aos 41 anos, deixando para trás o italiano Vincenzo Nibali?
Ainda no ciclismo, viram em 2011, Cadel Evans tornar-se o mais velho vencedor do Tour, desde a década de 40, superando por pouco o italiano Gino Bartali? Ambos venceram com 34 anos, mas o australiano é um pouco mais jovem.
Ainda assim, o vencedor mais velho de todos os tempos foi Firmin Lambot, da Bélgica, campeão em 1922 aos 36 anos.
Bernard Hopkins é um exemplo desta impressionante longevidade, no pugilismo. A 19 de abril, aos 49 anos (isso mesmo), o americano bateu o cazaque Beibut Shumenov, de 30 anos, e aumentou o seu próprio recorde como o mais velho campeão mundial. Em 2011, já havia superado o recorde que pertencia ao mítico George Foreman (campeão aos 45 anos e 299 dias) quando derrotou o canadiano Jean Pascal e ganhou os títulos da Organização Mundial (IBO) e do Conselho Mundial de Boxe (WBC) aos 46 anos e 126 dias.
No Europeu de Atletismo em Zurique 2014, a britânica Jo Pavey - que Dulce Félix e Sara Moreira conhecem bem -, venceu os 10.000 m, menos de um ano depois de ter dado à luz o segundo filho e 39 dias antes de completar 41 anos. Com esta vitória no Letzigrund Stadium, tornou-se a mais velha campeã da Europa.
Bem… pergunta óbvia: o que é que justifica esta longevidade, esta capacidade de treino, recuperação e motivação que leva os atletas a idades para além dos 40?
Dizem os “especialistas” que “o que tem acontecido é que hoje os veteranos tem mais preocupações com as suas carreiras, tem mais conhecimentos sobre treino, prevenção de lesões e nutrição, factores que permitem aumentar a suas carreiras".
Antes, por falta de conhecimento algumas pequenas lesões, quando não tratadas, tornavam-se lesões graves e por vezes precipitavam o fim da carreira dos atletas. Hoje há acesso a algumas medidas simples como descanso, gelo, alongamento e fisioterapia o que em poucos dias reabilita o atleta para continuar a treinar.
A nutrição é outro ponto que contribui muito para o aumento da ‘performance’ em atletas mais velhos. Com a nutrição correta é possível recuperar-se mais rápido o que melhora o ritmo de treino e permite o atleta treinar mais e de forma mais intensa o que contribui para melhores resultados.
Outro ponto que contribui para a ‘performance’ de atletas mais velhos são “rotinas mais saudáveis”. Normalmente atletas mais velhos tem vidas mais estabilizadas. Estão financeiramente mais seguros do que quando jovens e tendem a ter rotinas mais constante. Normalmente comem alimentos de melhor qualidade, dormem mais e tem condições financeiras para investir nas suas carreiras.
Um dos especialistas que defende estas “óbvias justificações” é norte americano Chris Carmichael, ex-treinador de Lance Armstrong e do ultramaratonista Dean Karnazes. Carmichael sabe muito de treino. Foi ciclista profissional e ajudou a preparar duas equipas olímpicas.Contribuiu com oito medalhas para os Estados Unidos.
Como perceberam esta minha escolha não é inocente. Tudo isto que Chris Carmichael defende é muito importante mas é o óbvio.
Carmichael defende ainda as novas tecnologias para ajudar a melhorar a longevidade mas há um aspecto que o treinador norte americano não aborda: a idade com que se começa a ser fisicamente “espremido” (a expressão não é minha). “Espremer o limão” tirando-lhe o sumo todo, era um conceito muito discutido há alguns anos em Portugal para perceber os resultados fantásticos de alguns jovens campeões.
Curiosamente, Jens Voigt, nascido na antiga RDA em 1971, chegou tarde ao ciclismo profissional, apenas aos 23 anos, depois de ter passado quatro anos a cumprir o serviço militar. O mesmo terá acontecido aos outros exemplos que me lembrei: começaram a ser “espremidos” (desculpem mais uma vez o termo) mais tarde ou tiveram longos períodos de paragem nas suas carreiras por opção ou lesão.
Bem, isto não é simples mas para nós, portugueses, nada disto é novo. O que não nos falta é exemplos de atletas de alto nível que aos 30 e muitos, ou mesmo quarenta e poucos, ainda estavam entre os melhores nacionais e mesmo do mundo. Joaquim Agostinho, Venceslau Fernandes, Carlos Lopes ou mesmo Fernanda Ribeiro tiveram longas e gloriosas carreiras.
“Sempre fomos bons no que toca a atletas de alto nível com idade avançado”.
Um amigo meu, que sabe de desporto, quanto a isto, atira logo: “É verdade, somos bons a destruir atletas com carreiras precoces. Claro, os que ‘sobrevivem’ são mesmo os melhores e esses sim resistem até muito tarde.” Uma meia verdade que terá acontecido até há duas década com a população portuguesa vítima de uma elevada taxa de mortalidade infantil. Muitos dos que sobreviviam tinham vidas longas. Realidade que não serve de exemplo.
No atletismo, então, temos inúmeros casos de surpreendente longevidade.
Fernanda Ribeiro começou a correr com 10 anos e terminou a carreira aos 39 na maratona, depois de participar em cinco jogos olímpicos e conseguir ser a mais medalhada atletas portuguesa, com destaque para o ouro olímpico nos 10 000 metros de Atlanta’96.
Com 23 anos, a campeã europeia e vice-campeã mundial de juniores estava a sentir claras dificuldades de transição para a competição sénior e os fracos resultados levaram-na a ponderar mesmo abandonar o atletismo. Devido à excelente orientação técnica do seu treinador, João Campos (e à providência divina, como em tudo o que acontece neste país) a atleta alcançou a sua primeira medalha em grandes competições seniores, e logo o ouro em 1994. Em Paris, a atleta portista não só se sagrou campeã da Europa indoor, como bateu o recorde nacional dos 3000 metros, que pertencia a Albertina Dias.
Mas o caso mais impressionante é o de Carlos Lopes, campeão olímpico da maratona em Los Angeles’84, aos 37 anos . Oito anos antes, Lopes saiu do Estádio Olímpico de Montreal 1976, com a medalha de prata nos 10.000 metros, perdendo à entrada para a última volta com o finlandês Lasse Viren.
"Essa derrota ensinou-me imenso, deu-me outras garantias para o futuro, tirei proveito dela. Vencido mas não convencido, e ainda hoje não estou convencido", recorda o ex-atleta. Prometeu voltar. Não o fez em Moscovo'80 mas em Los Angeles’84, ganhou a maratona de forma fantástica.
"Oito anos depois consegui ser medalha de ouro olímpico, mas entretanto fiz uma 'travessia no deserto', por causa das lesões nos tendões de Aquiles, quando me deram quase como com a carreira terminada", relembra o primeiro campeão português, que entre 1978 e 1982 praticamente não correu a alto nível, por sucessivas lesões.
Joaquim Agostinho, que começou a praticar ciclismo no Sporting com 25 anos, faleceu após queda quando liderava a Volta ao Algarve em 1984, com 41 anos. O melhor ciclista português de todos os tempos terminou duas vezes no pódio do Tour (78 e 79) e venceu a mítica etapa do Alpe d'Huez com 36 anos.
Ainda em 1984, Venceslau Fernandes venceu a Volta a Portugal quando já contava 39 anos. Ao fim de 25 anos a pedalar, terminou a sua carreira com 46 anos participando na Volta a Portugal.
“Era capaz de correr até aos 50 anos… era a minha meta”, disse o velho ciclista, motivo pelo qual era chamado carinhosamente na Volta de "Velho Lau”.
PS: A 14 de Setembro, no dia do seu 28.º aniversário, a filha de Venceslau, Vanessa Fernandes anunciou que iria regressar para tentar os Jogos do Rio 2016.
21 de Setembro de 2014
O tema não é novo: Há três dias o ciclista alemão Jens Voigt pedalou 51,115 km durante uma hora no Velódromo de Grenchen, na Suíça. O seu recorde mundial marcou o final de carreira do atleta, um dia após completar 43 anos.
Nos últimos tempos tem-se sucedido um, aparentemente invulgar, número de casos de “avozinhos” que desafiam os jovens entre os 20 e os 30 anos. Ciclistas, fundistas, nadadores e ginastas estão cada vez mais velhos. É um facto. Será que algo está a mudar?
Assim, de memória, recordamos quatro casos de veteranos - mas muitos mais há -, que nos deixam boquiabertos com as suas ‘performances’.
Lembram-se há um ano, quando norte-americano Christopher Horner passou a ser o mais velho vencedor da Vuelta, aos 41 anos, deixando para trás o italiano Vincenzo Nibali?
Ainda no ciclismo, viram em 2011, Cadel Evans tornar-se o mais velho vencedor do Tour, desde a década de 40, superando por pouco o italiano Gino Bartali? Ambos venceram com 34 anos, mas o australiano é um pouco mais jovem.
Ainda assim, o vencedor mais velho de todos os tempos foi Firmin Lambot, da Bélgica, campeão em 1922 aos 36 anos.
Bernard Hopkins é um exemplo desta impressionante longevidade, no pugilismo. A 19 de abril, aos 49 anos (isso mesmo), o americano bateu o cazaque Beibut Shumenov, de 30 anos, e aumentou o seu próprio recorde como o mais velho campeão mundial. Em 2011, já havia superado o recorde que pertencia ao mítico George Foreman (campeão aos 45 anos e 299 dias) quando derrotou o canadiano Jean Pascal e ganhou os títulos da Organização Mundial (IBO) e do Conselho Mundial de Boxe (WBC) aos 46 anos e 126 dias.
No Europeu de Atletismo em Zurique 2014, a britânica Jo Pavey - que Dulce Félix e Sara Moreira conhecem bem -, venceu os 10.000 m, menos de um ano depois de ter dado à luz o segundo filho e 39 dias antes de completar 41 anos. Com esta vitória no Letzigrund Stadium, tornou-se a mais velha campeã da Europa.
Bem… pergunta óbvia: o que é que justifica esta longevidade, esta capacidade de treino, recuperação e motivação que leva os atletas a idades para além dos 40?
Dizem os “especialistas” que “o que tem acontecido é que hoje os veteranos tem mais preocupações com as suas carreiras, tem mais conhecimentos sobre treino, prevenção de lesões e nutrição, factores que permitem aumentar a suas carreiras".
Antes, por falta de conhecimento algumas pequenas lesões, quando não tratadas, tornavam-se lesões graves e por vezes precipitavam o fim da carreira dos atletas. Hoje há acesso a algumas medidas simples como descanso, gelo, alongamento e fisioterapia o que em poucos dias reabilita o atleta para continuar a treinar.
A nutrição é outro ponto que contribui muito para o aumento da ‘performance’ em atletas mais velhos. Com a nutrição correta é possível recuperar-se mais rápido o que melhora o ritmo de treino e permite o atleta treinar mais e de forma mais intensa o que contribui para melhores resultados.
Outro ponto que contribui para a ‘performance’ de atletas mais velhos são “rotinas mais saudáveis”. Normalmente atletas mais velhos tem vidas mais estabilizadas. Estão financeiramente mais seguros do que quando jovens e tendem a ter rotinas mais constante. Normalmente comem alimentos de melhor qualidade, dormem mais e tem condições financeiras para investir nas suas carreiras.
Um dos especialistas que defende estas “óbvias justificações” é norte americano Chris Carmichael, ex-treinador de Lance Armstrong e do ultramaratonista Dean Karnazes. Carmichael sabe muito de treino. Foi ciclista profissional e ajudou a preparar duas equipas olímpicas.Contribuiu com oito medalhas para os Estados Unidos.
Como perceberam esta minha escolha não é inocente. Tudo isto que Chris Carmichael defende é muito importante mas é o óbvio.
Carmichael defende ainda as novas tecnologias para ajudar a melhorar a longevidade mas há um aspecto que o treinador norte americano não aborda: a idade com que se começa a ser fisicamente “espremido” (a expressão não é minha). “Espremer o limão” tirando-lhe o sumo todo, era um conceito muito discutido há alguns anos em Portugal para perceber os resultados fantásticos de alguns jovens campeões.
Curiosamente, Jens Voigt, nascido na antiga RDA em 1971, chegou tarde ao ciclismo profissional, apenas aos 23 anos, depois de ter passado quatro anos a cumprir o serviço militar. O mesmo terá acontecido aos outros exemplos que me lembrei: começaram a ser “espremidos” (desculpem mais uma vez o termo) mais tarde ou tiveram longos períodos de paragem nas suas carreiras por opção ou lesão.
Bem, isto não é simples mas para nós, portugueses, nada disto é novo. O que não nos falta é exemplos de atletas de alto nível que aos 30 e muitos, ou mesmo quarenta e poucos, ainda estavam entre os melhores nacionais e mesmo do mundo. Joaquim Agostinho, Venceslau Fernandes, Carlos Lopes ou mesmo Fernanda Ribeiro tiveram longas e gloriosas carreiras.
“Sempre fomos bons no que toca a atletas de alto nível com idade avançado”.
Um amigo meu, que sabe de desporto, quanto a isto, atira logo: “É verdade, somos bons a destruir atletas com carreiras precoces. Claro, os que ‘sobrevivem’ são mesmo os melhores e esses sim resistem até muito tarde.” Uma meia verdade que terá acontecido até há duas década com a população portuguesa vítima de uma elevada taxa de mortalidade infantil. Muitos dos que sobreviviam tinham vidas longas. Realidade que não serve de exemplo.
No atletismo, então, temos inúmeros casos de surpreendente longevidade.
Fernanda Ribeiro começou a correr com 10 anos e terminou a carreira aos 39 na maratona, depois de participar em cinco jogos olímpicos e conseguir ser a mais medalhada atletas portuguesa, com destaque para o ouro olímpico nos 10 000 metros de Atlanta’96.
Com 23 anos, a campeã europeia e vice-campeã mundial de juniores estava a sentir claras dificuldades de transição para a competição sénior e os fracos resultados levaram-na a ponderar mesmo abandonar o atletismo. Devido à excelente orientação técnica do seu treinador, João Campos (e à providência divina, como em tudo o que acontece neste país) a atleta alcançou a sua primeira medalha em grandes competições seniores, e logo o ouro em 1994. Em Paris, a atleta portista não só se sagrou campeã da Europa indoor, como bateu o recorde nacional dos 3000 metros, que pertencia a Albertina Dias.
Mas o caso mais impressionante é o de Carlos Lopes, campeão olímpico da maratona em Los Angeles’84, aos 37 anos . Oito anos antes, Lopes saiu do Estádio Olímpico de Montreal 1976, com a medalha de prata nos 10.000 metros, perdendo à entrada para a última volta com o finlandês Lasse Viren.
"Essa derrota ensinou-me imenso, deu-me outras garantias para o futuro, tirei proveito dela. Vencido mas não convencido, e ainda hoje não estou convencido", recorda o ex-atleta. Prometeu voltar. Não o fez em Moscovo'80 mas em Los Angeles’84, ganhou a maratona de forma fantástica.
"Oito anos depois consegui ser medalha de ouro olímpico, mas entretanto fiz uma 'travessia no deserto', por causa das lesões nos tendões de Aquiles, quando me deram quase como com a carreira terminada", relembra o primeiro campeão português, que entre 1978 e 1982 praticamente não correu a alto nível, por sucessivas lesões.
Joaquim Agostinho, que começou a praticar ciclismo no Sporting com 25 anos, faleceu após queda quando liderava a Volta ao Algarve em 1984, com 41 anos. O melhor ciclista português de todos os tempos terminou duas vezes no pódio do Tour (78 e 79) e venceu a mítica etapa do Alpe d'Huez com 36 anos.
Ainda em 1984, Venceslau Fernandes venceu a Volta a Portugal quando já contava 39 anos. Ao fim de 25 anos a pedalar, terminou a sua carreira com 46 anos participando na Volta a Portugal.
“Era capaz de correr até aos 50 anos… era a minha meta”, disse o velho ciclista, motivo pelo qual era chamado carinhosamente na Volta de "Velho Lau”.
PS: A 14 de Setembro, no dia do seu 28.º aniversário, a filha de Venceslau, Vanessa Fernandes anunciou que iria regressar para tentar os Jogos do Rio 2016.
21 de Setembro de 2014
O que têm em comum João Lagos, Carlos Barbosa e Carlos Móia?
São conhecidos empresários. Organizam os três maiores eventos desportivos em Portugal, consagrados, em Diário da República, "provas de interesse público".
João Lagos foi o diretor, durante 25 anos, do maior torneio de ténis nacional. Carlos Barbosa é o patrão do Rali de Portugal há 10 anos. Carlos Móia é o organizador da Meia Maratona de Lisboa desde 1991. Mega eventos desportivos, que sobreviveram, até hoje, de patrocinadores institucionais, de apoios de câmaras municipais, facilidades logísticas e dinheiros públicos. Empresários queixam-se de "andar de mão estendida" a pedir dinheiro ao Governo.João Lagos confirmou ontem o fim do Portugal Open. O empresário revelou "falta de condições" para continuar a organizar o principal torneio português de ténis há 25 anos.Orçado em 3,5 milhões de euros, vai deixar o calendário ATP. A informação, avançada pelo "Diário de Notícias", foi confirmada pelo próprio João Lagos em comunicado: "Com uma vida empresarial de mais de 40 anos de sucesso internacionalmente reconhecido, João Lagos tomou esta semana a mais difícil decisão da sua actividade profissional - abdicando de levar a cabo a organização do Portugal Open 2015. "Oxalá, o mesmo não suceda a outros eventos de renome internacional, como é o caso do Rally de Portugal", frisou o empresário para quem as autoridades competentes não tiveram "a visão que se impunha para dar ao Open as condições mínimas que desde há muito era merecedor".
Já no ano passado, face à dificuldade de encontrar apoios e patrocínios, o empresário só à última hora encontrara meios para concretizar a 25.ª edição do torneio. Em Fevereiro, o Governo, através de despacho assinado por Emídio Guerreiro, secretário de Estado do Desporto, concedera estatuto de evento com interesse público ao Portugal Open, considerando que reflectia "os objectivos estratégicos do Governo para o Desporto", sendo "reconhecido como um evento desportivo de excelência no panorama do ténis nacional e internacional e potenciando a imagem do país no universo do desporto internacional". Além disso era ainda considerado que a prova "assume relevância desportiva, é estímulo ao aumento da prática desportiva, em especial para os jovens, contribuindo para a notoriedade do desporto português a nível internacional e para a notoriedade do país como local privilegiado para a realização de grandes eventos desportivos".
Carlos Barbosa, presidente do ACP desde 2004, anunciou em julho que o Rali de Portugal iria regressar em 2015 aos troços nortenhos, dez anos depois de rolar pelo sul. A prova com o patrocínio do Turismo de Portugal e da Vodafone, Parte para a estrada a 21 de maio pelo voluntarismo de 12 municípios, um acordo de investimento de um milhão de euros. "Custa à volta de três milhões, o Estado dá-me um milhão e meio. Não posso deixar de agradecer às câmaras pelo apoio dado ao Rali de Portugal. Sem este apoio e sem o policiamento correto não iríamos para o norte. Aumentámos o investimento na segurança. O rali vai custar mais 500 mil euros. É importante saber que a segurança é fundamental.
Carlos Barbosa à Notícia Magazine: "É uma coisa dramática de organizar porque todos os anos ando de mão estendida a pedir dinheiro ao Governo. Custa à volta de três milhões, o Estado dá-me um milhão e meio. Tudo o resto é patrocinadores. O Laurentino Dias [ex-secretário de Estado] disse que dava e não me deu nada. Enganou-me, mentiu-me e tive um prejuízo brutal. Prometeu-me 500 mil euros em cada ano e levei uma bolada de um milhão. É sempre um drama todos os anos. Não faz sentido, sendo o Rali de Portugal o maior evento desportivo depois do Euro 2004, que todos os anos traz um retorno de cem milhões, 55 milhões em dinheiro real, em três dias, em comidas, dormidas, o Estado não suportar. Devia ter um contrato de programa… Há muitos países que querem entrar para o campeonato do mundo, a Rússia, a China, o Brasil. Vai só haver seis provas do campeonato do mundo na Europa, Portugal é considerado um dos melhores ralis do mundo, e estamos a discutir um milhão e 500 mil. Mas depois vemos a Câmara de Lisboa dar, através da ATL, três milhões e meio para os barcos da Ocean Race encostarem aqui dois dias. São coisas que não consigo perceber."
Carlos Móia, num momento em que revelou sentir-se cansado, teve a ideia de fazer crescer os seus projetos com a abertura ao exterior, associou-se em 2011 ao grupo norte-americano "Competitors Group" na meia-maratona de Lisboa (que atravessa a 25 de Abril), a Meia Maratona de Portugal (Ponte Vasco da Gama) e à Corrida da Mulher provas que tem como principais patrocinadores a EDP, o IPDJ e a CM Lisboa. A "Rock'n'roll Marathon Series" engloba um conjunto de provas nos Estados Unidos, mas também na Europa, nomeadamente em Madrid (Espanha) e Edimburgo (Escócia), com uma participação de mais de meio milhão de corredores em 28 corridas.
Organizada pelo Maratona Clube de Portugal, a Meia Maratona de Lisboa foi consagrada prova de 'interesse público' pelo Governo português quer pelo seu relevo no domínio do desporto federado, quer no âmbito do desporto para todos. Orçado entre os "700 [mil euros] e um milhão de euros, o evento, considera o Governo, destaca-se principalmente pela capacidade de unir gerações na prática desportiva e por promover a inclusão. "O evento é capaz de abranger desde a população juvenil à população sénior e de apoiar o desenvolvimento do desporto para pessoas com deficiência", pode ler-se no despacho publicado no Diário da República.
João Lagos foi o diretor, durante 25 anos, do maior torneio de ténis nacional. Carlos Barbosa é o patrão do Rali de Portugal há 10 anos. Carlos Móia é o organizador da Meia Maratona de Lisboa desde 1991. Mega eventos desportivos, que sobreviveram, até hoje, de patrocinadores institucionais, de apoios de câmaras municipais, facilidades logísticas e dinheiros públicos. Empresários queixam-se de "andar de mão estendida" a pedir dinheiro ao Governo.João Lagos confirmou ontem o fim do Portugal Open. O empresário revelou "falta de condições" para continuar a organizar o principal torneio português de ténis há 25 anos.Orçado em 3,5 milhões de euros, vai deixar o calendário ATP. A informação, avançada pelo "Diário de Notícias", foi confirmada pelo próprio João Lagos em comunicado: "Com uma vida empresarial de mais de 40 anos de sucesso internacionalmente reconhecido, João Lagos tomou esta semana a mais difícil decisão da sua actividade profissional - abdicando de levar a cabo a organização do Portugal Open 2015. "Oxalá, o mesmo não suceda a outros eventos de renome internacional, como é o caso do Rally de Portugal", frisou o empresário para quem as autoridades competentes não tiveram "a visão que se impunha para dar ao Open as condições mínimas que desde há muito era merecedor".
Já no ano passado, face à dificuldade de encontrar apoios e patrocínios, o empresário só à última hora encontrara meios para concretizar a 25.ª edição do torneio. Em Fevereiro, o Governo, através de despacho assinado por Emídio Guerreiro, secretário de Estado do Desporto, concedera estatuto de evento com interesse público ao Portugal Open, considerando que reflectia "os objectivos estratégicos do Governo para o Desporto", sendo "reconhecido como um evento desportivo de excelência no panorama do ténis nacional e internacional e potenciando a imagem do país no universo do desporto internacional". Além disso era ainda considerado que a prova "assume relevância desportiva, é estímulo ao aumento da prática desportiva, em especial para os jovens, contribuindo para a notoriedade do desporto português a nível internacional e para a notoriedade do país como local privilegiado para a realização de grandes eventos desportivos".
Carlos Barbosa, presidente do ACP desde 2004, anunciou em julho que o Rali de Portugal iria regressar em 2015 aos troços nortenhos, dez anos depois de rolar pelo sul. A prova com o patrocínio do Turismo de Portugal e da Vodafone, Parte para a estrada a 21 de maio pelo voluntarismo de 12 municípios, um acordo de investimento de um milhão de euros. "Custa à volta de três milhões, o Estado dá-me um milhão e meio. Não posso deixar de agradecer às câmaras pelo apoio dado ao Rali de Portugal. Sem este apoio e sem o policiamento correto não iríamos para o norte. Aumentámos o investimento na segurança. O rali vai custar mais 500 mil euros. É importante saber que a segurança é fundamental.
Carlos Barbosa à Notícia Magazine: "É uma coisa dramática de organizar porque todos os anos ando de mão estendida a pedir dinheiro ao Governo. Custa à volta de três milhões, o Estado dá-me um milhão e meio. Tudo o resto é patrocinadores. O Laurentino Dias [ex-secretário de Estado] disse que dava e não me deu nada. Enganou-me, mentiu-me e tive um prejuízo brutal. Prometeu-me 500 mil euros em cada ano e levei uma bolada de um milhão. É sempre um drama todos os anos. Não faz sentido, sendo o Rali de Portugal o maior evento desportivo depois do Euro 2004, que todos os anos traz um retorno de cem milhões, 55 milhões em dinheiro real, em três dias, em comidas, dormidas, o Estado não suportar. Devia ter um contrato de programa… Há muitos países que querem entrar para o campeonato do mundo, a Rússia, a China, o Brasil. Vai só haver seis provas do campeonato do mundo na Europa, Portugal é considerado um dos melhores ralis do mundo, e estamos a discutir um milhão e 500 mil. Mas depois vemos a Câmara de Lisboa dar, através da ATL, três milhões e meio para os barcos da Ocean Race encostarem aqui dois dias. São coisas que não consigo perceber."
Carlos Móia, num momento em que revelou sentir-se cansado, teve a ideia de fazer crescer os seus projetos com a abertura ao exterior, associou-se em 2011 ao grupo norte-americano "Competitors Group" na meia-maratona de Lisboa (que atravessa a 25 de Abril), a Meia Maratona de Portugal (Ponte Vasco da Gama) e à Corrida da Mulher provas que tem como principais patrocinadores a EDP, o IPDJ e a CM Lisboa. A "Rock'n'roll Marathon Series" engloba um conjunto de provas nos Estados Unidos, mas também na Europa, nomeadamente em Madrid (Espanha) e Edimburgo (Escócia), com uma participação de mais de meio milhão de corredores em 28 corridas.
Organizada pelo Maratona Clube de Portugal, a Meia Maratona de Lisboa foi consagrada prova de 'interesse público' pelo Governo português quer pelo seu relevo no domínio do desporto federado, quer no âmbito do desporto para todos. Orçado entre os "700 [mil euros] e um milhão de euros, o evento, considera o Governo, destaca-se principalmente pela capacidade de unir gerações na prática desportiva e por promover a inclusão. "O evento é capaz de abranger desde a população juvenil à população sénior e de apoiar o desenvolvimento do desporto para pessoas com deficiência", pode ler-se no despacho publicado no Diário da República.
Português em SingapuraLuís Cunha é o novo treinador do sector de velocidade e estafetas da selecção de Singapura. O treinador português já foi recebido na cidade Estado do Sudeste Asiático em Dezembro de 2014.O antigo velocista olímpico do Benfica, licenciado em Educação Física, inicia uma "nova aventura" profissional no estrangeiro na sua já longa carreira de treinador. Calvin Kang: Today's The Straits Times has confirmed From December 2014, our new sprints coach will be joining us! Mr Luis Cunha from Portugal! Looking forward to working with him! 6 more months to the 28th SEAG Singapore 2015! #singaporeathletics #ourteamsg#goingforgold #teamsingapore |
O atleta representa...“Para Píndaro (518-438 a.C.) Cada atleta está sozinho, mesmo quando representa uma casa, uma família, uma aldeia, uma cidade ou uma nação. O atleta representa-se a si próprio o seu bairro, a sua religião o atleta representa a sua terra, o seu clube a sua associação a sua federação o comité olímpico o atleta representa o seu país o atleta representa tudo isto... o atleta representa a marca desportiva,,, que o escolheu. PS: a importância que o desporto tem vindo a conquistar na sociedade transformou essa actividade, juntamente com o turismo e o lazer, na terceira maior industria mundial, superada apenas pelas industrias do petróleo e automobilística. Esta posição de destaque tem contribuído para que as mais diversas modalidades desportivas - olímpicas e não olímpicas - praticadas por milhões de pessoas por todo o planeta sofressem uma profunda transformação ao longo dos últimos anos, tanto do ponto de vista das modalidades em si, quanto da expectativa do praticante. "O atleta e o mito do herói: o imaginário desportivo contemporâneo" Por Katia Rubio |
"Levante-se e corra"Ben Bradlee (1921-2014), figura lendária do jornalismo norte-americano e director do Washington Post durante a investigação do escândalo Watergate:
“Os jornalistas tem uma série de trabalhos a fazer. Nenhum deles é sermos amados.Temos que ser respeitados. Não é preciso que gostem de nós.” O controverso diretor, que faleceu na terça-feira, dizia sempre duas coisas aos jovens jornalistas do Washington Post: "Primeiro: se cometer um erro, diga-me imediatamente. Segundo: você está a correr numa pista, tropeça, cai e bate com a cara no chão. Sabe o que isso significa? Levante-se e corra." PS: Ao logo de 22 anos no DN cai e bati com a cara no chão inúmeras vezes mas levantei-me e continuei a correr simplesmente porque gostava muito do que fazia. |
Quando o marido é o melhor treinador
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Vivem juntos. Treinam juntos. São atletas de alta competição. Casaram em 2011 e tem um filho de um ano.
Assinaram recentemente contratos pelo Sporting. Sara Moreira e Pedro Ribeiro formam o mais jovem casal de sucesso do atletismo português. |
Os dois fundistas formam a última dupla "treinador - atleta" do atletismo português que no sector das corridas longas conta com inúmeros casos de sucesso. Sara Moreira para além deste terceiro lugar nos EUA conseguiu, sob a orientação do seu marido - atleta e "treinador de excelência" pela Associação Europeia de Atletismo em 2013 -, o ouro nos 3000 metros 'indoor' em Gotemburgo 2013, a prata nos 3000 m de Turim 2009, a prata nos 5000 m em Barcelona 2010 e o bronze nos 5000 em Helsínquia 2012.
Esta é a segunda melhor estreia portuguesa na distância, apenas superada por Jéssica Augusto, que fez a sua primeira maratona em Londres, em 2011, com 2.24.32. Sara Moreira é aos 29 anos a sexta melhor maratonista portuguesa de sempre depois de Rosa Mota (2.23.29), Jéssica Augusto (2.24.25), Marisa Barros (2.25.04), Manuela Machado (2.25,09) e Dulce Félix (2.25.40), isto no que toca a registos cronometrados.
O mais conhecido 'casal' treinador-atleta é o de "Rosa Mota - José Pedrosa". Apesar da recordista nacional da maratona ter conquistado o ouro em estreia na maratona do Europeu de Atenas 1982, sob orientação de Pompílio Ferreira, um dos mais importantes treinadores portugueses, foi José Pedrosa que acompanhou depois, como médico/treinador, a ascensão da maratonista conquistando tudo, até ao ouro olímpico em Seul 1988. Rosa Mota disputou 21 maratonas entre 1982 e 1992, numa média de duas maratonas por ano. Ganhou 14.
Mas outros casos de casais de sucesso marcaram a modalidade como foram o de "Albertina Dias - Bernardino Pereira", com a fundista de Miragaia a sagrar-se campeã mundial de corta mato em Amorebieta 1983, prata em Aix-les-Bains 1990 e bronze em Boston 1992.
"Aurora Cunha - Joaquim Mesquita" decidiram no final das carreira desportivas, juntar a vida de casados à de treinador - atleta. Depois de deixar de treinar com Fonseca e Costa, com quem bateu recordes de Portugal dos 800 aos 10 000 metros e foi tricampeão mundial de estrada, passou a treinar com o seu marido também atleta onde venceu algumas maratonas de prestigio internacional.
No plano internacional há também inúmeros casais de sucesso no desporto, mas o mais recente do atletismo britânico é o de Jo Pavey - Gavin Pavey.
Jo surpreendeu ao conquistar o ouro no Europeu de Zurique, menos de um ano depois de ter dado à luz seu segundo filho ... aos 40 anos. Foi no clube que representa que Pavey conheceu o homem que viria a tornar-se o seu amigo, colega de treino, treinador, fisioterapeuta e... marido.
Gavin Pavey, agora com 42 anos, lembra-se de participar numa corrida com uma adolescente, dois anos mais jovem. "Depois de três milhas ela deixou-me ficar para trás. Só me lembro de ver uns 'collants' de 'lycra' azul a desaparecerem", recorda. Desde o seu primeiro encontro têm sido inseparáveis. Casaram em 1995 e Gavin assumiu o papel de treinador em 2001.
"Sabemos que não iria funcionar para todos. Mas funciona para nós."
Esta é a segunda melhor estreia portuguesa na distância, apenas superada por Jéssica Augusto, que fez a sua primeira maratona em Londres, em 2011, com 2.24.32. Sara Moreira é aos 29 anos a sexta melhor maratonista portuguesa de sempre depois de Rosa Mota (2.23.29), Jéssica Augusto (2.24.25), Marisa Barros (2.25.04), Manuela Machado (2.25,09) e Dulce Félix (2.25.40), isto no que toca a registos cronometrados.
O mais conhecido 'casal' treinador-atleta é o de "Rosa Mota - José Pedrosa". Apesar da recordista nacional da maratona ter conquistado o ouro em estreia na maratona do Europeu de Atenas 1982, sob orientação de Pompílio Ferreira, um dos mais importantes treinadores portugueses, foi José Pedrosa que acompanhou depois, como médico/treinador, a ascensão da maratonista conquistando tudo, até ao ouro olímpico em Seul 1988. Rosa Mota disputou 21 maratonas entre 1982 e 1992, numa média de duas maratonas por ano. Ganhou 14.
Mas outros casos de casais de sucesso marcaram a modalidade como foram o de "Albertina Dias - Bernardino Pereira", com a fundista de Miragaia a sagrar-se campeã mundial de corta mato em Amorebieta 1983, prata em Aix-les-Bains 1990 e bronze em Boston 1992.
"Aurora Cunha - Joaquim Mesquita" decidiram no final das carreira desportivas, juntar a vida de casados à de treinador - atleta. Depois de deixar de treinar com Fonseca e Costa, com quem bateu recordes de Portugal dos 800 aos 10 000 metros e foi tricampeão mundial de estrada, passou a treinar com o seu marido também atleta onde venceu algumas maratonas de prestigio internacional.
No plano internacional há também inúmeros casais de sucesso no desporto, mas o mais recente do atletismo britânico é o de Jo Pavey - Gavin Pavey.
Jo surpreendeu ao conquistar o ouro no Europeu de Zurique, menos de um ano depois de ter dado à luz seu segundo filho ... aos 40 anos. Foi no clube que representa que Pavey conheceu o homem que viria a tornar-se o seu amigo, colega de treino, treinador, fisioterapeuta e... marido.
Gavin Pavey, agora com 42 anos, lembra-se de participar numa corrida com uma adolescente, dois anos mais jovem. "Depois de três milhas ela deixou-me ficar para trás. Só me lembro de ver uns 'collants' de 'lycra' azul a desaparecerem", recorda. Desde o seu primeiro encontro têm sido inseparáveis. Casaram em 1995 e Gavin assumiu o papel de treinador em 2001.
"Sabemos que não iria funcionar para todos. Mas funciona para nós."
“A essência das coisas”
Carlos Sá participa nos 254 km na Amazónia, o quinto ultra desafio dos mais duros do mundo.
Depois do Coastal Challenge, 225 km na Costa Rica; da Maratona das Areias, 250 km no deserto do Sahara, em autonomia total; depois dos 217 km da Badwater no Vale da Morte, na Califórnia; depois do Ulta Trail du Mont Blanc, 103 km nos Alpes, Carlos Sá parte domingo para os 254 km da Floresta de Tapajos, perto de Santarém, na Amazónia.
Entre os 50 inscritos aceites pela organização para a décima edição da prova - considerada a mais dura no que diz respeito à resistência, estão os portugueses Carlos Sá e Carlos Coelho. São seis etapas, uma delas para concluir em dois dias, por entre pântanos, animais, declives, vegetação tropical, dormida em rede nas árvores, temperaturas acima dos 40 graus e humidade constante nos 99%.
Para Carlos Sá é “um desafio diferente” para “não criar monotonia”. A falta de preparação específica é, para o português, “a essência das coisas”: parte com entusiasmo não disfarçado, mesmo que o desconhecido “possa vir a comprometer resultados”.
“Nem tive tempo de olhar para aquilo e de estudar a prova”, disse Carlos Sá ao JN Running, no final do Grande Trail da Serra D’Arga, evento que envolveu perto de dois mil corredores no passado fim de semana. “Tenho um dia para me adaptar” às condições climatéricas e as dicas de um atleta brasileiro que costuma ficar bem classificado neste prova.
O ano passado, Carlos Sá venceu a BadWater, este ano foi terceiro nos 217 quilómetros dos Estados Unidos. Quarenta dias depois estava à partida do Ultra Trail du Mont Blanc, 103 km nos Alpes. O seu objectivo era saber se conseguia recuperar "de uma prova tão dura", como a ultra maratona dos Estados Unidos, em apenas 40 dias, quando os colegas afirmavam que "seria necessário" três meses.
“Vamos ver se a violenta prova do Vale da Morte me irá limitar fisicamente, um intervalo de apenas 40 dias é muito curto para a dureza que terei novamente que enfrentar. Mas é este o gozo que me dá: testar os meus limites”, disse antes da partida para o Mont Blanc. Abandonou a prova quando tinha percorrido 7:55.54 horas, uma das poucas desistências na sua carreira.
Com esta assumida "falta de preparação especifica" este "testar os limites", o ultramaratonista desafia os mais profundos fantasmas que ainda perduram no imaginário do desporto português. Um amigo meu quando soube desta participação atirou: "Quando acontecer uma desgraça ... vai ser um herói, tal como o Lázaro."
Os tempos são outros. Francisco Lázaro fez parte da primeira equipa olímpica portuguesa nos Jogos Olímpicos de 1912, em Estocolmo, Suécia, onde participou na prova da maratona. Lázaro desfaleceu durante a prova e veio a morrer na madrugada do dia seguinte. As causas da sua morte ainda hoje são discutidas, apesar do relatório da autopsia apontar para uma morte por desidratação extrema e insolação provocada pela temperatura elevada.
No livro "Francisco Lázaro: o homem da maratona", Gustavo Pires defende que "o maratonista não morreu por insolação, inexperiência ou por ter coberto o corpo de sebo antes da corrida, como justificaram os colegas de comitiva nos Jogos da Suécia". O benfiquista de 24 anos, campeão de Portugal nos 42 195 metros, "foi vítima de uma cultura que aconselhava a prática comum naquela altura, entre os atletas e os ciclistas, uma mistura a que chamava 'emborcação' - essência de terebintina (anestésico) e o ácido acético (vinagre) - como um complemento do treino", recorda.
A verdade é que esta morte acabaria por influenciar a participação em corridas de longas distâncias, que foram "completamente esquecidas",durante anos, por essas e outras razões da politica nacional e internacional, como explica António Fernandes no seu livro "Cem anos de Maratona em Portugal". Apesar de ainda hoje se recordar (e bem) Francisco Lázaro, esses fantasmas só seriam completamente exorcizados com a vitória de Carlos Lopes na maratona dos Jogos de Los Angeles'84.
Mal comparado, as primeiras maratonas estariam para o inicio do século XX como hoje as ultramaratonas estão para os primeiros anos do século XXI. Há uma componente de desafio dos limites, um espírito de aventura, uma experimentação, assim como uma nova ideologia dos heróis desportivos que colidem com muitos dos princípios dos actuais 'puristas' da alta competição, como acontecia com os aristocracia do principio do século XX. As ultramaratonas comportam, por isso, uma carga de "risco de vida", uma "incerteza" que há muito deixou de existir nas provas olímpicas. Existindo apenas alguns casos raros no sector feminino.
"Há que encontrar formas mediáticas"
Carlos Sá começou a trabalhar aos 13 anos, na indústria têxtil, limpou vidros e pintou edifícios com dotes de alpinista. Após ter perdido o emprego, devido à crise da construção civil, passou a dedicar mais tempo ao treino.E o que parecia ser um azar, acabou por transformar por completo a sua vida, ao conseguir, o patrocínio de uma marca desportiva, que lhe permitiu tornar-se no primeiro profissional de running trail português.
Em paralelo, começou também a organizar provas e estágios em Portugal, onde este desporto está em franco crescimento. "Uma das grandes vantagens desta modalidade é permitir-nos conhecer locais onde quase ninguém vai, em estreito contacto com a natureza.Gosto de desafios, sejam eles na Montanha, Desertos, Estrada, Alpinismo, Bicicleta… ter resultados fantásticos em várias disciplinas é reconfortante."
Um dos responsáveis pelo sucesso é o treinador Paulo Pires, 42 anos. Antigo companheiro de Carlos Sá dos tempos do montanhismo. Professor de Educação Física, com especialização em alto rendimento, é ele quem lhe prepara os planos de treino, que incluem 4 sessões de uma hora durante a semana e uma mais longa ao fim de semana.
"Fazer dele o mais completo corredor de ultra trail era o grande projecto mediático e está conseguido, ninguém no mundo faz como ele estrada e montanha", explica à Notícias Magazine. O treinador tem também um lado de marketing bem vincado: "Há que encontrar formas mediáticas de chamar a atenção para isto. A ideia do corredor mais completo também foi isso."
O papel de Carlos Sá na sociedade acaba inclusive por superar, em muitos aspectos, alguns dos nosso campeões olímpicos.
O ultramaratonista esteve a 2 de Junho presente na Escola Secundária de Amares a convite do grupo de Geografia para uma palestra motivacional. Palestra motivacionais que tem realizado também em empresas: Duas para Microsoft Portugal; Quatro para Deutsche Bank; OZ Energia; Pathena; Universidade Europeia; Cerealis em Serralves; Sonae;Tedx Matosinhos; Tedx Viseu; Tedx Barcelos; Rotary.
"O trail caracteriza-se por um grande espírito de entreajuda e em momentos como este esquece-se por completo a competição. É isto que diferencia este desporto dos outros", sustenta Carlos Sá.
No seu currículo conta o título de primeiro campeão nacional de Ultra Trail, ao vencer o Madeira Island Ultra Trial. É detentor do recorde do mundo da ascensão e descida ao Aconcágua (montanha mais alta da América e também a maior fora dos Himalaias, com 6960 metros).
O seu melhor resultado foi na ultramaratona Badwater, uma das mais duras e selectivas provas mundiais que decorreu no Vale da Morte (Dead Valey) nos Estados Unidos .A temperatura mínima foi de 35ºC, tendo grande parte da prova decorrido com mais de 50ºC e com uma temperatura ambiente de cerca de 76ºC um metro acima do asfalto.
Foi ainda em duas ocasiões 4.º e 5.º classificado na mais importante e emblemática ultramaratona do Mundo a Ultra Trail do Mont Blanc - prova com 170 km’s que atravessa três países em torno do maciço do Monte Branco -, tendo também alcançado dois 4.º lugares e melhor europeu na ultra duríssima Marathon des Sables (250 km em autonomia total no deserto marroquino.
PS: A exploradora e cientista britânica Felicity Aston, de 33 anos, foi a primeira mulher a cruzar a Antárctida numa expedição solitária. No total, 59 dias e 1744 quilómetros. Apenas ela e o seu trenó. "Os limites pessoais e as barreiras têm mais que ver com a motivação e com a situação em si - muitas vezes, a conclusão é que pura e simplesmente não tens alternativas senão continuar.»
4 de Outubro de 2014
http://www.rtp.pt/play/p1661/rtp-running
Depois do Coastal Challenge, 225 km na Costa Rica; da Maratona das Areias, 250 km no deserto do Sahara, em autonomia total; depois dos 217 km da Badwater no Vale da Morte, na Califórnia; depois do Ulta Trail du Mont Blanc, 103 km nos Alpes, Carlos Sá parte domingo para os 254 km da Floresta de Tapajos, perto de Santarém, na Amazónia.
Entre os 50 inscritos aceites pela organização para a décima edição da prova - considerada a mais dura no que diz respeito à resistência, estão os portugueses Carlos Sá e Carlos Coelho. São seis etapas, uma delas para concluir em dois dias, por entre pântanos, animais, declives, vegetação tropical, dormida em rede nas árvores, temperaturas acima dos 40 graus e humidade constante nos 99%.
Para Carlos Sá é “um desafio diferente” para “não criar monotonia”. A falta de preparação específica é, para o português, “a essência das coisas”: parte com entusiasmo não disfarçado, mesmo que o desconhecido “possa vir a comprometer resultados”.
“Nem tive tempo de olhar para aquilo e de estudar a prova”, disse Carlos Sá ao JN Running, no final do Grande Trail da Serra D’Arga, evento que envolveu perto de dois mil corredores no passado fim de semana. “Tenho um dia para me adaptar” às condições climatéricas e as dicas de um atleta brasileiro que costuma ficar bem classificado neste prova.
O ano passado, Carlos Sá venceu a BadWater, este ano foi terceiro nos 217 quilómetros dos Estados Unidos. Quarenta dias depois estava à partida do Ultra Trail du Mont Blanc, 103 km nos Alpes. O seu objectivo era saber se conseguia recuperar "de uma prova tão dura", como a ultra maratona dos Estados Unidos, em apenas 40 dias, quando os colegas afirmavam que "seria necessário" três meses.
“Vamos ver se a violenta prova do Vale da Morte me irá limitar fisicamente, um intervalo de apenas 40 dias é muito curto para a dureza que terei novamente que enfrentar. Mas é este o gozo que me dá: testar os meus limites”, disse antes da partida para o Mont Blanc. Abandonou a prova quando tinha percorrido 7:55.54 horas, uma das poucas desistências na sua carreira.
Com esta assumida "falta de preparação especifica" este "testar os limites", o ultramaratonista desafia os mais profundos fantasmas que ainda perduram no imaginário do desporto português. Um amigo meu quando soube desta participação atirou: "Quando acontecer uma desgraça ... vai ser um herói, tal como o Lázaro."
Os tempos são outros. Francisco Lázaro fez parte da primeira equipa olímpica portuguesa nos Jogos Olímpicos de 1912, em Estocolmo, Suécia, onde participou na prova da maratona. Lázaro desfaleceu durante a prova e veio a morrer na madrugada do dia seguinte. As causas da sua morte ainda hoje são discutidas, apesar do relatório da autopsia apontar para uma morte por desidratação extrema e insolação provocada pela temperatura elevada.
No livro "Francisco Lázaro: o homem da maratona", Gustavo Pires defende que "o maratonista não morreu por insolação, inexperiência ou por ter coberto o corpo de sebo antes da corrida, como justificaram os colegas de comitiva nos Jogos da Suécia". O benfiquista de 24 anos, campeão de Portugal nos 42 195 metros, "foi vítima de uma cultura que aconselhava a prática comum naquela altura, entre os atletas e os ciclistas, uma mistura a que chamava 'emborcação' - essência de terebintina (anestésico) e o ácido acético (vinagre) - como um complemento do treino", recorda.
A verdade é que esta morte acabaria por influenciar a participação em corridas de longas distâncias, que foram "completamente esquecidas",durante anos, por essas e outras razões da politica nacional e internacional, como explica António Fernandes no seu livro "Cem anos de Maratona em Portugal". Apesar de ainda hoje se recordar (e bem) Francisco Lázaro, esses fantasmas só seriam completamente exorcizados com a vitória de Carlos Lopes na maratona dos Jogos de Los Angeles'84.
Mal comparado, as primeiras maratonas estariam para o inicio do século XX como hoje as ultramaratonas estão para os primeiros anos do século XXI. Há uma componente de desafio dos limites, um espírito de aventura, uma experimentação, assim como uma nova ideologia dos heróis desportivos que colidem com muitos dos princípios dos actuais 'puristas' da alta competição, como acontecia com os aristocracia do principio do século XX. As ultramaratonas comportam, por isso, uma carga de "risco de vida", uma "incerteza" que há muito deixou de existir nas provas olímpicas. Existindo apenas alguns casos raros no sector feminino.
"Há que encontrar formas mediáticas"
Carlos Sá começou a trabalhar aos 13 anos, na indústria têxtil, limpou vidros e pintou edifícios com dotes de alpinista. Após ter perdido o emprego, devido à crise da construção civil, passou a dedicar mais tempo ao treino.E o que parecia ser um azar, acabou por transformar por completo a sua vida, ao conseguir, o patrocínio de uma marca desportiva, que lhe permitiu tornar-se no primeiro profissional de running trail português.
Em paralelo, começou também a organizar provas e estágios em Portugal, onde este desporto está em franco crescimento. "Uma das grandes vantagens desta modalidade é permitir-nos conhecer locais onde quase ninguém vai, em estreito contacto com a natureza.Gosto de desafios, sejam eles na Montanha, Desertos, Estrada, Alpinismo, Bicicleta… ter resultados fantásticos em várias disciplinas é reconfortante."
Um dos responsáveis pelo sucesso é o treinador Paulo Pires, 42 anos. Antigo companheiro de Carlos Sá dos tempos do montanhismo. Professor de Educação Física, com especialização em alto rendimento, é ele quem lhe prepara os planos de treino, que incluem 4 sessões de uma hora durante a semana e uma mais longa ao fim de semana.
"Fazer dele o mais completo corredor de ultra trail era o grande projecto mediático e está conseguido, ninguém no mundo faz como ele estrada e montanha", explica à Notícias Magazine. O treinador tem também um lado de marketing bem vincado: "Há que encontrar formas mediáticas de chamar a atenção para isto. A ideia do corredor mais completo também foi isso."
O papel de Carlos Sá na sociedade acaba inclusive por superar, em muitos aspectos, alguns dos nosso campeões olímpicos.
O ultramaratonista esteve a 2 de Junho presente na Escola Secundária de Amares a convite do grupo de Geografia para uma palestra motivacional. Palestra motivacionais que tem realizado também em empresas: Duas para Microsoft Portugal; Quatro para Deutsche Bank; OZ Energia; Pathena; Universidade Europeia; Cerealis em Serralves; Sonae;Tedx Matosinhos; Tedx Viseu; Tedx Barcelos; Rotary.
"O trail caracteriza-se por um grande espírito de entreajuda e em momentos como este esquece-se por completo a competição. É isto que diferencia este desporto dos outros", sustenta Carlos Sá.
No seu currículo conta o título de primeiro campeão nacional de Ultra Trail, ao vencer o Madeira Island Ultra Trial. É detentor do recorde do mundo da ascensão e descida ao Aconcágua (montanha mais alta da América e também a maior fora dos Himalaias, com 6960 metros).
O seu melhor resultado foi na ultramaratona Badwater, uma das mais duras e selectivas provas mundiais que decorreu no Vale da Morte (Dead Valey) nos Estados Unidos .A temperatura mínima foi de 35ºC, tendo grande parte da prova decorrido com mais de 50ºC e com uma temperatura ambiente de cerca de 76ºC um metro acima do asfalto.
Foi ainda em duas ocasiões 4.º e 5.º classificado na mais importante e emblemática ultramaratona do Mundo a Ultra Trail do Mont Blanc - prova com 170 km’s que atravessa três países em torno do maciço do Monte Branco -, tendo também alcançado dois 4.º lugares e melhor europeu na ultra duríssima Marathon des Sables (250 km em autonomia total no deserto marroquino.
PS: A exploradora e cientista britânica Felicity Aston, de 33 anos, foi a primeira mulher a cruzar a Antárctida numa expedição solitária. No total, 59 dias e 1744 quilómetros. Apenas ela e o seu trenó. "Os limites pessoais e as barreiras têm mais que ver com a motivação e com a situação em si - muitas vezes, a conclusão é que pura e simplesmente não tens alternativas senão continuar.»
4 de Outubro de 2014
http://www.rtp.pt/play/p1661/rtp-running
Morte súbita
Em Portugal, estima-se que ocorram 250 mortes súbitas por ano entre os desportivas. Segundo as estatísticas, a morte súbita mata mais que cancro, AVC e sida juntos. A patologia ainda é pouco conhecida entre nós, apesar de provocar 27 vítimas por dia em Portugal. Nos EUA, a morte súbita cardíaca (MSC) é a principal causa médica de óbitos em atletas universitários.
As causas de MSC nos atletas com idade inferior a 35 anos devem-se frequentemente a anomalias cardíacas estruturais. Em muitos casos essas anomalias não são reconhecidas previamente. O último caso conhecido em Portugal foi o do ex-ciclista Bruno Castanheira. O campeão nacional em 2004, de 37 anos, foi encontrado morto, depois de no sábado ter participado no InGamba, um passeio velocipédico realizado no norte do país.
A maioria dos casos de MSC resulta de arritmias malignas como a taquicardia ventricular e a fibrilhação ventricular.O problema pode atingir pessoas sedentárias, mas o risco é até três vezes maior em atletas. Estes correm mais riscos, pois há determinadas situações provocadas por esforços físicos intensos.
As drogas são um dos problemas, mas há medicamentos, como os diuréticos, que podem levar a baixas de potássio que são potencialmente perigosos. O abuso de cocaína, esteróides anabólicos e alguns ergogênicos estão na origem de alguns casos de acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e, até mesmo, morte súbita. Alguns derivados da efedrina, usados para melhorar a performance dos atletas ou para mascarar a presença de outras drogas durante o controlo antidoping, são estimulantes cardíacos potencialmente arritmogénicos e podem ser responsáveis por morte súbita em atletas jovens. Os esteróides anabolizantes podem ainda causar hipertrofia cardíaca, fibrose miocárdica e acelerar o processo de aterosclerose, que poderá culminar em isquemia e necrose do miocárdio.
desportivos.http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/utentes/desporto/terao_os_atletas_maior_vulnerabilidade_face_a_morte_subita/1
http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/768/771
http://cientifico.cardiol.br/cardiosource2/arritmias/int_artigo23.asp?cod=297
16 de Setembro 2014
As causas de MSC nos atletas com idade inferior a 35 anos devem-se frequentemente a anomalias cardíacas estruturais. Em muitos casos essas anomalias não são reconhecidas previamente. O último caso conhecido em Portugal foi o do ex-ciclista Bruno Castanheira. O campeão nacional em 2004, de 37 anos, foi encontrado morto, depois de no sábado ter participado no InGamba, um passeio velocipédico realizado no norte do país.
A maioria dos casos de MSC resulta de arritmias malignas como a taquicardia ventricular e a fibrilhação ventricular.O problema pode atingir pessoas sedentárias, mas o risco é até três vezes maior em atletas. Estes correm mais riscos, pois há determinadas situações provocadas por esforços físicos intensos.
As drogas são um dos problemas, mas há medicamentos, como os diuréticos, que podem levar a baixas de potássio que são potencialmente perigosos. O abuso de cocaína, esteróides anabólicos e alguns ergogênicos estão na origem de alguns casos de acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e, até mesmo, morte súbita. Alguns derivados da efedrina, usados para melhorar a performance dos atletas ou para mascarar a presença de outras drogas durante o controlo antidoping, são estimulantes cardíacos potencialmente arritmogénicos e podem ser responsáveis por morte súbita em atletas jovens. Os esteróides anabolizantes podem ainda causar hipertrofia cardíaca, fibrose miocárdica e acelerar o processo de aterosclerose, que poderá culminar em isquemia e necrose do miocárdio.
desportivos.http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/utentes/desporto/terao_os_atletas_maior_vulnerabilidade_face_a_morte_subita/1
http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/768/771
http://cientifico.cardiol.br/cardiosource2/arritmias/int_artigo23.asp?cod=297
16 de Setembro 2014
Quando as palavras deixam marcas
Frases e títulos do Europeu de Atletismo 2014:
Jorge Vieira: «Queremos pelo menos uma medalha em Zurique»
Jéssica Augusto: «Trabalhei muito para esta medalha»
«Tive de ouvir o meu corpo»
«Um campeonato da Europa já não se ganha tão facilmente como se ganhava antigamente»
Nélson Évora: «Ninguém tem moral para criticar ou bater palmas»
«Em abril ainda andava de muletas»
«Não tive qualquer dor»
«Não soube dar a volta»
Marcos Chuva: «Falha de comunicação»
«Orgulho de representar a FPA? Não sei se algum dia voltarei a conseguir...”
Susana Feitor: «Estou em choque perante esta aparente falha de comunicação»
José Dias: «Admito ter havido erro de comunicação»
Sara Moreira: «Vou correr por uma medalha»
«Tenho de estar orgulhosa»
«Saio de cabeça levantada»
Dulce Félix: «Objetivo para Zurique é defender o título»
Salomé Rocha: «O objetivo era não perder uma volta com as primeiras. E consegui-o»
Marco Fortes: «Para a final não há pressão nenhuma»
«Podia ter feito melhor»
João Almeida: «Com a chuva, é um resultado extraordinário»
Yazaldes Nascimento: «Só ingleses e franceses são superiores»
Ana Cabecinha: «Cumpri o objetivo mas foi penoso»
João Vieira: «Foi muito difícil superar este circuito e as dores»
Vera Barbosa: «É possível sonhar com medalhas, mas para já é passar à final»
Ricardo Ribas: «Agora, com o apoio olímpico, terei muito mais estabilidade, poderei preparar-me muito melhor»
Rui Pedro Silva: «Não sei o que se passou comigo, não consegui encontrar o meu ritmo e depois bloqueei»
Mekhissi-Benabbad: «Estava a festejar como um jogador de futebol»
Yohann Diniz:«Tenho Portugal no coração»
17 de Agosto de 2014
Jorge Vieira: «Queremos pelo menos uma medalha em Zurique»
Jéssica Augusto: «Trabalhei muito para esta medalha»
«Tive de ouvir o meu corpo»
«Um campeonato da Europa já não se ganha tão facilmente como se ganhava antigamente»
Nélson Évora: «Ninguém tem moral para criticar ou bater palmas»
«Em abril ainda andava de muletas»
«Não tive qualquer dor»
«Não soube dar a volta»
Marcos Chuva: «Falha de comunicação»
«Orgulho de representar a FPA? Não sei se algum dia voltarei a conseguir...”
Susana Feitor: «Estou em choque perante esta aparente falha de comunicação»
José Dias: «Admito ter havido erro de comunicação»
Sara Moreira: «Vou correr por uma medalha»
«Tenho de estar orgulhosa»
«Saio de cabeça levantada»
Dulce Félix: «Objetivo para Zurique é defender o título»
Salomé Rocha: «O objetivo era não perder uma volta com as primeiras. E consegui-o»
Marco Fortes: «Para a final não há pressão nenhuma»
«Podia ter feito melhor»
João Almeida: «Com a chuva, é um resultado extraordinário»
Yazaldes Nascimento: «Só ingleses e franceses são superiores»
Ana Cabecinha: «Cumpri o objetivo mas foi penoso»
João Vieira: «Foi muito difícil superar este circuito e as dores»
Vera Barbosa: «É possível sonhar com medalhas, mas para já é passar à final»
Ricardo Ribas: «Agora, com o apoio olímpico, terei muito mais estabilidade, poderei preparar-me muito melhor»
Rui Pedro Silva: «Não sei o que se passou comigo, não consegui encontrar o meu ritmo e depois bloqueei»
Mekhissi-Benabbad: «Estava a festejar como um jogador de futebol»
Yohann Diniz:«Tenho Portugal no coração»
17 de Agosto de 2014
Deixem os atletas falar...
Fernando Mamede em 1978: "Este país não merece atletas como eu."
Nelson Évora em 2014: "Ninguém tem moral para criticar ou bater palmas."
Entre a falta de condições e a falta de apoio...
Fernando Mamede há 36 anos:
"Foi um desabafo meu, numas circunstâncias muito especiais. Isso foi em 1978, quando vim do Europeu de Praga e tinha falhado na final, depois de me apresentar com uma das melhores marcas mundiais antes da competição.Tinha feito 13.17 m, quando o recorde do Mundo era de 13.13 m. Havia uma pressão muito grande por ter falhado e recordo-me que tudo se passou a 1 de Novembro, dia dos meus anos, em pleno Estádio Nacional. Apareceu lá uma equipa de reportagem da RTP e disse determinado número de coisas que geraram alguma polémica. O que está por detrás disto é que nessa altura, quando estava a quatro segundos do recorde do Mundo, sabia que em Portugal estávamos longe de ter as mesmas condições de treino que os nossos adversários. Em termos de treino e também no aspecto profissional, pois nessa altura todos nós trabalhávamos em "part-time", da parte da tarde. Havia uma frustração muito grande, e aquilo saiu da boca para fora. A verdade foi esta, nua e crua. Não queria nem quis magoar ninguém. Só pretendia era alertar para uma situação de injustiça. A pressão era tanta por não ganhar, mas, ao mesmo tempo, não eram dadas as melhores condições para a gente progredir. Faltava aquilo que hoje em dia os melhores atletas têm: estabilidade. E nessa altura tinha 27 anos, uma idade em que as pessoas começam a pensar no dia de amanhã e, francamente, não estava a ver nenhuma saída. Foi uma revolta muito grande saber o que tinha feito pelo atletismo, mesmo já nessa altura, e as coisas pouco melhoravam. Tudo se resumia a pequenos ajustes e tardava a dar o salto. -- De qualquer maneira, ao fim destes anos não está arrependido de ter o coração ao pé da boca? -- Não estou, por uma simples razão: não fui demagogo, incorrecto e não reivindiquei mais para mim do que para os outros. Por isso não estou nada arrependido do que disse e do que fiz. Acho que as coisas tinham de ser ditas e alguém teve a coragem de as dizer. http://www.record.xl.pt/Arquivo/interior.aspx?content_id=584
Nelson Évora ontem:
«Não admito que ninguém em Portugal venha para as redes sociais, ou onde for, falar mal de algum atleta que esteja menos bem. Somos 44 e não vai correr bem a todos. A não ser aqueles que realmente nos acompanham, ninguém mais tem moral para nos criticar se falharmos ou vir bater palmas no aeroporto se ganharmos medalhas.» Palavras do ex-campeão Olímpico e Mundial de triplo salto em conferência de imprensa, na véspera do arranque dos Campeonatos da Europa, em Zurique. «É um puxão de orelhas, tanto para o nosso povo, que quer medalhas, e para todos os outros elementos que não estiveram presentes, mesmo nas competições nacionais onde podem estar presentes», prosseguiu, antes de concluir: «O meu nome é Nélson Évora, é só olhar para o meu palmarés. Mesmo antes de ser campeão olímpico, já lutava com unhas e dentes para dar o meu melhor.» http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=494345
12 de Agosto de 2014
Nelson Évora em 2014: "Ninguém tem moral para criticar ou bater palmas."
Entre a falta de condições e a falta de apoio...
Fernando Mamede há 36 anos:
"Foi um desabafo meu, numas circunstâncias muito especiais. Isso foi em 1978, quando vim do Europeu de Praga e tinha falhado na final, depois de me apresentar com uma das melhores marcas mundiais antes da competição.Tinha feito 13.17 m, quando o recorde do Mundo era de 13.13 m. Havia uma pressão muito grande por ter falhado e recordo-me que tudo se passou a 1 de Novembro, dia dos meus anos, em pleno Estádio Nacional. Apareceu lá uma equipa de reportagem da RTP e disse determinado número de coisas que geraram alguma polémica. O que está por detrás disto é que nessa altura, quando estava a quatro segundos do recorde do Mundo, sabia que em Portugal estávamos longe de ter as mesmas condições de treino que os nossos adversários. Em termos de treino e também no aspecto profissional, pois nessa altura todos nós trabalhávamos em "part-time", da parte da tarde. Havia uma frustração muito grande, e aquilo saiu da boca para fora. A verdade foi esta, nua e crua. Não queria nem quis magoar ninguém. Só pretendia era alertar para uma situação de injustiça. A pressão era tanta por não ganhar, mas, ao mesmo tempo, não eram dadas as melhores condições para a gente progredir. Faltava aquilo que hoje em dia os melhores atletas têm: estabilidade. E nessa altura tinha 27 anos, uma idade em que as pessoas começam a pensar no dia de amanhã e, francamente, não estava a ver nenhuma saída. Foi uma revolta muito grande saber o que tinha feito pelo atletismo, mesmo já nessa altura, e as coisas pouco melhoravam. Tudo se resumia a pequenos ajustes e tardava a dar o salto. -- De qualquer maneira, ao fim destes anos não está arrependido de ter o coração ao pé da boca? -- Não estou, por uma simples razão: não fui demagogo, incorrecto e não reivindiquei mais para mim do que para os outros. Por isso não estou nada arrependido do que disse e do que fiz. Acho que as coisas tinham de ser ditas e alguém teve a coragem de as dizer. http://www.record.xl.pt/Arquivo/interior.aspx?content_id=584
Nelson Évora ontem:
«Não admito que ninguém em Portugal venha para as redes sociais, ou onde for, falar mal de algum atleta que esteja menos bem. Somos 44 e não vai correr bem a todos. A não ser aqueles que realmente nos acompanham, ninguém mais tem moral para nos criticar se falharmos ou vir bater palmas no aeroporto se ganharmos medalhas.» Palavras do ex-campeão Olímpico e Mundial de triplo salto em conferência de imprensa, na véspera do arranque dos Campeonatos da Europa, em Zurique. «É um puxão de orelhas, tanto para o nosso povo, que quer medalhas, e para todos os outros elementos que não estiveram presentes, mesmo nas competições nacionais onde podem estar presentes», prosseguiu, antes de concluir: «O meu nome é Nélson Évora, é só olhar para o meu palmarés. Mesmo antes de ser campeão olímpico, já lutava com unhas e dentes para dar o meu melhor.» http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=494345
12 de Agosto de 2014
A não perder...
Jorge Jesus em entrevista ao Jornal Sol:
Acha que é o melhor treinador português?
"Não. Acho que sou o melhor treinador do Mundo"
"Tenho um filho que se formou na FMH em Desporto e eles saem de lá e não sabem nada. Zero. Aquilo não ensina nada do que é o treino, do que é o futebol.Podem saber muita teoria, ciência, mas da essência do treino, da metodologia, não sabem nada.Tem de haver uma aliança entre a ciência e a prática, mas a prática é que é o critério da verdade, como dizia o Lenine. O resto é tudo treta."
30 de Maio de 2014
Acha que é o melhor treinador português?
"Não. Acho que sou o melhor treinador do Mundo"
"Tenho um filho que se formou na FMH em Desporto e eles saem de lá e não sabem nada. Zero. Aquilo não ensina nada do que é o treino, do que é o futebol.Podem saber muita teoria, ciência, mas da essência do treino, da metodologia, não sabem nada.Tem de haver uma aliança entre a ciência e a prática, mas a prática é que é o critério da verdade, como dizia o Lenine. O resto é tudo treta."
30 de Maio de 2014
Niki Lauda: "Se queres vencer na Fórmula 1 tens de ser um filho da puta"Niki Lauda, a propósito da rivalidade Hamilton-Rosberg na Mercedes, admitiu ao 'The Guardian' que teve problemas com Alain Prost (campeão em 1985, 86,89 e 93) na McLaren. "Quando o via ficava chateado. Odiava-o, mas pelo menos dizia-lhe: ‘Olá!"
"Prost era o meu maior inimigo, apesar de sermos da mesma equipa. Se tens um inimigo noutra equipa é muito mais fácil de gerir, porque não nos vemos todos os dias." O austríaco,que conquistou três campeonatos mundiais (1975, 77 e 84), acrescentou: "Se quer ganhar na Fórmula 1, tens de ser um 'filho da puta'. Não podes ganhar na F1 se fores um tipo porreiro. Aponte-me um nome da actualidade...Fernando Alonso? São pessoas 110% focadas no que fazem e usam todos os truques para atirar o adversário para fora." 27 de Maio de 2014 |
11 de Novembro de 2013 · "Se é a pena de morte para toda a gente, então isso também vale para mim", disse hoje Lance Armstrong, em entrevista à BBC. "Mas se todo o mundo é branqueado, então ficarei contente de também o ser. Pessoalmente, perdi muito enquanto outros capitalizaram à volta de esta história e isso é duro de encaixar", concluiu
Armstrong pede desculpa
O L'Equipe diz que esta viagem de Armstrong pela Europa é uma espécie de "tour da redenção" e questiona os objetivos do americano: "Aliviar a consciência? Limpar a sua imagem em farrapos? Travar a hemorragia financeira provocada pela sua confissão? (...) porque as suas receitas futuras dependem da imagem que conseguirá salvar e porque precisa do desporto para recuperar a sua imagem".
Armstrong, banido para sempre devido ao doping, encontrou-se na sexta-feira com o ex-corredor francês Christophe Bassons, uma das suas "vítimas", para lhe pedir desculpa, informa hoje o jornal L'Equipe.
"O mais importante para mim é dizer-te em privado que lamento", declarou Armstrong, citado pelo jornal francês. Depois do escândalo de doping em 1998 com a equipa Festina, na qual corria Bassons, o corredor francês foi convidado a escrever uma crónica diária no Parisien no Tour de 1999, levantando sucessivamente dúvidas sobre as elevadas médias a que se estava a correr, o que produziu um movimento de marginalização liderado por Armstrong.
LUSA
http://www.lemonde.fr/sport/article/2013/12/07/lance-armstrong-en-s-acharnant-sur-moi-cela-servira-aux-autres_3527221_3242.html
Armstrong, banido para sempre devido ao doping, encontrou-se na sexta-feira com o ex-corredor francês Christophe Bassons, uma das suas "vítimas", para lhe pedir desculpa, informa hoje o jornal L'Equipe.
"O mais importante para mim é dizer-te em privado que lamento", declarou Armstrong, citado pelo jornal francês. Depois do escândalo de doping em 1998 com a equipa Festina, na qual corria Bassons, o corredor francês foi convidado a escrever uma crónica diária no Parisien no Tour de 1999, levantando sucessivamente dúvidas sobre as elevadas médias a que se estava a correr, o que produziu um movimento de marginalização liderado por Armstrong.
LUSA
http://www.lemonde.fr/sport/article/2013/12/07/lance-armstrong-en-s-acharnant-sur-moi-cela-servira-aux-autres_3527221_3242.html
Armstrong e os outros chamavam-lhe "red neck"
Chris Horner, quase 42 anos, ganhou a Vuelta e entra para a história como o mais velho vencedor de uma "grande volta" ciclista.
O americano é um sobrevivente da geração de ciclistas dos EUA que foi "dizimada" pelos controlos antidoping, como Floyd Landis (37 anos), George Hincapie (40), Levi Leipheimer (39) e Lance Armstrong (41 anos, apenas um mês mais velho). Tendo em conta que Armstrong e Landis foram desapossados de vitórias no Tour, é necessário ir até 1990 para se chegar à última grande vitória de um norte-americano, com Greg Lemond (triplo vencedor do Tour em 1986, 1989 e 1990). Pelo meio, Andy Hampsten ganhou o Giro, em 1988, e na Vuelta ainda não havia registos norte-americanos. O novo campeão, nascido no Japão mas residente em Bend, Oregon, sempre foi um pouco menosprezado pelos seus companheiros mais bem-sucedidos - Armstrong e os outros chamavam-lhe "red neck", uma expressão de alguma forma pejorativa, aludindo às suas origens rurais, mas também à cor da pele. Outro "nickname" de Horner, quando fazia a guarda de Armstrong, era "yahoo kid", pelo grito que dava quando ganhava uma etapa, de sorriso contagiante. LUSA 15 de Setembro de 2013 · |
"O que distingue um grande atleta? O gosto pelo que faz e o prazer com o que faz."
Moniz Pereira, em entrevista este domingo a Alexandra Tavares Teles, na revista Notícias Magazine:
"O atletismo português está a atravessar a pior fase de sempre. Está mal como nunca esteve.Este ano vai ser um horror, não há nada - não há dinheiro, não há pista coberta, não há contactos internacionais. Estou preocupadíssimo."
"O que distingue um grande atleta? O gosto pelo que faz e o prazer com o que faz."
"O que faz um grande treinador? Dar o exemplo."
O Carlos Lopes foi um atleta fabuloso mas só conseguiu ser o melhor atleta português de todos os tempos porque fez tudo o que eu quis."
"Em que lugar coloca a Fernanda Ribeiro? Logo a seguir. Foi uma grande atleta. Agora não foi tão boa como a Rosa Mota e o Carlos Lopes."
O que deitou a perder a Vanessa Fernandes' Quer mesmo a minha opinião. Não souberam poupa-la. A Vanessa fez demasiadas prova., ora o triatlo não é brincadeira nenhuma. Abusaram da pequena."
(apenas um pequeno resumo)
http://www.dn.pt/revistas/nm/interior.aspx?content_id=3001359
"O atletismo português está a atravessar a pior fase de sempre. Está mal como nunca esteve.Este ano vai ser um horror, não há nada - não há dinheiro, não há pista coberta, não há contactos internacionais. Estou preocupadíssimo."
"O que distingue um grande atleta? O gosto pelo que faz e o prazer com o que faz."
"O que faz um grande treinador? Dar o exemplo."
O Carlos Lopes foi um atleta fabuloso mas só conseguiu ser o melhor atleta português de todos os tempos porque fez tudo o que eu quis."
"Em que lugar coloca a Fernanda Ribeiro? Logo a seguir. Foi uma grande atleta. Agora não foi tão boa como a Rosa Mota e o Carlos Lopes."
O que deitou a perder a Vanessa Fernandes' Quer mesmo a minha opinião. Não souberam poupa-la. A Vanessa fez demasiadas prova., ora o triatlo não é brincadeira nenhuma. Abusaram da pequena."
(apenas um pequeno resumo)
http://www.dn.pt/revistas/nm/interior.aspx?content_id=3001359